Sunday, 17 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Renato Cruz


‘‘Se perguntarem por que Belo Horizonte, é bairrismo mesmo’, afirmou o ministro das Comunicações, Hélio Costa. ‘O ministro mora lá e pode verificar no fim de semana se o sistema está funcionando.’ Costa assinou ontem um acordo com a Intel, durante evento da empresa em São Paulo, para instalar o WiMax, tecnologia de banda larga sem fio, na capital mineira. ‘Até o fim deste mês ou o começo de dezembro, vamos iluminar um terço da cidade, levando a internet a pelo menos 30 pontos de serviços públicos, como escolas e postos de saúde.’


O acordo faz parte da reformulação do Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento do Cidadão (Gesac), programa de inclusão digital que, até agora, conectou 3,2 mil pontos via satélite, tecnologia mais cara que outras. Costa informou que já está substituindo-a por Asymmetric Digital Subscriber Line (ADSL) – sistema usado em serviços como o Speedy, da Telefônica, o Velox, da Telemar, e o BrTurbo, da Brasil Telecom – e por acesso via rede de TV a cabo, onde as tecnologias estão disponíveis.


‘Dos 5.560 municípios brasileiros, menos de 2 mil têm acesso à internet e menos de 10% possuem banda larga’, destacou o ministro. ‘Desde agosto estudamos adotar a banda larga sem fio no programa.’ Também participam do projeto a TVA, como fornecedora de conteúdo, e a prefeitura de Belo Horizonte.


TV DIGITAL


‘É a primeira vez que ouço falar desse número’, disse Costa, sobre a necessidade de, pelo menos, R$ 100 milhões para as pesquisas do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) no próximo ano. Na segunda-feira, os cientistas informaram que precisam de pelo menos R$ 100 milhões para transformar a pesquisa da TV digital em produto.


Mesmo sem discutir valores, o ministro garantiu que os trabalhos do SBTVD terão continuidade, e que não vão faltar recursos. ‘O Funttel terá R$ 200 milhões no ano que vem’, destacou Costa. O Funttel é o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações. Para a primeira fase da pesquisa, que se encerra na sexta-feira, será desembolsado um total de R$ 52 milhões até janeiro, para 20 consórcios, com 1,5 mil pesquisadores. O governo define até 10 de fevereiro se irá adotar o sistema criado aqui.’



Folha de S. Paulo


‘Microsoft abre centros de inovação ‘, copyright Folha de S. Paulo / Bloomberg, 7/12/05


‘A Microsoft, maior fabricante mundial de software, vai inaugurar uma rede de 90 centros de suporte para o desenvolvimento de softwares em países como a Índia, a Coréia do Sul e o Brasil.


A Microsoft pretende usar esses ‘centros de inovação’ para estimular os desenvolvedores de software desses países a criar mais programas baseados nas tecnologias da empresa.


O projeto de centros de inovação em vários países é baseado em uma experiência que começou no Brasil, com os chamados centros de tecnologia XML, diz Daniel Wollmann, gerente de marketing técnico da Microsoft do Brasil.


Existem hoje 18 desses centros no Brasil. No próximo ano devem ser abertos mais dois, dentro do novo programa de centros de inovação.


Os centros brasileiros, que operam desde 2001, foram usados por universidades, centros de pesquisa e empresas de software para criar projetos como o do Poupatempo, desenvolvido em um dos centros em parceria com a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo), de acordo com Wollmann.


Na Índia, a Microsoft trabalha com cerca de 650 mil programadores, aos quais fornece programas e treinamento para ajudá-los a desenvolver produtos.


Os centros começarão a operar imediatamente em 60 instalações existentes na Austrália, no Brasil, na China, na Alemanha, no Japão e na Malásia. A Microsoft inaugurará ainda 30 centros que serão instalados na Índia, na Coréia do Sul e na África do Sul no ano que vem.


A Microsoft não informou quanto pretende investir para montar e operar esses centros.


Os centros de inovação fornecerão instalações e recursos para estudantes, desenvolvedores de software e pesquisadores.’



BANG BANG


Keila Jimenez


‘Globo tenta salvar Bang Bang ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 7/12/05


‘Bang Bang vai ganhar uma forcinha nos próximos dias. Na tentativa de ressuscitar a sua trama das 7, a Globo recrutou o autor Carlos Lombardi para a equipe de salva-vidas da trama. Lombardi, que nega ser o autor reserva da trama de Mário Prata – afastado por problemas de saúde desde a estréia -, está há poucos dias participando de reuniões com os roteiristas de Bang Bang, e, como ele mesmo diz, dando seus ‘pitacos’ no folhetim. Novos personagens e menos destaque para os romances são algumas das sugestões de Lombardi na novela que prometia, mas não cumpriu.


