Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Repórter nega acordo em entrevista do Fantástico

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 23 de abril de 2008


TELEVISÃO
Daniel Castro


Repórter nega acordo em entrevista do ‘Fantástico’


‘O repórter Valmir Salaro nega que tenha feito acordo para conseguir a entrevista exclusiva com Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, respectivamente pai e madrasta da menina Isabella, exibida domingo à noite no ‘Fantástico’.


‘Se você pegar a entrevista na íntegra, verá que eu faço todas as perguntas que qualquer um gostaria de fazer. Eles negam tudo’, diz. ‘A polícia interrogou o casal durante 17 horas e conseguiu apenas contradições.’


Salaro responde à acusação de que a entrevista fora ‘combinada’ com advogados, como apontou o jornalista Britto Jr., na Record. ‘Eu não sou um repórter justiceiro, não pratico esse jornalismo justiceiro que se faz em algumas emissoras. Se aquelas pessoas cometeram algum crime, não sou eu quem vou julgar’, afirma.


A Globo vinha tentando entrevistar o casal desde a primeira semana do caso Isabella. Houve tentativas até na cadeia.


Salaro conta que, no domingo à tarde, o pai de Alexandre, Antonio Nardoni, o chamou ‘para conversar’. Inicialmente, o casal ia gravar um depoimento. ‘Eu propus uma entrevista, mas os advogados foram contra. A gente conversou. Argumentei que era importante dar voz ao casal’, conta Salaro, que nesta cobertura diz ter adotado uma postura de ceticismo em relação à polícia, inspirado no caso Escola Base.


O repórter afirma que começou a gravar o depoimento e foi ‘perguntando e eles, respondendo. Virou uma entrevista de risco’. Isso justificaria o tom das perguntas, o áudio baixo nas intervenções do jornalista e a gravação com apenas uma câmera fixa em tripé.


A única exigência do casal à Globo teria sido o fornecimento de uma cópia em DVD, sem as perguntas de Salaro.


Segundo a Globo, a íntegra da entrevista tem 35 minutos. No ar, houve apenas dois cortes, para suprimir repetições.


Com pico de 42 pontos no Ibope, a entrevista alavancou o ‘Fantástico’. O programa deu média de 33 pontos, seu melhor resultado desde abril de 2007. O ‘Jornal Nacional’ de anteontem também se beneficiou dela, com 40 pontos de média.


BELEZA IMPURA 1 O Ministério da Justiça, em despacho ontem no ‘Diário Oficial’, rejeitou a autoclassificação da Globo à atual novela das sete, ‘Beleza Pura’, de programa livre de inadequações, e a classificou como imprópria para menores de 10 anos, por conter ‘consumo de álcool, linguagem depreciativa, agressão física e atos criminosos’.


BELEZA IMPURA 2 Programas impróprios para menores de 10 anos não têm restrição de horário. Para a Globo, contudo, ‘o conteúdo da obra está adequado ao critério de classificação livre’.


FÁBRICA Mulher de Silvio Santos, Íris Abravanel está roteirizando um programa feminino para o SBT. Ela já escreve a próxima novela da emissora.’


 


Jorge da Cunha Lima


TV Brasil – tropeços estruturais


‘A MEDIDA provisória que autorizou a criação da TV Brasil fixou os princípios sobre os quais ela deveria atuar. Isso nos dá força para avaliar os primeiros tropeços.


As opções jurídico-institucionais não deverão ajudar a instituição prevista, por razões estruturais, independentemente da vontade dos gestores.


A opção por uma empresa pública, em vez de uma fundação pública de direito privado, vetada na legislação federal, subordina essa empresa a um ministério, no caso, a Secom.


Melhor seria tê-la subordinado ao Ministério da Cultura ou da Educação, cujas finalidades coincidem com a missão da TV pública em muitos aspectos. Subordiná-la à Secom é condicionar o coelho ao regime prioritário de cenouras temperadas pelos interesses de propaganda do Planalto.


Outro erro, o Conselho Administrativo, com poder de nomear, dar diretrizes de gestão e autorizar despesas, cujos componentes são ministros do governo, política e moralmente atrelados à vontade da administração.


Como poderão gerir com isenção?


Já o Conselho Curador, reclamado pela sociedade e relativamente representativo dela, só será escolhido pela sociedade em sua segunda representação. Esse primeiro conselho nem sempre representa pessoas dos meios de comunicação pública, intelectuais ou técnicos e produtores do setor.


Esse conselho não tem, como o da Fundação Padre Anchieta – TV Cultura, o poder de nomear o presidente-executivo -aliás, não tem nenhum poder de gestão administrativa e financeira. Tem, é verdade, o poder de demitir a diretoria executiva, mas isso o torna um conselho de crise, e não um conselho de construção.


Além desses problemas, a presidência executiva conflita estruturalmente com a superintendência, responsável pela programação. No caso da TV Brasil, Tereza Cruvinel veio da televisão privada e, embora de grande competência profissional, tem a cultura da informação de mercado, da televisão de espetáculo. Felizmente, vestiu a camisa da TV pública e tem consciência de que a estrutura da EBC pode e deve ser aperfeiçoada.


Já o superintendente, Orlando Senna, de grande experiência pessoal em comunicação, representa o pensamento do MinC consolidado no conceito de TV pública. Deverá superar a visão de política de cultura do ministério pela de cultura pública. A nomeação de uma responsável pelo jornalismo que também é da TV de mercado e que ainda por cima é casada com um funcionário de comunicação da Secom não tem implicações técnicas nem mesmo profissionais, mas cria um curto circuito político.


A demissão recente de Luiz Lobo ainda não pode ser atribuída à estrutura da instituição. Contrato de trabalho é composição jurídica bilateral.


Não temos ainda elementos para avaliar as prepotências em jogo. Felizmente, o Conselho Curador foi acionado -e isso é bom.


Fundamental é a grade de programação: seu conteúdo, sua capacidade inovadora, sua qualidade, isto é: independência, criatividade, representatividade regional, pluralismo, interatividade da programação e abertura às fontes de criação disponíveis.


Há 35 anos a televisão pública persegue uma programação de qualidade, capaz de servir e de interessar o telespectador. Isso significa fazer uma televisão diferente da de mercado.


Há um sério problema de audiência não resolvido nas TVs públicas. E a questão não se resolverá nunca enquanto se buscar para o impasse o modelo da televisão comercial. Somos covardes diante dela e de seus Ibopes. Em vez de ousarmos nos limites da linguagem e dos conteúdos, buscamos a pátina erudita para cobrir a enganação do espetáculo.


É verdade que já acertamos na programação infantil e quando abrimos os grandes temas ao debate, como conseguimos no ‘Roda Viva’, quando insistimos na MPB e na música erudita, pássaros sem ninho na televisão brasileira.


Acertamos quando ousamos, na dramaturgia e na literatura, mas isso é muito raro.


Erramos no jornalismo, ao apresentar o espetáculo da notícia, e não a compreensão dos acontecimentos, e, sobretudo, quando nos deixamos seduzir pela notícia oficial.


Acertamos quando perguntamos a Nietzsche o que ele pensa da amizade.


TV pública só se justifica se acertar sua programação, em parceria com o público e os criadores. Mas, para isso, é indispensável uma estrutura jurídica que favoreça a intenção e uma gestão que possibilite essa realização.


JORGE DA CUNHA LIMA, 76, jornalista e escritor, é presidente do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta e vice-presidente do Itaú Cultural.’


 


Thiago Ney


‘Lost’ retoma quarta temporada nos EUA


‘Locke recebe um telefonema. Código 14J. A ilha será invadida. ‘Lost’, a misteriosa e contagiante série que costuma trazer mais perguntas do que respostas, volta a ser exibida nos Estados Unidos amanhã.


Naquele país, ‘Lost’ vai ao ar na rede ABC, às 22h, depois de outro sucesso de público, o seriado ‘Grey’s Anatomy’.


