Leia abaixo os textos de segunda-feira selecionados para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo
Segunda-feira, 23 de julho de 2007
EL PAÍS
Morre publisher do espanhol ‘El País’
‘Foi sepultado ontem em Madri o corpo de Jesús de Polanco, o mais importante empresário da comunicação em espanhol, presidente do jornal ‘El País’, o de maior difusão na Espanha.
‘El País’ era a jóia da coroa do grupo Prisa, comandado por Polanco, hoje presente em 22 países, com rádio, mídia impressa, TV, internet e conteúdos culturais.
Não parece exagero dizer que se trata do grupo mais influente não só na Espanha mas também em todo o mundo de fala espanhola, em especial na América Latina.
Toda essa potência não fazia Jesús de Polanco intitular-se mais do que ‘um vendedor de livros’. Certamente porque começou como empreendedor na Editora Santillana, criada em 1958.
Em 1975, no ocaso da ditadura de Francisco Franco na Espanha, teve a ousadia de pôr dinheiro do próprio bolso até para comprar as rotativas do jornal que, com extraordinária rapidez, se transformaria em referência de jornalismo de qualidade. Todos os jornalistas que cobrimos a transição da Espanha para a democracia usávamos ‘El País’ como ponto de partida das pautas e seus jornalistas como fontes de consulta inescapáveis.
Por isso mesmo o jornal e a empresa que o edita acabaram associados à transição da Espanha para a democracia e à modernização do país, que se tornou fulgurante a partir da entrada na Comunidade Européia, em 1986.
Não é, portanto, elogio em boca própria o que escreveu ontem Juan Luis Cebrián, o conselheiro-delegado da presidência e o mais freqüente interlocutor de Jesús de Polanco: ‘Polanco costumava insistir na peculiaridade da Prisa como grupo de empresas. Seu objetivo, como o de qualquer outra atividade produtiva, é ganhar dinheiro, mas suas motivações são mais amplas e essenciais. ‘El País’ nasceu para contribuir com a construção da democracia e com a modernização social da Espanha. É algo que ele sempre teve muito claro e não deixou de recordar em intervenções públicas e privadas’.
Sua visão do papel e do poder da imprensa é lembrada pelo atual diretor do jornal, Javier Moreno: ‘A imprensa é mais um limite social à arbitrariedade e ao abuso de poder do que um poder em si mesma’.
Polanco morreu no sábado, aos 77 anos de idade, de complicações de um antiga doença das articulações, que geraram uma pneumonia da qual não se recuperou.’
TODA MÍDIA
Nelson de Sá
‘Eu não volto tão cedo’
‘O Pan voltou ao topo das páginas iniciais dos portais e ao ‘Domingão do Faustão’, mas nos sites o apagão prossegue. Na manchete da Folha Online e outros, a investigação da pane no Cindacta-4, que ‘considerará todas as hipóteses, inclusive sabotagem’. No site de ‘O Estado de S. Paulo’, a reação de um controlador anônimo, ‘não somos terroristas’. Pouco importa, o ‘Infortúnio do Brasil vira internacional’, bradou a AP no despacho mais reproduzido ontem pela internet.
No ‘Washington Post’ de domingo, longo artigo da jornalista e escritora Elizabeth Spiers trazia por título ‘A pior empresa aérea do mundo’ e abria dizendo que ‘a TAM é a pior’. Mas sobra para todos: a pista curta de Congonhas, os controladores com baixos salários, o mercado ‘não-competitivo’ -e as autoridades ‘em negação sobre a inevitabilidade de novos acidentes, com a capacidade esgotada’ do sistema. ‘Não importa quão lindo seja o Brasil, eu não volto lá tão cedo.’
LÁGRIMAS
No alto da home do Globo Online, ‘Presidente da TAM chora em missa pelas vítimas’. Um dia antes, na coluna de Mônica Bergamo, a nota ‘Ensaio’ dizia que ‘a TAM contratou empresa de ‘crise de imagem’, seus diretores fizeram ‘media training’ antes de conceder entrevista’.
GLOBO E A TAM
Nas manchetes do ‘Jornal Nacional’ de sábado, ‘Um laudo diz que a pista de Congonhas, mesmo molhada, tem atrito para evitar acidentes, mas dois pilotos da TAM dizem ao ‘JN’ que a chuva deixa a pista escorregadia demais’.
Na reportagem, depois, foram quatro frases para o laudo do IPT, no meio de dois longos diálogos com os pilotos, que ‘falaram com exclusividade’ e, por outro lado, ‘com autorização da TAM’.
BAND E A GLOBO
Não foi o ‘JN’ que deu primeiro as imagens -de circuito interno- do Airbus em alta velocidade na pista de Congonhas, como registrou esta coluna. Foi o ‘Jornal da Band’.
Uma produtora da Bandeirantes declarou ao site de mídia Comunique-se que flagrou um técnico da Infraero dizendo que entregaria o vídeo ‘primeiro para a Globo, pedido de Brasília’. A produtora então pressionou e conseguiu as imagens. Antes.
O ACIDENTE ANTERIOR
Sexta no ‘Newsday’, de Long Island, subúrbio de Nova York, ‘Pilotos intimados a testemunhar no Brasil’. São ainda os dois do Legacy que derrubou o Boeing da Gol, que voltaram para Long Island e, segundo o advogado de ambos, querem cooperar, ‘desde que não saiam daqui’.
Em seu blog, o colunista de viagens de negócios Joe Sharkey, que estava no Legacy, postou ontem não estar ‘alegre’ com o novo acidente -e que segue tratando do caso porque ‘as autoridades brasileiras criminosamente pegaram para bode expiatório dois pilotos americanos’.
A ESTRÉIA
Alexei Barrionuovo, o novo correspondente do ‘New York Times’ no Brasil, começou ontem com olhos voltados à economia, num texto em que colaborou com o correspondente de Caracas, ‘Objeções do Brasil retardam plano de Chávez para banco regional’. Lula é descrito como ‘um socialista que abraçou políticas amigas do mercado’.
O OBITUÁRIO
Larry Rohter, o correspondente de saída, escreveu anteontem o obituário de ACM, ‘durante décadas um dos mais poderosos e coloridos líderes políticos do Brasil’, ‘uma figura robusta, de bigodes, dada a vestir ternos brancos’, que ‘forjou aforismos’, que ‘trocou de lado’ no fim da ditadura e virou ‘o fazedor de reis da política brasileira’ etc.’
JORNALISMO & LITERATURA
Folha de S. Paulo
WILL SELF FALA DO BRASIL NO ‘NEW YORK TIMES’
‘O escritor britânico Will Self escreveu sobre sua recente viagem ao Brasil em seu blog na versão online do jornal ‘The New York Times’. Convidado da última Flip, Self descreveu a viagem de São Paulo ao Rio, uma caminhada de Copacabana a Ipanema e um passeio em Paraty. O escritor também postou fotos do Cristo Redentor e até comentou o acidente com o avião da TAM.’
HQ
Cartunista analisa Freud com piadas
‘A vida de Sigmund Freud (1856-1939) e a psicanálise são assuntos sérios. Abordá-los com bom humor é, no mínimo, original. Mérito do cartunista britânico Ralph Steadman, que abordou esses temas em um livro recheado de piadas e cartuns. A biografia do pensador austríaco é o fio condutor da obra, daí seu nome: ‘Sigmund Freud’, livro que chega agora ao Brasil pela Relume Dumará.
A obra apresenta diferentes talentos de artista do versátil Steadman (1936). Enquanto conta, em prosa, a vida do psicanalista, o britânico aproveita para ornamentar as páginas com cartuns e ilustrações.
Da viagem a Paris para estudar neurologia à morte por câncer na mandíbula aos 83 anos, passando pela criação da psicanálise e o preconceito que sofreu por conta disso, os principais momentos da vida de Freud estão retratados.
Os cartuns giram em torno do tema ‘psicanálise com Freud’ e o humor aparece no modo como os pacientes e seus problemas são retratados. As ilustrações são um caso à parte: enormes, detalhadas, com um traço elegante, completam as passagens da vida de Freud narradas no livro.
Steadman usa um recurso interessante ao narrar. Apresenta uma piada a cada momento retratado e, logo na seqüência, classifica-a de acordo com um modelo inventado por… Sigmund Freud. O pai da psicanálise estudou como se faz humor em ‘Os Chistes e Sua Relação com o Inconsciente’, onde apresentava e classificava piadas. Assim, logo após o gracejo vem a sua classificação: esse foi um chiste tendencioso, obsceno, nonsense, de omissão com substituição etc.
Termos psicanalíticos
Além desses, termos como ‘lembrança encobridora’, ‘complexo de Édipo’ e ‘lapso freudiano’ também estão presentes. Não se trata, entretanto, de um dicionário de psicanálise: a proposta não é transformar o leitor em versado no tema. Afinal, não dá para narrar a vida de Freud sem abordar, em vários momentos, a teoria psicanalítica.
‘É indiscutível que ao desatarmos a técnica de um chiste, ele desaparece’, dissera Freud, segundo Steadman. Compreender completamente a psicanálise ou a biografia de um pensador como Freud não é tarefa que se resolva com um único livro, e cabe ao interessado continuar seu estudo. E para quem está mais preocupado com o humor ou a arte, pode-se deixar a análise de lado e curtir.
Steadman soube fazer uma bela apresentação de Freud.
SIGMUND FREUD
Autor: Ralph Steadman
Editora: Relume Dumará
Quanto: R$ 59,90 (120 págs.)’
TELEVISÃO
Globo investe R$ 3 mi em favela de novela
‘A Globo vai gastar R$ 3 milhões na construção de uma favela cenográfica no Projac, sua central de estúdios no Rio. Será o ambiente mais caro de ‘Duas Caras’, próxima novela das oito da emissora, que estréia em outubro. Pela primeira vez, uma favela terá destaque no horário nobre da Globo.
O valor é uma fábula para os parâmetros da habitação popular. Com R$ 3 milhões é possível construir de 75 a cem casas. Segundo o governo do Estado de São Paulo, um apartamento popular custa entre R$ 30 mil e R$ 40 mil na Grande São Paulo.
O custo da favela da Globo é alto não só por causa de sua dimensão e importância na trama, mas também porque ‘Duas Caras’, de Aguinaldo Silva, será a primeira novela em alta definição (HDTV). Isso exige acabamento primoroso e amplitude horizontal dos cenários e locações, porque o enquadramento de câmera será igual ao do cinema (proporção 16:9).
É na favela, que se chamará Portelinha, que viverá Juvenal Antena (Antônio Fagundes), líder comunitário que organizou a invasão do terreno e é tratado como um ‘pai de todos’.
As gravações começaram na semana passada em três frentes: São Francisco do Sul (SC), Canela (RS) e Igarassu (PE). No mês que vem, chegam a São Paulo -a heroína da trama, interpretada por Marjorie Estiano, deixará o oeste do Paraná para morar na Bela Vista (região central da capital).
BOLSA FURADA 1
Reviravolta em ‘Paraíso Tropical’. Fred (Paulo Vilhena) mentiu quando disse que seu pai havia lhe dado dinheiro para comprar o Frigideira Carioca, o que fez para empregar o sogro, Heitor (Daniel Dantas).
BOLSA FURADA 2
O mauricinho fez um empréstimo contando com o rendimento de suas ações. Mas os papéis despencaram e ele está endividado. Em um gesto de amor, Neli (Beth Goulart), venderá o apartamento no Leblon, seu grande sonho, para Heitor pagar a dívida de Fred.
CASAL NEGRO
Atendendo a pedidos, Gilberto Braga e Ricardo Linhares decidiram criar um casal entre Cláudio (Jonathan Haagensen) e Yvone (Ildi Silva). Eles começam a namorar em agosto.
ARREGO
Novo presidente da TV Cultura, Paulo Markun não conseguiu acumular o comando da emissora com a apresentação e a direção do ‘Roda Viva’. Entregou o cargo de diretor do programa a Marcelo Bairão, que já foi produtor do ‘Roda’, mas estava coordenando a assessoria de imprensa da TV.
CORUJÃO
O Banco Itaú comprou um megapacote de mídia na madrugada das principais TVs abertas e pagas. Até o final do ano, veiculará 12 versões de comerciais criados pela Africa para falar de suas iniciativas sociais ao telespectador que ainda não foi dormir. O mote será sempre ‘hoje já é amanhã’.
LABUTA
Manoel Carlos está criando uma minissérie para a Globo.’
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O Estado de S. Paulo
Segunda-feira, 23 de julho de 2007
VENEZUELA
Chávez expulsará estrangeiros que o chamarem de tirano
‘France Presse e Efe – O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ordenou ontem a expulsão dos estrangeiros que ‘denigram’ seu governo ou o chamem de ‘tirano’. ‘Nenhum estrangeiro pode vir aqui atacar-nos. O que vier será expulso, pois isso é algo que não se pode permitir, é questão de dignidade nacional’, disse Chávez em seu programa Alô, Presidente. ‘Falo de senhores que vêm dar conferências, pagas, e pela TV dizem que estamos em uma ditadura e Chávez é um tirano. A Venezuela tem de se dar o respeito’, disse.
Chávez também rejeitou ontem a reeleição ilimitada para governadores e prefeitos. Ele ressaltou que seu projeto de reforma constitucional inclui apenas a reeleição ilimitada para presidente.
Chávez defendeu ontem a honestidade de seu programa depois que um participante, o promotor social Nelson Mora, denunciou que lhe haviam imposto o que devia dizer e o presidente estava sendo enganado. ‘O que você está dizendo é impossível que esteja acontecendo. Que se imponha a alguém que venha aqui, em Alô, Presidente, dizer o que desejamos? Isso é impossível. Em primeiro lugar, por que faz tempo o povo venezuelano saiu da letargia em que estava’, declarou Chávez, acrescentando que ele seria o primeiro a rejeitar tal coisa.
No sábado, Chávez garantiu que a propriedade privada será mantida na Venezuela, mesmo se for instalado um sistema de economia socialista no país.’
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Marketing sofisticado para vender imóveis
‘Um show de Caetano Veloso em petit comité seguido de jantar. Um show de Rita Lee em área aberta com mais de três mil pessoas. Uma apresentação do enólogo-cantor Ed Motta acompanhada de degustação de vinhos. Um bufê com delícias requintadas, como ovas de salmão e boeuf bourguignon, preparados pelo chef francês Emmanuel Bassoleil. E ainda uma série de espetáculos com a Turma do Cocoricó para crianças.
A lista acima não é uma relação de eventos patrocinados por cervejarias ou instituições financeiras para promover suas marcas, como reza a tradição no ramo. São ações de marketing desenvolvidas nos últimos tempos por construtoras e incorporadoras para vender imóveis residenciais. A intenção tem sido a de cativar compradores para unidades com valores que oscilam entre R$ 300 mil e R$ 5 milhões, dependendo da área e da localização.
Nunca na história do setor imobiliário se caprichou tanto, nem se aplicou tantos recursos, para atrair atenção para o negócio. ‘Acabou a era das velhas Kombis estacionadas com placas e setas indicativas dos empreendimentos nas redondezas’, brinca Romeo Busarello, diretor de marketing imobiliário da Tecnisa – embora promotoras ainda permaneçam nas redondezas dos empreendimentos convidando o público a visitar os estandes de vendas
‘Os investimentos em propaganda e marketing vêm crescendo com o uso de mídias alternativas em busca de se ampliar a comunicação do negócio, porque o setor imobiliário ganhou nova dimensão para a economia nacional’, diz Ubirajara Spessoto, diretor de incorporações da Cyrela.
Uma projeção dos gastos com ações de marketing feita para este ano, considerando apenas as dez maiores empresas no ranking do segmento – onde se situam Tecnisa, Cyrela, Camargo Corrêa e Gafisa, entre outras -, aponta para algo em torno de R$ 480 milhões. Uma verba a ser aplicada não só nos tradicionais anúncios e comerciais impressos, como também em entretenimento nos locais de venda, assim como em sofisticados estandes com áreas de lazer para crianças. Isso sem falar nos elaborados catálogos dos lançamentos, que mais se assemelham a catálogos de arte.
