‘Que tal passar um dia inteiro navegando pela internet em troca de alguns centavos de dólares? Tudo que você precisa fazer é acessar uma lista de sites ‘recomendados’, clicar em anúncios previamente definidos, realizar buscas dirigidas, preencher e indicar pessoas que preencham intermináveis formulários de cadastros ou estar disposto a opinar sobre produtos e serviços que muitas vezes nem ouviu falar.
É possível ganhar (ou perder) alguns níqueis simplesmente se conectando à internet ou realizando uma tarefa que irritaria a grande maioria dos usuários normais: ler toneladas de e-mails enviados por empresas com as quais jamais manteve qualquer tipo de relacionamento. E, quanto mais gente você conseguir convencer a realizar qualquer uma das atividades acima, mais centavos de dólares ou de reais poderão pingar em sua conta bancária todos os meses.
Existem milhares de pessoas que fazem disso um meio de vida ou no mínimo uma tentativa de complementar uma renda mensal. As chances de que isso de fato aconteça são poucas, mas nenhuma dificuldade parece ser capaz de desestimular o verdadeiro navegador profissional, um tipo de usuário que presta serviços a uma infinidade de empresas que atuam numa área obscura da internet, uma espécie de pântano movediço em pleno ciberespaço.
Gallego, Jgbaia, West, Cigana, Ros, Nicobr e lbperes, entre milhares de outros, são exemplos de usuários literalmente pagos para navegar. Quase todos podem ser encontrados diariamente em fóruns especializados em Cash Programs, como são conhecidos os serviços que promovem a navegação remunerada na internet. No Brasil, um ponto de encontro obrigatório para navegadores profissionais e donos de empresas do setor é o Get Paid Brasil (www.getpaidforum.com.br).
Crystal-mails, GimmeMail, QickerCliquers, Surf4RealCash, TyliaPays, Seeking And Seeking, Justseeking, E-marketsearch, Spheresearch e Idéia Mágica, ente tantas outras, são algumas das empresas que comandam exércitos de surfistas profissionais em todo o mundo. A maioria delas se caracteriza por uma alta rotatividade – nascem e desaparecem com a mesma velocidade, mas são prontamente substituídas por outras, mantendo intacta a corrente.
As tarefas contratadas são as mais variadas possíveis. O Rotator Quenn, um autodenominado serviço de marketing multinível, por exemplo, paga US$ 0,01 para cada cinco minutos de exposição de uma infinidade de mensagens publicitárias em páginas pessoais. Fazendo as contas, é possível conseguir até US$ 2,88 por dia – uma fortuna em comparação com vários outros programas do tipo.
Muitas prometem, mas não pagam. Estabelecem um limite mínimo para efetuar os pagamentos (normalmente entre US$ 20 e US$ 50), mas desaparecem quando a maioria dos seus ‘colaboradores’ está próxima de alcançar tais valores. Numa tentativa de alguma transparência ao setor, os usuários do Get Paid Brasil, o braço verde-e-amarelo do Get Paid Corporation (www.getpaid.com), criaram um cadastro de bons e maus pagadores.
Nos fóruns é possível ter uma boa idéia de quanto fatura, em média, um ‘surfista de carteirinha’. Reinaldocwb, por exemplo, foi um dos que mais faturaram nos últimos três meses: US$ 76,46, supostamente pagos por quatro empresas (Binary, WayToSearch, OmegaSearch e Berry-Search), desempenho bem melhor do que o de Gallego, que recebeu US$ 14,14 da Crystal-mails, e US$ 5,36 da Hauling Cash.
West, por sua vez, declara ter recebido US$ 8,09 da GimmeMail, cinco meses após ter cumprido as tarefas. E Joelson contabiliza um ganho de US$ 25 por serviços prestados à Surf4RealCash e incríveis US$ 0,39 pelo tempo dedicado a três outras empresas. Há duas semanas, ao fim de mais um dia de trabalho, o usuário Randergel tinha oito depósitos em sua conta bancária, num total de US$ 5,77 (o menor deles de US$ 0,07). ‘Uma boa soma para um dia’, resumiu.
Entre centenas de micropagamentos declarados no site, aparecem ainda os de Esteban (recebeu US$ 0,40 da Quicker Cliquers e US$ 0,23 da Stormofcash), Nicobr (US$ 1,00 da Emailprofit.us, US$ 0,06 da Sendmecash, US$ 0,12 da QuickerClickers e US$ 0,07 da Sendmecash) e Adroesler, que informou o depósito em sua conta de US$ 0,01 enviados pela Cash Cracker. ‘Não aconselho a ninguém, pois esse um cent foi muito suado, conseguido depois de mês de trabalho’, desabafou.
