Renato Cruz

‘Ainda não dá para saber se a bandeira do Brasil colocada como imagem de fundo do Windows XP Starter Edition – versão simplificada do sistema operacional lançada ontem pela Microsoft -, conseguiu amolecer os corações duros lá de Brasília. O programa é parte essencial da proposta da maior empresa de software do mundo para fazer parte do Programa PC Conectado, em que o governo planeja colocar no mercado 1 milhão de micros de baixo preço e financiados, em 12 meses.

‘As pessoas algumas vezes não têm a noção de quanto a Microsoft Brasil é uma empresa brasileira’, afirmou Emilio Umeoka, presidente da subsidiária local. Cinco fabricantes de computadores – Itautec, Kennex, Novadata, Positivo e Semp Toshiba – planejam lançar, nas próximas semanas, micros que rodam o sistema operacional. Eles devem estar disponíveis nas Casas Bahia, Extra, Magazine Luiza e Ponto Frio. A Microsoft não planeja lançar uma versão de prateleira, na caixinha, para ser comprada sem o computador.

A americana Microsoft não informou o quanto ele será mais barato que a versão Home Edition, que costuma ser instalada nos computadores vendidos no varejo. Integrantes do governo haviam falado sobre algo em torno de US$ 30, mas a direção da Microsoft jura que não foram eles que passaram o valor à administração federal. O Positivo planeja vender seu computador com o Starter Edition a R$ 1.599. Ou seja, R$ 300 mais caro que seu micro popular com Linux, principal concorrente do Windows. O Linux é um software livre, que pode ser copiado e modificado sem o pagamento de licenças.

Os opositores ao sistema operacional da Microsoft, dentro do governo, apelidaram-no ‘Windows de pobre’. Ele tem uma série de limitações em relação à versão Home, que, segundo a Microsoft, não são relevantes para quem compra o primeiro computador, público-alvo do Starter Edition. O usuário pode abrir somente três aplicativos por vez, com três janelas de cada um. Nessa conta não entram programas como o antivírus e o discador de internet. A versão simplificada do Windows não tem recursos de conexão a redes locais de computadores. Por outro lado, traz tutoriais e vídeos sobre conceitos básicos de informática. Ensina como usar o mouse, por exemplo.

Apesar de o Starter Edition ter recebido críticas nos últimos meses de alguns integrantes do governo, o gerente-geral da Divisão de Windows Client da Microsoft Brasil, Dinis Couto, garante que o produto só foi demonstrado à administração federal no último dia 4. Na terça-feira, a Microsoft entregou ao governo sua proposta para participar do Programa PC Conectado.

Enquanto o governo sofre para colocar os computadores mais baratos na rua, o mercado já vai resolvendo de sua maneira. O PC Conectado seria lançado em dezembro do ano passado, mas não foi. As principais questões que bloqueiam seu lançamento são a redução de impostos na fabricação de PCs – que sofre oposição da Zona Franca de Manaus, que perderia vantagem competitiva em relação a outras regiões -, e o financiamento, com taxa próxima de 2% ao ano, em 24 parcelas.

Para Umeoka, PC Conectado e Starter Edition são dois assuntos separados. De acordo com ele, a Microsoft começou seus planos de lançar o sistema operacional em dezembro de 2003, muito antes de a administração federal começar a trabalhar a idéia do PC Conectado. O Starter Edition foi lançado no ano passado em países como a Tailândia, a Indonésia e a Malásia.’

‘A circulação de mensagens eletrônicas falsas na internet com o nome da Receita Federal preocupa contribuintes e levanta suspeitas sobre a segurança do programa de declaração do Imposto de Renda. Essa preocupação foi expressa pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, que encaminhou ao secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, um pedido de informações sobre um e-mail no qual é alertado para a possibilidade de falsificação de sua declaração do IR.

‘É importante dar esse SOS, porque o problema é potencialmente lesivo à cidadania’, afirmou Vidigal. Segundo ele, nas mensagens de alerta que circulam na rede, constam, entre outros, os números de CPFs do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de autoridades como o ex-presidente Itamar Franco, os ministros Gilberto Gil (Cultura) e Dilma Rousseff (Minas e Energia), o prefeito de São Paulo, José Serra, a ex-prefeita Marta Suplicy, os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e o senador Antonio Carlos Magalhães.

O presidente do STJ quer que a Receita encontre soluções que evitem a possibilidade de declarações falsas. O e-mail que ele recebeu chama a atenção para a falsificação ‘por desafetos ou mesmo por brincadeira’. A Receita Federal tranqüiliza os contribuintes e garante que o sistema é seguro. Além do mais, uma declaração falsa pode sempre ser substituída por uma verdadeira. ‘O que vale para a Receita na hora de cobrar o imposto são os fatos reais’, disse o supervisor nacional do IR, Joaquim Adir.’

‘Começou ontem, no Ministério da Justiça, em Brasília, a maratona de discussões para a reclassificação indicativa da programação da TV. O primeiro encontro teve como temas Televisão Brasileira, Classificação Indicativa, Liberdade de Expressão e Proteção à Criança e ao Adolescente. Os nomes dos representantes do Executivo, Legislativo, Judiciário e organizações da sociedade civil também foram publicados ontem, por meio de Portaria, no Diário Oficial da União. Emissoras estão representadas por associações: Evandro Guimarães (Abert), Jorge da Cunha Lima e Marco Antônio Coelho Filho (Abepec), Wagner Monteiro e Flávio Martinez (Abratel) e Luiz Eduardo Borgerth (Abra), entre outros. Há ainda representantes de produtoras independentes, da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi) e do Centro Brasileiro de Mídia para Crianças e Adolescentes (Midiativa).

