Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Renato Cruz

‘As empresas movimentam-se para atender à preferência dada pelo governo federal ao software livre. A Altitude Software, Plusoft e Procwork uniram-se à Cobra Tecnologia, que pertence ao Banco do Brasil, para criar uma solução de central de atendimento com o código aberto, chamada CRM Livre. Ou seja, o governo poderá ter acesso às linhas de programação que formam o software e, se necessário, modificá-las.

‘Software livre não significa, necessariamente, gratuidade’, explicou a diretora-geral para a América Latina da Altitude Software, Elaine Ferreira, que participou do Congresso Nacional das Relações Empresa-Cliente 2004 (Conarec). A idéia é entregar o código e cobrar por ele na forma de serviço, com uma mensalidade, no lugar de cobrar licença. A Altitude é uma empresa portuguesa, que abriu o código de seus produtos somente para o mercado brasileiro, de olho nas oportunidades governamentais.

‘Foi um pouco difícil de convencer a matriz’, contou Elaine. Não se trata, porém, de uma adesão à General Public License (GPL), licença pública geral, criada pelo americano Richard Stallman, pai do movimento de software livre.

O que as empresas do consórcio CRM Livre assinará com os clientes são um contrato de transferência de conhecimento e outro de prestação de serviços.

Na versão de Stallman, uma vez desenvolvido, o software pode ser modificado e copiado livre e gratuitamente.

As centrais de atendimento movimentaram R$ 2,7 bilhões no País durante o ano passado, de acordo com estudo da E-Consulting. O maior cliente é o setor financeiro. ‘Até 2008, o faturamento das empresas de contact center vai dobrar, e o principal cliente será o governo’, disse o presidente da Associação Brasileira das Relações Empresa-Cliente (Abrarec), Roberto Meir, que prevê uma forte expansão do atendimento remoto ao cidadão.

Para o projeto CRM Livre, a Altitude Software forneceu sistemas de integração entre computador e telefonia, como discagem automática e Unidade de Resposta Audível (URA), que permite à máquina falar. A Plusoft foi responsável pela solução de relacionamento com o cliente, com a linguagem Java de programação. A Cobra entrou no grupo com o pacote de aplicativos Freedows e com os providenciais contatos com o governo. A Procwork integrou os sistemas.

O consórcio usou o evento Conarec, que terminou ontem em São Paulo, como vitrine para o CRM Livre. As empresas montaram uma central com quatro posições de atendimento, em 84 metros quadrados, para que as pessoas pudessem ver a tecnologia em operação.

‘O resultado foi muito além do esperado’, afirmou Elaine, da Altitude.

‘Surgiram vários interessados, até da iniciativa privada.’ De acordo com a executiva, a solução reduz os gastos de 27% a 30%, e interessou empresas que operam suas próprias centrais de atendimento, como uma alternativa de redução de custos sem terceirização. A idéia para o CRM Livre surgiu na edição do ano passado do Conarec. A integração da tecnologia levou dois meses.



Gerusa Marques

‘País economiza com software livre’, copyright O Estado de S. Paulo, 8/10/04

‘O governo federal economizou, desde agosto de 2003, R$ 28,5 milhões com a utilização de softwares livres em 15 órgãos federais.

Essa economia corresponde ao pagamento de licenças para uso de programas de computador de propriedade privada, como os da Microsoft. Os dados, divulgados ontem, estão em uma pesquisa do Comitê de Implementação de Software Livre, coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), ligado à Casa Civil da Presidência da República.

O software livre, segundo o presidente do ITI, Sérgio Amadeu, já é usado em 91 órgãos federais, incluindo todos os ministérios. E a economia do governo pode ter sido ainda maior, porque só 15 órgãos responderam ao item do questionário sobre economia na adoção dos programas livres.

A pesquisa mostra que esses 15 órgãos gastaram R$ 768 mil com os programas livres – se tivessem usado softwares proprietários, o custo teria sido de R$ 24,8 milhões. O governo, segundo Amadeu, gasta cerca R$ 100 milhões por ano só com softwares básicos, como sistema operacional e aplicativos de escritório, sem contar os demais programas usados nos computadores e nos bancos de dados.

O Comitê está traçando, em seminário iniciado ontem, um planejamento estratégico de implementação do software livre nos órgãos federais em 2005.

O uso desses programas de código aberto no governo começou em 2003. ‘Saímos de um total aprisionamento aos softwares proprietários para o reconhecimento, pelas áreas de tecnologia da informação, de que o uso do software livre é uma alternativa real para solucionar seus problemas’, disse Amadeu.

A estimativa é de que o software livre reduz os custos com licenças em pelo menos R$ 1.100 por computador. ‘Com soluções proprietárias, vamos aumentar o envio de royalties para pagar licenças, o que é um desperdício de recursos do País.’ Além da economia, a opção pelo software livre, diz Amadeu, tem outras vantagens, como a independência do fornecedor pelo acesso ao código fonte do programa, liberdade para mudar o software e possibilidade de capacitação tecnológica do País, já que o desenvolvimento do programa é compartilhado.

A pesquisa apontou como maior problema a capacitação de profissionais para usar esses softwares. Esse item foi citado por 74% dos órgãos que estão no programa. O segundo maior obstáculo, apontado por 69% dos entrevistados, foi a grande quantidade de programas proprietários ainda usados no governo.’



Luiz Queiroz

‘Governo economiza R$ 28,5 milhões com software livre’, copyright Gazeta Mercantil, 8/10/04

‘Esse foi o resultado em15 órgãos públicos que adotaram o sistema. O governo federal conseguiu uma economia, em um ano, de R$ 28,5 milhões, ao não pagar pela aquisição de licenças de uso de softwares proprietários. Esse resultado foi obtido por apenas 15 empresas da Administração Pública Federal, que nos últimos 12 meses substituíram esses programas e sistemas de computadores por similares em código aberto, os chamados softwares livres. O anúncio foi feito ontem pelo presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) Sérgio Amadeu da Silveira, ao fazer um balanço da implantação do software livre nos ministérios e órgãos vinculados do Poder Executivo.