Os ganhos declarados por Cigana são bem mais elevados. Com indisfarçável ‘sotaque’ espanhol, ela declarou em um dos fóruns ter recebido no último trimestre US$ 133,39 de empresas como a Seeking And Seeking, E-marketsearch e Advertising-search, classificadas como Paid to Search, no jargão adotado pelo setor. Pode ter sido a recordista do trimestre, com um ganho médio de R$ 400 no período, graças ao tempo em que ficou pendurada na internet.
Profissionalmente, é claro.
Uma questão aritmética Um provedor gratuito de acesso à internet e que, ainda por cima, paga para você navegar. A proposta é da CresceNet (www.cresce.net), um serviço já incluído na carteira de vários usuários de crash programs. Os administradores do serviço prometem pagar de R$ 1 a R$ 5 por mês a partir do quarto usuário do serviço indicado por você. Para ter direito ao valor mínimo do crédito (R$ 1), todos os indicados (você, inclusive) precisam permanecer um mínimo de 10 horas por mês conectados ao serviço. Isso em linha discada – pagando, evidentemente, os pulsos telefônicos decorrentes.’
Consultor Jurídico
‘Portarias alteram composição do Comitê Gestor da Internet’, copyright Revista Consultor Jurídico, 17/09/04
‘O ministro da Casa Civil, José Dirceu, das Comunicações, Eunício Oliveira, e da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, baixaram duas portarias que alteram a composição do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGlbr).
A primeira portaria designou Marcelo Andrade Pimenta como membro suplente representante da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); José Roberto Drugowich de Felício como membro titular do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Geraldo Sorte como membro suplente representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti, como membro suplente representante do Fórum Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia; e Denise Aparecida Carvalho como membro titular representante do Fórum Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia.
A segunda portaria nomeou oficialmente os representantes da sociedade civil eleitos para representar o setor empresarial, terceiro setor e comunidade científica e tecnológica. A eleição foi realizada no período de 31 de maio a 15 de junho deste ano.
No setor empresarial, os representantes de acesso e conteúdo da Internet, Antonio Alberto Valente Tavares (titular) e Roque Abdo (suplente); de provedores de infra-estrutura de telecomunicações, Carlos de Paiva Lopes (titular) e Alexandre Annenberg Netto (suplente); de indústria de bens de informática, de bens de telecomunicações e de software, Henrique Faulhaber (titular) e José Carlos Lourenço Rego (suplente); e de setor empresarial usuário, Cassio Jordão Motta Vecchiatti (titular) e Nivaldo Cleto (suplente).
Como representantes do terceiro setor foram escolhidos Mario Luis Teza (titular), Gustavo Gindre Monteiro Soares (titular), Carlos Alberto Afonso (titular), Marcelo Fernandes Costa (titular), Ricardo Antônio Rubens Prado Schneider (suplente), Roberto Francisco De Souza (suplente), Edgard Spitz Pinel (suplente) e Thais Rodrigues Corral (suplente).
Para representar a comunidade científica e tecnológica foram nomeados Luci Pirmez (titular), Luis Fernando Gomes Soares (titular), Nelson Simões da Silva (titular) e Omar Kaminski (suplente).
Leia a íntegra das portarias
Ministério da Ciência e Tecnologia
GABINETE DO MINISTRO
PORTARIAS INTERMINISTERIAIS DE 14 DE SETEMBRO DE 2004
Os Ministros de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, e tendo em vista o disposto no Decreto nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, resolvem:
Nº 452 – Art. 1º Proceder às seguintes alterações na composição do Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGIbr:
I – Designar MARCELO ANDRADE PIMENTA, em substituição a ELISABETH BRAZ PEREIRA GOMES, como membro suplente representante da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL;
II – Designar JOSÉ ROBERTO DRUGOWICH DE FELÍCIO, em substituição a JOSÉ ROBERTO LEITE, como membro titular representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq;
III – Designar GERALDO SORTE, em substituição a FELIZARDO PENALVA DA SILVA, como membro suplente representante do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq;
IV – Designar RAFAEL ESMERALDO LUCCHESI RAMACCIOTTI, em substituição a DENISE APARECIDA CARVALHO, como membro suplente representante do Fórum Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia;
V – Designar DENISE APARECIDA CARVALHO como membro titular representante do Fórum Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia.
Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Os Ministros de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, das Comunicações e da Ciência e Tecnologia, no uso das atribuições que lhes são conferidas pelo art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição Federal, tendo em vista a eleição e a indicação dos representantes do setor empresarial, do terceiro setor e da comunidade científica e tecnológica, realizadas nos termos dos arts. 5º, 6º e 7º, respectivamente, do Decreto nº 4.829, de 3 de setembro de 2003, e considerando o disposto no art. 8º do mesmo Decreto, resolvem:
Nº 453 – Art. 1º Designar os seguintes membros titulares e respectivos suplentes para comporem o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGIbr:
I – representantes do setor empresarial:
a) provedores de acesso e conteúdo da Internet:
ANTONIO ALBERTO VALENTE TAVARES – Titular
ROQUE ABDO – Suplente
b) provedores de infra-estrutura de telecomunicações:
CARLOS DE PAIVA LOPES – Titular
ALEXANDRE ANNENBERG NETTO – Suplente
c) indústria de bens de informática, de bens de telecomunicações e de software:
HENRIQUE FAULHABER – Titular
JOSÉ CARLOS LOURENÇO RÊGO – Suplente
d) setor empresarial usuário:
CASSIO JORDÃO MOTTA VECCHIATTI – Titular
NIVALDO CLETO – Suplente
II – representantes do terceiro setor:
MARIO LUIS TEZA – Titular
GUSTAVO GINDRE MONTEIRO SOARES – Titular
CARLOS ALBERTO AFONSO – Titular
MARCELO FERNANDES COSTA – Titular
RICARDO ANTÔNIO RUBENS PRADO SCHNEIDER – Suplente
ROBERTO FRANCISCO DE SOUZA – Suplente
EDGARD SPITZ PINEL – Suplente
THAIS RODRIGUES CORRAL – Suplente
III – representantes da comunidade científica e tecnológica:
LUCI PIRMEZ – Titular
LUIS FERNANDO GOMES SOARES – Titular
NELSON SIMÕES DA SILVA – Titular
OMAR KAMINSKI – Suplente
Parágrafo único. O mandato dos representantes titulares e suplentes de que trata este artigo será de três anos.
Art. 2º Fica revogada a Portaria Interministerial CCivil/MC/MCT nº 10, de nove de janeiro de 2004.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ DIRCEU DE OLIVEIRA E SILVA
Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República
EUNÍCIO OLIVEIRA
Ministro de Estado das Comunicações
EDUARDO CAMPOS
Ministro de Estado da Ciência e Tecnologia’
Cidade Biz
‘Crime digital no mundo corporativo tende a se organizar para crescer’, copyright Cidade Biz (www.cidadebiz.com.br), 21/09/04
‘Os casos de ciberataques e sabotagens digitais tendem a crescer no mundo corporativo, na avaliação do diretor do Instituto de Peritos em Tecnologias Digitais e Telecomunicações (IPDI), Walter Hannemann. ‘É um movimento praticamente inevitável’, disse o especialista em apresentação no Comitê de Tecnologia da Informação da Amcham-SP nesta terça-feira.
Ele destacou que a convergência de atuação entre os criadores de vírus e os geradores de spam, as chamadas mensagens indesejadas, tende a agravar o problema e disseminar o crime, hoje ainda muito centrado na pessoa física, para o mundo das corporações. ‘O crime ainda é desorganizado. Quando for organizado deixará de buscar informações de pessoas físicas. Passará a agir no atacado’, previu Hannemann.
Ao contrário dos atos de vandalismo ou terrorismo, que são localizados, os ciber-ataques e as sabotagens têm abrangência física maior, enfatizou o executivo. ‘Ainda são poucos os registros, mas tendem a aumentar’, disse o diretor do IPDI, citando como exemplo a sabotagem dos sistemas da estatal venezuelana de petróleo, a PDVSA, pelos próprios funcionários e a alteração dos controles do sistema de esgoto de uma cidade australiana, também por um funcionário.
Funcionários insatisfeitos e vírus são as maiores ameaças à segurança das corporações, na avaliação da diretora de pesquisas da Meka, Vanessa Cabral, que também participou da reunião. Segundo ela, o aumento do uso da internet favorece a utilização da rede como canal vulnerável a ataques e vazamento de informações. Soma-se a isso a falta de conscientização dos executivos quanto ao retorno do investimento em segurança.
‘O problema se agrava por falta de conhecimento’, afirmou Hannemann. Ele citou pesquisas realizadas no mercado americano que mostram que apenas 48% das empresas deram algum treinamento em segurança a seus funcionários. ‘Mas só 15% delas o fizeram nos últimos seis meses’, disse.
Ele citou dados alarmantes sobre spam: eles eram 53% das mensagens que circularam na rede mundial em março passado, saltando para 84,2% em agosto e 94% em julho. ‘Sem ferramentas anti-spam o e-mail se torna impraticável’, avaliou.
A boa notícia é que 90% dos crimes via internet são solucionados, de acordo com a Delegacia de Meios Eletrônicos de São Paulo. A explicação, segundo Hannemann, está na relativa facilidade de rastreamento. ‘A dificuldade é transformar as evidências em provas aceitáveis juridicamente’, disse. Update/Amcham’