O episódio de amanhã é o retorno da quarta temporada de ‘Lost’, que terá um total de 13 episódios. Já foram vistos oito -o oitavo, no dia 23 de março (nos EUA) e na última segunda (no Brasil, no canal pago AXN).


A série foi interrompida nos EUA devido à greve dos roteiristas norte-americanos, ocorrida entre novembro de 2007 e fevereiro deste ano.


O 12º e o 13º episódios da quarta temporada são, na verdade, o mesmo, dividido em dois: ‘No Place Like Home (Parte 1)’ e ‘No Place Like Home (Pt. 2)’. O segundo, que vai ao ar nos EUA em 29 de maio, terá duas horas de duração.


Após uma segunda temporada morna e uma terceira que colheu elogios principalmente na reta final, os produtores de ‘Lost’ aumentaram o ritmo da ação, utilizando como recursos não apenas flashbacks, mas flashforwards dos personagens -o que acontece com alguns deles após saírem da ilha.


Vários críticos nos EUA têm aprovado a estratégia, embora o público do seriado não seja mais tão alto quanto antes.


A audiência da série atualmente nos EUA está em pouco mais de 13 milhões de espectadores -’Desperate Housewives’, o seriado de ficção de maior audiência, é acompanhado semanalmente por 18,7 milhões de norte-americanos. A primeira temporada de ‘Lost chegava aos 16 milhões.


No Brasil, o canal AXN retomará a série, com o nono episódio da quarta temporada, em 19 de maio. O último episódio desta temporada será exibido por aqui em 16 de junho.


A quinta temporada de ‘Lost’ deve ser exibida nos EUA em janeiro de 2009.


Desfecho


Desde o primeiro episódio da primeira temporada de ‘Lost’ (24 de setembro de 2004, nos EUA), a internet serve de base para a disseminação de diversas teorias sobre a ilha na qual estão presos os sobreviventes do vôo 815, os Outros e demais criaturas. Em recente entrevista com o apresentador de TV Jimmy Kimmel, os produtores Damon Lindelof e Carlton Cuse afirmaram que ‘todos os roteiristas da série sabem o que é a ilha e o que ela representa’.


Mas deram a entender que eles dois são os únicos que sabem realmente o que vai acontecer ‘nas duas últimas cenas da série’. Essas duas últimas cenas, da sexta temporada, devem ser exibidas nos Estados Unidos em maio de 2010.’


 


Cristina Fibe


Lucy Liu surge vingativa em ‘Ugly Betty’


‘Se antes a TV era vista por atores ‘de cinema’ como um meio menos glamouroso, a ser evitado, hoje as boas séries americanas têm conquistado personalidades já famosas por seus papéis na tela grande. Passaram pela TV figuras como Scarlett Johansson, Luke Wilson (ambos em ‘Entourage’) e Kate Winslet (em ‘Extras’).


Entre as séries que se aproveitam desse ‘novo glamour’ está a versão americana de ‘Betty, a Feia’, que já nasceu abençoada pela atriz mexicana Salma Hayek.


Hoje, às 20h, o canal pago Sony exibe o início da participação de Lucy Liu no programa -ela fez dois episódios. Em ‘Derailed’ (descarrilado), Lucy Liu é Grace Chin, uma advogada de renome e antiga colega de faculdade de Daniel (o chefe de Betty) -que, na época, deu um fora nela. Agora, Daniel precisa dos serviços de Grace, e esta quer que ele se desculpe com todas as mulheres que magoou na faculdade.


Justiça seja feita, Lucy Liu nunca teve preconceito contra a TV: já havia participado de séries como ‘ER’ (pré-fama) e ‘Joey’ (pós-’Kill Bill’).


A atriz, inclusive, acabou cedendo de vez à televisão depois de fazer ‘Ugly Betty’, gravada em 2007 -neste ano, estreou como uma das quatro mulheres que protagonizam a série ‘Cashmere Mafia’.


UGLY BETTY – DERAILED


Quando: hoje, às 20h


Onde: no canal Sony’


 


Tatiana Resende


Net vende 3.000 decodificadores com conversor digital embutido


‘Desde o lançamento, em dezembro, a Net já vendeu cerca de 3.000 decodificadores com conversores embutidos, aptos a receber o sinal da TV digital aberta e em alta definição, que custam R$ 799. O número foi divulgado pelo presidente da operadora, José Antonio Felix, ao comentar o balanço do primeiro trimestre, quando o lucro líquido da empresa subiu 9% na comparação com igual período de 2007.


Em junho, a TVA promete lançar o ‘híbrido’ por até R$ 350, mas sem a função de gravador, e a Sky estima que o seu aparelho chegue ao mercado no início de 2009.


Fora do mercado de TV por assinatura, que abrange consumidores de maior poder aquisitivo, as vendas de conversores estão abaixo das expectativas. Não há dados oficiais, mas o presidente da Positivo, Hélio Rotenberg, estimou que foram vendidos só 20 mil aparelhos, considerando todas as marcas. A empresa, aliás, interrompeu a produção.’


 


Camila Rodrigues


Dispositivo de TV paga grava programas em alta definição


‘A Net Serviços anunciou, na semana passada, um dispositivo que permite gravar programas de alta definição da Globosat HD e dos canais digitais das emissoras Globo, Band, MTV e Rede TV!, -o Net HD Max.


Para visualizar em alta definição, é preciso ter um televisor de, no mínimo, 720 linhas. Não será necessário comprar um set-top box de TV digital em separado, já que a operadora retransmitirá o sinal digital das emissoras via cabo.


Com isso, a exibição da imagem não deverá ser afetada por problemas geográficos nem distância da torre de transmissão -como ocorreu no teste da Philips reportado pela Folha no início deste mês.


O aparelho armazena até 160 Gbytes (aproximadamente cem horas dependendo da qualidade da gravação, segundo a empresa) e possibilita gravar conteúdo em definição padrão das outras emissoras abertas, afirmou Márcio Carvalho, diretor de produtos e serviços da Net Serviços.


Sem cópia


O recurso permite também parar um programa e continuar a assistir a ele mais tarde, como em um DVD.


O equipamento utiliza tecnologia DRM (do inglês, gerenciamento de direitos digitais), que protege os direitos autorais e não permite copiar o conteúdo para um CD ou disco rígido.


O dispositivo está disponível sob o custo de R$ 799 de taxa de adesão e mensalidade de R$ 19,90 pelo serviço de gravação. O produto só é encontrado na cidade de São Paulo.


‘[A existência de mensalidade pelos canais em HD] dependerá de a publicidade sustentar ou não os custos adicionais’, diz Carvalho. As condições serão definidas em 2009.


Outros serviços


A TVA anunciou para junho um aparelho que vai ter conteúdo de alta definição do canal HBO, mas sem capacidade de gravação em HD; esse recurso deve chegar até o final do ano, segundo a empresa.


A SKY, que oferece TV por assinatura via satélite, disse que o recurso para gravar em alta definição estará disponível no início de 2009.’


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Um terremoto no Brasil


‘De repente, já encerrado o ‘JN’ após um dia em que a polícia se recusou a distribuir novo capítulo do ‘caso Isabella’, São Paulo tremeu e os plantões de intervalo deixaram tudo para trás. Era ‘terremoto’. Nos sites e portais, entrou em manchete quase ao mesmo tempo logo depois das 21h. Por Folha Online e outros, a UnB apontou ‘um terremoto raso’ de 5,2 graus, daí ser sentido por toda a cidade. E também Paraná, Minas, Rio, Santa Catarina, acrescentaram a Globo e outros.


Antes de tudo, o Zumo blog listou os relatos mais imediatos de Twitter, começando com a Aclimação, depois na avenida Faria Lima, Santos, até de Bauru. twitter.com


A primeira ‘notícia’ sobre o terremoto, segundo os relatos


US$ 120


Faltou pouco e os títulos de ‘Financial Times’ etc. arredondaram o petróleo para US$ 120. Subiu por causa da ‘demanda crescente’ na China e da oferta em queda.


