Leia abaixo a seleção de sexta-feira para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo Sexta-feira, 26 de junho de 2009 SENADO
Acuado, Sarney se diz vítima da mídia por dar apoio a Lula
‘Acuado por novas acusações, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem ser vítima de uma ‘campanha midiática’ e relacionou pela primeira vez a atual crise a seu apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em solidariedade, Lula saiu mais uma vez em defesa do aliado, numa estratégia deliberada para tentar evitar a queda do senador.
Em reunião reservada, Lula disse à sua equipe que a ordem é ‘tentar segurar’ Sarney no comando do Senado. Segundo um assessor, a renúncia ou até mesmo um pedido de licença seria ‘péssimo’ para o governo no momento.
Para ajudar Sarney em sua guerra pela sobrevivência política, Lula vai conversar nos próximos dias com líderes governistas e passar sua orientação de montar uma blindagem em torno do senador.
Desde sua posse em fevereiro, Sarney enfrenta uma crise que já levou ao afastamento de dois diretores-gerais da Casa (Agaciel Maia e Alexandre Gazineo) e revelou esquemas de atos secretos, contratos irregulares e pagamento indevido de horas extras.
Em defesa do presidente do Senado, Lula afirmou ontem que ele não deve ser afastado do cargo porque foi eleito pelos colegas, e disse mais uma vez não concordar que, num país com ‘coisas importantes para fazer’, as pessoas fiquem um mês ‘tratando de coisas menores’. Ele defendeu ainda o afastamento de Agaciel enquanto durarem as investigações.
Ontem, Sarney foi obrigado a divulgar nota para se defender da acusação, publicada pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’, de que seu neto José Adriano teria sido beneficiado em operações de intermediação de crédito consignado no Senado.
Sarney diz que os esclarecimentos dados por seu neto, que nega ter sido favorecido nas operações, mostram a ‘verdadeira face de uma campanha midiática para atingir-me, na qual não excluo a minha posição política, nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula’.
Na nota, ele afirma ainda considerar ‘suficientes’ as explicações dadas por seu neto sobre as operações de intermediação de empréstimos consignados, acrescentando que ele é ‘extremamente qualificado’, com mestrado na Sorbonne e pós-graduação em Harvard.
Sarney já teve de se explicar sobre a nomeação de um neto e duas sobrinhas, além de permitir que uma funcionária usasse um apartamento em prédio restrito ao Senado.
Com o agravamento da crise, Sarney preferiu não ir ontem ao Senado, para evitar constrangimentos diante do anúncio de que senadores, como Pedro Simon (PMDB-RS), iriam pedir a sua renúncia. À tarde, foi a um oftamologista.
Apoio
Assessores do peemedebista avaliam que a guerra da opinião pública está perdida. A estratégia é manter o apoio dos aliados. O governo acredita que, se mantiver os aliados PMDB, PT e PTB unidos na defesa do presidente do Senado, que tem ainda apoio do DEM, Sarney terá condições de atravessar a crise sem perder o cargo.
Lula teme uma renúncia de Sarney porque ela abriria uma nova guerra pelo comando da Casa na véspera do ano eleitoral. O governo também não quer licença do senador, pois nesse caso assumiria interinamente seu adversário Marconi Perillo (PSDB-GO), primeiro-vice-presidente do Senado.
A dificuldade em traçar uma estratégia de defesa, na avaliação de um assessor presidencial, é o surgimento de uma acusação atrás da outra. Quando todos avaliavam que Sarney escapara do caso dos atos secretos, surgiu o episódio envolvendo seu neto com crédito consignado, destaca o assessor.’
Janio de Freitas
Em torno dos escândalos
‘OS ACONTECIMENTOS no Senado entram na fase perturbadora, comum a todos os grandes casos anormais no Brasil, em que tudo pode ser lançado no noticiário, não só por jornalistas. Se faltar fundamento ou sobrar desproporção, a relevância dada no início leva às repetições, e poucas vezes à verificação e às correções devidas -e embarcamos todos no mesmo desvio.
E estão aí, como exemplo de agora, as duas contas ultrassecretas do Senado na Caixa, mais do que suspeitas, segundo a associação das revelações do senador Renato Casagrande com, digamos, a ansiedade jornalística. Não tardaram as explicações de que as contas são legais, de serviços externos da informática do Senado (o Prodasen) e de conhecimento do Tribunal de Contas da União. O que ficará valendo e influindo? Por ora, o segredo suspeito das contas, não verificada nem avalizada a explicação.
Os riscos que essas precipitações criam tanto implicam inverdades e injustiças, como embaralhamentos que inviabilizam a apuração dos fatos reais e dos seus responsáveis verdadeiros. Até hoje rolam por aí vários casos conturbados, também pela própria polícia, como o da maleta de dólares em São Paulo, aquele dos dólares apresentados como alegada intromissão de Cuba na eleição, e vários outros. Se bem que não desvirtuassem o desfecho necessário, os malabarismos no escândalo de Collor foram fartos, desde a grande dimensão atribuída à cascata na Casa da Dinda aos inquéritos, que se voltaram erradamente para dois Ermírio de Moraes, enquanto grandes empresários do esquema PC/Collor nem foram citados jamais.
É verdade que não faltam, com frequência, concessões muito baratas ao sensacionalismo, sejam por fraqueza de jornalistas, sejam por decisão de um ou outro meio de comunicação. Mas não há como sustentar que alterações na segurança do noticiário decorram, como norma, de má-fé ou campanhas deliberadas. Razões e propósitos são complexos, e também nesse sentido o escândalo Collor serve de exemplo: revistas, jornais, e TVs que projetaram o processo de denúncias contra Collor foram, quase todos, os mesmos que mais o apoiaram até aquele momento e desde a campanha eleitoral.
A entrada no descontrole, a meio dos chamados escândalos, tem a ver sobretudo com o problema de maturidade do jornalismo brasileiro, retardada pela interrupção de seu percurso por duas décadas de ditadura militar. Tal maturidade não depende só, no entanto, do jornalismo mas também das circunstâncias de sociedade e instituições. E nisso estamos bastante mal.
A convicção exposta ontem pelo senador José Sarney, de que há uma ‘campanha midiática’, da imprensa & cia., para destituí-lo da presidência do Senado não é de todo equivocada. Mas incompleta e insuficiente para explicar sua posição de figura central nas revelações e nos comentários, inclusive de senadores, da realidade oculta do Congresso. Por menos que conte com a simpatia do jornalismo, Sarney está na original posição de alvo daquilo que procura proteger. É de dentro da burocracia do Senado, e não de artifícios de uma ‘campanha midiática’, que tem saído, para os jornalistas, tudo o que o situa no centro do noticiário pejorativo sobre o Senado.
