Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Renato Cruz

‘O mercado de internet rápida de São Paulo é o mais competitivo do País, de acordo com empresas que prestam o serviço, o que tem levado a um fenômeno parecido com o que se observa na telefonia celular: crescimento acima da expectativa e popularização do serviço. ‘O acesso rápido está chegando a níveis muito inferiores de renda mais do que em países desenvolvidos’, afirma o vice-presidente de Negócios Residenciais da Telefônica, Odmar Almeida Filho.

Com cerca de três quartos do mercado em São Paulo, a Telefônica tem mais de 720 mil clientes do Speedy, seu serviço de internet rápida, e espera chegar a 800 mil até o fim do ano. Almeida apresenta estudos de 5 grandes consultorias, que projetavam, em média, 620 mil assinantes para todas as prestadoras de banda larga em São Paulo, ao fim do ano, e ‘o mercado tem contrariado as melhores previsões.’

Devido à situação financeira, as principais concorrentes da Telefônica foram pouco ativas até 2003. A competição, porém, tem aumentado. A Net fechou o primeiro semestre com 131 mil clientes do Vírtua, presente em 11 cidades do País, e prevê fechar o ano com 200 mil. ‘A concorrência é cada vez mais acirrada, principalmente em São Paulo’, diz Ciro Kawamura, diretor de Marketing e Produtos da Net.

Uma razão para o crescimento são os pacotes cada vez mais acessíveis. Um terço dos clientes conquistados pelo Speedy nos últimos 6 meses tem renda inferior a R$ 1,2 mil. Lançado em abril, o Speedy Light, mais barato, responde por 20% da base. De acordo com Almeida, o Speedy deve se tornar cada vez mais flexível. Entre os modelos analisados pela Telefônica estão pacotes com um número limitado de horas mensais; pacotes sem mensalidade, em que o cliente paga só o que usa; e pacotes pré-pagos. Na semana passada, a empresa lançou um pacote que funciona nos sábados, domingos e feriados e das 20h às 8h durante a semana. A explosão da banda larga tem levado ao crescimento de mercados correlatos. A TES Tecnologia está trazendo ao País um sistema de videoconferência que custa R$ 3 mil. ‘É um serviço que começa a se tornar acessível a pequenos escritórios ou até a quem trabalha em casa’, diz João Aguiar, da TES.’



David Orr

‘Conheça o universo literário da internet’, copyright Folha de S. Paulo / The New York Times, 13/10/2004

‘A internet é uma impressionante coleção do melhor que já foi pensado e dito, especialmente se isso envolver aconselhamento gratuito sobre hipotecas ou posições sexuais. Mas a rede também abriga centenas de sites que falam, criticam, provocam e, geralmente, fazem reflexões sobre livros, escritores e obras literárias. A lista a seguir é uma introdução à vida literária na internet.

Beatrice (www.beatrice.com): apresenta notícias literárias diárias com um estilo imparcial e uma mente aberta; o site também contém entrevistas com autores como o ás da ficção científica Bruce Sterling.

Bookslut (www.bookslut.com): embora pareça ser um serviço pessoal para adultos dirigido aos fãs de ‘Madame Bovary’, destina-se a fornecer ‘análises criteriosas, comentários sobre tendências, notícias atualizadas e um monte de tolices’. A editora do Bookslut, Jessa Crispin, é uma conhecida blogueira de literatura e autora de ‘Slutlessons’ (algo como Lições de Libertinagem).

The Complete Review (www.complete-review.com): oferece mais de 1.200 críticas sobre títulos de alta qualidade em gêneros diversos, bem como links para críticas de outras fontes. Os proprietários anônimos do site escrevem um blogue notável por sua erudição e sua defesa apaixonada da literatura traduzida.

Cosmoetica (www.cosmoetica.com): o poeta Dan Schneider, que se diz ‘melhor que Walt Whitman’ e aparentemente já produziu mais de 10 mil poemas, encontra tempo para fazer críticas a seus colegas poetas e analistas.