Bang Bang tinha pinta de novela inovadora, ares de crítica e chacota, ao estilo Que Rei Sou Eu?, mas não emplacou. Fez o horário das 7 da Globo despencar para a faixa dos 24 pontos de audiência, 10 a menos que suas antecessoras.


‘Analisei a novela e dei sugestões. Acredito que ela tenha de recuperar mais o tom de comédia. Quem viu as chamadas e se interessou esperava uma comédia. Há idéias minhas em Bang Bang em ação a partir da próxima semana, mas estou tentando ser discreto’, fala Lombardi. ‘Sei que a novela precisa ser romântica para agradar ao público feminino, mas talvez tenham mudado o tom demais. Tanto que assisti aos primeiros capítulos e não vi mais. O pedido-chantagem emocional para eu dar uma força na trama partiu do Mário Lúcio Vaz (chefão artístico da Globo) e do Ricardo Waddington (diretor de núcleo)’, conta o autor, que tenta recuperar a idéia inicial de Mario Prata, mesmo sem Mario Prata.


Mas a missão de salvamento de Bang Bang não contará com ele por muito tempo. Carlos Lombardi já está trabalhando em sua próxima novela, com promessa de estrear entre outubro de 2006 e janeiro de 2007 na Globo.’



Daniel Castro


‘Só comédia salva ‘Bang Bang’, diz Lombardi’, copyright Folha de S. Paulo , 7/12/05


‘Carlos Lombardi, 47, experiente autor de novelas das sete (‘Quatro por Quatro’, ‘Vira Lata’, ‘Uga Uga’), é o novo reforço, ainda que temporário, de ‘Bang Bang’, trepidante faroeste da Globo que corre o risco de entrar para a história como a pior trama das 19h no Ibope _sua média atual é de 25 pontos, contra 14 da Record.


Segundo a Globo, Lombardi será um ‘consultor técnico’ da jovem equipe de roteiristas que assumiu ‘Bang Bang’, abandonada por seu criador, Mário Prata. ‘Só vou dar palpite, dizer para onde os autores devem ir. Serei uma fada da Cinderela interpretada pelo Bussunda’, define Lombardi.


O autor acha que a equipe que assumiu ‘Bang Bang’ errou ao tirar comédia e dar uma ‘guinada à direita’, partindo para o melodrama. ‘Não acho que essa novela sobreviva sem comédia. Desse jeito [tentando ser realista] parece que estamos vendo novela com as pessoas fantasiadas. Se vai manter esse visual, esse figurino, essa proposta radical farsesca do lugar e do tempo que não existe, não dá para ter personagem que não faça comédia. ‘Bang Bang’ desequilibrou para o melodrama. É hora de equilibrar’, diagnostica.


Lombardi identifica um erro original em ‘Bang Bang’ (faroeste nunca atraiu mulher, público das 19h), mas sugere que a novela ‘volte a ser mais Mário Prata’, desde que as ‘piadas sejam compreensíveis’. E vai propor a entrada de dois novos personagens.


OUTRO CANAL


Xampu Silvio Santos está decidido a investir no ramo de cosméticos em 2006. O Grupo Silvio Santos já possui um avançado estudo para a instalação de uma fábrica de produtos de higiene pessoal num enorme galpão, ao lado do SBT, na rodovia Anhangüera, comprado no início deste ano. Será uma fábrica própria. O nome da marca, que não terá nada a ver com Silvio Santos, ainda está em estudos.


Calhau A Globo deixou de exibir domingo à tarde a edição do ‘Globo Notícia’ que antecede o ‘Domingão do Faustão’ _o que obrigou o apresentador Fausto Silva a improvisar. Não foi falta de notícia. Glória Maria estava pronta para entrar no ar, mas o técnico de áudio de plantão no jornalismo teve um problema e se atrasou. Quando chegou, não conseguiu preparar o áudio a tempo.


Nas alturas A Record vai comemorar com anúncios em jornais e revistas o Prêmio Caboré/Profissional do Ano obtido anteontem à noite por Walter Zagari, seu superintendente comercial _que diz que o faturamento da emissora vai crescer 40% em 2005.


Saia justa No ‘Roda Viva’ (TV Cultura) de anteontem, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, defendeu a necessidade de regulamentar a publicidade em emissoras públicas. Em outras palavras, disse que os intervalos do próprio programa que o entrevistou estão fora da lei.’



HOMER vs. BONNER


Jotabê Medeiros


‘Homer Simpson inferniza vida de William Bonner ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 7/12/05


‘Homer Simpson tem 1m83, pesa entre 108 e 119 quilos, tem entre 36 e 39 anos e usa roupas tamanho extra-grande. Certa ocasião, vendeu a alma por um donut e, numa briga com uma máquina de refrigerantes, ficou entalado com os dois braços na máquina. Nunca leu um livro e vê TV compulsivamente. Trabalha numa usina nuclear, e sua única função é apertar um botão. Uma de suas máximas filosóficas: ‘Se algo der errado, culpe o cara que não fala inglês.’