O que não deixa de ser prejudicial para o próprio noticiário e para o conhecimento dos fatos ocultos. Porque permite, por exemplo, que Renan Calheiros se ponha atrás das colunas e fique em sossego, como se nada tivesse com manobras e segredos do Senado nos anos em que o presidiu com carga incomum de poder e arbitrariedade. E assim também com outros componentes de Mesa Diretora. E isso está obscurecido, para conveniência dos diferentes grupos que manobram por um sigilo ainda maior que os descobertos.’
INTERNET E POLÍTICA
Atraso na rede
‘INSTRUMENTO de notória importância para a livre circulação de informações e para o acesso dos cidadãos ao debate político, a internet parece ainda ser tomada como um invento perigoso por algumas autoridades brasileiras.
No Tribunal Superior Eleitoral, as opiniões se dividem quanto ao uso da web para a propaganda de candidatos. No ano passado, uma série de limitações à campanha eletrônica foi temporariamente suspensa pelo TSE, mais em função das lacunas da atual legislação do que devido a uma clara posição de princípio a respeito do assunto.
‘Deixemos os internautas em paz’: a frase do presidente do TSE, Carlos Ayres de Britto, teve impacto naquela ocasião, e poderia resumir tudo o que há para ser decidido sobre o tema.
Lamentavelmente, essa opinião está longe de ser consensual, e não apenas no Judiciário. Também no Legislativo surgem propostas inadequadas e impraticáveis para regular as campanhas pela web, com vistas ao pleito de 2010.
No contexto de uma reforma da lei eleitoral, uma comissão de deputados apresentou nesta quarta-feira um conjunto de dispositivos que traz preocupantes restrições à liberdade de expressão política na internet.
Em tese, a regulamentação do assunto teria até mesmo intenções liberalizantes. Permitindo-se explicitamente o recurso a blogs e sites para fins de propaganda eleitoral, eliminam-se, ao menos, as interpretações de que deveria valer na web o mesmo tipo de restrições que vigora nas redes de rádio e TV.
Uma série de condicionantes e precauções inúteis limita seriamente, entretanto, os efeitos da iniciativa.
A propaganda só será permitida a partir do dia 5 de julho do ano eleitoral. Segue-se aqui um equívoco que permeia toda a legislação, a qual determina, sem nenhum respeito à lógica da vida política, que candidaturas tenham data certa para começar.
Debates entre os candidatos passarão a ser restringidos na web. Sua realização dependerá do consentimento de 2/3 dos candidatos.
Provedores de conteúdo estarão proibidos de veicular material de áudio e vídeo que ‘degrade ou ridicularize’ determinado candidato: a censura sobre o humor e a sátira se estabelece. Pretende-se também proibir o ‘tratamento privilegiado’ a um candidato, partido ou coligação.
Determinou-se, além disso, que seja assegurado o direito de resposta a qualquer candidato que se sinta prejudicado por um site ou blog na internet. É bem verdade que, na internet, campeiam a injúria, a calúnia e a difamação. Mas também é certo que, no meio eletrônico, toda resposta conta com meios automáticos de divulgação.
Persiste nesse conjunto de regras a incompreensão básica a respeito do que é liberdade de pensamento. A net, ambiente do exercício desimpedido da opinião, arrisca-se mais uma vez a ser sitiada pelo burocratismo das autoridades de plantão.’
TODA MÍDIA
Deu no TMZ
‘A notícia veio no fim do dia no site de celebridades TMZ, primeiro com a parada cardíaca e a internação, uma hora depois já noticiando a morte. De imediato, as manchetes de Huffington Post e Drudge Report linkaram o site.
Canais como CNN e sites de jornais como ‘New York Times’ só foram noticiar quando a informação foi confirmada, depois, pelo ‘Los Angeles Times’ e pela Associated Press.
TMZ vem de ‘Thirty Mile Zone’ ou zona de trinta milhas, expressão usada para o entorno dos estúdios hollywoodianos em Los Angeles, área onde ‘tudo o que é entretenimento acontece’.
LOCOMOTIVAS
O ‘New York Times’ de papel destacou ontem que o ‘Mundo de desenvolvimento é dado como motor para a recuperação’, não os EUA, que ‘usualmente lideravam o mundo de volta ao crescimento’. Desta vez, ‘gigantes emergentes como China, Índia e Brasil estão prontos para voltar com força no ano que vem, enquanto Europa, EUA e Japão ficam para trás’.
O presidente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico descreveu os três países como ‘locomotivas puxando o trem’. E um especialista de instituto em Washington falou que ‘o descolamento está de volta’.
SUPERCICLO
O ‘Financial Times’ publicou a análise ‘Três razões por que o superciclo das commodities está vivo e passando bem’. Afirma que as quedas de preços no segundo semestre do ano passado foram ‘correção saudável’. Entre as três razões, destaca que a ‘força estrutural da economia global reside hoje nas economias emergentes.
CONSTRUTORES
Sob o título ‘Bric builders’, construtores de Bric, trocadilho com tijolo em inglês, a ‘Newsweek’ fez longa entrevista com o chanceler Celso Amorim, sobre o que a revista chama de ‘batalha contra o domínio americano’. Para a ‘Newsweek’, a cúpula Bric ‘teve peso simbólico muito maior’ do que seus documentos finais indicam.
PETROBRAS & VALE
Nas buscas de Brasil por Yahoo News e Google News, abaixo do futebol, destaque para o acordo fechado ontem entre as gigantes Petrobras e Vale, para investimento em ‘projetos de energia’, visando ‘explorar gás e petróleo na costa do Brasil’. E que até reergueu a Bovespa, segundo Folha Online e outros.
Bloomberg e outras agências sublinharam o ‘interesse’ declarado pela empresa de mineração de colaborar com a estatal de petróleo no pré-sal.
PÓS-GUERRA
Ontem o ‘Wall Street Journal’ reportou que o ‘Big Oil’ -grandes multinacionais de petróleo- faz semana que vem sua ‘festa de retorno’ ao Iraque, com nova licitação de reservas depois de três décadas. ‘Mas a política interna está atrapalhando’
‘CRESCE A PRESSÃO’
Na escalada de manchetes do ‘Jornal Nacional’, ontem, citando depois o PSDB e o DEM, ‘Na crise do Senado, cresce a pressão para afastamento do presidente da casa’. O telejornal destacou a reportagem do jornal ‘O Estado de S. Paulo’ sobre a ligação de um neto de José Sarney com operações de crédito consignado.
Destacou também a resposta do senador, que falou em ‘campanha midiática’.~
IMPRENSA NA JUSTIÇA
Jornal terá de pagar R$ 593 mil para juiz
‘Um jornal de Santa Cruz do Rio Pardo (interior de SP) foi condenado a pagar R$ 593 mil de indenização por danos morais a um juiz, valor que corresponde a dois anos e meio de faturamento bruto da empresa, segundo seu proprietário, o jornalista Sérgio Fleury Moraes.
A sentença está em fase de execução. Moraes, dono do jornal ‘Debate’, afirma que a decisão é uma ‘pena de morte econômica’, uma vez que irá obrigá-lo a fechar o semanário, publicado há 32 anos.
A ação de indenização por danos morais, movida pelo juiz Antônio José Magdalena, transitou em julgado (quando a decisão é definitiva e não cabe mais nenhum recurso) em 2002. O jornalista foi condenado, na época, a pagar mil salários mínimos, mais os custos decorrentes do processo.
Nesta semana, Moraes foi informado oficialmente de que tem 15 dias para pagar o valor. Ele afirma que, na prática, isso vai significar o fim do jornal, que tem faturamento mensal bruto de R$ 20 mil; a principal máquina vale R$ 40 mil.
O juiz Magdalena afirma que foi vítima de uma campanha difamatória do jornalista e que o dinheiro da indenização será repassado a quatro entidades de serviço social. Ele comparou a atuação do jornalista à do dono de uma empresa de transportes que determina que seus caminhões viajem a 150 por hora e depois diz que faliu em razão das multas e dos acidentes. O objetivo da ação, diz ele, em nenhum momento era levar ao fechamento do jornal.
Segundo o juiz, o fato de Moraes insistir no tema e recrudescer os ataques contribuiu para o valor final da indenização.
A ação teve início em 1995, depois que o ‘Debate’ publicou reportagem que dizia que o juiz morava em casa com o aluguel pago pela prefeitura e contava com uma linha telefônica também custeada pelo município.
Em 1996, a repercussão da disputa entre o juiz e o jornalista ultrapassou as fronteiras da cidade e ganhou repercussão nacional, quando Magdalena, que já movia ação de indenização por danos morais contra Morais, determinou que o jornalista fosse preso, em caso relativo a uma ação eleitoral.
Por meio de sua assessoria, o Comitê de Liberdade de Expressão da ANJ (Associação Nacional de Jornais) afirmou que ‘acompanha o caso atentamente e tem certeza de que o princípio constitucional de irrestrita liberdade de expressão acabará prevalecendo, inclusive no sentido de que eventuais indenizações correspondam ao dano e à capacidade de reparação do acusado’.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, com a ressalva de que não conhece o caso concreto, classificou o valor como ‘preocupante, pois pode ser encarado como um atentado à liberdade de expressão’. Em sua opinião, ‘indenizações não podem servir como forma transversa de inibir a imprensa, o que acontecerá se forem fixadas indenizações altíssimas, em valores superiores ao patrimônio do veículo de comunicação’.
Levantamento feito pela Folha em 2008 mostrou que as indenizações por danos morais fixadas em processos iniciados por juízes contra organismos de imprensa têm valor aproximadamente três vezes maior que as estipuladas em ações movidas por pessoas de outras áreas de atuação. A indenização média para magistrados ficou em 1.132 salários mínimos (R$ 526 mil); já para as outras pessoas ela ficou em 361 salários mínimos (R$ 168 mil).’
REINO UNIDO
BBC divulga suas despesas com executivos
‘A BBC, emissora estatal britânica de radio e TV, publicou ontem detalhes de suas despesas com seus principais executivos. O anúncio acontece em meio a um clamor crescente da opinião pública do Reino Unido, em prol de um maior controle social sobre os gastos públicos.
No site da BBC já há uma lista com os 50 mais altos salários da empresa. A divulgação foi motivada por um pedido feito à emissora com base na lei britânica de liberdade e acesso à informação.
Entre os reembolsos, feitos desde 2004, estão gastos com uso de jatos particulares, champanhe e flores. Serão divulgados, ainda, os cem maiores salários e o gasto da BBC com seus maiores atores. As informações vão ser publicadas a cada três meses a partir de setembro.
A BBC é financiada por um imposto de 142,50 libras esterlinas (R$ 450), recolhido de cada residência onde há aparelho de TV. O diretor-geral da emissora, Mark Thompson disse que a BBC precisa aprender com os escândalos das despesas dos parlamentares britânicos e ser mais transparente.’
TELEVISÃO
Daniel Castro
Gugu fecha com a Record, mas não rompe com o SBT
‘Gugu Liberato, 50, acertou anteontem à noite sua transferência para a Record. Mas, numa atitude que surpreendeu a Record e sua própria equipe, Gugu decidiu que não irá quebrar seu contrato com a rede de Silvio Santos, que só vence em 31 de março de 2010. Ou seja, se depender do apresentador, ele cumprirá seu contrato com o SBT até o fim e só estreará na Record em abril próximo.
A Record se comprometeu a pagar a multa rescisória de Gugu, de R$ 15 milhões, mas o profissional argumentou que está há 35 anos no SBT e que quer sair pela ‘porta da frente’.
A decisão de Gugu frustrou a Record, que o queria o quanto antes. E irritou seus colaboradores, que preveem dias difíceis no SBT. Produtores do ‘Domingo Legal’ acreditam que serão boicotados. Comparam a situação ao de um casamento em que uma das partes sabe que, a partir de determinado dia, o parceiro irá dormir com outra pessoa.
Pelo contrato com SBT, Gugu e emissora são sócios. O contrato impede que a rede o tire do ar, faça alterações na grade que prejudique a sociedade ou remaneje ou demita os 48 profissionais da produção.. A torcida é para que, nos próximos dias, Silvio Santos tome a iniciativa de liberar Gugu de cumprir seu contrato até o final.
O contrato de Gugu com a Record vai até 2018. Ele terá um programa aos domingos, nos moldes do que faz no SBT, com quatro horas de duração e início entre 18h e 20h.
SEM REDE 1
A Globo teve de improvisar anteontem um bloco do ‘Jornal da Globo’, para São Paulo e Rio, enquanto aguardava o final de Cruzeiro x Grêmio.
SEM REDE 2
A emissora optou por não exibir a semifinal da Libertadores em todo o país. Para Rio e SP, transmitiu um filme, que terminou dez minutos antes do futebol. O buraco foi coberto pelo telejornal. A Globo nega ter havido problemas.
NADA A VER
A assessoria de Nizan Guanaes diz que o publicitário não foi sondado pela Record para apresentar ‘O Aprendiz’ no lugar de Roberto Justus, diferentemente do que circulou na internet nos últimos dias. Diz mais: se vier a ser convidado, Guanaes não aceitará.
LUCROS
Até Ana Hickmann tirou proveito da turbulência causada pelo assédio da Record sobre Gugu Liberato. Após saber que ela fora sondada por Silvio Santos, a Record renovou com a apresentadora por oito anos. E lhe deu um novo programa.
PADARIA 1
O programa de Lucília Diniz na Rede TV! não estreará amanhã. Não ficou pronto.
PADARIA 2
Guga de Oliveira, diretor do programa de Lucília que deixou o cargo antes da primeira gravação, diz que não foi demitido, mas que se afastou. ‘Se cometi alguma grosseria, foi tentando explicar a ela que televisão não é padaria’, afirma Oliveira, sobre a última discussão entre os dois. Lucília não foi localizada até a conclusão desta edição.’
Lúcia Valentim Rodrigues
Astro de ‘Barrados no Baile’ vira diretor
‘O ator Jason Priestley tem um lema de nunca dizer nunca. Aos 39 anos, ele não aceitou o convite para voltar a viver Brandon Walsh na remontagem do seriado ‘Barrados no Baile’, um marco para os adolescentes nos anos 1990. Mas deixou a porta aberta com os produtores e acabou dirigindo um dos episódios da primeira temporada do remake.
Ele ainda não acertou uma volta fixa à TV -por enquanto, tem só feito participações eventuais-, mas fechou um contrato com o TheWB.com, o braço on-line da Warner Brothers, para dirigir ‘The Lake’.
O título dá conta de um retiro à beira de um lago onde quatro famílias passam o verão. O acordo estipula um mínimo de 12 episódios, entre sete e dez minutos de duração, com estreia prevista para agosto. Por enquanto, o site não funciona no Brasil. Há que se esperar que ‘The Lake’ vaze na rede.
Craig Erwich, executivo que supervisiona a programação na internet da Warner, disse à revista ‘Hollywood Reporter’ que, com Jason Priestley no projeto, ‘temos uma ótima equipe de criação para dar vida a esse seriado’.
Nascido em Vancouver, no Canadá, em ‘Barrados no Baile’, Priestley era o irmão gêmeo de Brenda (Shannen Doherty). Eles se mudam com os pais de Minneapolis para Beverly Hills e enfrentam o mundo das patricinhas e mauricinhos locais.
O programa ficou na memória por tratar de temas como suicídio, aborto e drogas com uma linguagem mais próxima do público jovem.
No Brasil, foi exibido pela Globo e voltou à TV aberta no ano passado, na Rede TV!, aproveitando o embalo do lançamento do remake. Mas a baixa audiência fez o canal tirar a série do ar antes de completar uma temporada. O ator participou do programa de 1990 até a penúltima temporada. Depois, seu personagem voltou pouco antes do final, em 2000.’
Folha de S. Paulo
Série on-line junta atrizes de ‘Friends’
‘Não foi possível reunir o elenco de ‘Friends’ após o término da décima temporada, em 2004. Os salários milionários inviabilizaram qualquer projeto.
Mas um seriado on-line conseguiu reunir as duas atrizes menos bem-sucedidas: Lisa Kudrow, a engraçada e hippie Phoebe, estrela o ‘Web Therapy’, patrocinado pela Lexus. Na segunda fornada de 15 episódios, que estreia em julho, Courteney Cox, a ex-Monica, fará uma participação especial.
No ano passado, Kudrow levou o prêmio de performance cômica no Webby Awards pela série.’
Mônica Bergamo
Nova novela
‘Gilberto Braga e Dennis Carvalho convidaram Ana Paula Arósio para ser a protagonista de uma novela da Globo prevista para novembro de 2010. Selton Mello e Wagner Moura também estão cotados para a nova trama. O autor não fala sobre elenco e diz apenas que ‘já fizemos alguns tratos verbais para segurar atores’.’
PLÁGIO
Ministério Público investiga plágios
‘Quem entra em grandes livrarias de todo o país e é atraído por títulos clássicos -em geral de obras antigas, sob domínio público-, nem imagina que pode estar comprando gato por lebre. Traduções plagiadas são vendidas sem cerimônia por editoras conhecidas nacionalmente, sob pseudônimos falsos ou atribuição errônea.
Um dos casos mais conhecidos no meio editorial agora virou caso de polícia. A pedido do Ministério Público Estadual, a polícia instaurou na última sexta-feira um inquérito contra a editora Martin Claret, por violação de direitos autorais.
A investigação está a cargo do 23º Distrito Policial, cujo titular é o delegado Luiz Antonio Ribeiro Longo -para quem ainda é prematuro fazer comentários. Os crimes sob investigação nesse caso -identificados nos artigos 184 e 186 do Código Penal- prevêem desde detenção de três meses até reclusão de quatro anos, e multa.
Seria uma pena inusitada para uma prática que infelizmente ainda é mais comum do que os leitores imaginam. A partir de denúncias publicadas nesta Folha, profissionais identificaram dezenas de novos casos suspeitos ou comprovados.
Muitas vezes a ação é feita pela utilização do trabalho intelectual de tradutores mortos, o que favorece a falta de acompanhamento -ainda que vários tradutores sejam famosos e tenham seus direitos morais e patrimoniais ainda sob guarda profissional, como o poeta gaúcho Mario Quintana. Ou então contam com a falta de vigilância oficial.
Machado traduzido
Quem fizer consultas no site da Biblioteca Nacional (www.bn.br), instituição que abriga a Agência Brasileira do ISBN, que tem a atribuição legal de registrar todos os livros publicados no país (e que designa um código para cada um deles, o ISBN), vai encontrar descalabros.
Uma verificação rápida entre as edições registradas pela própria Martin Claret é um bom roteiro inicial. Pelo site, descobre-se que Machado de Assis teve seu ‘Quincas Borba’ vertido para o português por Pietro Nassetti, tradutor prolífico da editora. Machado traduzido para o português?
Os dados são fornecidos pelas próprias editoras para a Agência, que faria apenas o trabalho de registro passivo.
As traduções pirateadas acabam se propagando. Por terem a aparência legal, os livros plagiados acabam citados até em teses acadêmicas. O plágio é feito pela cópia pura e simples ou pela troca eventual de palavras ou frases.
Monteiro Lobato
Monteiro Lobato, um dos fundadores da indústria editorial brasileira, é uma vítima da prática. Uma versão de Lobato do famoso ‘O Lobo do Mar’, de Jack London, da década de 30, reapareceu ‘maquiada’ pela Martin Claret 60 anos depois, sem o nome do criador de Emília e Visconde de Sabugosa.
Não é o único caso envolvendo Lobato. O Ministério Público Federal em São Paulo também está fazendo diligências contra a mesma editora em procedimento aberto pela procuradora da República Rosane Cima Campiotto sobre essa e outra tradução plagiada (‘O Livro de Jângal’, de Rudyard Kipling), o que pode eventualmente resultar em uma ação civil pública. Para isso, um antropólogo está avaliando se esse caso tem interesse nacional ou se atenta contra o patrimônio cultural do país.