E O APOCALIPSE


E foi no mesmo dia em que Hillary Clinton, em seu desespero eleitoral no ‘Good Morning America’, da rede ABC, falou em ‘obliterar totalmente’ o Irã se o país atacar Israel.


Pelos primeiros resultados eleitorais, ontem, deu certo.


FOME


Quanto à alternativa etanol, o boliviano Evo Morales espalhou que é culpada pela ‘fome do povo’ -e criticou ‘alguns sul-americanos’ ou, no entender do ‘Guardian’, Lula.


OU SUCESSO


Mas o álcool de cana achou defensor no ator Edward Norton, que apresenta ‘Strange Days on Planet Earth’ na PBS. Arrisca ele que o etanol de milho ‘é opção ruim’, mas ‘o Brasil parece ter obtido muito sucesso usando cana’.


A GUERRA


Em texto tortuoso sobre seus mecanismos de ‘independência editorial’, o ‘Wall Street Journal’ confirmou a saída do seu principal editor, noticiada antes por ‘Time’ e ‘New York Times’ -este dizendo que ele saiu por não ter mais o ‘controle’, depois que o ‘WSJ’ foi adquirido por Rupert Murdoch.


Num longo perfil (dir.), a nova ‘Newsweek’ destaca desde o fim de semana a ‘guerra’ de jornais que Murdoch lançou em Nova York contra o ‘NYT’ -ecoando William Randolph Hearst contra Joseph Pulitzer, mais de um século atrás.


‘NÃO ESTÁ À VENDA’


A ‘Newsweek’ insinuou que o prefeito Michael Bloomberg poderia comprar o ‘NYT’, o que levou Arthur Sulzberger Jr., presidente do grupo, a afirmar ontem que seu jornal ‘não está à venda’.


TRÊS EM NOVA YORK


Mas a guerra continua. Murdoch, que já tem ‘WSJ’ e ‘New York Post’, noticiou ontem pelo mesmo ‘WSJ’ que fechou com o ‘Newsday’ -de Long Island, mas com penetração em Nova York.


ANTIIMPERIALISTA


Por aqui, Edison Lobão, que é ministro, saiu a questionar a renegociação do preço ‘justo’ pago pela energia de Itaipu.


No Paraguai, quem dá o tom é o jornal ‘ABC Color’, cujo editor falou ao ‘Valor’, ontem -e saiu acusando o Brasil ‘imperialista’ de ter obtido ‘esse tratado’ só depois que ‘subornou’ um ex-ditador. E defendeu Fernando Lugo, para ‘limpar essa gente que converteu o país num esgoto’.


EM MARACANGALHA


O canal árabe de notícias Al Jazeera foi até lá para noticiar como os milhões de dólares que ‘caíram do céu’, junto com um avião, acabaram por criar mais problemas para a cidade


‘BALÕES DE FESTA’


Repercutem mundo afora, da CNN americana ao tablóide britânico ‘Daily Mirror’, as buscas -com as muitas imagens- do padre que sumiu no mar ao voar ‘balões de festa’


WIKICRIMES


Fátima Bernardes avisou aos fãs: ‘Você deve se lembrar que estava marcada a divulgação de laudos, mas a polícia adiou’.


Pouco interessada na novela do ‘caso Isabella’, a cobertura no exterior deu, sim, atenção à violência no país, mas focando o site Wikicrimes, lançado há quatro meses no Brasil e descoberto pelo IDG Now dias atrás. Daí foi para a BBC World, ontem ‘El País’ etc.’


 


DITADURA
Felipe Bächtold


Estados deram indenizações a 2.272 vítimas da ditadura


‘O grupo dos maiores Estados do país concedeu, em média, uma indenização por dia a vítimas do regime militar nos últimos cinco anos. O gasto estimado dos pagamentos, somados, é de R$ 50 milhões.


O governo federal desembolsou no mesmo período R$ 99,3 milhões com indenizações a perseguidos pela ditadura (1964-1985) -e prevê gastar ainda mais R$ 2,8 bilhões. Como as leis são independentes, as vítimas que pedem ressarcimento aos Estados podem também solicitá-lo à União.


São Paulo lidera o reconhecimento a perseguidos, com 812 aprovações desde 2003. Minas paga em média as maiores indenizações: todos os 355 beneficiados receberam R$ 30 mil cada um. No total, SP, RJ, MG, PR, PE e CE autorizaram o benefício nos últimos cinco anos para 2.272 pessoas. No plano federal, a comissão que analisa os pedidos aprovou 24 mil indenizações desde 2002.


Dos dez maiores Estados do país em população, só Bahia e Pará não possuem leis estaduais regulando o pagamento de indenização a vítimas do regime militar -o governo do Maranhão não respondeu ao questionamento. O Rio Grande do Sul pagou 1.670 indenizações, mas nenhuma nos últimos cinco anos.


O benefício é pago nos Estados devido a danos provocados por órgãos públicos estaduais, como as polícias militares. A maioria dos beneficiados afirma ter sido presa injustamente. Alguns argumentam que houve prática de tortura. Ex-sindicalistas, jornalistas e ex-líderes estudantis estão entre os grupos que mais pedem o ressarcimento, segundo os Estados.


Sem pensão


Paraná e Rio Grande do Sul, no fim dos anos 90, foram os pioneiros na elaboração de leis beneficiando vítimas, segundo a Associação de Defesa dos Direitos e Pró-Anistia Ampla, que reúne perseguidos. Em São Paulo, uma lei semelhante foi promulgada em 2001.


Ao contrário do governo federal, os Estados não pagam pensões vitalícias a perseguidos pela ditadura. Os governos estaduais fixaram um teto de indenização em R$ 30 mil por pessoa, pagos de uma vez. Entre os maiores Estados, SP é o único que paga ressarcimentos individuais acima desse valor -o máximo é R$ 39 mil.


Uma comissão dentro da secretaria do Estado ligada a direitos humanos analisa as provas apresentadas, como fichas de prisão. Em Minas, Paraná e São Paulo, a comissão é formada por integrantes externos ao governo, como Ministério Público, médicos e professores universitários.


Novos pedidos continuam sendo analisados pelos governos estaduais. No Rio, 174 pessoas aguardam julgamento das solicitações. No Paraná, uma comissão, que havia encerrado os trabalhos em 2004, foi reinstalada no começo do mês.


‘O Estado está fazendo um mea-culpa publicamente [ao conceder os benefícios]’, diz o subsecretário de Direitos Humanos de Minas, João Baptista.


‘Comedido’


O valor pago como indenização a vítimas do regime militar é ‘muito comedido’ na maioria dos casos, segundo José Wilson da Silva, 76, presidente da Associação Pró-Anistia. Ele diz que casos de ressarcimentos milionários são escassos e que a proporção dos indenizados é muito pequena em relação à quantidade de pessoas que sofreram em ações da ditadura.


‘Tinham assado pelos ‘porões da ditadura’, até 1978, [estima-se] 500 mil pessoas. Pediram reparação 50 ou 60 mil, o que dá 10%. É um número relativamente pequeno.’


Silva, que é capitão reformado do Exército no RS, afirma que R$ 5.000, valor mínimo concedidos pelos governos dos Estados, ‘não vão reparar’ danos causados às famílias. ‘Nunca vai tirar o choque que alguém levou no pau-de-arara.’


Para ele, a concessão de benefícios com valores elevados a personalidades prejudicou a causa dos perseguidos. Recentemente, foram aprovadas as indenizações dos cartunistas Ziraldo e Jaguar. Eles vão receber R$ 1 milhão cada um.’


 


CAMPANHA
Catia Seabra


Serra faz nova aparição com Kassab e é irônico sobre uso de cenas na TV


‘O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o prefeito paulistano, Gilberto Kassab (DEM), tiveram ontem sua quarta aparição pública desde a sexta-feira. Na chegada à solenidade -a entrega de apartamentos para 278 famílias da favela Paraisópolis-, Serra brincou ao ser cumprimentado por Kassab.