Everyone Who’s Anyone in Adult Trade Publishing (www.everyonewhosanyone.com): um dos grandes tesouros da rede, esse site é uma lista de todos os agentes e editores que Gerard Jones contatou em sua tentativa de ter seus vários manuscritos publicados. O site diz mais sobre o mundo dos livros do que uns cinco tratados sobre ‘Como Publicar’ juntos.

FanFiction.Net (www.fanfiction.net): traz fanfic, ficção escrita por fãs, ou seja, uma história não-oficial sobre uma obra original. São contos curtos, poemas, peças ou romances baseados em programas e filmes da TV e, naturalmente, nos clássicos da literatura contemporânea. O Fanfic usa as personagens da fonte pré-existente e tende a ser obsceno.

Foetry (www.foetry.com): é dedicado a ‘desmascarar os concursos fraudulentos, rastrear os bajuladores, dar nome aos bois’.

Godawful Fan Fiction (www.godawful.net): quando você tiver aproveitado o máximo de slash (fanfic em que os personagens são homossexuais), gen (gênero de fanfic) e ship (nome dado aos que apóiam o casal de personagens Harry e Hermione), então será hora de visitar esse site, em que o pior do fan fiction recebe cáusticas críticas.

Identity Theory (www.identitytheory.com): contém críticas e um blogue, mas sua principal atração são entrevistas com escritores e ilustradores. A informalidade das entrevistas freqüentemente traz à tona reações que são tão sinceras quanto divertidas.

The Literary Dick (www.jonathanames.com/blog/literary_blog.html): os autores tentam responder a perguntas sobre vários mistérios literários enviadas por leitores. Você tem curiosidade sobre a lesão dos testículos de Henry James? Procure aqui e você achará a resposta.

The London News Review – Books Diary (www.lnreview.co.uk/books/diary/): é o mais divertido dos blogues literários. Fala duramente sobre os objetos de seu desprezo, notadamente poetas e críticos literários.

Maud Newton (www.maudnewton.com): Maud Newton é uma escritora de Nova York e ex-advogada, cujo blogue é uma das melhores fontes de notícias da indústria editorial e salas de bate-papo sobre literatura. Traz entrevistas com autores e editores.

MobyLives (www.mobylives.com): o site está suspenso, mas seu arquivo está ativo e contém artigos instigantes.

Poetry Daily (www.poetrydaily.org): todos os dias, o site publica um poema escrito por um autor contemporâneo. Seu arquivo é precioso, pois traz um catálogo de notícias sobre poesia de todo o mundo.

Publishers Lunch (www.publishersmarketplace.com): é um serviço de e-mail que faz atualizações diárias sobre os destaques do mundo editorial. A assinatura básica é gratuita.

The Underground Literary Alliance (www.literaryrevolution.com/): os rudes e desastrados populistas do ULA estão determinados a abalar o pedante cenário editorial de Nova York e a trazer de volta às massas a boa e velha ficção bem trabalhada.

Web del Sol (www.webdelsol.com): confuso, abre portas para diversas e diferentes revistas literárias, artigos e obras literárias originais.

Words Without Borders (www.wordswithoutborders.org): é impossível não admirar a inteligência e o idealismo desse site, que é dedicado à tradução de literatura estrangeira para o inglês. Como destacam os administradores do site, metade de todos os livros em versão são traduzidos do inglês, mas apenas 6% são traduzidos para o inglês. Tradução de Angela Caracik’



Fernando Badô

‘Mundo digital acolhe literatura do Brasil’, copyright Folha de S. Paulo, 13/10/2004

‘A internet também traz sites de conteúdo ligado à literatura nacional, o que é um prato cheio para fãs ou vestibulandos que precisam estudar os diversos movimentos literários e as obras obrigatórias das listas dos exames.

Biblioteca Virtual de Literatura (www.biblio.com.br): Reúne obras que são de domínio público, cujos autores morreram há mais de 70 anos, e as coloca à disposição para leitura on-line, download ou impressão. Traz as biografias de diversos autores.

Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Lingüística (www.literaturabrasileira.ufsc.br): Sob responsabilidade da Universidade Federal de Santa Catarina, divide as obras não apenas por autor ou por título, mas por século, o que facilita a busca por textos relacionados a um movimento literário específico.

Literatura NET (www.literaturanet.hpg.ig.com.br): Não se limita a oferecer obras completas. Oferece espaço para que novos autores publiquem seus próprios escritos e dá dicas de uso da língua portuguesa em redações.

Literatura Online (www.lol.pro.br): Em Dicas culturais, há críticas de livros, filmes e trilhas sonoras. Em Academia, há aulas de língua portuguesa com exemplos de mau uso da norma culta. Existe espaço para novos escritores publicarem textos e é possível baixar obras completas.

Literatura On Line (www.literaturaonline.com.br): O ponto forte são as resenhas de lançamentos e a agenda com as noites de autógrafos. Abre espaço para que personalidades -como os candidatos deste ano à Prefeitura de São Paulo- indiquem livros.

Digestivo Cultural (www.digestivocultural.com.br): A atualização para cada um dos assuntos tratados pelo site é semanal. Terça-feira é o dia das críticas literárias e de imprensa. O internauta também pode expressar e discutir opiniões nos fóruns .

Literatura e Gramática (www.literatura.pro.br): Oferece os resumos comentados dos livros das listas de vários processos seletivos, incluindo Fuvest e Unicamp. Traz dicas de gramática e redação, uma seção com as dúvidas mais comuns e vários exercícios.

Biblioteca Virtual de Literatura (www.prossiga.br/pacc/bvl): Funciona mais como um portal de apoio à pesquisa do que como um site que oferece conteúdo. Como referências de estudo, traz links de dicionários e enciclopédias especializados em literatura.

Projeto diário de literatura (www.pd-literatura.com.br): Repleto de artigos, resenhas e colunas sobre o assunto. Há espaço para a publicação de contos e poemas e links para outras páginas do tema. O internauta pode assinar gratuitamente um e-zine.

Centro Virtual Camões (www.instituto-camoes.pt/cvc/index.html):Indicado para quem busca literatura portuguesa. Há estudos de lingüistica, da cultura e de outros tipos de arte. Em Sala de Leitura, leia o poema da semana e pequenos contos.

Project Gutenberg (www.gutenberg.net): Coloca à disposição para download milhares de obras em diversos idiomas. è possível encontrar obras, por exemplo, de Paltão, Shakespeare ou Balzac. A página está em inglês, o que pode atrapalhar quem não domina o idioma.

Literatura nos vestibulares (redb.sites.uol.com.br/litnovo.html): Traz estudos dos livros que foram indicados aos vestibulares, com ênfase nos processos seletivos da Fuvest, Unicamp e PUC de São Paulo. Os livros da lista do ano passado também fazem parte do conteúdo.’



Folha de S. Paulo /Associated Press

‘Google cria programa de busca no disco rígido’, copyright Folha de S. Paulo / AP, 15/10/2004

‘O Google, líder das ferramentas de buscas on-line, está de olho no desktop do computador com um novo software que promete vasculhar a montanha de documentos, e-mails, mensagens instantâneas e outros arquivos armazenados em discos rígidos.

O programa de busca gratuito, que pode ser baixado em http://desktop.google.com, é a última tentativa da empresa americana de ampliar sua fatia de mercado com uma ferramenta que pode ajudar os usuários a administrar um crescente número de informações em seu computador. A Microsoft trabalha numa ferramenta semelhante que, segundo divulgou recentemente, não estará pronta para a próxima versão do sistema operacional Windows, prometido para 2006.

‘Pensamos nesse programa como uma memória fotográfica do computador’, disse Marissa Mayer, diretora do Google para produtos de consumo na web. ‘É muito abrangente. Se há alguma coisa que você um dia viu na tela do seu computador, achamos que deveria ser possível encontrá-la novamente, com rapidez.’