Pois bem, Homer Simpson, personagem de Matt Groening, está no centro de uma controvérsia do tamanho de sua barriga. No dia 23, um grupo de professores da USP visitou a TV Globo para acompanhar a produção do Jornal Nacional – maior telejornal do País, 43 pontos de audiência (cerca de 31 milhões de espectadores por minuto). Em dado momento, o apresentador e editor do jornal, William Bonner, definiu o espectador médio do noticiário como Homer Simpson, alguém com dificuldade para entender siglas e coisas mais ‘complexas’.


Uma daqueles acadêmicos, o professor Laurindo Lalo Leal, externou sua preocupação com a visão de Bonner em artigo na revista Carta Capital. Ontem, William Bonner respondeu a Leal em nota. Bonner explica que sua preocupação, no Jornal Nacional, é a de dirigir-se com didatismo a brasileiros de todos os níveis sociais e graus de escolaridade. ‘Neste desafio, como exemplo do que seria o público médio nessa gama imensa, às vezes cito o personagem Lineu, de A Grande Família. Às vezes, Homer, de Os Simpsons. Nos dois casos, refiro-me a pais de família, trabalhadores, protetores, conservadores, sem curso superior, que assistem à TV depois da jornada de trabalho. No fim do dia, cansados, querem se informar sobre os fatos mais relevantes do dia de maneira clara e objetiva. Este é o Homer de que falo’, afirmou.


Segundo ele, Laurindo Leal vê Homer de maneira diferente da sua: em vez de trabalhador, preguiçoso. ‘Não sei para quantos professores e estudantes citei Homer, ou Lineu, como exemplo. Mas jamais tive informação de que alguém guardasse imagem tão preconceituosa, tão negativa do personagem do desenho’, afirmou, dizendo-se envergonhado de ter de explicar sua atitude. ‘Eu, como trabalhador, pai de família protetor, meio Lineu, meio Homer, reconheço humildemente meu fracasso no desafio de ser claro e objetivo para todos os meus interlocutores daquela manhã.’’



Painel do Leitor, FSP


‘‘Jornal Nacional’ ‘, copyright Folha de S. Paulo , 7/12/05


‘‘Em respeito aos leitores da Folha, gostaria de esclarecer os fatos relativos a uma visita de professores universitários à redação do ‘Jornal Nacional’ no dia 23 de novembro (coluna ‘Outro Canal, na Ilustrada, e coluna ‘Toda Mídia’, no caderno Brasil). Todas as semanas, há quatro anos, tenho ministrado palestras a estudantes de jornalismo. Entre os temas que sempre abordo nas palestras, destaco a necessidade de clareza absoluta em nossos textos, pois nosso público é o mais heterogêneo possível. Nessas palestras, como exemplo do que seria o público médio, às vezes cito o personagem Homer, de ‘Os Simpsons’, às vezes o Lineu, de ‘A Grande Família’. Matt Groening, nos EUA, e Oduvaldo Viana Filho, aqui, criaram pais de família trabalhadores, protetores, conservadores, sem curso superior, que assistem à TV depois da jornada de trabalho. Quando cito Homer ou Lineu, é disso que falo. O professor Laurindo Leal Filho, que integrava o grupo de professores no dia 23/11, tem uma visão diferente de Homer. Não a de um trabalhador (numa usina nuclear), mas a de um preguiçoso. Não o chefe de família, mas o comedor de biscoitos. Não sei para quantos professores e estudantes citei Homer ou Lineu como exemplo, mas nenhum me apresentou questão sobre imagem tão negativa do personagem do desenho. Estou surpreso, mas sobretudo frustrado, com meu fracasso na tentativa de ser claro e objetivo a todos os interlocutores daquela manhã.’ William Bonner, editor-chefe e apresentador do ‘Jornal Nacional’ (Rio de Janeiro, RJ)’



HARRY vs. GLOBO


O Estado de S. Paulo


‘‘Harry Potter’ rende 22 pontos ao SBT ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 6/12/05


‘A Globo tinha bons motivos para lotar seus intervalos comerciais, desde quinta-feira, com tantas chamadas anunciando o Fantástico de anteontem. O motivo da overdose atendia por Harry Potter e a Câmara Secreta, filme exibido pelo SBT no mesmo horário. O placar, de fato, foi apertado. No horário do longa – das 20h47 às 23h51 -, o SBT levou 23 pontos de média, ante 27 da Globo.


O Fantástico se salvou por 5 pontos de diferença: no horário do Show da Vida, a Globo teve 29, ante 22 do SBT. Já o Sob Nova Direção perdeu para o bruxinho, por 24 a 19. Os dados são de São Paulo, onde 1 ponto equivale a 52,3 mil domicílios.’