‘Venha aqui para aparecer no horário eleitoral.’


O governador se referia ao fato de uma equipe de campanha ter registrado sua participação numa cerimônia na semana passada. Já no palanque, montado no conjunto habitacional em Campo Limpo, Serra enalteceu.


‘Este é mais um trabalho conjunto entre prefeitura e governo’, disse o governador, afirmando haver outros projetos como esse.


Questionado se houve mais incidência de cerimônias conjuntas neste ano eleitoral, Kassab disse que é ‘o ritmo normal’ de agenda. Mas que agora ‘estão prestando atenção’.


Disposto a sensibilizar o ex-governador Geraldo Alckmin, Kassab admitiu ontem a hipótese de abrir mão da candidatura em favor do PSDB. Ao responder se sua candidatura era irreversível, Kassab disse que não. E acrescentou:


‘Não me sentiria nem um pouco diminuído se em algum momento a aliança tivesse como candidato o governador Geraldo Alckmin’.


Com o gesto, Kassab tenta mostrar desprendimento e atrair Alckmin. Em conversas, o prefeito diz que sua intenção é conquistar a adesão dos tucanos a sua candidatura, especialmente se fechado o acordo com o PMDB.


Mas também tem afirmado que se sente desconfortável com a hipótese de ruptura.


‘Ideal que a aliança continue, desde o primeiro turno.’’


 


MÍDIA INTERNACIONAL
New York Times


Murdoch muda ‘Journal’ e mira ‘Newsday’


‘O barão da mídia Rupert Murdoch reforçou seu domínio impressionante da mídia noticiosa dos EUA ontem, ao quase conseguir um acordo para comprar o ‘Newsday’ e tendo pela primeira vez a oportunidade de escolher o principal editor do ‘Wall Street Journal’.


A aquisição do ‘Newsday’ por US$ 580 milhões, da Tribune Company, que está com dificuldades de caixa, colocaria a News Corporation de Murdoch no controle de três dos dez maiores jornais americanos.


Juntamente com o ‘Newsday’, que tem circulação em dias de semana de 387 mil exemplares, Murdoch já é proprietário do ‘Journal’, com mais de 2 milhões por dia, e do ‘New York Post’, com 667 mil.


No ‘Journal’, a demissão de Marcus W. Brauchli, após menos de um ano como editor-executivo, abre caminho para a reinvenção total por Murdoch do jornal, que ele comprou em dezembro como parte da aquisição pela News Corporation, por US$ 5,2 bilhões, da Dow Jones & Company.


Murdoch atuou com rapidez para reformular o jornal, pedindo reportagens mais curtas e maior cobertura de política, cultura e até esportes. Prometeu investir na Redação quando a maioria dos jornais americanos está demitindo.


Colegas e amigos de Brauchli dizem que ele defendeu algumas das mudanças no ‘Journal’ e atuou como freio em outras, mas que estava cada vez mais claro que, em questões importantes, Murdoch e o diretor de redação que ele nomeou, Robert J. Thomson, tinham a última palavra.


As tensões cresceram nas últimas semanas, especialmente com uma iniciativa da equipe da News Corporation de reduzir as fileiras de editores do ‘Journal’. Em mensagem enviada para sua equipe ontem, Brauchli, ex-correspondente estrangeiro que trabalha para a Dow Jones desde 1984, escreveu: ‘Agora que a transição da propriedade ocorreu, passei a acreditar que os novos proprietários devem ter um editor-executivo de sua escolha’.


A Dow Jones disse que Brauchli, 46, se tornará consultor da News Corporation. O anúncio foi feito depois de uma reunião entre os integrantes do comitê especial responsável pela proteção da integridade editorial do jornal, Brauchli e representantes da Dow Jones e da News Corporation.


Tradução de LUIZ ROBERTO MENDES GONÇALVES’


 


TELES
Folha de S. Paulo


Brasil Telecom eleva lucro em 46,2% no 1º tri


‘O lucro líquido da Brasil Telecom Participações subiu para R$ 248,3 milhões no primeiro trimestre, com uma elevação de 46,2% ante o mesmo período do ano anterior.


A companhia, cujos acionistas finalizam acordo de venda para o grupo Oi/Telemar, registrou, entretanto, queda de 4,3% na geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), para R$ 910,7 milhões.’


 


PENA
Kátia Brasil


Juiz solta hackers, mas exige que leiam obras clássicas


‘Para conceder liberdade provisória a três jovens detidos sob a acusação de praticar crimes pela internet, um juiz federal do Rio Grande do Norte determinou uma condição inédita: que os rapazes leiam e resumam, a cada três meses, dois clássicos da literatura.


As primeiras obras escolhidas pelo juiz Mário Jambo, 49, foram ‘A hora e a vez de Augusto Matraga’, conto de Guimarães Rosa (1908-1967), e ‘Vidas Secas’, de Graciliano Ramos (1892-1953).


Os acusados Paulo Henrique da Cunha Vieira, 22, Ruan Tales Silva de Oliveira, 23, e Raul Bezerra de Arruda Júnior, 30, foram liberados no dia 17, após nove meses presos por envolvimento na Operação Colossus, da Polícia Federal. A operação, deflagrada em agosto de 2007, investiga uma suposta quadrilha que roubava senhas bancárias pela internet. Foram cumpridos 29 mandados de prisão no Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Paraíba.


Ao conceder a liberdade provisória aos três jovens, o juiz listou 12 condições, como não freqüentar casas de prostituição, lan houses e salas de bate-papo virtual. Jambo, que há três anos atua como juiz federal, disse que a Justiça precisa sair da ‘mesmice’.


Três condicionantes se relacionam à educação dos acusados: freqüentar instituição de ensino, comprovar presença e aproveitamento nas aulas, ler e resumir os textos indicados.


Os três rapazes aceitaram as condições e já estão soltos. Como os jovens são peritos em internet, o magistrado determinou que os relatórios sobre as obras deverão ser feitos pelos jovens de próprio punho.


Sobre a escolha das obras de Ramos e Rosa, o juiz destacou o caráter educativo. ‘Nada como ler um ‘Vidas Secas’ para perceber o que é vida dura, o que é necessidade de dinheiro.’


Segundo Jefferson Witame Gomes Júnior, advogado de Oliveira, seu cliente ainda não se matriculou na faculdade, mas já comprou os livros. ‘a decisão [judicial] foi uma forma de integrá-los à sociedade e uma redenção, porque já não há educação no Brasil. Uma decisão dessas favorece jovens a utilizar a inteligência para fins positivos.’’


 


***


Magistrado diz que Justiça deve sair da ‘mesmice’


‘Para o juiz federal Mário Azevedo Jambo, a decisão que condicionou a liberação de jovens acusados à leitura de clássicos da literatura é uma forma de o Judiciário sair da ‘mesmice’.


FOLHA – Por que o sr. condicionou a leitura de obras literárias para três dos oito acusados liberados na Operação Colossus?


MÁRIO AZEVEDO JAMBO – Procurei ser proporcional em relação aos outros que soltei. Como eles [os três jovens] já tinham passagem [pela Justiça], fui mais rígido, levando em conta que os crimes não têm violência nem grave ameaça, e o tempo em que eles já estavam presos, cerca de nove meses.


FOLHA – Por que obras de Guimarães Rosa e Graciliano Ramos?


JAMBO – O Judiciário não pode ficar na mesmice. O que percebo é que essas pessoas acabam voltando [ao crime]. Temos que criar mecanismos que permitam uma reflexão aos acusados. E por que as obras? Elas têm vínculo com o crime em si. Eles não são pobres. Nada como ler um ‘Vidas Secas’ para perceber o que é vida dura.’


