Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Supremo suspende exigência
de diploma para jornalistas


Leia abaixo os textos de sexta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 17 de novembro de 2006


DIPLOMA EM DEBATE
Silvana de Freitas


STF suspende exigência de diploma de jornalismo


‘Uma liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes suspendeu ontem a exigência do diploma de curso superior de jornalismo para exercer a profissão.


A liminar foi pedida pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Ela valerá até que o STF julgue um recurso de Antonio Fernando, o que trará uma decisão em caráter definitivo.


Em 2001, o Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública na Justiça Federal de São Paulo. Pediu o fim do registro profissional de jornalistas. Para isso, a União deixaria de registrar até mesmo jornalistas diplomados.


A 16ª Vara Cível de São Paulo deu então sentença, válida para todo o país, determinando que o Ministério do Trabalho deixasse de exigir o diploma de jornalismo para fornecer o registro profissional.


Essa decisão foi posteriormente cassada pelo Tribunal Regional da 3ª Região, órgão da segunda instância. O STF irá julgar um recurso contra a sentença do TRF, decidindo a causa em definitivo.


Risco


Antonio Fernando pediu a concessão de liminar até que esse julgamento ocorra. O procurador-geral argumentou que as pessoas que obtiveram registro profissional enquanto vigorou a decisão da 16ª Vara poderiam agora ser demitidas.


‘Um número elevado de pessoas, que estavam a exercer (e ainda exercem) a atividade jornalística (…) agora se acham tolhidas em seus direitos, impossibilitadas de exercer suas atividades’, disse o procurador-geral, referindo-se aos que obtiveram registro na vigência da decisão da 16ª Vara.


Mendes concordou com Antonio Fernando e considerou urgente a concessão da liminar. ‘Quanto à urgência da pretensão cautelar, entendo como suficientes as ponderações do procurador-geral’, afirmou.


No outro extremo dessa batalha judicial, favoráveis à exigência do diploma, estão o governo federal, por meio do Ministério do Trabalho, a Federação Nacional dos Jornalistas e o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.’


READER’S DIGEST VENDIDA
Folha de S. Paulo


Editoras: ‘Reader’s Digest’ será vendida por US$ 1,6 bi


‘A Reader’s Digest Association, editora da revista lida por 80 milhões no mundo, aceitou ser adquirida, por US$ 1,6 bilhão, por um grupo de investidores.’


FOX NEWS
Barbara Gancia


Admirável mundo novo?


‘POR PREZAR meu sistema nervoso, raramente assisto ao canal de TV paga Fox News. Como é de conhecimento interplanetário, os assinantes da Fox são expostos diariamente a dezenas de reportagens de cunho alarmista, capazes de levar o mais pacato dos seres a delírios paranóicos irreversíveis.


Quem assiste ao noticiário da Fox com alguma regularidade acaba acreditando que contrairá melanoma se ficar exposto ao sol por mais de cinco minutos, que espinafre causa cegueira, que clínicas de aborto (prática legalizada nos Estados Unidos) devem ser bombardeadas por armas de destruição em massa e que todo imigrante que usa barba é um homem-bomba em potencial.


Acontece que, na quarta-feira, fui impelida a assistir à emissora que, em seu slogan, afirma produzir um noticiário ‘justo e equilibrado’. Explico: a Regan Books, uma subsidiária da Fox, está lançando o livro ‘If I Did It’ (‘Se Eu Tivesse Feito’), a infame confissão -no condicional- de O.J. Simpson. O livro relata como o chamado ‘crime do século’ nos Estados Unidos teria ocorrido ‘se’ Simpson o tivesse cometido.


Passados 11 anos do assassinato da mulher, Nicole Simpson, e do amigo dela, Ron Goldman, ninguém mais duvida de que Simpson tenha sido o autor dos crimes. Ainda assim, nos dias 27 e 28 de novembro, a fim de turbinar as vendas do livro, ele irá conceder uma entrevista exclusiva aos assinantes da Fox, contando todos os detalhes da matança, dada, é bom lembrar, a circunstância de que ele pudesse ter sido o culpado.