A campanha Quem Financia a Baixaria É contra a Cidadania está duplamente na lista: além de Pedrinho Guareschi e Ricardo Moretzon, Orlando Fantazzini, criador da campanha, é o representante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

O processo é complexo: a cada encontro (serão seis), todos debatem o tema escolhido – a segunda reunião, que abordará Experiências Internacionais e Critérios e Procedimentos no Brasil, está prevista para 19 de maio. Em caso de discordâncias, caberá ao Ministério da Justiça decidir quais pontos serão acolhidos. O relatório irá para consulta pública para depois tornar-se uma proposta de regulamentação.’

‘Baixar o tom de voz dos atores que têm gritado em cena – como Regina Dourado, Neusa Borges, Daniela Escobar, Eliane Giardini e Mariana Ximenez – e diminuir o sofrimento exacerbado de alguns personagens, em especial da mocinha, Sol, de Deborah Secco. Estas são as primeiras mudanças determinadas em América a partir da troca de seu diretor de Núcleo, Jayme Monjardim – que deixou a produção anteontem – pelo até então diretor-geral do folhetim, Marcos Schechtman.

Os primeiros resultados dessa troca de comando devem começar a surtir efeito na tela já a partir de amanhã. A reforma pode interferir também na abertura.

A saída de Monjardim foi o estompim dos desentendimentos entre o diretor e a autora da novela, Glória Perez, que já não falavam a mesma língua desde a escalação do elenco. O clima entre os dois se amenizou graças ao ibope da estréia, mas as diferenças logo voltaram à tona em razão do tom que Monjardim vinha dando ao texto de Glória.

Em entrevista ao jornal O Globo, ontem, a atriz Deborah Secco disse que só vinha chorando e sussurrando em cena por indicação de Monjardim.

‘Nada será regravado. Os ajustes serão feitos a partir do ponto em que estamos’, disse ontem ao Estado uma das pessoas que integra a equipe de América. A Globo também encomendou uma pesquisa de grupo para acertar o passo da história. Os ânimos da audiência vêm esfriando: a novela estreou com 56 pontos e somava 46 de média até o capítulo de sábado. O capítulo de segunda-feira, entretanto, já registrava 43 de média na Grande São Paulo. Procurado pelo Estado, Monjardim não retornou às ligações.’

‘Com a saída de Jayme Monjardim, a autora de ‘América’, Glória Perez, se tornou uma diretora de núcleo informal da novela. Assim ela vem sendo tratada na Globo. Ontem, Perez já exerceu o comando. Passou o dia em reuniões com diretores de gravações e discutiu as primeiras mudanças. Marcos Schechtman, diretor-geral da novela nomeado por Monjardim, responde agora à autora.

Apesar de Monjardim ter dirigido até o capítulo 38, que vai ao ar no dia 26, data de aniversário da Globo, algumas mudanças já devem aparecer nos próximos dias. Perez está disposta a reescrever e regravar cenas e a mudar o que já está gravado na ilha de edição.

A primeira ‘vítima’ deverá ser ‘Sinfonia dos Sonhos’, música-tema do casal de protagonistas, Sol (Deborah Secco) e Tião (Murilo Benício). A composição é de Marcus Vianna, parceiro de Monjardim. Perez acha a música parecida com o tema dos protagonistas de ‘O Clone’, também de Vianna. Ela detesta ainda a música de abertura, de Vianna, que considera igual à de ‘Pantanal’, da extinta Manchete. A autora defendia que a abertura fosse ‘Soy Loco por Ti, América’, com Ivete Sangalo, mas foi derrotada.

Mudança certa é na forma de interpretação de Deborah Secco. Ela deixará de sussurrar e de chorar tanto. Perez quer uma protagonista mais alegre e menos sofredora e uma novela ‘ensolarada’. Os takes do Pantanal mato-grossense também devem sumir.

Perez reclamava da direção de Monjardim desde o início da novela. Uma reportagem da ‘Veja’ no fim de semana detonou a crise. Ela achou que foi Monjardim quem passou informações para a revista e, numa reunião na segunda à tarde, pediu a cabeça do diretor a Mário Lucio Vaz, diretor-geral artístico da Globo. Na reunião, Perez foi irredutível: disse que havia um ‘descompasso’ entre o que escrevia e o que ia ao ar, que não se reconhecia no vídeo.

Vaz também se reuniu com Deborah Secco (que pediu para mudar a interpretação) e com Monjardim, que se sentiu forçado a pedir afastamento. O diretor, no entanto, por ter agido como um ‘gentleman’, não saiu desprestigiado. A Globo está grata a ele.

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Calendário A Record mudou de novo a estréia de ‘O Aprendiz’. A segunda edição do ‘reality show’ inicialmente entraria em maio e depois ficou para agosto. Agora a estréia está marcada para 23 de junho. Claro e Fiat vão patrocinar. O apresentador Roberto Justus terá comando total da produção.

Reprimido Autor de ‘Xica da Silva’, que assinou como Adamo Angel, Walcyr Carrasco não esconde a amigos que está feliz com o sucesso da reprise da novela pelo SBT. Mas não pode escancarar: é contratado da Globo, e ‘Xica’, com médias acima de 12 pontos, tem tirado audiência de ‘América’.’