Casos como esse, ainda que claramente contemplados pela Lei do Direito Autoral (nº 9.610, de 1998), podem ser considerados apenas de interesse particular dos autores ou seus sucessores, e portanto apenas eles seriam parte legítima para tomar medidas legais.
As duas ações do Ministério Público se seguiram a denúncias encaminhadas por tradutores como Joana Canêdo e Denise Bottmann. Esta última mantém um blog (naogostodeplagio.blogspot.com) em que aponta de forma minuciosa casos de plágio envolvendo outras editoras.
Outro lado
A Martin Claret, famosa pelos livros de bolso que vende em todo o país, admite que diversas traduções tem atribuição errada. Designada para responder pela editora, a advogada Maria Luiza de Freitas Valle Egea diz que a Martin Claret está ‘refazendo o seu catálogo, contratando tradutores para as novas publicações, e pagando os titulares dos direitos de todas as obras em que os problemas estão sendo detectados’.
Segunda ela, a Martin Claret já reeditou mais de 80 títulos e fez acordos com as editoras Ediouro, 34, Hedra e com os tradutores Boris Schnaiderman e João Angelo Oliva.
Isso não impede que livros publicamente denunciados continuem sendo comercializados em grandes livrarias. A Livraria Cultura, por exemplo, uma das maiores de São Paulo, continua vendendo ‘As Flores do Mal’, de Baudelaire, edição da Martin Claret que a Folha noticiou em 2007 ser uma tradução plagiada.
De prático, além de forçar as reedições, as denúncias abortaram a venda da Martin Claret para a editora Objetiva, associada ao grupo espanhol Prisa-Santillana, que havia anunciado sua aquisição em 2008.
Alvaro Gomes, agente que cuida dos licenciamentos da obra de Monteiro Lobato, diz que a IBEP/Companhia Editora Nacional, que detém os direitos sobre as traduções, já está negociando com a Martin Claret uma forma de ressarcimento. Há outros títulos da Companhia Editora Nacional que também teriam sido plagiados.’
Nova Cultural pagou indenização
‘A Nova Cultural, que suspendeu a venda de 22 títulos apontados como plágio, pagou uma indenização pela tradução plagiada de ‘O Vermelho e o Negro’, de Stendhal. A tradução do crítico Luiz Costa Lima, publicada pela ed. Brughera em 1969, foi reeditada pela Nova Cultural, que atribuiu a tradução a Maria Cristina F. da Silva.
A editora foi notificada extra-judicialmente por Costa Lima. Além de pagar indenização, em outubro passado, publicou uma nota apontando o erro.
A editora está relançando seus títulos com a correta atribuição dos autores. É o caso de ‘A Divina Comédia’, que havia sido publicada com tradução atribuída a Fábio M. Alberti. Tratava-se de uma tradução de Hernani Donato. Uma nova edição acaba de ser lançada.
Editora Landmark
A tradutora Denise Bottmann aponta a prática em outras editoras. Uma delas é a Landmark, que teria atribuído uma tradução portuguesa de ‘Persuasão’, de Jane Austen (de Isabel Sequeira e editada pela Publicações Europa-América), a Fábio Cyrino. A edição de ‘O Morro dos Ventos Uivantes’ também teria omitido a tradução brasileira de Vera Pedroso, publicada pela Editorial Bruguera em 1971.
Jorge Cyrino, editor da Landmark, nega os plágios com veemência e diz que possui os contratos efetuados com os tradutores, que comprovariam o trabalho de tradução. Também diz que vai processar Bottmann pela acusação.’
Editor da ‘Wired’ é acusado de plagiar a Wikipédia
‘Chris Anderson, editor da revista ‘Wired’, foi acusado de plágio no livro ‘Free’, que fala sobre modelos gratuitos de negócio na internet e deve ser lançado em julho. De acordo com o site VQR, foram encontradas ‘quase 12 passagens que reproduzem literalmente trechos de fontes não creditadas’ -a maioria era da Wikipédia. Anderson diz, em seu blog, que o site apontou corretamente a falta de referências, que aconteceu por uma confusão sobre como citar a enciclopédia on-line.’
MÚSICA
Michael Jackson
‘Morreu ontem à tarde, aos 50 anos, em Los Angeles, nos Estados Unidos, o cantor Michael Jackson, um dos maiores ícones da música pop, com vendas estimadas em 750 milhões de discos.
Ele sofreu uma parada cardíaca em sua residência, em Bel Air. Socorrido por paramédicos, deu entrada no Centro Médico da Universidade da Califórnia em coma profundo. Em 13 de julho, iniciaria uma série de shows em Londres.
Revelado em 1969, aos 11 anos, no grupo Jackson 5, consolidou a fama numa carreira solo que teve hits como ‘Beat It’ e ‘Thriller’. A partir de meados dos anos 90, gerou manchetes também pelo comportamento excêntrico, pela gradual mudança da cor da pele e pelas acusações de abuso sexual contra menores.
Leia nesta edição a repercussão da morte no Brasil e no mundo, além de comentários do músico Paulo Ricardo e do produtor João Marcello Bôscoli.’
Sérgio Dávila
Michael Jackson morre de parada cardíaca nos EUA
‘Michael Jackson, o menino de 50 anos que revolucionou a música pop nos anos 80 com seu estilo e voz únicos e chocou o mundo por suas bizarrices na vida pessoal, morreu ontem em Los Angeles, na Califórnia.
A morte foi pronunciada às 14h26 locais (18h26 de Brasília) por médicos do Centro Médico da Universidade da Califórnia (UCLA), aonde ele chegou em coma profundo. Até a conclusão desta edição, não estavam claros os motivos que levaram à parada cardíaca que motivou o pedido de resgate, feito de sua casa às 12h21 locais.
Paramédicos dos bombeiros de Los Angeles o encontraram já sem sinal de pulso ou respiração na residência que alugava em Bel Air. O tempo levado entre o resgate e a entrada no hospital foi de seis minutos. No início da noite, vazou uma foto de Jackson na maca da ambulância, aparentemente já sem vida.
‘Médicos tentaram ressuscitar meu irmão por uma hora’, disse Jermaine Jackson, no único comunicado oficial da família de músicos. Brian Oxman, advogado ligado aos Jackson, disse que ele teria problemas com uso excessivo de remédios vendidos sob prescrição médica, supostamente por conta da pressão de uma turnê de 50 shows que acabara de anunciar em Londres.
O departamento de homicídios da polícia local abriu investigação sobre a morte, mas o detetive-chefe da força disse que se trata de procedimento padrão em casos com personalidades públicas, e não por suspeita de morte provocada.