A conta, para se chegar a ao montante aplicado, é simples: as dez líderes do segmento passaram a reservar entre 5% e 6% da receita total gerada com as vendas em marketing. Em 2007, a previsão é que elas faturem R$ 8 bilhões.
Somente nos dois últimos anos, 16 empresas do setor entraram no mercado acionário. Boa parte do dinheiro injetado na movimentação desse negócio veio de fundos de investimento estrangeiros. A participação desse capital passou a exigir maior transparência na atuação das construtoras e incorporadoras no País, com práticas de governança corporativa e apresentação de balanços trimestrais. Um dos efeitos dessa mudança tem sido a estruturação das áreas de marketing, antes até inexistentes.
Além dos recursos abundantes – as incorporadoras e imobiliárias levantaram R$ 11 bilhões na Bolsa de Valores -, o cenário do segmento foi favorecido pelo aumento da oferta de crédito para a compra de imóveis.
A conjunção dessas duas variáveis – dinheiro e crédito – tem feito o volume de empreendimentos mais que dobrar. E, por conseqüência, a disputa pelo consumidor mais acirrada.
O fenômeno já está registrado no balanço dos investimentos publicitárias no ano passado ante o anterior. Dados cruzados a partir da combinação de volume de recursos do setor, colhidos pelo Ibope Monitor, com os estudos do Projeto Inter-Meios, que baliza o meio publicitário, exibem uma variação positiva de 26% no aumento da verba publicitária do setor imobiliário em 2006 ante 2005. A Cyrela, por exemplo, apresentou crescimento de 112% no período, e a Gafisa aumentou 36% os seus investimentos em publicidade no ano passado.’
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Músicas de Tom Jobim em projeto residencial
‘‘A gente vende mais do que um apartamento, a gente vende um sonho que o comprador vai realizar somente em três anos quando entregarmos a obra’, diz Roberto Perroni, diretor-superintendente da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário. E, segundo ele, para vender sonhos é fundamental um marketing sedutor.
É o que a empresa vem fazendo num projeto em um bairro até então abandonado – a Vila Andrade, uma extensão do Morumbi na zona sul de São Paulo. Para esse projeto, a Camargo Corrêa recorreu ao glamour das músicas do maestro Tom Jobim, cujos nomes batizam os condomínios que constrói na área.
Para obter a autorização da família, a empresa empenhou-se no desenvolvimento de um projeto que conta com três praças com mais de 20 mil m2, já que a natureza era uma paixão declarada do maestro. Mas também investiu em calçadas ecológicas, com maior absorção das águas de chuva – são cerca de 4 quilômetros na Vila Andrade. No final do projeto, serão cerca de R$ 15 milhões em infra-estrutura. Tudo isso para realizar cerca de R$ 1 bilhão em vendas em duas mil unidades.
Com tanta oferta qualificada, chamar a atenção requer cada vez mais criatividade. ‘Sabemos que disputamos a atenção do comprador no fim de semana, e tínhamos de oferecer atrações no estande que distraíssem os filhos enquanto os pais avaliam a compra’, diz Julio Cesar Gomes Pedro, diretor de Marketing da Gafisa.
Daí a instalação por não mais de seis meses de estandes que são verdadeiros parques de diversão para crianças, com shows infantis e profissionais especializados para cuidar da gurizada enquanto os pais estudam os planos da nova moradia. Espaços que têm áreas de café e e simulação de variações de plantas de apartamentos. Só esses estandes chegam a custar R$ 3 milhões
‘O marketing do setor imobiliário estava tão parecido, com a mesma linguagem visual que o consumidor já não prestava mais atenção’, diz Maurício Magalhães, presidente da agência Tudo, do grupo YPY, que se dedica a montar eventos para a Gafisa. ‘Era fundamental mudar.’ E para isso, as grandes empresas puseram a mão no bolso. De palestras de figuras renomadas – como jogadores de basquete, treinadores esportivos, chefes de cozinha ou autoridades em moda e boas maneiras – até show musicais, vale tudo para vender imóveis hoje.’
INTERNET
Harry Potter e o maior spoiler da história
‘Os dias que antecederam o lançamento do sétimo e derradeiro livro da série Harry Potter, marcado para 0h01 de sábado último em Londres, foram marcados pelo que já é considerado ‘o maior spoiler da história’.
Na madrugada de segunda para terça-feira, caiu na rede um arquivo que garantia ter todo o conteúdo da obra. Ninguém acreditou, mas sabe como é a curiosidade humana: ‘Vamos baixar e ver no que vai dar’. E deu.
Todas as 784 páginas de The Deathly Hallows (Harry Potter e as Relíquias da Morte) estavam lá, de graça, prontas para serem degustadas. Algum maluco (ou herói?) havia fotografado, folha por folha, um exemplar do livro antes de ele chegar às livrarias.
Começou a maior muvuca virtual. O link do arquivo pulava de site em site e fãs de Harry, Ron e Hermione liam avidamente, sem saber se era real ou cópia.
Spoiler é uma palavra inglesa que vem do verbo ‘spoil’, estragar. É usada quando fatos importantes da trama de filmes, séries de TV, livros e jogos são revelados antes da hora. Neste caso, ninguém reclamou, tal era o desespero para saber o final.
E foi nessa confusão que surgiu outro exemplo de quão poderosa é a internet. Isadora, uma brasileira de apenas 14 anos, criou um grupo chamado Máfia dos Livros e convocou internautas para que a ajudassem a traduzir a obra instantaneamente.
Reuniu 400 interessados: 20 ficaram responsáveis por transcrever a cópia baixada da rede, outros dez receberam a ‘honrosa’ incumbência de verter a obra para português. A toque de caixa, os capítulos foram vazando na web, e quem não sabe inglês e não queria esperar até novembro pela tradução oficial também pôde fazer a festa.
Isso é pirataria? Sim. Mas Isadora pensa de outra maneira: ‘Acho um absurdo que os fãs que não sabem em inglês tenham que esperar até novembro. Quis proporcionar a todos a oportunidade de ler o livro em primeira mão.’
É a primeira vez que um vazamento de tal proporção acontece no mundo da literatura, mas em música e vídeo isso já é comum há um bom tempo. Uma revolução acontece no universo da indústria cultural, e as editoras, as gravadoras e os estúdios de cinema estão longe de encontrar uma resposta.
O enorme esquema de segurança montado para proteger a obra de J.K.Rowling, que deveria ser lançada em todo o mundo de forma sincronizada (no Brasil, às 20h01 de sexta), simplesmente falhou, numa mostra de que vencer os internautas é impossível.
A editora Rocco, que publica a série no País, diz não se preocupar com a tradução paralela. ‘Todos os livros já venderam mais de 2,5 milhões de cópias. A tiragem inicial do último será de 785 mil cópias e a expectativa é que tudo seja vendido rapidamente’, disse um porta-voz.
Para a Rocco, fã que é fã vai comprar o livro oficial. Isadora com certeza vai. Veja ao lado a garota cercada por sua coleção completa em português. Ela não faz o que faz para economizar ou lucrar.
Nesta edição, o Link mergulha de cabeça no mundo paralelo de Harry Potter na web, onde as fanfics revelam o enorme interesse pela obra. Também discutimos a complexa questão dos direitos autorais no mundo superconectado em que vivemos. E, por fim, jogamos o game inspirado no último filme da série, A Ordem da Fênix. Na versão para Nintendo Wii, o joystick faz às vezes de uma varinha mágica. ‘Vingardium Leviosa!’.’
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Fanfics criam mundo paralelo de Harry
‘Internautas publicam textos na rede que mostram como seria o universo ideal de J.K.Rowling em suas cabeças
Para quem acha que a saga de Harry Potter terminará apenas porque foi lançado o último livro da série, é bom tirar o cavalinho da chuva. Está na internet a prova de que o universo de HP já não se resume aos livros escritos por J.K.Rowling. E o motor disso chama-se fanfic.
Fanfic vem de fanfiction, ou seja, é uma ficção criada por fãs tomando como base personagens e situações da história original. Há fanfics de séries de TV, desenhos, filmes e livros.
As fanfics costumam explorar aspectos não muito desenvolvidos da história original ou mesmo dar uma outra cara a ela. Pode-se recriá-la desde o começo, o chamado universo alternativo, ou mostrar o que aconteceria no futuro.
Apesar dos fanfics já existirem há um bom tempo, elas ganharam enorme repercussão com a popularização da internet, simplesmente porque ficaram muito mais acessíveis.
E Harry Potter é um dos maiores fenômenos desse estilo literário. Para ser ter uma idéia, ao realizar uma pesquisa no site, o maior do gênero, encontram-se mais de 305 mil fanfics cadastrados sobre Harry e sua turma. J.R.R. Tolkien e O Senhor dos Anéis fica em segundo, com 40 mil.
‘O grande boom aconteceu no intervalo entre os lançamentos do quarto e do quinto livro’, diz a universitária Mariana Edo, de 21 anos, lembrando do período entre 2000 e 2003. ‘E o primeiro filme saiu em 2001, o que ajudou mais ainda’, diz.
Mariana está por trás do Aliança 3 Vassouras, site que reúne fanfics brasileiros. Já Carolina Cunha integra o time de 11 escritores do Expresso Hogwarts, uma mistura de fanfic com RPG (role-playing-game), em que os participantes vivem os personagens como se fossem eles.
Cada um dos autores criou um personagem que realmente estuda na escola de magia de Hogwarts. Criado em 2003 para ser uma seqüência do quarto livro, A Ordem da Fênix, o Expresso hoje é uma continuação de O Enigma do Príncipe, cuja história deve terminar em novembro e logo emendar com o final de The Deathly Hallows.
‘No início a gente citava muito os personagens principais, mas hoje nossa história ganhou vida e ficou independente de Harry Potter, diz Carolina, ou melhor, Meridiana Johnson.
Os fanficcers brasileiros apostam que, com o lançamento do sétimo e último livro da série, haverá um novo boom do gênero. O motivo é que, no final da obra, há um hiato de 19 anos com o objetivo de mostrar a transformação dos jovens personagens em adultos.
Pois agora os fanficcers poderão criar infinitas histórias sobre o que teria ocorrido com os personagens nessas quase duas décadas. Ou sobre como viverão os bruxos agora que são gente grande.
‘É a chance da galera inventar mil e uma histórias a partir disso’, diz Mariana.’
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A próxima J.K.Rowling?
‘Francisca Solar, 23 anos, escritora
Não que ela realmente possa ter esse título, mas a chilena Francisca Solar pode ser chamada de a fanficcer de Harry Potter mais famosa no mundo. Tudo isso porque ela, não contente com o final do quinto livro, Harry Potter e a Ordem de Fênix (2003), resolveu publicar sua própria versão do que aconteceria dali em diante. Sua fanfic se chamou O Caso de Los Altos Elfos (em português, O Declínio dos Altos Elfos) e ganhou fãs de Harry Potter no mundo inteiro. Graças ao sucesso, hoje ela é contratada da famosa editora Random House para escrever três livros (que não são inspirados no universo de J.K. Rowling). O primeiro da trilogia, O Sétimo M, lançado em 2007, fala do mistério que envolve o suicídio de jovens na cidade fictícia de Puerto Fake.
Qual é a história de seu fanfic?
Ele trabalhei com a idéia de ser um sexto livro alternativo da série, uma continuação de A Ordem da Fênix. Eu não queria escrever um livro, mas achei que a história de Harry podia continuar de forma mais rica, pegando detalhes que a escritora deixou nos trabalhos anteriores. Então comecei a escrever e, quando percebi, já tinha feito 756 páginas em 11 meses! Em pouco tempo fazia sucesso e recebia muitos e-mails com elogios. Hoje eu tenho mais de 350 mil leitores no meu site.
Você é ‘a próxima J. K. Rowling’?
Não gosto deste título, é ridículo, e J.K. é única. Eu nem escrevo histórias épicas e fantasiosas como as dela. Sou uma grande fã de Harry Potter, mas estou seguindo meus próprios passos e criando minha própria identidade. Meu livro tem uma visão mais paranormal do mundo, esse é meu estilo.
Qual é a importância da fanfic em sua vida?
Devo tudo a esse estilo literário: comecei a escrever graças à fanfic, fiz amigos por meio dela e ela me deu a possibilidade de ter um percepção editorial que outros escritores nem sempre têm. Fanfics são a melhor escola para se aprender a escrever porque, ao mesmo tempo em que você faz algo que gosta, também aprende muito sobre o que é escrever.’
Pedro Doria
O monopólio do YouTube
‘Há um ano, o YouTube recebia 43% do tráfego de vídeo na internet. Hoje, recebe 60%. A tendência é de que essa participação aumente. A notícia é péssima para a rede por um motivo: monopólio. Mas não quer dizer que ficará assim.
O mérito de estar a caminho de se estabelecer como monopólio é todo do YouTube. Competência deles. Em um determinado momento, há alguns anos, a infra-estrutura de telecomunicações nos EUA ficou robusta o suficiente para oferecer banda larga a uma quantidade grande de pessoas. Foi esse momento que permitiu o crescimento do vídeo online.
E, no entanto, não aconteceu. Os sites que ofereciam vídeo exigiam o uso de tecnologias ou instalação de softwares que intimidavam muitos usuários.
O YouTube apareceu com uma solução em Flash, que a maioria dos usuários já tinha instalada. Vem junto com os programas de navegação mais populares. Não foi o único – a turma do Google, que mais tarde compraria o YouTube, também apresentou seu próprio site de vídeos com essa tecnologia.
Mas toda a estrutura ao redor do YouTube é muito bem bolada. Os vídeos relacionados àquele que o sujeito acaba de ver, por exemplo, são listados. A facilidade de colocar um filme para quem quer, é grande. Uma primeira página bem azeitada que oferece acesso de cara àquilo que é mais popular. Para não falar da facilidade que blogueiros ou qualquer um com site tem para encaixar em sua página um filmete.
O que é popular atrai mais visitantes e se distancia da concorrência muito rápido, na internet.
Aquilo que os marqueteiros chamam de internet 2.0 é essa capacidade atual de usuários interferirem no conteúdo de um site. Seja passivamente, como o número de visitas a um filme que o traz para a primeira página; seja ativamente, comentando, votando.
Nesses tempos, quanto mais visitantes um site tem, maior conteúdo ele gera. Em parte, por conta dos usuários, nessa onda de 2.0. Noutra, caso do YouTube, porque quem tem um filme e quer ser visto vai onde está a maioria dos espectadores.
E é aí que a lógica de sucessos e fracassos da internet é ruim para a biodiversidade da própria internet. Aos poucos, o YouTube vai se firmando como um monopólio momentâneo da rede.
As conseqüências são, por exemplo, estéticas. Por critérios que dizem respeito apenas à vontade dos diretores do site, o YouTube apresenta um limite de 10 minutos para cada vídeo que leva ao ar.
Nada exige um limite de duração, mas o YouTube assim o quer. O resultado é que, para fazer filme para a internet, ou séries, e ser assistido, é preciso estar lá. Para estar lá, é preciso ficar abaixo dos 10 minutos. Sem YouTube, encontrar audiência é muito mais difícil.
Trata-se, evidentemente, de um jogo difícil de desfazer. Um site agradável e bem-sucedido pela sua competência é nocivo por monopolista.
Em maior escala, é justamente o que ocorre com o Google. Como atrai uma quantidade muito maior de visitantes do que os outros sites de busca, tem mais gente clicando em links. Cada clique é um voto numa página. A massa de cliques produz buscas mais precisas. Por ser mais popular, o Google também é o melhor.
Como é o melhor, tem mais dinheiro em caixa. Com dinheiro e a credibilidade adquirida, angaria clientes de propaganda online – e garante um novo monopólio. Ou então, quando seu site de vídeos fracassa, compra o que faz sucesso.
E assim anda girando por estes tempos a roda da internet. Uma grande produtora de monopólios em favor do Google.’
O Estado de S. Paulo
‘Blogueiro deve deixar preconceito’
‘Escritor virtual da era pré-blog perdeu seu ‘ódio’ pela mídia tradicional e se insere no ‘sistema’
Publicar de forma independente na internet, tirar sarro, transgredir as regras…. Tudo o que muita gente agora busca em blogs já pipocava na cabeça de Eduardo Fernandes, o Eduf, desde quando os diários virtuais nem tinham chegado ainda por essas bandas.
Mas hoje, tal qual malandro arrependido, o criador do site ‘paralelo’ Fraude – que durou de 2000 a 2003 – diz que o seu tempo de ódio pela ‘mídia tradicional’ já passou. E que, para vingarem na internet, os blogueiros devem também deixar os preconceitos de lado.
‘Antigamente, eu tinha uma visão muito conspiratória sobre as mídias tradicional e paralela. A primeira era a horrível, e a segunda, a salvadora’, diz. ‘Mas vi que não era bem assim. A tradicional tem muita coisa boa e a paralela, muita pretensão de ser transgressora, mas com pessoas que mais falam do que fazem. E não é preciso ser necessariamente transgressor para ter um conteúdo bacana. Tem de ser construtivo.’
Para provar que mudou de pensamento, basta dizer que Eduf trabalha hoje como editor de web da revista Superinteressante, da ‘tradicional’ Editora Abril. E que, em breve, lançará um site com dicas para tecno-estressados (veja abaixo), no nada independente provedor IG. ‘Teve uma hora na minha vida em que pensei: ‘vamos ganhar dinheiro, parar de palhaçada e acertar a vida’.
O início das ‘palhaçadas’ dele na internet ocorreu lá por volta de 1996. Até então, Eduf sempre foi fissurado por fazer fanzines independentes – desses em que se escreve sobre música e literatura, além de se desenhar. Depois de tirar xerox, ele distribuía para os amigos.
Com a web, ele começou a fazer experimentações para colocar o material na rede. ‘Mas eu nem divulgava para ninguém. A internet era uma coisa muito lenta ainda, não tinha me atraído pra valer.’
Foi só em 2000, quando Eduf já havia decidido parar com o fanzine para ‘ganhar dinheiro’, que ele teve contato com a primeira experiência que chamou sua atenção na internet. ‘Conheci um fanzine na rede, o CardosOnline, que me mostrou que era possível publicar de tudo: sobre música, literatura, etc., e que as pessoas estavam interessadas em ler esse conteúdo.’
No mesmo ano, ele montou o seu primeiro site ‘pra valer’, com domínio próprio e tudo. O Eduf.com era praticamente um blog, onde o rapaz publicava textos e desenhos. As pessoas começaram a acessar. Eduf fez amigos. E, com os amigos, decidiu criar, ainda em 2000, um outro site: o independente Fraude.org, que abria espaço para os amigos escreverem sobre tudo o que quisessem. Ninguém ganhava dinheiro. Mas não havia restrições a nada.
No começo, Eduf pagava para colocar as páginas do site na web. Mais tarde, o provedor Terra decidiu patrocinar a hospedagem – ‘mas não ganhávamos dinheiro e éramos independentes’. Depois, em 2004, a independência no conteúdo continuou, mas ele começou a ser pago para tocar um outro site, o Gonzo, hospedado pelo provedor AOL – na época em que ele ainda existia no Brasil.
Quando o Gonzo acabou, em 2005, Eduf entrou no tal dilema de ‘ser ou não ser transgressor, eis a questão’ (as aspas são do repórter). Nesse período, escreveu o livro O Direito de se Decepcionar e tornou-se budista – ‘fui ver o que se passava na minha vida’, diz. Por fim, decidiu que era hora de se levar a sério e ganhar grana.
Foi aí que diz ter abandonado o tal preconceito com as mídias ditas de ‘massa.’ E diz que os blogueiros devem tomar a mesma atitude se quiserem ganhar algum dinheiro com seus sites. ‘Há muitos blogs, alguns até bem populares. Mas quem consegue se sustentar por meio deles? Tem gente que faz textos polêmicos para atrair mais público e, com isso, faturar mais com anúncios. E não é isso o que a mídia tradicional também faz? Então, no que os blogs são transgressores?’
A saída de quem, como ele, quer viver de internet, diz Eduf, é ir à luta e abrir um diálogo com a ‘mídia de massa’. ‘O cara ter um blog de sucesso na internet não é sinônimo de ganhar dinheiro. Mas há, hoje, formas de se sustentar. Os grandes portais estão abertos a conversas. Mas é preciso colocar um bom projeto no papel e conversar com os caras de marketing dessas empresas’, diz.
De acordo com ele, o que acontece hoje, é que os blogueiros têm preconceito de fazer essas negociações. ‘Os caras de marketing dos portais não são uns loucos querendo ferrar o blogueiro, como muitos pensam’, diz. ‘Mas todo mundo que tem um blog imagina que os portais é que têm de correr atrás dele para mandar um checão no final do mês.’