 


INTERNET
Folha de S. Paulo


Ganho do Yahoo! sobe mais de 280% no 1º tri


‘O Yahoo! divulgou balanço melhor que o esperado pelo mercado, com aumento de mais de 280% no lucro do primeiro trimestre, mas não foi suficiente para elevar a oferta da Microsoft, dizem analistas. O lucro foi de US$ 542,2 milhões -foram US$ 142 milhões no mesmo período de 2007- auxiliado pelos ganhos com o site de comércio eletrônico chinês Alibaba.com.


A receita subiu 9%, para US$ 1,818 bilhão nos primeiros três meses do ano, ficando acima do US$ 1,672 bilhão do mesmo trimestre do ano passado, mas não houve aumento nas previsões de receita do ano -que se mantém em até US$ 8 bilhões- em função do resultado.


‘A Microsoft respira aliviada. Sua oferta ainda é a melhor’, diz Jim Friedland, analista do Cowen & Co, referindo-se à proposta de US$ 43 bilhões.


Com agências internacionais’


 


Daniela Arrais


Mídia, educação e publicidade usam micromensagens


‘Britânicos perdem metade do trabalho com distrações on-line, diz estudo. Saiba o que faz um engenheiro de produção. E aprenda a fazer uma receita de um bife gordo ao alecrim.


Com apenas 140 caracteres, a BBC Brasil dá uma notícia, a PUC Minas expõe uma nova profissão e o filme ‘Estômago’ faz sua divulgação.


Muito além de ‘o que você está fazendo?’, o Twitter é usado como ferramenta para temos distintos, como jornalismo, educação e publicidade.


‘O Twitter tem um poder de compartilhar conhecimento, de potencializar a circulação de informações’, afirma Alex Primo (alexprimo.com), professor de comunicação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).


Da teoria à prática, o professor da Faculdade de Comunicação e Marketing da FAAP Eric Eroi Messa começou a usar o Twitter para divulgar blogs de seus alunos. Ele lê as páginas e usa o microblog para indicar e comentar os posts que considera relevantes. ‘Os alunos têm mais visitas e se sentem estimulados. Ampliam o conhecimento de uma forma que não faziam antes,’ diz.


David Parry, professor que faz parte do projeto Academ Hack (academhack.org), sobre uso de tecnologia na academia, afirma que o Twitter ajuda a expandir as paredes de instituições. ‘O divisor de águas do futuro será caracterizado por aqueles que entendem como usar novas tecnologias, ressaltando seu potencial social, e aqueles que não’, disse, em entrevista à Folha.


Propaganda


A publicidade busca formas eficientes de atuação em um meio relativamente novo como a internet e investe em redes.


‘O que dá certo é oferecer algum tipo de utilidade para as pessoas’, diz Carlos Merigo, publicitário que trabalha com mídias sociais e mantém o blog www.brainstorm9.com.br.


Para Merigo, o Twitter serve para gerar um relacionamento com as pessoas. ‘É uma ferramenta perfeita para uma marca estar presente no dia-a-dia do consumidor. Mas se fizer algo que não interessa, certamente vai ser ignorada.’’


 


PROJETO APRESENTA PROCESSO DE CRIAÇÃO DE REPORTAGENS


‘Do minuto em que o jornalista tem uma idéia de reportagem até a sua publicação, o ReporTwitters (reportwitters.com) quer saber todos os passos da experiência -e o jornalista deve contar. Com 92 repórteres cadastrados, 40 matérias escritas e 14 publicadas, o site é formado por profissionais de jornais, revistas e internet e busca desenvolver novas maneiras de interagir com os leitores.’


 


Camila Rodrigues


Fórum debate falta de leis para internet e TV digital


‘A internet não tem regulamentação específica, e a TV digital é legislada por uma lei antiquada, afirmaram palestrantes do FISL 9.0, Fórum Internacional de Software Livre, que ocorreu na semana passada em Porto Alegre.


Ronaldo Lemos, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e representante do Creative Commons no Brasil, comentou o projeto de lei que criminaliza o spam do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado no mês passado. ‘O julgamento dos delitos de internet feito pelo ponto de vista criminal é um grande equívoco. Sem ter feito a regulamentação civil, já estamos fazendo a regulamentação criminal. Está errado.’


Segundo Lemos, o uso do direito criminal deve ser feito em último caso. ‘Não faz sentido entregar as responsabilidades de crimes da internet a um juiz criminal, que vai estar ocupado com homicídios e seqüestros.’


O advogado chamou o projeto de lei de ‘Frankenstein’, pois acrescentou à proposta criminal as conclusões de um estudo que foi feito pela FGV e o CGI.br (Comitê Gestor da Internet), em que entidades de proteção ao consumidor, como Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) e Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor), cuidariam desses casos.


Para Lemos, é um absurdo que os EUA tenham uma legislação da internet desde 1998 e o Brasil ainda não tenha definido suas regras, que ajudariam a saber de quem é a responsabilidade de crimes realizados no Orkut, por exemplo.


‘Se a internet for regulamentada do ponto de vista criminal, há grandes chances de o Brasil perder mais essa onda de desenvolvimento -assim como perdeu a onda de desenvolvimento industrial, no início do século, e dos semicondutores, na década de 1970.’


TV digital


‘Todos os países que passaram para TV digital mudaram sua legislação. O Brasil é o único país que vai fazer a TV digital com a lei de 1962’, afirmou Gustavo Gindre, jornalista e um dos membros eleitos neste ano para o CGI.br.


Ele, assim como o sociólogo Sérgio Amadeu e a também jornalista Cristina Charão, questionou o fato de as concessões de freqüência para TV digital terem sido feitas por decreto, e não por voto no Congresso, e para as mesmas emissoras com espaços analógicos, em vez de abrir oportunidades para novos produtores de conteúdo.


Amadeu, em sua colocação, fez uma proposta de que, assim que forem suspensas as transmissões analógicas, daqui a dez anos, esses espectros sejam usados como uma via pública, onde todos podem colocar seus conteúdos e compartilhá-los. ‘Com rádios digitais e transmissores digitais, a interferência deixa de existir. O Estado passará a regular e fiscalizar o uso desse espaço.’


Direito autoral


A criminalização de troca de músicas, vídeos e livros em redes P2P (de trocas de arquivo) também foi discutida. ‘Não se pode proibir uma tecnologia só porque ela não pode ser usada exclusivamente com fins lícitos’, diz Pedro Paranaguá, mestre em direito da propriedade intelectual pela Universidade de Londres.


Marcelo Branco, diretor do Campus Party, evento de tecnologia que ocorreu em fevereiro em São Paulo, revela uma posição mais polêmica: ‘Se descarregar músicas pela internet for considerado crime, nós não estaremos vivendo numa democracia.’’


 


 


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Revista Fórum


Quarta-feira, 23 de abril de 2008


PAULO HENRIQUE AMORIM
Renato Rovai e Glauco Faria


‘A BrOi e Daniel Dantas me demitiram’, 22/4


‘Fórum – Quando o senhor identifica o início da degradação da imprensa brasileira?


Paulo Henrique Amorim – Chegamos a um ponto sem precedentes em termos de degradação e corrupção da imprensa brasileira. A imprensa que chamo de Partido da Imprensa Golpista, ou PIG, é, sobretudo, a Globo, a Folha e o Estadão. Não falo da Veja, porque é um caso especial que eu chamo de ‘a última Flor do Fascio’, nem da IstoÉ, porque não é uma organização jornalística. Quando você compra um jornal, teoricamente, pelos cânones da indústria, vai obter ali um noticiário razoavelmente isento e, nas páginas de opinião, fica aquilo que o dono quer divulgar. Aqui no Brasil, houve uma inversão completa. Hoje, tem opinião na parte informativa, até no horóscopo e na previsão do tempo, e o mais grave de tudo isso é que se disseminou o sistema de cooptação com dinheiro do jornalismo econômico e político. Tenho divulgado no meu site as relações entre o Daniel Dantas e algumas instituições, cuja função é distribuir notícias que influenciam formadores de opinião, a Justiça… É uma degradação sem precedentes.


Meu ex-colega do IG, Luís Nassif, tem feito um trabalho exemplar ao apontar as ligações sórdidas entre a Veja e interesses econômicos constituídos. Não há nenhuma punição, nenhuma reclamação, nenhuma manifestação de indignação, os jornais do PIG não noticiam o que o Nassif está dizendo. É a maior revista semanal do país e ignoram o que fala um jornalista respeitável que trabalhou na Folha durante uma década, do Conselho Editorial da Folha. Ou seja, Nassif não é irresponsável segundo a Folha. E a Folha não dá uma linha!


O Mino Carta, que é o pioneiro nessa batalha para demonstrar a pusilanimidade, o golpismo e agora a corrupção na imprensa, acha que nós não chegamos no fundo do poço, que ainda iremos mais fundo e saberemos mais coisas e a impunidade continuará.


O senhor acredita que essa degradação se agravou durante o processo de privatização?


Amorim – O presidente do México, Carlos Salina de Gortari, vendeu a telefonia do México para uma pessoa, que é o Carlos Slim, hoje o homem mais rico do mundo. Salinas de Gortari teve que fugir do México para a Irlanda porque nem em Miami ele podia ficar. O Fujimori, que fez a privatização no Peru, está preso. O Carlos Menem, que fez a privatização na Argentina, tem vários ministros na cadeia e não pode ver um juiz ou policial que sai correndo, pode ser preso a qualquer momento. Aqui no Brasil o Fernando Henrique Cardoso cobra US$ 60 mil por palestra e sai no PIG toda hora. E as pessoas levam o Fernando Henrique a sério, é o herói de uma parcela da população brasileira. Vou desenvolver essa tese com mais clareza, mas houve, na transição do regime militar para o democrático, a tragédia da dívida nos anos 80. O Brasil quebrou em 1982, o fenômeno da hiperinflação, e o Sarney tentou resolver, o Collor tentou resolver, e o Fernando Henrique tocou o Plano Real. O plano, entretanto, tinha, como base para solucionar ou para auxiliar a equacionar o problema, a privatização, um instrumento pelo qual o sistema político dominante à época – o PSDB e o PFL – encontrou para acomodar os interesses políticos internos, domésticos, da coalizão dominante e os interesses dos bancos. Ela foi o fiel da balança dessa reengenharia que levou ao sucesso o Plano Real.


Agora, temo que a operação de criação da BrOi seja a consubstanciação, aquele quadro do Napoleão sendo coroado, que está na igreja de Notre Dame. O quadro começa a ser pintado a partir do momento em que o Luciano Coutinho, presidente do BNDES, assina o empréstimo para o Carlos Jereissati e o Sérgio Andrade comprarem a Brasil Telecom, sem botar um tostão. Nesse momento, será feita a grande conciliação nacional, os fundos e o Citibank renunciam a toda ação [judicial] que moveram na Justiça contra o Daniel Dantas. O governo Lula põe para dentro a corrupção do Dantas e do governo FHC, limpa a pedra e resolve esse problema botando o dinheiro do BNDES nas mãos desses dois subempresários, já que eles compraram a Telemar sem gastar também.


Aí será feita a grande pacificação nacional, que mobilizou essa subimprensa de contratos de prestação de serviços, mas que você nunca sabe que serviços são esses. Então, se houver o Aécio [Neves] candidato em uma chapa que reúna PSDB e PT, como está sendo montada em Belo Horizonte, resolve tudo. Põe todo o Brasil debaixo do tapete. O PSDB esconde ossos do Fernando Henrique no armário do Lula, o Lula esconde no armário seus próprios esqueletos, e o Brasil vai seguir em frente com a conciliação que o Tancredo [Neves] tentou fazer e não conseguiu porque morreu antes.


A privatização é o que define o processo da Nova República no regime pós-militar, é a metástase da corrupção no Brasil. O Daniel Dantas é o maior símbolo, herói e beneficiário desse processo que corrompeu o PSDB, o PFL e o PT. Ele corrompeu o PSDB, financiou a filha do Serra e ele é a grana que está no duto do Valerioduto. Que o procurador-geral da República não procurou e que o ministro Joaquim Barbosa não achou. A grana do Valerioduto veio de onde? Dá em árvore ou o Valério era maluco e colocava dinheiro dele no esquema? Ele era um lavador de dinheiro e ninguém quer dizer isso. Fizeram a CPI dos Correios e não pediram indiciamento do Daniel Dantas, porque a bancada dele tem um líder no senado, que é o Heráclito Fortes, e tem um líder na Câmara, que é o José Eduardo Cardozo.


Então a tentativa do PT de incluir o Daniel Dantas na CPI dos Correios foi uma farsa? Amorim – Foi uma tentativa de última hora, feita depois que o relatório estava escrito e que não resultou em nada. Durante a argüição do Daniel Dantas, o senhor José Eduardo Cardozo fez perguntas que o Dantas esperava que fossem feitas e o Jorge Bittar (PT-RJ) fez perguntas inúteis. Ninguém do PT perguntou se o Dantas colocava dinheiro no Valerioduto. E era a única pergunta que cabia ali. Por que o PT não foi pra cima do Dantas? Porque o cara da bancada do PT não sabe se quem está do lado dele pegou dinheiro do Dantas. O Dantas calou o PT, o Dantas imobilizou o PT, porque o Dantas comprou uma parte do PT. Pode escrever aí.


No PT, havia uma disputa que envolvia o Luís Gushiken, os fundos e a participação do Dantas…


Amorim – O Gushiken pagou o preço de ter tirado o Dantas da Brasil Telecom. E outro que pagou o preço foi Paulo Lacerda, homem probo e policial eficiente. Foi tirado da Polícia Federal porque queria prender o Daniel Dantas.


O senhor já conversou sobre isso com o Paulo Lacerda?


Amorim – Não posso revelar.


Bom, a respeito da sua demissão do IG…


Amorim – Tenho minha coleção de demissões, mas vamos lá. Ali é um processo de ‘água mole em pedra dura tanto bate até que fura’. O Sr. K [o presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher], como mostro no meu blogue, a letra ‘K’ aponta para direções opostas e esse é seu grande enigma: para que direção o Sr. K aponta? Ele entrou como presidente da Brasil Telecom como representante dos fundos e do Citi para desfazer as falcatruas do Dantas. Ele me contratou porque eu tinha uma história na internet de combater o Dantas. Isso ele me disse. E por que de repente isso mudou? Essa é a pergunta-chave da história. O Sr. K recebia pressões de diversas áreas, do José Serra, que tem uma tradição de pedir a cabeça de repórteres; do Carlos Jereissati e do Sérgio Andrade; e do Citibank. Porque eu, com o Rubens Glasberg e o Mino Carta fomos os únicos jornalistas que perguntaram: vale a pena fazer a BrOi e passar uma borracha no passado do Dantas? É esse o custo de fazer a BrOi?. Quanto dinheiro do senhor Jereissati e Andrade vai entrar nisso? Entrei com um documento, quero a BrOi, e dou um real a mais do que os dois colocarem do próprio bolso.


No meio do ano passado, o Sr. K tentou montar um conselho editorial para cercear minha opinião. Eu não posso revelar quem eram as pessoas que compunham o conselho, mas digo que eram pessoas que tinham por mim o mesmo apreço que tenho por elas. Consegui impedir que isso acontecesse. E me pergunto para que, já que 95% do conteúdo de um portal é de terceiros? Depois veio uma tentativa de me tirar da capa do IG. Levei seis meses negociando com o Sr. K esse ponto: só vou para o IG se tiver espaço na capa. Sabia, porque no UOL já tinham me feito isso. E ele precisou de seis meses para impor a vontade dele e me colocar na capa. Depois, ele quis me tirar da capa. Foi uma batalha em que o Caio T – de Tartufo – Costa desempenhou um papel nobre e edificante. E eu ganhei.