Minutos após o anúncio da morte de Jackson ir ao ar no site de celebridades TMZ, o primeiro a dar a notícia, dezenas de fãs já se reuniam na porta do hospital para onde o músico foi levado e em frente à casa que ele alugava desde que pôs à venda o rancho Neverland.
Em Nova Orleans, na Louisiana, fãs tomaram as ruas. No teatro Apollo, no bairro negro do Harlem, em Nova York, dezenas de pessoas cantavam a capela sucessos do músico como ‘Billie Jean’. Em Washington, lojas de CDs viam esgotar rapidamente as cópias disponíveis dos discos do rei do pop.
Jackson foi um dos maiores artistas da música pop do século passado, com 14 músicas em número um nas paradas norte-americanas, incluindo ‘Beat It’, ‘Billie Jean’ e ‘Black or White’. Seu disco ‘Thriller’, de 1982, é considerado o mais vendido da história da música -números variam de 50 milhões a 104 milhões de cópias comercializadas; o ‘Guinness’ aponta 55 milhões de cópias.
Parte do sucesso veio de sua capacidade de atrair plateias negras e brancas, o que o meio musical chama de ‘crossover’. ‘É quase impossível exagerar o impacto que ele teve na música e na cultura populares’, disse Alan Light, ex-editor das revistas ‘Spin’ e ‘Vibe’. ‘Ele definiu tudo o que o videoclipe poderia ser e personificou o ‘crossover’, unindo música negra e rock.’
Apesar disso, a virada do século o viu perder fãs, o que exacerbou seu comportamento errático. Jackson não lançava um álbum de estúdio desde 2001, com ‘Invincible’, que alcançou o topo da parada americana. Iniciaria em 13 de julho uma extensa turnê de 50 apresentações na O2 Arena, em Londres.
Embranquecimento
Nascido em Gary, no Estado de Indiana, Michael Joseph Jackson ganhou fama aos 11 anos, em 1969, ao lado de seus irmãos, no grupo Jackson 5.
A transformação por que passou sua cor de pele desde meados dos anos 1980 motivou os mais diversos rumores.
O cantor enfrentou ainda acusações de que teria abusado de menores. Em julho de 2005, foi inocentado em um julgamento em que era alvo de dez acusações -incluindo a de ter molestado sexualmente um menino de 13 anos.
Estimava-se que suas dívidas chegassem a US$ 200 milhões.
Ele deixa três filhos: Michael Joseph Jackson Jr., Paris Michael Katherine Jackson e Prince Michael Jackson 2º.’
Astro tinha saúde frágil, agravada recentemente
‘Figura frágil do pop, Michael Jackson costumava sair às ruas de máscara cirúrgica e, não raramente, com uma sombrinha.
Nos últimos meses, com o anúncio da turnê em julho, em Londres, voltaram a circular os rumores sobre sua saúde, que estaria debilitada demais para aguentar os 50 shows.
Apesar de seus assessores negarem, a imprensa britânica afirmou recentemente que o astro lutava contra um câncer de pele.
Diziam também que estava tomando um pesado coquetel de remédios contra ansiedade, incluindo Xanax, Zoloft e Demerol, para aguentar o ritmo dos ensaios para as próximas apresentações.
Mesmo assim, o cantor, que vivia recluso desde 2005, após se livrar das acusações de abuso sexual infantil, vinha ensaiando para os shows, ou pelo menos era o que diziam.
Rand Phillips, da produtora da turnê AEG Live, chegou a dizer que o nível de colesterol de Jackson era ‘melhor que o meu’. O astro passara por uma série de exames médicos e tudo corria bem.
Mas, com tantos mistérios rondando o rei do pop -é verdade que ele dormia numa câmara hiperbárica para não envelhecer?-, é difícil saber no que acreditar.
Histórico
Além dos eternos mistérios sobre o embranquecimento de sua pele ou o afinamento de seu nariz, Jackson passou por pelo menos duas internações nos anos 80 e 90.
Em 1990, Jackson ficou internado durante dois dias após sofrer dores no peito.
Depois de exames, o hospital Saint John, em Santa Monica (Califórnia), afirmou que o cantor nunca sofrera problemas cardíacos.
Na época, diziam que o astro, vegetariano, tomava mais de 40 comprimidos de vitaminas. Ele queria, com isso, viver até os 150 anos.
Em 1984, também foi internado, desta vez por causa de queimaduras de segundo grau num acidente durante gravação de um anúncio para a Pepsi.
Foi atingido por fagulhas que queimaram seu cabelo, situação agravada com a brilhatina.’
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O Estado de S. Paulo
Sexta-feira, 26 de junho de 2009
SARNEY
Senador alega ser vítima de ‘campanha midiática’
‘Em dia de mais um escândalo envolvendo sua família, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ficou ontem recluso em sua casa, no Lago Sul, em Brasília. No final da tarde, em um carro particular, foi a uma clínica de olhos na Asa Sul, onde permaneceu por cerca de uma hora. Ao sair, indagado sobre a crise no Senado, disse apenas: ‘Não vou falar nada’.
Pela manhã, o senador divulgou uma nota sobre a reportagem publicada pelo Estado que revelou que seu neto, José Adriano Sarney, é sócio de uma empresa que intermedeia empréstimos consignados no Senado (leia abaixo).
No texto, entregue por um assessor, Sarney atribuiu as notícias a uma ‘campanha midiática’ para atingi-lo por conta de suas posições políticas ‘de apoio ao presidente Lula e ao seu governo’.
Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu duas vezes em defesa de Sarney. Chegou a dizer que o atual presidente do Senado não pode ser tratado como uma ‘pessoa comum’, por ter sido presidente da República e ter uma ‘historia’.
José Adriano, através do gabinete de seu pai, o deputado Zequinha Sarney Filho (PV-MA), também divulgou nota, dirigida ao Estado, chamando de ‘insinuações descabidas’ a reportagem e negando que tenha sido beneficiado na intermediação de empréstimos consignados no Senado por ser neto de Sarney. ‘Nunca tive qualquer favorecimento, sou profissional qualificado, cuidando da minha vida’, diz, no texto.
Em discurso no plenário, Sarney Filho também afirmou que as denúncias de irregularidades envolvendo seu pai e parentes são ‘calúnias’ e fazem parte de uma ‘campanha midiática’.
Depois da visita à clínica de olhos – aonde vai com regularidade, segundo funcionários do local -, Sarney voltou direto para a casa, uma mansão particular com muros altos na beira do Lago Paranoá. O senador não usa a residência oficial.
ÍNTEGRA DA NOTA DE SARNEY
‘Sobre a matéria divulgada hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo, considero os esclarecimentos prestados pelo meu neto, José Adriano Cordeiro Sarney, pessoa extremamente qualificada, com mestrado na Sorbonne, e pós-graduação em Harvard, suficientes para mostrar a verdadeira face de uma campanha midiática para atingir-me, na qual não excluo a minha posição política, nunca ocultada, de apoio ao presidente Lula e seu governo.’’
Leandro Colon
Notícia surpreende, mas forró continua
‘Reunidos para dançar quadrilha na tradicional festa junina na casa do ex-senador e hoje ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Jorge, políticos de vários partidos foram surpreendidos pela notícia, na madrugada de ontem, de que o Estado traria reportagem sobre o envolvimento do neto do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), com o negócio de créditos consignados na Casa.
Políticos dos três Poderes deixaram os quitutes e as bebidas de lado para fazer previsões sobre a reação de Sarney a mais uma denúncia. Ao som de forró, avaliaram que a situação do parlamentar ficaria cada vez mais difícil na cadeira de presidente do Senado.
Telefonemas começaram a ser disparados para lideranças políticas e jornalistas atrás de informações durante a madrugada.
Estavam presentes na festa, entre outras pessoas, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, o senador Marco Maciel (DEM-PE) e o vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM).
Em conversa com amigos durante a festa, o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), chegou a admitir a possibilidade de Sarney renunciar ao mandato. Ontem, porém, no plenário, ele saiu em defesa do peemedebista e, no final da tarde, compareceu à casa do presidente do Senado.’
RÚSSIA
Caso de jornalista morta terá novo julgamento
‘O Supremo Tribunal da Rússia anulou ontem a absolvição de três suspeitos do assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, em 2006. A corte ordenou ainda a abertura de um novo julgamento sobre o caso. A decisão é uma resposta a um pedido da promotoria, para quem houve irregularidades no primeiro julgamento.’
CHINA
O Estado de S. Paulo
Pequim acusa Google de difundir pornografia
‘A China voltou ontem a criticar o Google, dessa vez acusando o site de buscas de difundir pornografia na internet, violando as leis do país. O site ficou fora do ar ontem em boa parte da China. Na véspera, os EUA haviam pedido a Pequim que desistisse de seu plano de instalar um filtro de censura na internet em todos os computadores novos.’
PUBLICIDADE
Marili Ribeiro
‘Obama’ faz sucesso em Cannes
‘A maior aposta no Festival Internacional de Publicidade de Cannes para o Grand Prix na categoria Titanium and Integrated – que avalia campanhas que utilizam várias plataformas de mídia e se tornou o prêmio mais cobiçado no festival – é a estratégia de comunicação que elegeu o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Por isso, não foi surpresa a plateia lotada para a apresentação de um dos responsáveis pela campanha, David Plouffe – convidado da DDB Worldwide. A histórica campanha, acompanhada mundo afora, foi resultado da combinação do uso da mídia digital com a tradicional, sob o forte apelo da ideia de ‘mudança’. Nunca tantos participaram de uma campanha política antes nos Estados Unidos.
Um dos sócios da AKP&D Message and Media, empresa especializada em campanhas políticas, Plouffe, 41 anos, foi preciso no discurso. Agradou sem apelar para pirotecnias. Exibiu apenas um dos filmes da campanha, onde Obama surge em primeiro plano. Depois, Plouffe resumiu seu produto: ‘Não há música. Não há gráficos. Ele pode falar com o público como adulto. Pode falar sobre questões complexas. Soa verdadeiro.’
Segundo ele, ‘não há nada mais vibrante do que pessoas falando para pessoas. Uma comunicação direta, sem intermediação’. Lógico que, na avaliação do vice-presidente de criação da agência JWT no Brasil, Mário D?Andréa, tudo funciona desde que o produto seja bom.
Entre as lições anotadas por D?Andréa ao fim da apresentação está o amplo uso de todos os recursos de acesso e comunicação possíveis pelas marcas – até mesmo as redes sociais, da forma eficiente como Obama fez. ‘Não há alternativa, as marcas têm de ocupar todos os espaços ao mesmo tempo, e com o mesmo discurso.’ A linha de conduta de toda a estratégia da campanha foi sempre a busca do maior engajamento possível dos eleitores, o que, segundo o marqueteiro de Obama, ‘a tecnologia torna possível’.
Para Rodrigo Lacerda, diretor de marketing do Carrefour, esse é um ponto que pode ser bem explorado pelas empresas. ‘Temos de investir no trabalho das comunidades no entorno das lojas’, disse Lacerda. ‘A questão do engajamento, ligando pessoas às marcas, sem intermediação, é algo que redes como o Mercadona, da Espanha, já fazem. Eles investem zero em mídia, mas empregam apenas pessoas do bairro onde estão instalados. Mantêm creches e escolas para a comunidade e dessa maneira criam raízes com esses consumidores.’ Para Lacerda, o varejo no Brasil ainda está distante dessa realidade. ‘Só os bancos trabalham com perfis segmentados.’
O jornal ?O Estado de S. Paulo? é o representante oficial do Festival de Cannes no Brasil’
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Para Spike Lee, cinema vai nascer no celular
‘O cineasta americano Spike Lee, que foi ao Festival de Cannes divulgar o projeto MOFilm – uma plataforma digital de conteúdo e de novas formas de convergência de tecnologia e publicidade para a produção de filmes – disse acreditar que o cinema do futuro vai nascer no celular. Segundo ele, é maravilhosa a possibilidade de qualquer usuário gerar conteúdo, e os meios digitais vão ‘liberar a criatividade das pessoas’.’
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‘Estamos animados com o que está por vir’
‘Um dos nomes mais esperados entre os vários convidados para palestras no Festival de Cannes é o presidente do Google, Eric Schmidt, que fala hoje para os profissionais presentes ao evento. Sua empresa, líder absoluta em buscas na internet, vem sendo bastante criticada nos últimos meses, acusada de ser uma ‘pirata da informação’, por usar na internet as notícias produzidas em diversos meios sem nenhum pagamento. Schmidt diz que, na verdade, o Google está ajudando a indústria dos jornais. Antes de chegar a Cannes, Schmidt deu a seguinte entrevista ao Estado, por e-mail:
Há alguns meses o senhor enfrenta duras críticas dos executivos de empresas jornalísticas, que dizem ser predatório o uso das notícias produzidas nos jornais pelo Google News sem nenhum pagamento. O que o sr. diz sobre isso?
Acredito que nós, na verdade, estamos ajudando a indústria, e podemos fazer mais. Apesar de não haver uma solução mágica para os desafios que a indústria dos jornais enfrenta atualmente, acredito que estamos ajudando a atrair os usuários ao conteúdo dos jornais disponível na rede, e não contribuindo para o declínio da indústria.