Amadeu também comparou os custos dos sistemas abertos com os programas proprietários na Administração Federal. No último ano, os órgãos que migraram para o software livre gastaram apenas R$ 768 mil com a formação de pessoal habilitado em sistemas como o Linux. Amadeu explicou que se os órgãos públicos e estatais tivessem comprado os programas proprietários, o governo teria desembolsado R$ 24,8 milhões na compra dos softwares ou renovação de licenças.

Esse custo de formação de pessoal também poderá ser reduzido em breve, pois a Escola Nacional de Administração Pública passará a ministrar cursos para o funcionalismo público na área de software livre, em substituição aos cursos promovidos por empresas privadas.

Numa pesquisa feita pelo Comitê de Implementação do Software Livre, presidido por Sérgio Amadeu, a maioria dos 88 órgãos (74%) que respondeu os questionários disse que um dos maiores empecilhos enfrentados para o avanço do software livre em suas unidades é a formação do pessoal. ‘O item capacitação é o maior problema para implementar o software livre’, afirmou Amadeu.

Entretanto, os gestores também responderam que estão investindo mais nessa questão de formação de mão-de-obra para tornar viável o projeto no médio prazo. Cerca de 68% dos órgãos públicos informaram ter mobilizado sua equipe técnica para conhecer o software livre e, desse total, 38% treinaram pessoal para adotar a nova solução.

Pouco mais da metade dos órgãos federais (52%) afirmam ter técnicos com conhecimento que varia do básico ao avançado em administração de redes na nova plataforma, e 60% das equipes têm conhecimento das ferramentas disponíveis na área. No desenvolvimento de sistemas em código aberto, 52% dos órgãos garantem que dispõem de gente habilitada para a tarefa.

A pesquisa mostrou também que as maiores dificuldades para a implantação do software livre dentro do governo ocorrem nos chamados ‘sistemas estruturadores’. Basicamente são os sistemas geridos pelos mainframes (supercomputadores) utilizados pelas estatais Dataprev, Serpro e Datasus.

O problema reside no fato de esses sistemas comportarem um número gigantesco de informações processadas, cujos sistemas são antigos e necessitam de mais tempo e dinheiro para que sejam encontradas soluções que substituam os programas proprietários pelos de código aberto, garantindo eficiência no processo de migração. Nessa área o governo teme fazer uma mudança brusca e perder sua capacidade de processamento em áreas sensíveis, como o pagamento das aposentadorias.

A Previdência roda mensalmente folha de pagamentos de 25,5 milhões de beneficiários, com média de 5 milhões de impressões. Segundo o diretor do Serpro, Sérgio Rosa, a migração para o software livre na área de mainframes exigirá tempo e recursos, mas virá. Amadeu ressaltou que a economia do governo será aplicada em benefício da mudança de plataforma na computação de grande porte.’



Tribuna da Imprensa

‘Governo economiza R$ 28,5 milhões com software livre’, copyright Tribuna da Imprensa, 8/10/04

‘O governo federal economizou, desde agosto do ano passado, R$ 28,5 milhões com a utilização de softwares livres em 15 órgãos federais. Essa economia corresponde ao montante que o governo gastaria com o pagamento de licenças para a utilização de programas de computador de propriedade privada, como os da Microsoft.

Os dados divulgados ontem fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Comitê de Implementação de Software Livre, coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), ligado à Casa Civil da Presidência da República.

O software livre, segundo o presidente do ITI, Sérgio Amadeu, já é utilizado em 91 órgãos federais, incluindo todos os ministérios. A economia do governo, no entanto, pode ter sido ainda maior, uma vez que apenas esses 15 órgãos do levantamento responderam ao item do questionário sobre economia na adoção de programas livres.

A pesquisa mostra ainda que esses 15 órgãos gastaram R$ 768 mil com programas livres, no lugar de investirem R$ 24,8 milhões se tivessem usado softwares proprietários. O governo federal, de acordo com Amadeu, gasta cerca R$ 100 milhões por ano somente com softwares básicos, como sistema operacional e aplicativos de escritório, sem contar os demais programas utilizados nos computadores e nos bancos de dados.

O comitê vai traçar, em seminário que termina hoje, um planejamento estratégico de implementação do software livre nos órgãos federais em 2005. A utilização desses programas de código aberto no governo federal começou no início do ano passado. ‘Saímos de um total aprisionamento aos softwares proprietários para uma situação em as áreas de tecnologia da informação perceberam que o uso do software livre pode ser uma alternativa real para solucionar seus problemas’, disse Amadeu.

A estimativa é de que a utilização de software livre reduza os custos com licenças em pelo menos R$ 1.100 por computador. ‘Com soluções proprietárias, vamos aumentar o envio de royalties para pagar licenças, o que é um desperdício de recursos do País’, afirmou.

Além da economia, a opção pelo software livre, segundo Amadeu, proporciona outras vantagens, como a independência do fornecedor pelo acesso ao código fonte do programa, liberdade para alterar o software e possibilidade de capacitação tecnológica do País, já que o desenvolvimento do programa é compartilhado.

A pesquisa apontou como maior problema a capacitação de profissionais para a utilização de softwares livres. Esse item foi citado por 74% dos órgãos federais que estão no programa. O segundo maior obstáculo, apontado por 69% dos entrevistados, foi a grande quantidade de programas proprietários ainda utilizados no governo.’