Vivemos tempos inacreditáveis. Pouco antes da reportagem sobre o livro de um assassino que tem a cara-de-pau de usar de artifícios semânticos para driblar a lei e faturar em cima das mortes que perpetrou, a Fox exibiu outras duas matérias que dão bem o tom do ‘zeitgeist’, ao que os alemães chamam de ‘o espírito do nosso tempo’.


A primeira mostrou uma fila de gente acampada há mais de uma semana em frente à loja da Sony, em Nova York. Eles estão lá passando o pão que o diabo amassou (no outono nova-iorquino, as temperaturas chegam a 0C de madrugada), sem tomar banho ou fazer qualquer outra coisa senão esperar, só para comprar a primeira leva do Playstation 3, que está sendo lançado mundialmente nestes dias.


A segunda reportagem falou da controvérsia sobre a regulamentação do Electronic Data Recorder (EDR). Para quem não sabe, o EDR é um chip que registra informações sobre a conduta do motorista antes, durante e depois de um acidente. Espécie de caixa-preta do automóvel, o sistema foi introduzido pela General Motors em 1974 a fim de monitorar as reações do ‘air bag’.


Desenvolvido para aperfeiçoar a segurança, o EDR acabou adquirindo contornos de Big Brother. Em 2005, para a felicidade de seguradoras e autoridades de trânsito, as maiores interessadas em ver o dispositivo funcionando, 64% dos automóveis produzidos nos EUA saíram de fábrica com um EDR sem que o comprador do carro fosse avisado. Isso levou entidades de defesa do consumidor a protestar, e agora o assunto está nas mãos do DER deles lá. É como eu digo e repito: depois do 11 de Setembro, nada mais me choca neste mundão de meu Deus.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Telespectador do futuro vai ver novela ao meio-dia, prevê estudo


‘A TV móvel, que ainda engatinha na telefonia celular, mas que tende a explodir com a TV digital, vai mudar significativamente os hábitos dos telespectadores, a publicidade e a produção de conteúdo. Novelas serão vistas ao meio-dia e telejornais terão apenas um minuto.


É o que conclui o inédito estudo ‘This Box Was Made for Walking’ (Essa caixa foi feita para andar), produzido pela London School of Economics (LSE) para a Nokia.


A TV móvel será uma das principais características da TV digital. Com a nova tecnologia, as redes de TV irão transmitir direta e gratuitamente para telefones celulares.


O relatório aponta que há mercado para a TV móvel desde que tenha alta qualidade de som e imagem. As pessoas vão aderir a ela para buscar informação em tempo real, ‘matar o tempo’, ter a ‘sensação de ‘fazer parte’ e até para usá-la como ‘uma extensão de suas vidas e experiências pessoais’.


Isso porque o telespectador não só terá acesso à programação gerada pelas TVs e telefônicas, mas também a conteúdo dele próprio, como já ocorre na internet. A TV móvel será ‘customizada’, e o telespectador irá interagir e escolher o que receber e compartilhar.


Os programas serão mais curtos. No lugar de episódios, haverá ‘mobisodes’. O estudo cita um telejornal recentemente criado pela China Telecom (operadora de celular chinesa), que dura apenas um minuto.


A LSE aposta em um horário nobre ao meio-dia. ‘Testes mostram que novelas em TV móvel serão extremamente populares durante o horário de almoço’, diz o relatório.


Por causa da tela pequena dos celulares, a TV móvel obrigará as TVs a trabalharem com enquadramentos de câmeras mais fechados, um abuso dos ‘close-ups’. E para atingir o telespectador nesse ambiente, os publicitários terão de criar anúncios de apenas cinco segundos, vaticina a LSE.’