Finalmente, estávamos na antevéspera da solução do problema da BrOi, na antevéspera da Semana Santa, e ele me tirou do ar. Agora, ele me tirou do ar com uma tecnologia que o Caio T – de Tartufo – Costa conhece muito bem, que é tirar do ar fisicamente. Ele me tirou do ar antes que pudesse ser notificado, estava no segundo bloco de um programa que gravo na Record e a minha equipe já tinha sido escorraçada do IG, os computadores lacrados, os crachás retirados. O Caio retirou meu trabalho de dois anos no ar. Ele apagou o meu passado. Ele fez uma limpeza ideológica.


Por que ele não me avisou e não redirecionou o internauta para o novo endereço? Como a Globo fez com o Franklin Martins, ela não o queria mais, mas redirecionou [o internauta para o endereço novo]. Por que [ele] quis me apagar?


Você disse que o Caio Túlio Costa já teria feito coisa semelhante.


Amorim – Estou precisando comprovar casos específicos, mas ele fez comigo no UOL. Uma série de informações que eu dava sobre as relações amistosas e dignificantes entre duas grandes personalidades brasileiras, José Serra e Nizan Guanaes. Não há registro físico, é uma especialidade dele suprimir isso. E olha que dá aula na Cásper Líbero sobre Jornalismo e Ética… Mas ele é um pau mandado, executa com entusiasmo o que o patrão mandou fazer. O Sr. K também serve a vários patrões. Fui demitido porque escrevia contra a BrOi e Daniel Dantas.


Seu trabalho na televisão é bem diferente da internet. Por quê?


Na televisão, não trato desses assuntos. A internet tem uma vantagem, você pode fazer o que quiser. É o último reduto da liberdade de imprensa e, felizmente, aqui no Brasil, está nascendo algo similar ao que já existe nos Estados Unidos. A blogosfera está se transformando em um espaço de debate político relevante.


Não estou mais interessado em discutir política, economia, essas coisas mais sensíveis na televisão. A televisão brasileira não é o espaço mais apropriado para isso e quando se faz, se faz mal feito. É a Miriam Leitão, William Waack, Arnaldo Jabor, Alexandre Garcia, esses grandes jornalistas que fazem a televisão brasileira. Então, não quero mais tratar disso na televisão. Ali, faço parte do Domingo Espetacular e sou repórter, como fui no Fantástico por seis anos em Nova Iorque, de onde fazia matérias que não tinham nada a ver com política. Cobria incêndio, crime, enchente, guerra civil… Sou repórter, porque esse pessoal que está aí, Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, que acham que são jornalistas, não sabem cobrir uma batida de trânsito na esquina. Se mandar cobrir, chegam na redação com informações inverídicas e incompletas. Por isso não trato com esses camaradas, eles não são da minha profissão. Eles vendem a opinião deles. E não troco minha opinião por nada. Agora não quero saber de portais que só reescrevem o que sai na Agência Estado, Folha e Globo – uma reprodução mal feita.


É impossível discutir política e economia na TV? Quando o senhor fazia o Tudo a Ver dava, ao menos, alguns pitacos sobre esses temas.


Amorim – Era muito limitado e foi ficando cada vez mais. Trabalhei na Globo em um período que tinha hiperinflação e chegaram à conclusão de que era necessário ter jornalistas de economia na televisão. E o Delfim Netto diz, com muita propriedade, que no Brasil jornalista de economia não é uma coisa nem outra.


Hoje, na Globo acontece o seguinte: o Roberto Marinho morreu e foi substituído por três filhos que não têm curso universitário. Nenhum deles é conhecido pelo nome próprio, são filhos do Roberto Marinho. Colecionam fracassos empresariais. O mais velho, Roberto Irineu, é responsável pelo ‘grande sucesso’ da Tele Montecarlo. Os três, por omissão/incompetência, delegaram o comando das suas redações a alguns prepostos, entre os quais se destaca o Ali Kamel [diretor-executivo da Globo], que escreveu um livro para mostrar que o Brasil não é racista e revelou o Brasil racista. E eles escrevem o que imaginam que o patrão vá gostar de ver. Mas isso tudo carece de um mínimo de sutileza, de argúcia, que o velho tinha. O velho, dificilmente, na base de operações que é o Rio de Janeiro, brigaria com o presidente, com o governador e com o prefeito. Desconfio que o outro Roberto não faria isso, se ele e Antonio Carlos Magalhães estivessem vivos, estariam trabalhando com o Lula. Estariam trabalhando na base do governo, na sombra. Não é muito bom estar brigado com o governo federal por muito tempo.


Mas se o presidente Lula está fazendo essa conciliação, por que o PIG quer derrubá-lo?


Amorim – Porque ele é pobre e nordestino, é uma combinação de preconceito de raça com preconceito de classe.


A possibilidade de aliança PT-PSDB em Belo Horizonte é resultado dessa conciliação?


Amorim – É o resultado físico da conciliação. Com esse mesmo espírito de concertação que uma candidatura Aécio com apoio do PT é um velho sonho da elite brasileira, da qual o Lula quer fazer parte, que é o Pacto de Moncloa eterno. Nós não somos a Argentina e lamento profundamente. Gostaria de ser argentino para ser militante peronista. O presidente Néstor Kirchner desfez o Supremo Tribunal e o presidente Lula nomeou para o STF um xiita católico que se posiciona contra as pesquisas com células-tronco. Esse Carlos Alberto Direito, que conheço desde que éramos estudantes da PUC, disse antes que era contra a pesquisa com células-tronco. Tem que tirar o Marco Aurélio de Mello de lá. Ele é um golpista, despreparado, não passa nem em prova de juiz de primeira instância. Eu tenho a tese: o que o PT de São Paulo mais quer é ser tucano de São Paulo. E acho que uma das grandes coisas que pode acontecer com um grande acordo entre Aécio e o PT é tirar São Paulo do centro. Chega de São Paulo! O Brasil é muito maior que São Paulo.


O senhor aponta as contradições do governo Lula, mas também se posiciona como resistência antigolpista.


Amorim – Veja bem, acho Lula melhor do que o Fernando Henrique. Acho os tucanos um conjunto de tartufos, são administradores incompetentes, FHC quebrou o Brasil três vezes. Governam São Paulo há 13 anos, metrô cai, o viaduto cai, você demora uma hora e meia para chegar no trabalho. Dê um exemplo do que os tucanos fizeram aqui? São incompetentes, ineptos. Sou contra os tucanos. Tenho uma identificação político-ideológica, sou carioca, minha simpatia fica com Leonel Brizola, que dizia que o PT era a UDN de tamancas, o Darcy Ribeiro dizia que o PT era a esquerda que a direita quer… Gosto do Jango [João Goulart], do [Getúlio] Vargas e acho que o PT cometeu um grande erro quando achou que a direita ia vê-lo sob outra perspectiva. A direita os vê da mesma forma que via o Brizola, o Jango e o Vargas, porque o PT é trabalhista como eles. O Lula achou que ia encantar o PIG, a família Marinho e, como dizia o doutor Tancredo, ‘você vende a mãe mas não vende seus interesses’.


O Lula não caiu porque o Fernando Henrique não deixou. Naquele momento em que o Duda Mendonça confessou que recebia dinheiro do exterior na CPI, se sobe um deputado na mesa da Câmara e na presidência da Casa está o Auro de Moura Andrade , o Lula caía. Por que o Lula não caiu? Porque o Fernando Henrique defendeu a tese do sangramento. E o Agripino Maia comprou e convenceu o PFL. Qual a teoria? Deixe o Lula sangrar até o fim, ele chega na eleição derrotado e o povo brasileiro iria buscá-lo [Fernando Henrique] em Higienópolis.


Se tivesse o ACM, o Herbet Levy ou o Padre Godinho, o Lula tinha caído. E o que está por trás disso tudo? O escândalo do Mensalão. Quem está no Mensalão? O Dantas. Disse a um amigo meu quando Lula foi eleito em 2002: ‘Ou o Lula destrói o Dantas em três meses ou o Lula destrói seu governo’. Quase destruiu. O presidente de um fundo de pensão disse que participou do acordo da BrOi, porque era o mesmo que negociar a paz com o chefe do tráfico de uma favela. Que país é esse?


Não se cria, em torno do Dantas, um poder maior do que ele tem de fato?


Amorim – Dantas enredou Fernando Henrique Cardoso. Agora enredou o Lula. O que ele fez com FHC? Trocou o conselho da Previ … Por quê? Porque o Dantas tem o PSDB na mão.


O Dantas tirou o senhor da TV Cultura e do UOL?


Amorim – Tirou, entrou com duas notificações e a TV Cultura e o UOL me pediram para parar de falar dele. Tenho uma luta com Dantas há muito tempo, há muito tempo eu percebo que ele é especial. Mas um dia a gente vai se encontrar no despenhadeiro. Ele grampeou a mim, a minha mulher e a minha filha. Soube disso pela Polícia Federal. Essa conta ele vai acertar comigo. Ele vai acertar comigo. Nós vamos ter um encontro no despenhadeiro e vamos acertar essa conta. No plano privado. O que você acha de grampearem sua filha noiva? O que você faria?’


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 23 de abril de 2008


RÚSSIA
O Estado de S. Paulo


Separação de Putin foi inventada por jornal


‘O jornal russo Moskovski Korrespondent, que afirmou na semana passada que o presidente Vladimir Putin e sua mulher teriam se separado, desmentiu ontem a informação. Segundo a agência italiana Ansa, a separação e o caso entre Putin e a ginasta Alina Kabaeva foram inventados para preencher um espaço vazio na página de política. ‘Tínhamos um buraco que não podíamos encher e, à noite, cansados e estressados, acabamos bebendo demais. Não saberia dizer quem teve a idéia’, disse o jornalista Lev Rishkov.’


 


INTERNET
Rosa Costa


Google entrega dados do Orkut à CPI da Pedofilia


‘Criada há menos de um mês, a CPI da Pedofilia colhe hoje seu primeiro resultado, com o recebimento de informações sigilosas de 3.261 usuários do site de relacionamento Orkut, suspeitos de estimular o crime por meio da divulgação de material pornográfico de crianças e adolescentes. A entrega ao presidente e ao relator da comissão, os senadores Magno Malta (PR-ES) e Demóstenes Torres (DEM-GO), será feita pelos dirigentes da empresa Google, dona do site acusado pelo Ministério Público de dificultar a investigação contra pedófilos na internet.


A Google, por meio da assessoria de imprensa, confirmou que vai entregar hoje as informações, conforme prazo imposto pela CPI. Os arquivos de imagens e outros dados dos usuários solicitados pelos parlamentares serão repassados em CDs. Os dirigentes da Google entregarão aos senadores os ‘logs’, onde ficam registrados o histórico de operações realizadas pelos usuários suspeitos.


Por causa da CPI, a Google também concordou em assinar termo de ajustamento de conduta, proposto pelo Ministério Público e Polícia Federal, cujas apurações ficavam incompletas, segundo o MP, por falta da colaboração da empresa. De acordo com a Central Nacional de Crimes Cibernéticos, o Orkut concentra 90% das 56 mil denúncias recebidas nos últimos dois anos sobre o uso da internet na divulgação de material pornográfico infantil.


Na sessão de ontem, a CPI concordou em atender ao pedido do juiz de Direito da comarca de Niquelândia, em Goiás, Rinaldo Aparecido Barros, quanto à inclusão da pedofilia no rol de crimes hediondos. Com isso, a tamanho da pena para os condenados por pedofilia passará de 4 a 10 anos para 10 a 20 anos. ‘É uma situação até pior do que o tráfico de droga, porque está mercantilizando o corpo de uma pessoa que não tem meios de se defender’, afirmou Torres.


A CPI se prontificou a transformar em lei outro pedido do juiz e do promotor de Justiça de Niquelândia, Bernardo Boclin Borges. Eles querem alterar a redação do artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que criminaliza quem ‘submete criança e adolescente à prostituição’ – o aliciador – para responsabilizar quem mantém relações com menores.


Niquelândia foi palco, no ano passado, de episódios envolvendo autoridades – como o prefeito Ronan Batista e seu então chefe de gabinete Geraldo Pedroni – com prostituição de menores. Os dois foram convocados a depor na comissão, com outras autoridades municipais supostamente envolvidas no caso.’


 


O Estado de S. Paulo


Juiz de Rondônia multa Orkut por veicular fofocas


‘O juiz Glodner Luiz Pauletto, do Tribunal de Justiça de Rondônia, determinou que a empresa Google pague multa diária no valor R$ 1 mil, com valor máximo fixado em R$ 100 mil, caso o site de relacionamentos Orkut continue a viabilizar a ‘disseminação indiscriminada de fofocas’ sobre cidadãos, em especial crianças e adolescentes, das cidades de Pimenta Bueno, São Felipe do Oeste e Primavera de Rondônia.’


 


PEQUIM 2008
O Estado de S. Paulo


Imprensa é impedida de ver a tocha no Everest


‘O Comitê Organizador dos Jogos de Pequim (Bocog) anunciou ontem que não permitirá a presença de jornalistas na ida da tocha ao cume do Everest – e a conseqüente passagem do símbolo pela cidade de Lhasa, capital do Tibete -, no início de maio. A proibição, afirma a entidade, não está relacionada aos problemas políticos na região autônoma, mas à instabilidade climática no Himalaia.


‘A ida foi cancelada tanto para a imprensa chinesa quanto para a mídia internacional’, comunicou Shao Shiwei, vice-diretor do departamento de comunicação do Bocog. Wang Hui, porta-voz do Comitê, negou que a mudança repentina dos planos esteja relacionada aos protestos iniciados no dia 14 de março em áreas tibetanas. ‘Este não é o caso. Fizemos o possível, mas o cancelamento se deve às instáveis condições meteorológicas.’


O Bocog afirma que os jornalistas poderão ir até Lhasa para acompanhar o revezamento da tocha, mas que poderão fazer reportagens relacionadas apenas ao evento. Ontem, na Indonésia, cerca de 100 manifestantes foram dispersados pela polícia. O símbolo chega amanhã à Austrália, onde deve encontrar novos protestos.


GUERRA AOS MOSQUITOS


A cidade de Xangai, que será uma das sedes do futebol, declarou guerra aos mosquitos, por uma questão de saúde pública. A localidade fica às margens do Rio Yangtsé. ‘Queremos um ambiente agradável durante as partidas’, afirmou Leng Peien, responsável pelo Centro de Prevenção de Doenças Contagiosas.’


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Televisa procura


‘Está aberta a temporada de caça a emissoras que queiram novelas em espanhol. A mexicana Televisa, uma das maiores produtoras de dramaturgia do mundo, procura um novo parceiro brasileiro, uma vez que o SBT deixou o negócio.


A emissora de Silvio Santos, que tem acordo com a rede mexicana até 2009, tratou de pagar tudo o que devia antecipadamente para se livrar das obrigações contratuais com a parceira. Resumindo: apesar de ter o direito de exibir produções da Televisa até o próximo ano, a rede de SS não tem mais a obrigação de colocar as produções mexicanas no ar. Está livre agora para comprar novelas de outras redes e investir em folhetins com textos nacionais, como A Revelação, de Iris Abravanel.


Enquanto não havia quitado a parceria, o SBT só podia produzir novelas com os textos mexicanos, apesar de utilizar elenco brasileiro.


Esse é o fim de longo casamento – a parceria SBT/Televisa foi fechada em 2000 -, que teve alguns fiascos, como a versão nacional de Os Ricos Também Choram .


Executivos da Televisa já estão agendando reuniões com dirigentes da RedeTV!, da Band e da Record.’


 


 


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