Quanto aos blogueiros de hoje serem absorvidos pela imprensa mais tradicional, como jornais e revistas, da mesma forma como ocorreu com ele, Eduf não acha que isso seja uma tendência para todo mundo. ‘Esses veículos não têm dinheiro para contratar todos. Mas os melhores, aqueles que conseguirem gerenciar os seus projetos e que largarem o preconceito contra a mídia para procurar essas empresas, terão espaço.’’
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Jornalista irá lançar site com dicas para tecnoestressados
‘Você está cansado, estressado por ficar na frente do computador durante o dia inteiro no trabalho? Pois o jornalista Eduardo Fernandes, o Eduf, quer ajudá-lo. No início de agosto, ele pretende lançar um site com dicas para quem sofre do problema.
A página se chamará Magaiver, e terá parceria com o provedor IG. Em reportagens, notas e testes de softwares, Eduf pretende ajudar as pessoas a ficarem mais tranqüilas na cada vez mais constante relação entre homem e tecnologia.
‘É um problema que eu mesmo vivo. Na ‘Superinteressante’, fico 12, 14 horas na frente do computador. E há muitas formas de dispersão na sua frente, como MSN, YouTube. Você fica com ansiedade, depressão, sente que não está rendendo mais no trabalho…’
Não, o jornalista não é um expert no assunto. ‘Sou apenas um dos que vivem do problema’, diz. Para as dicas, ele pretende entrevistar especialistas e buscar soluções para aumentar a qualidade de vida. ‘Quero que elas tenham mais tranqüilidade, ganhem mais tempo, etc. Em um ano, espero que eu mesmo tenha aprendido a me organizar melhor.’
Quanto ao nome do site, Eduf diz que Magaiver – nome abrasileirado do protagonista da série de TV Profissão: Perigo, McGyver, hit nos anos 80 – é o que melhor traduz a proposta do site. ‘Tem coisa mais brasileira do que o Magaiver?’, questiona. ‘Ele faz uma bomba com um chiclete e um canivete. É a gambiarra profissional. Quero isso no site, soluções simples.’
Além de viver na pele o problema, Eduf diz que se inspirou no livro A Arte de Acontecer, do norte-americano David Allen, e no site LifeHacker, que trata do assunto. O budismo foi outro fator. ‘Quero ajudar as pessoas a terem concentração. E que essa busca não seja uma coisa dura.’
SEM ESTRESSE
SITE – CENTRO DE ESTRESSE
DETALHES – Do Centro de Psicologia Marilda Emmanuel Novaes Lipp, tem um teste para descobrir se você é tecnoestresssado.
SITE | GAMEOZ
DETALHES | Possui jogos casuais, como corrida e batalha naval, que podem ser jogados de graça e sem instalação.
SITE | TERRA – ESTRESSE
DETALHES | Canal do provedor Terra, traz dicas de como prevenir e remediar o estresse.
SITE | MUNDO CANIBAL
DETALHES | Traz vídeos divertidos para descontração.
SITE | LIFE HACKER
DETALHES | Em inglês, traz dicas para evitar o estresse tecnológico.’
TELEVISÃO
América na América
‘Globo exporta também merchandisings
A Globo International acaba de fechar um acordo para a venda da novela América para a norte-americana Telemundo, reabrindo o mercado hispânico nacional dos Estados Unidos para as produções da Globo. A estréia da novela está prevista para o início de 2008. O folhetim já foi vendido para mais de 25 países na América Latina, Europa, Leste Europeu e África.
Essa negociação foi feita em complemento a uma estratégia da Globo International de desenvolver o relacionamento comercial com canais a cabo e emissoras regionais e locais dos EUA. Hoje já existem 11 produções da Globo em exibição no país e há previsão de mais três ou quatro estréias neste ano.
Com as novelas da Globo, outra tendência forte de exportação são os merchandisings. Avon e Natura, duas empresas com posicionamento nos Estados Unidos, também aparecem nas novelas que são vendidas ao exterior como complemento da venda de conteúdo.
A venda dos merchandisings no mercado internacional, que começou em Mulheres Apaixonadas, veio para ficar. Também está em outras produções como Páginas da Vida.
entre-linhas
Gero Pestalozzi fará uma participação especial no Sítio do Picapau Amarelo.
Perigando perder a vaga na NBC por conta da queda de audiência de The Apprentice, Donald Trump demitirá celebridades. Ele está convocando famosos a participarem do reality. No lugar de um emprego, eles disputarão dinheiro para instituições de caridade. A nova versão estréia nos EUA em 2008.
Ninguém entende por que o personagem de Sidney Sampaio é tão irritado em Sete Pecados. O ator é encarnação do pecado ‘Ira’ na novela. Tá explicado.
Depois dos EUA, o Brasil é o país que mais criou avatares de Os Simpsons na internet. Foram 87 mil personagens. Para quem ainda não fez um Simpson personalizado, acesse o endereço. A página foi criada para promover o longa animado que estréia no dia 17 de agosto.
Para agitar o fim desta terceira temporada de Lost, o canal AXN apresenta, no dia 30, às 20 horas, um especial comandado pelos produtores da série Damon Lindelof e Carlton Cuse. Em The Answer, os dois comentam alguns mistérios que já foram resolvidos neste ano.
Na seqüência, o AXN exibe a primeira parte do episódio final de Lost, Through the Looking Glass, às 21 horas.
Déborah Bloch já é nome certo na próxima minissérie de Maria Adelaide Amaral na Globo, Aos Meus Amigos, que entrará no ar em 2008.’
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