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 17 de novembro de 2006


DIPLOMA EM DEBATE
O Estado de S. Paulo


Liminar dispensa diploma para jornalista


‘O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu ontem em caráter provisório a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista. A pedido do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, Mendes concedeu liminar que desobriga o profissional de apresentar o diploma para obter o registro profissional.


Pela decisão, está liberado o exercício de atividade jornalística independentemente de registro no Ministério do Trabalho ou de diploma de curso superior na área. A decisão deverá vigorar até que a 2ª Turma do STF julgue recurso no qual é questionada decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, em São Paulo, que tornou obrigatório o diploma.


O caso tem origem em 2001, quando o Ministério Público Federal protocolou ação civil pública na Justiça contra a exigência do diploma. Na Justiça de primeira instância, a decisão foi favorável ao Ministério Público. Mas, em seguida, o TRF da 3ª Região decidiu contra o pedido. Agora o caso está no STF.


Em outubro, Antonio Fernando de Souza pediu ao STF que concedesse a liminar desobrigando o diploma. Ele argumentou que o pedido tinha o objetivo de ‘evitar a ocorrência de graves prejuízos àqueles que estavam a exercer a atividade jornalística, independentemente do registro do Ministério do Trabalho ou de diploma de curso superior específico’.’


RÁDIO / EUA
O Estado de S. Paulo


Rede de rádio Clear Channel é vendida por US$ 18,7 bi nos EUA


‘A Clear Channel Communications, maior operadora de emissoras de rádio dos Estados Unidos, será comprada pelas empresas de investimentos Thomas H. Lee Partners e Bain Capital por cerca de US$ 18,7 bilhões. A Clear Channel, que opera mais de 1.100 emissoras de rádio, será vendida por US$ 37,60 por ação, o que representa um prêmio de 16% sobre o fechamento do papel em 25 de outubro, quando a empresa informou que estava buscando alternativas estratégicas. Os compradores também assumem uma dívida de cerca de US$ 8 bilhões.


Dois grupos disputavam a companhia, segundo fontes. O outro consórcio interessado era formado pelos fundos Providence Equity Partners, Blackstone Group e Kohlberg Kravis Roberts.


A Clear Channel informou que pretende vender 448 emissoras de rádio localizadas fora dos 100 principais mercados de mídia dos Estados Unidos, bem como o grupo de televisão, que tem 42 emissoras. Essas vendas, porém, não dependem do acordo maior que está sendo costurado.


Além das operações de rádio e TV, a Clear Channel detém o controle da Clear Channel Outdoor, que trabalha com mídia externa (outdoors e anúncios em pontos de ônibus). A empresa está presente no Brasil exatamente com essas operações de mídia externa (ver box).


‘O preço foi absolutamente irresistível para os acionistas’, disse David Bank, analista do RBC Capital Markets. ‘O único empecilho é que a Thomas H. Lee já está relacionada a outra compra na área de mídia, o que pode fazer com que o fechamento do negócio demore mais que o esperado, por causa dos órgãos de concorrência.’ A Thomas H. Lee faz parte do consórcio que comprou a rede de televisão americana Univison Communications em setembro por US$ 12 bilhões.


A Clear Channel havia anunciado no mês passado que estava avaliando diversas opções estratégicas para seu negócio. Para isso, contratou o banco de investimentos Goldman Sachs.


A empresa informou que seus diretores, excluindo aqueles com interesse na venda, e um comitê especial de assessoria do conselho de administração, também formado por integrantes sem interesse na operação, aprovaram a venda.


ACORDO


Por uma solicitação dos diretores independentes, três membro da alta administração fizeram acordo para reduzir eventuais pagamentos relacionados a uma troca no controle da empresa. A empresa, porém, não forneceu mais detalhes desse acordo.


A direção da Clear Channel, que inclui integrantes da família Mays, continuará trabalhando na empresa fundada por L. Lowry Mays, o presidente do conselho de administração. A Clear Channel também é dona da Premiere Radio Networks, que vende os programas de rádio de Lush Limbaugh, Dr. Laura Schlessinger, Jim Rome e Ryan Seacrest para mais de 5 mil estações de rádio.


A empresa já foi uma das queridinhas de Wall Street, mas viu suas ações caírem nos últimos anos com o recuo dos anunciantes e a competição de novas tecnologias, como o iPod. As ações saíram de US$ 91 em janeiro de 2000 para um patamar entre US$ 27,17 e US$ 35,55 nos últimos doze meses. REUTERS e AP’


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Empresa está presente no Brasil desde 1999


‘A Clear Channel atua no mercado brasileiro desde 1999, por meio de sua divisão de mídia exterior. A primeira operação foi aberta no Rio de Janeiro, quando a empresa venceu licitação para comercializar e instalar mobiliário urbano em espaços na zona sul e centro da cidade. Depois disso, passou a operar também na cidade de São Paulo, com a aquisição de duas empresas já existentes, a L&C Outdoor e Publicidade Klimes. Atualmente, a empresa também presta serviços na cidade de Curitiba.


Por enquanto, a companhia diz que a compra do grupo nos Estados Unidos por empresas de investimento, anunciada ontem, a provavelmente não afetará as operações brasileiras, já que aqui os negócios envolvem outra divisão, focada apenas em mídia exterior, e não rádio e televisão, que é o que foi negociado. A divisão a que pertence o negócio brasileiro está presente em 65 países e, segundo uma fonte da empresa, a comercialização de outdoors é um dos serviços da companhia que mais crescem no mundo.’


MERCADO EDITORIAL / EUA
Chris Ayres


Administração de Chicago prejudicou o ‘LA Times’


‘Enquanto a ocupação americana do Iraque continua a balançar de um lado para outro, uma outra ocupação, em Los Angeles, também experimenta um destino infeliz. A força invasora não foi uma divisão dos fuzileiros navais dos EUA, e sim um grupo de executivos de Chicago que, há seis anos, decidiu que poderia administrar uma das mais prestigiadas instituições de Los Angeles melhor que o pessoal local.


Donald Rumsfeld acharia os resultados bem familiares: baixas de pessoal; os líderes na frente de batalha questionando o comando no quartel-general; e bilhões de dólares desaparecendo. Enquanto isso, organiza-se uma insurgência que poderá finalmente vencer a determinação dos invasores vindos do Meio-Oeste, forçando-os a se retirar para a Cidade do Vento.


Falo do jornal Los Angeles Times. Devo mencionar que o quarto maior jornal dos EUA tem talvez a história mais fantasticamente corrupta entre todas as publicações do planeta. Em 1905, o editor Harry Otis publicou uma série de reportagens advertindo para uma seca iminente e catastrófica – sendo que o objetivo era aterrorizar seus leitores e fazê-los apoiar uma emissão de títulos que financiaria a construção de um aqueduto de 350 km.


O aqueduto, aliás, veio a irrigar uma parte do Vale de San Fernando que Otis havia comprado a preço de banana poucos meses antes. Este golpe de ‘sorte’ transformou as terras de Otis em área de cultivo. E transformou o editor num homem muito rico.


Em outro incidente, sindicalistas lançaram atentados a bomba contra a casa e o escritório de Otis, matando 21 pessoas. Otis sobreviveu e mais tarde viu a filha casar-se com Harry Chandler – cuja família controlou o LA Times até 2000, quando o jornal foi comprado por US$ 8 bilhões pela Tribune Company, de Chicago. Pareceu um bom negócio à época.


Porém, como tantos outros casamentos de Los Angeles, a relação logo azedou. E a iniciativa também resultou no divórcio entre o LA Times e boa parte de seus leitores, ao lado de alguns valiosos anunciantes.


A circulação caiu 8%, para 776 mil exemplares, segundo a última contagem, ante 1,2 milhão em 1990. E editores do LA Times reclamam que são pressionados para que publiquem reportagens de seu jornal irmão, o Chicago Tribune, em vez dos artigos enviados por seus próprios correspondentes. No mundo empresarial, isto é chamado de ‘sinergia’. No mundo real, chama-se redundância.


O editor do LA Times, Dean Baquet, tentou combater os cortes, e então se demitiu no dia das eleições americanas – o que, suponho, mostrou ao menos um talento impressionante para o gerenciamento da notícia. E, claro, o substituto de Baquet veio direto de Chicago.


PROPOSTAS


Mas a conspiração cresce. Agora dizem que David Geffen, o fundador do estúdio de animação DreamWorks, está interessado em comprar o jornal. Geffen aparentemente cria um fundo de guerra vendendo sua coleção de arte. Recentemente, ele se livrou do Nº 5, 1948, de Jackson Pollock, por impressionantes US$ 140 milhões.


Mas Geffen enfrenta a concorrência de outros dois candidatos ricos: Eli Broad, magnata dos seguros, e Ron Burkle, bilionário do setor dos supermercados. Os dois já fizeram uma oferta secreta por todas as ações da Tribune.


De certo modo, a briga pelo jornal é uma briga pela alma da cidade. Los Angeles é um lugar vasto e confuso, que abriga 89 cidades incorporadas (LA é apenas uma delas, ao lado de Beverly Hills, Santa Monica e outras), 196 áreas não incorporadas e uma população dramaticamente segregada em termos raciais, dos ‘barrios’ hispânicos do leste aos submundos afro-americanas do sul e aos enclaves brancos extraordinariamente ricos do noroeste.


O LA Times tem ajudado a manter isso unido, ao mesmo tempo lembrando a Costa Leste de que o sul da Califórnia é mais que apenas uma locação de filmagem. Mas a natureza descentralizada de LA torna a cobertura cada vez mais difícil numa era em que a internet divide os leitores em categorias cada vez mais especializadas e os anúncios classificados ficam obsoletos diante de serviços gratuitos como o Craigslist.com.


Para o bem da identidade da cidade, no entanto, espero que o jornal conserve seu lugar na camada superior do jornalismo americano. Minha sugestão: por que não levantar fundos vendendo os direitos de filmagem da história do jornal? Afinal, isto é LA.


E, felizmente para todos, o título Chicago já está ocupado.’


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Investidores compram editora da ‘Seleções’


‘Reuters – A Reader’s Digest Association, que publica uma das revistas mais lidas nos Estados Unidos – também chamada Reader’s Digest – , aceitou a oferta de aquisição de US$ 1,6 bilhão feita por um grupo de investidores. Com as dívidas, o negócio chega a US$ 2,4 bilhões.


A empresa Ripplewood Holdings lidera o grupo de investidores que vai pagar US$ 17 por ação, um prêmio de quase 10% em relação ao preço de fechamento das ações da Reader’s Digest na quarta-feira.


A Reader’s Digest, que no Brasil edita a revista Seleções, enfrenta os mesmos tipos de problemas por que passam muitas concorrentes no mercado editorial atualmente, de queda na circulação, diante da dura competição com outras mídias.


Publicada em 21 idiomas, a revista tem uma circulação mensal de aproximadamente 18 milhões de exemplares e atinge cerca de 80 milhões de leitores em todo o mundo. No mês passado, a companhia registrou prejuízo trimestral de US$ 26,7 milhões.


A compra deve ser finalizada no primeiro trimestre de 2007.’


PUBLICIDADE
O Estado de S. Paulo


Polêmica em anúncio da Ellus


‘Justiça de Santa Catarina decide que empresa terá de retirar outdoors


No final de setembro, o Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) abriu um processo para julgar, a pedido de consumidores, a campanha em outdoors e revistas da fabricante de roupas Ellus em que dois modelos aparecem nus ou seminus, por considerá-la de forte apelo sexual. Mas, antes mesmo que a instituição se manifestasse, a Justiça de Santa Catarina atendeu esta semana ao pedido feito pelo Ministério Público do Estado de retirada da campanha do ar. A decisão, por se tratar de interesse coletivo, é extensiva a todo o País.


Até o final da tarde de ontem, a Ellus dizia não ter sido notificada da decisão. Por isso, não antecipou se acatará a medida ou entrará com recurso. Entretanto, em resposta enviada no último dia 10 ao Estado, por conta de carta de um leitor insatisfeito com a propaganda, a Ellus não parecia disposta a ceder. O leitor Flávio Ignacio escreveu que seu desagrado não se tratava de puritanismo, mas ele acreditava que existia limite entre o belo e o vulgar, entre o sensual e o pornográfico, entre a insinuação e a leviandade.


Em sua resposta, a empresa se defendeu sob o argumento de que se trata de arte e que a ‘maldade’ está na cabeça do leitor: ‘A Ellus é uma marca que destaca a beleza e a atitude da mulher e do homem que a vestem. Uma coleção é composta por 50% de roupa e 50% de emoção. A foto em questão foi idealizada nesse contexto. (…) Na foto são mostrados apenas os contornos da modelo, que está de perfil, não estando aparente qualquer parte íntima de seu corpo.’’


TELEVISÃO
Cristina Padiglione


Vêm aí rádio e portal


‘Bem ao modo publicitário de batizar conceitos, atende pelo jargão on air a linguagem visual que bota cara nova no canal Multishow a partir desta segunda-feira. Mais clipada que nunca, a programação visual desenvolvida pela norte-americana Shilo Design vem acompanhada de nova assinatura, pelas mãos da agência Lew, Lara. O aspecto é hi-tech, mas sem beirar a hipnose: tem cor e leveza.


O slogan do canal, ‘Entretenimento É aqui’, dará vez a ‘Multissintonizado’, sem perder de vista que o foco etário é a faixa de 18 a 34 anos.


À repaginação na tela segue-se o lançamento de mais dois produtos da marca: o portal Multishow, que chega em maio, e uma estação de rádio FM via web – não bem ao modo web, mas com programação de rádio convencional -, que estréia no dia 6. Os conceitos são os mesmos da TV.


Para brindar o layout que se anuncia, o canal programa com Ivete Sangalo um pacotão de fim de ano. A baiana ocupará o Maracanã por dois dias – 14 e 16 de dezembro – para a gravação de um show que resultará em especial de TV, CD e DVD. Só a segunda apresentação terá direito a platéia.


TV da Gente chega a Salvador


Ao completar um ano no ar em São Paulo, sem grandes avanços, o canal de Netinho de Paulo, TV da Gente, ganha novo alento ao chegar à Bahia, pelo canal 57 UHF. É nicho essencial para a causa negra a que se destina a emissora. E é na filiada de Salvador, com estréia anunciada para amanhã, que Margareth Menezes grava novo programa para o canal. Até o final do mês, Netinho promete inaugurar as retransmissoras de Santa Catarina: Blumenau, Joinville, Florianópolis e Lages. Em São Paulo, também está no canal 300 da TVA Digital.


entre- linhas


Dono de 40% do mercado destinado à programação erótica nos Estados Unidos, a Digital Playground chega ao País via Sky+DirecTV. Com legendas em português, anuncia-se. Ah, bom.


O Profeta, que foi ao ar em horário atípico anteontem – mais tarde – por conta do jogo da seleção brasileira, registrou a melhor média de audiência desde a sua estréia: 40 pontos, com 60% de share.


O Festival Nacional da Globo, que estreou anteontem, marcou 34 pontos de média de audiência e 54% de participação com a exibição do filme Cazuza.’


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