O Google lucra com o conteúdo dos jornais? A empresa não está, na verdade, usando material produzido pelas empresas jornalísticas para atrair audiência para seu portal de buscas?
De uma maneira geral, acredito que os mecanismos de busca beneficiam os jornais porque conduzem um tráfego valioso para as suas páginas na internet, conectando-os a leitores de todo o mundo. Na verdade, o Google remete os leitores às páginas de diferentes editores de notícias ao ritmo de mais de um bilhão de cliques mensais. Uma vez que o leitor chega à página de um jornal na internet, nós também nos esforçamos para ajudar a publicação a obter renda com isso. Além disso, acreditamos que ambas as ferramentas, Google Web Search e Google News, estão de acordo com a lei de copyright – simplesmente redirecionamos os usuários para as páginas nas quais os textos se encontram. E, claro, se os editores decidirem que não desejam ver os seus sites relacionados nos resultados das buscas do Google, por exemplo, eles têm a liberdade de ficar de fora.
As agências de publicidade não estão satisfeitas com as verbas publicitárias que movimentam na internet. Dizem que a maior dificuldade está nos portais de busca e seus links patrocinados (com preços módicos). Como o sr. avalia isso?
As agências estão entre as nossas principais parceiras, e são cruciais para o crescimento da indústria publicitária. Partilhamos os mesmos objetivos – criar uma publicidade relevante e eficaz que envolva e inspire o consumidor. Além disso, numa época na qual os anunciantes procuram novas formas de chegar ao público e maximizar o retorno sobre cada centavo investido, as agências têm diante de si uma grande oportunidade de usar nossas ferramentas para demonstrar as suas vantagens sobre a concorrência num ambiente online voltado para o retorno sobre o capital investido.
O que representa o mercado brasileiro para o Google?
Enxergamos no Brasil uma imensa oportunidade de ajudar os anunciantes e as agências que os servem a atingir seu público com uma eficácia sem precedentes. Acreditamos que os anunciantes e as agências apenas começaram a se valer do potencial da publicidade online no Brasil, e estamos animados com aquilo que está por vir.’
TELEVISÃO
Microsséries na fila
‘Nem Chico Xavier, muito menos Roque Santeiro. Só um milagre pode tirar do telhado da Globo a proposta de transformar o filme sobre o médium e o longa homônimo da novela em microsséries para 2010. Motivo: o excesso de projetos de curta duração em andamento no canal.
A rede chegou a anunciar no início do ano que o filme sobre a vida de Chico Xavier, dirigido por Daniel Filho, e os longas Roque Santeiro e O Bem Amado iriam virar em breve microsséries no canal, seguindo o caminho inverso de O Auto da Compadecida. A ideia era transformar os longas em produtos televisivos quatro meses após a estreia no cinema.
Desses, apenas O Bem Amado – que estreia no final do ano nas telonas – está confirmado para 2010 na Globo. Os outros não têm a menor previsão de irem ao ar – se forem. Uma das ideias da rede era lançar a microssérie sobre Chico Xavier em abril , mês de comemoração do centenário do médium. O problema é o que longa, protagonizado por Nelson Xavier, deve chegar aos cinemas na mesma temporada.
Na fila de espera da Globo há pelo menos quatro microssérie aprovadas e outros seis projetos na espera.’
MÚSICA
Michael Jackson morre aos 50
‘O cantor, compositor e dançarino americano Michael Jackson, de 50 anos, morreu ontem, em Los Angeles, possivelmente após sofrer uma parada respiratória em sua casa, em Holmby Hills. Segundo seu irmão Jermaine, a causa da morte só será conhecida depois da autópsia.
Eram 12h26 (16h26 de Brasília) quando o serviço de emergência de Los Angeles recebeu um telefonema da casa do cantor, que estava inconsciente. Aparentemente, Jackson foi reanimado por uma equipe de paramédicos antes de ser levado para o hospital da Universidade da Califórnia (Ucla). O jornal Los Angeles Times informou que o cantor não respirava quando a ambulância chegou à sua casa. Sua morte foi confirmada às 13h07 (17h07 de Brasília). O corpo foi, em seguida, transportado de helicóptero.
Brian Oxman, um dos advogados da família Jackson, declarou à rede de TV CNN que foi informado por Randy, irmão do cantor, de que Michael sofrera um colapso em casa na manhã de ontem. O site TMZ.com disse que, com a chegada do cantor, o centro médico virou um ‘caos absoluto’. Pessoas que chegaram ao local com Michael gritavam: ‘Vocês têm de salvá-lo!’.
Oxman insinuou ainda que o cantor pode ter abusado de medicamentos para tratar de lesões em uma vértebra e numa perna depois de cair no palco.. Uma sindicância médica examina agora as causas da morte.
Sétimo de nove filhos, Michael Joseph Jackson nasceu na cidade de Gary, em Indiana, em 29 de agosto de 1958. Começou a cantar e a dançar aos 5 anos, iniciando carreira profissional aos 11 como vocalista dos Jackson Five, grupo formado com os irmãos. Apelidado nos anos seguintes de King of Pop (Rei do Pop), cinco de seus álbuns se tornaram os mais vendidos de todos os tempos: Off the Wall (1979), Thriller (1982), Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory: Past, Present and Future – Book I (1995).
Adulto, gravou o álbum mais vendido da história, Thriller, com 120 milhões de cópias comercializadas. Teve ainda 13 canções no primeiro lugar das paradas de sucesso, além de faturar 13 prêmios Grammy.
Jackson fez shows no Brasil em 1993. Três anos depois, gravou um clipe na favela do Morro Dona Marta, no Rio. À época, ele já iniciara a série de operações plásticas no rosto, que quase o transfiguraram. Jackson dizia ter vitiligo, doença que, alegava, seria responsável pelo embranquecimento da pele.
O cantor preparava-se para se apresentar em uma série de 50 concertos em Londres, de 13 de julho até março de 2010. A venda de ingressos, em março, terminou em poucos minutos.
A temporada representaria uma tentativa de retomar a carreira depois de anos ocupando manchetes, principalmente com insinuações de assédio sexual infantil – em 2003, chegou a ser preso e perdeu fortunas para evitar o tribunal.
Jackson deixou três filhos: Michael Joseph Jackson Junior, Paris Michael Katherine Jackson e Prince Michael Jackson II, cuja mãe se manteve anônima – a criança seria resultado de inseminação artificial. O menino participou de momentos polêmicos. Em novembro de 2002, em Berlim, Jackson apareceu na janela da varanda do quarto de hotel com o garoto recém-nascido. De repente, o cantor pôs o bebê com um pano no rosto para fora da janela – pretendia, na verdade, mostrar a criança aos fãs que estavam na entrada do hotel.
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS’
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