Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Sérgio Dávila

‘‘Orkut Buyukkokten adicionou você como amigo. Orkut é seu amigo? Sim ou não?’ A mensagem estava na página que este repórter mantém num dos maiores e mais conhecidos sites de relacionamentos virtuais da internet, batizado propriamente de Orkut (www.orkut.com). Calcula-se que 6 milhões de pessoas tenham páginas com seus perfis ali; desse universo, a maioria (71,92%, segundo os últimos dados disponíveis) é brasileira. E quem é o criador do sucesso?


Na vida virtual, segundo sua própria página, Orkut Buyukkokten tem 30 anos, é solteiro, gosta de massagem, não entende as mulheres e tem como meta na vida ‘tentar experimentar todas as coisas ‘radicais’ (definir ‘radical’ é sua função) e nunca olhar para trás ou se arrepender de nada’. Na cama dele você vai encontrar ‘velas, óleo para massagem, urso de pelúcia e algemas’.


Na vida real, como comprovou a Folha em entrevista exclusiva com o ‘desenhista de interface com o usuário’ (sua função) na sede do Google, na Califórnia, Orkut Buyukkokten nasceu na Turquia, onde estudou na renomada Universidade Bilkent, em Ancara, tem pós-doutorado em ciência da computação em Stanford e desenvolveu o embrião do site nos bancos da universidade californiana, até ser contratado pela empresa de seus ex-colegas Sergey Brin e Larry Page.


Ele não tem idéia dos motivos que levaram sua criação a ser o sucesso que é especificamente no Brasil -a imprensa e os internautas norte-americanos em geral praticamente ignoram o Orkut, dando mais atenção a outros sites de relacionamento como Friendster ou thefacebook. Diz que não faz parte de seus planos vender as informações contidas nas páginas pessoais para empresas, dados e hábitos que valeriam ouro na publicidade virtual.


‘Sim, Orkut é meu amigo’, foi a resposta dada pelo repórter ao pedido virtual, o que deixa o entrevistado com 567 ‘amigos’, 791 ‘fãs’ e 3.722 mensagens deixadas no seu ‘rascunho’. Leia a conversa abaixo:


Folha – Primeiro, uma reclamação: por que o Orkut é lento?


Orkut Buyukkokten – Os participantes crescem exponencialmente, muito, mas muito mais rápido do que esperávamos. Nós aumentamos a capacidade da rede a cada mês, mas a demanda é sempre maior. O que gera um problema aparentemente insolúvel: quando aumentamos a capacidade, e com isso a velocidade com que os comandos são realizados, as pessoas conseguem navegar mais e conseqüentemente convidar mais pessoas para fazerem parte do Orkut, o que deixará o sistema lento de novo, até que aumentemos de novo a capacidade… Mas chegará um momento em que nossa velocidade ao aumentar será igual à da demanda.


Folha – E por que as mensagens de erro engraçadinhas, como ‘Bad, bad server. No donut for you!’? (fala adaptada de um dos episódios clássicos da série de TV ‘Seinfeld’, intitulado ‘The Soup Nazi’)? Você sabia que há até comunidade contra essas mensagens -e centenas contra você e seu invento?


Orkut – Não sabia… (risos). É só uma maneira de deixar a informática mais palatável…


Folha – Há milhares de comunidades brasileiras pornográficas e outro tanto com mensagens racistas ou discriminatórias, o que fere a ‘carta de intenções’ de seu site. Recentemente, uma delas saiu do ar depois que a Justiça autorizou a polícia a investigar o autor. Como você controla isso?


Orkut – Quanto à pornografia, talvez a explicação esteja no fato de os brasileiros serem mais liberais. Quanto ao racismo, é um horror, eu condeno. Mas como você põe um limite sem cair na censura? Este é um problema com o qual eu tenho de lidar…


Folha – Qual sua teoria para a presença maciça de brasileiros?


Orkut – Não tenho a menor idéia. Talvez seja cultural, tenha a ver com a personalidade de vocês, que são conhecidos como um povo amigável. Pode ser devido à própria característica do mecanismo de entrada no site (só pode se cadastrar quem receber um convite de um dos cadastrados). Eu tenho alguns amigos que têm alguns amigos brasileiros, e assim foi se espalhando, o que era mesmo a minha idéia desde o início.


Folha – O que diz do rumor recente de que os técnicos do Google ‘diminuíam’ a velocidade do usuário se ele declarasse ser do Brasil, como uma maneira de diminuir a presença?


Orkut – Soube do rumor quando recebi a lista diária com as estatísticas e vi que países como Iraque tinham disparado em participação, enquanto o Brasil tinha caído drasticamente, o que não fazia nenhum sentido em termos de comportamento de usuário. Mas é pura lenda urbana, uma bobagem. Não temos como deixar a navegação de alguém mais lenta baseada no seu país de origem. Soube também que houve até festas em São Paulo quando os brasileiros ultrapassaram os 50%, confere?


Folha – Confere.


Orkut – Então. Hoje, o Brasil é o principal foco do Orkut. Tanto que lançamos a interface em português em abril. Eu recebo muitas mensagens de brasileiros em meu ‘scrapbook’, pena que não entenda a língua. (puxa o repórter para perto de uma tela). O que está escrito aqui, por exemplo? (alguém o xinga de filho da p…)


Folha – Um palavrão que envolve a reputação de sua mãe.


Orkut – Ah…(desapontado) E aqui? (alguém pergunta se ele é parente do Buiú, personagem do programa ‘A Praça É Nossa’).


Folha – Melhor mudar de assunto: qual o seu orçamento?


Orkut – Stanford é minha parceria nessa iniciativa, pois eu desenvolvi o programa na universidade, então eles me dão apoio em termos de servidores. Quanto a números, não posso revelar por uma questão de contrato.


Folha – Você tem informações valiosas e hábitos pessoais de 6 milhões de pessoas. Pretende vendê-los à publicidade?


Orkut – Não faz parte dos planos. Estamos oferecendo agora o serviço de e-mail do Google, mas é um anúncio interno.


Folha – Não seria ferir a política de privacidade do site?


Orkut – Não faríamos nada sem a expressa permissão do usuário, conforme está na própria política de privacidade.


Folha – Você navega muito no seu próprio site?


Orkut – Sim, visito algumas comunidades, leio alguns perfis de pessoas que não conheço…


Folha – Mas é o olhar do dono ou o impulso do curioso?


Orkut – Ambos (risos).’




Folha de S. Paulo


‘Google fica entre as 100 maiores empresas do mundo em novo ranking’, copyright Folha de S. Paulo, 4/07/05


‘O Google passou a ser uma das 100 maiores empresas do mundo, com valor de mercado de mais de US$ 50 bilhões, segundo o ranking ‘FT Global 500’ atualizado, feito pelo jornal britânico ‘Financial Times’.


No ranking anterior, feito em 31 de março, o Google estava em 279º lugar. Na lista atualizada, que considera o valor de mercado das empresas no dia 30 de junho, o Google passou para o 95º lugar.


A maior empresa do mundo em valor de mercado continua sendo a General Electric, seguida da ExxonMobil, da Microsoft e do Citigroup. A Royal Dutch/ Shell passou a BP e ficou em quinto lugar no novo ranking.


Entre as companhias que tiveram as maiores quedas no ranking estão duas italianas, a seguradora RAS e a empresa de mídia Mediaset, do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi. As empresas caíram mais de 100 posições cada.’




PUBLICIDADE
O Estado de S. Paulo


‘A aposta do Extra no formato jornal’, copyright O Estado de S. Paulo, 4/07/05


‘A rede de hipermercados Extra, do Grupo Pão de Açúcar, chegou à conclusão que o jornal é o melhor meio de comunicação para a empresa manter contato com os clientes. Projeto desenvolvido pela agência de publicidade F/Nazca resultou na criação de um jornal, em formato convencional, que terá, a cada 15 dias, uma tiragem de 2,5 milhões de exemplares, que serão distribuídos gratuitamente aos clientes e encartados nos principais jornais do País.


Com investimento inicial de R$ 1 milhão, o jornal terá 16 páginas e o seu foco, diz a diretora de Marketing do Extra, Andrea Napolitano, será a família brasileira, com assuntos de interesse que vão de dicas de lazer a culinária. Essas notícias, diz ela, serão temperadas por ofertas.


‘Em pesquisas com consumidores, constatamos que o tablóide de ofertas do Extra é amplamente utilizado. As iniciativas anteriores, quando introduzimos algum conteúdo sazonal em nossos tablóides, como é o caso dos cafés e vinhos, por exemplo, foram elogiadas pelos clientes. Por conta disso definimos um formato de comunicação que tivesse conteúdo editorial e que pudesse surpreender os usuários dos folhetos de ofertas, com um fomato novo e agregador, o formato do jornal’, diz.


Com reportagens que vão procurar destacar atividades em 10 capitais onde há lojas Extra (São Paulo, Rio, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Natal, Fortaleza, Goiânia, Brasília e Campo Grande), o veículo ganhou o nome de Jornal Extra, o Jornal da Família Brasileira.


Na primeira edição, que já começa a ser distribuída, o cliente encontrará matérias sobre os diferentes modelos de famílias brasileiras e reportagem sobre turismo com dicas de roteiro para as férias de julho.


Outro destaque da edição, diz Andrea, são as dicas de uma barista sobre cafés, preparando terreno para o 2º Festival do Café do Extra, em julho, durante o qual a rede pretende difundir marcas premium do produto.’




RÁDIO
Comunique-se


‘Perfil: Rádio Record’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 4/07/05


‘Da Redação


Nome: Rádio Record


Ano de fundação: 1927


Local de Fundação: São Paulo (SP)


Fundador: Um proprietário de uma loja de discos, que lhe deu o nome de PRB-9. Foi batizada de ‘Record’ ao ser comprada por Paulo Machado de Carvalho


Saiba mais:


A Rádio Record está vivendo uma nova fase. Em junho, completou 74 anos. Ao longo de todo esse tempo, a programação passou por uma série de reformulações. As próximas prometem fazer do Departamento de Jornalismo seu carro-chefe. A partir desse segundo semestre, a emissora ganhará novas instalações na Barra Funda, em São Paulo, onde fica o complexo de televisão da Rede Record, com novos estúdios. A rádio pode ser sintonizada em Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso.


A grade atual é dividida entre três segmentos: Jornalismo, Jornalismo Esportivo e Entretenimento. A rádio tem comunicadores como o radialista Sérgio Luiz, apresentador do ‘Programa Bom Dia Alegria’, onde ele destaca as principais notícias da manhã, as manchetes dos jornais e seleciona músicas de sucesso do momento; Celso Russomano, jornalista e deputado federal que comanda o ‘Estação Record’, um espaço para o ouvinte fazer queixas e sugestões; Luciano Facciólli, âncora do ‘Fala Brasil’, jornal que cobre os principais fatos de São Paulo, do Brasil e do mundo; João Ferreira, que recebe autoridades e jornalistas para debaterem as principais notícias do dia; e Fiori Giglioti, responsável pela equipe de Esportes.


As mudanças vão se refletir no quadro de funcionários. A direção da rádio está à procura de um diretor de Jornalismo e outro para a área Comercial. ‘Imagino que a partir daí será formada uma equipe maior de jornalistas’, comenta Cacá Mendes, um dos coordenadores da Rádio Record. ‘Queremos ter um jornalismo ainda mais atuante’, completa ele. Por enquanto, jornalistas que cobrem o dia-a-dia da cidade e do país e aqueles que cobrem esportes são, ao todo, 15 profissionais.


A nova fase inclui várias emissoras afiliadas por todo o país, que irão retransmitir a programação da Record. ‘Queremos que a emissora volte a ter a importância que tinha antes. É meio que um ‘renascimento’, explica Mendes, que atua na rádio há mais de 30 anos.


Um pouco da história da Rádio Record


Fundada em 1927 por um proprietário de uma loja de discos, a Record chamava-se PRB-9. Foi batizada de ‘Record’ ao ser comprada por Paulo Machado de Carvalho, em 1931. Localizada na Praça da República, no centro de São Paulo, os estúdios da emissora foram palco de momentos importantes da história do país, como a Revolução Constitucionalista de 1932, quando os microfones foram tomadas por revolucionários que liam os manifestos ao vivo – a praça foi cenário de batalhas que entraram para a história de São Paulo. Depois do acontecimento, a rádio ganhou o título de ‘A rádio especialista em Brasil’.


Na década de 30, Carvalho convidou famosos intérpretes da música brasileira para apresentações, entre eles Carmen Miranda, além de produzir especiais com orquestras de muito sucesso.


Depois do fim do Estado Novo, a partir de 1945, a Record investiu no radiojornalismo. Os repórteres passaram a utilizar equipamentos importados, como gravadores e transmissores de ondas curtas portáteis. Destaque para o então ‘rádiorepórter’ Murilo Antunes, que acompanhava eventos em outros países.


Na década de 50, o destaque foi para os musicais e rádionovelas. O elenco incluía nomes como Blota Jr, José Rubens, Nair Belo e Demônios da Garoa. Em 1954, em função do IV Centenário da cidade de São Paulo, a rádio promoveu o I Festival da Velha Guarda, um show musical transmitido do Parque do Ibirapuera com participações de Pixinguinha, Donga, Borro, entre outros.


Ainda nos anos 50, a rádio fazia parte das Emissoras Unidas, grupo formado também pela Rádio Panamericana, Rádio São Paulo e pela TV Record – Canal 7. O complexo era presidido por Paulo Machado de Carvalho. A partir daí, criou-se a Associação Beneficente dos Artistas da Rádio Record (ABEARRE), posteriormente ampliada a outros veículos da mesma organização, recebendo o nome de Associação dos Funcionários das Emissoras Unidas. Nessa época a AFEU instituiu o Troféu Roquette-Pinto, com a intenção de homenagear os melhores do rádio nas mais diversas categorias.


Atualmente, o objetivo da Rádio Record é, nessa nova fase, unir forças para alcançar os primeiros lugares no ranking da emissoras AM em São Paulo.’