A novidade poderá dar ao Google, líder em buscas na internet, uma vantagem competitiva importante para atrair tráfego de suas principais rivais, o MSN da Microsoft e o Yahoo, ambas as quais vêm aperfeiçoando suas tecnologias.

Embora o programa possa ser usado exclusivamente off line para investigar discos rígidos, o Google o projetou para se fundir com sua máquina de buscas on-line. Os visitantes do Google que têm o novo programa instalado no computador verão uma opção ‘desktop’ acima da barra de ferramentas da máquina de buscas, e todos os resultados incluirão uma parte dedicada ao disco rígido, além da web.

‘A integração com a máquina de buscas é a chave desse produto’, disse Charlene Li, analista da Forrester Research que testou o novo software.

O Google está apostando que o programa expandirá seu público de ferramentas de busca e incentivará até mais buscas on-line do que ela já processa -o que produziria renda em publicidade, principal renda da empresa.

O sucesso financeiro do Google já transformou sua ação em uma commodity ‘quente’. As ações da empresa fecharam ontem cotadas em US$ 142 um ganho de mais de 60% desde sua oferta pública inicial por US$ 85, menos de dois meses atrás.

Temendo despertar temores sobre privacidade, o que atrapalhou seu recém-lançado serviço de e-mail, o Google está enfatizando que o programa de busca no desktop não permite a invasão do disco rígido, mesmo quando o produto se conecta com a máquina de buscas on-line.

‘É totalmente privativo’, disse Mayer. ‘O Google não sabe o que acontece quando o disco rígido é pesquisado.’

Pam Dixon, diretora executiva do World Privacy Forum (Fórum Mundial de Privacidade), disse que só vai dar uma opinião quando analisar totalmente o novo programa. ‘A principal questão será se essa coisa se conecta com a nave-mãe.’

Apesar de suas reservas, Dixon acredita que o programa de buscas do Google terá um grande apelo. ‘Acho que a maioria das pessoas pensa nos discos rígidos de seus computadores como buracos negros da informação, por isso o software pode ser realmente valioso’, ela disse.

Outros programas de busca no desktop já estão disponíveis, como o X1 Search da X1 Technologies de Pasadena, mas o Google é a primeira companhia entre os grandes nomes dessa tecnologia que tenta facilitar a pesquisa em todo tipo de arquivo nos computadores pessoais.

O Google começou a trabalhar no programa, com codinome ‘Fluffy Bunny’ [coelho fofinho] cerca de um ano atrás, disse Mayer, reagindo a um refrão conhecido: ‘Por que não posso pesquisar meu computador com a mesma facilidade com que pesquiso a web?’

Além da Microsoft, a AOL também estaria trabalhando em um programa semelhante, e a maioria dos analistas da indústria acredita que a Yahoo desenvolverá algo na mesma linha.

O Google está permitindo que as pessoas baixem o programa de graça. Atualmente compatível apenas com o sistema operacional Windows, ele exige cerca de dez minutos de download em uma conexão discada e leva cerca de cinco a seis horas para indexar o disco rígido de um computador.

Cada usuário pode escolher o tipo de informação a ser indexado e pesquisado. O produto pode vasculhar os arquivos que usam aplicativos do Microsoft Office e vários tipos de programa de e-mail, incluindo o Outlook da Microsoft, Hotmail e Yahoo.

A ferramenta de buscas no desktop do Google ainda não é compatível com o novo serviço de e-mail da empresa, chamado Gmail. Se desejado, o programa salvará automaticamente todas as conversas de mensagem instantânea da AOL e todas as páginas da web armazenadas em um computador.

O programa do Google é tão poderoso, segundo Li, que os usuários deverão considerar cuidadosamente que tipo de material querem indexar, especialmente se compartilham o computador com a família, amigos ou colegas de escritório. ‘As pessoas vão ter de pensar bastante sobre isso. Existem algumas coisas num computador que você provavelmente não quer que sejam indexadas’, disse Li. Tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves’