Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Tanure anuncia fim do Jornal do Brasil em papel


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 14 de julho de 2010


 


JORNAL DO BRASIL


Elvira Lobato


Tanure anuncia o fim do ‘JB’ impresso


O ‘Jornal do Brasil’ publica hoje um comunicado aos leitores anunciando o fim de sua edição impressa, a partir do dia 1º de setembro. Seu conteúdo, a partir de então, ficará disponível apenas na internet, com preço de assinatura de R$ 9,90 por mês.


O fim do ‘JB’ impresso abalou o comando da empresa. O presidente do jornal, Pedro Grossi Jr., discordou da decisão e não apareceu na Redação ontem, apesar de o empresário Nelson Tanure, arrendatário da marca JB, negar que o tenha demitido.


O ‘Jornal do Brasil’ vem de longa crise financeira, agravada por passivos fiscais e trabalhistas herdados dos antigos gestores, mas o comunicado de Tanure tenta desvincular a modificação da situação de crise. O texto diz que o jornal fez uma consulta eletrônica aos leitores no último mês e que eles apoiaram a mudança.


‘O ‘JB’ vai sair do papel. E entrar para a modernidade’, diz o texto, encaminhado à Folha por Nelson Tanure. O comunicado diz que os leitores economizarão R$ 40 por mês ao trocarem a assinatura mensal do jornal impresso, de R$ 49,90, pela assinatura do portal.


CIRCULAÇÃO EM QUEDA


A Folha apurou que a migração vai provocar corte de pessoal. O ‘JB’ tem 180 funcionários, 60 dos quais na Redação. A família Nascimento Britto, dona da marca e antiga proprietária do ‘JB’, disse não ter informação sobre o projeto de Tanure.


O jornal tinha uma circulação diária de 76 mil exemplares quando passou para Tanure. Em 2003, iniciou um caminho de recuperação, chegando a 100 mil exemplares em 2007, para novamente entrar em rota de queda.


Em março deste ano, quando a circulação estava em 20.941 exemplares, Tanure contratou Pedro Grossi Jr. para administrar o jornal.


Já circulava a informação de que Tanure iria acabar com o jornal impresso. No último dia 28, Nelson Tanure confirmou a intenção a Pedro Grossi, que começou a articular um meio de manter o jornal impresso.


Estudou-se transferir o contrato para outra empresa, blindada contra as ações trabalhistas e fiscais remanescentes. O negócio foi desaconselhado porque a Justiça tem considerado que os novos donos são sucessores na dívida.


FORA DA MÍDIA


O fim do ‘JB’ impresso será também o fim da experiência de Nelson Tanure como empresário de mídia. Ele disse à Folha que não quer mais atuar nesse setor e que vai se concentrar em telecomunicações.


Ele tem 5,15% da TIM Participações (subsidiária da Telecom Italia, que atua em telefonia celular, telefonia fixa local e de longa distância).


Tanure só acumulou fracassos em suas incursões na mídia. Em 2002, comprou os direitos de publicação da revista ‘Forbes’, no Brasil. Um ano depois, a ‘Forbes’ rompeu o contrato.


Em 2003, arrendou o jornal econômico ‘Gazeta Mercantil’, que, como o JB, acumulava grande passivo. O jornal deixou de funcionar no ano passado, e a marca foi devolvida ao antigo dono.


Em 2007, Tanure lançou a JBTV, que durou seis meses. Ainda arrendou a Editora Peixes, que também voltou para os antigos donos. Ele diz que perdeu todo o investimento que fez no ‘JB’.


 


 


Fernando Gabeira


‘Jornal do Brasil’ foi o sonho profissional de uma geração


O ‘Jornal do Brasil’ foi o sonho profissional da nossa juventude desde os anos 1950 até o princípio dos anos 1960. Representou o sonho profissional de toda uma geração no início da década de 1960. Foi a mais radical reforma jornalística feita no país até aquela data.


O uso do espaço em branco na introdução de fotografias com a luz ambiente e excelentes reportagens eram alguns dos seus componentes.


O desenho do jornal, trabalhado por Amílcar de Castro e inspirado no pintor holandês Mondrian, representou durante muito tempo uma atração internacional, porque muitos jornalistas vieram do exterior para observar aquelas mudanças.


Na parte cultural, o ‘Jornal do Brasil’ inovou lançando um suplemento literário voltado para o concretismo, mas que revelou alguns dos principais poetas e escritores do país.


Nos últimos anos, o ‘Jornal do Brasil’ tornou-se um fantasma do que era, conservando a máxima de que um jornal leva mais de uma década para morrer.


O jornalista FERNANDO GABEIRA é deputado federal (PV-RJ) e trabalhou no ‘Jornal do Brasil’.


 


 


Jornal obteve destaque na ditadura militar


Ao longo dos seus 119 anos de história, o ‘Jornal do Brasil’ foi responsável por uma série de inovações na imprensa brasileira.


Teve papel de destaque na cobertura política, especialmente durante a ditadura militar.


Fundado em 1891, o ‘JB’ chegou a ser conhecido como ‘o jornal das cozinheiras’ nos anos 1930, quando passou a dar menos destaque para fatos políticos, artes e literatura.


A mudança trazia páginas iniciais de anúncio e fazia parte da estratégia para superar a crise do início daquela década.


No fim dos anos 1950, após investir em novos equipamentos, o jornal empreendeu uma reforma gráfica que se tornou referência, com a implantação da diagramação vertical e a valorização dos espaços brancos das páginas.


‘O ‘JB’ herdou algo que nasceu no ‘Diário Carioca’: o noticiário objetivo, sem opinião, que procurava informar com clareza. Fico triste porque fiz parte do grupo de jornalistas que participou da renovação do jornal e que teve como principal figura Janio de Freitas’, disse o poeta e colunista da Folha Ferreira Gullar.


Durante a ditadura, o ‘JB’ se destacou na cobertura do AI-5, ato institucional que suspendeu garantias constitucionais. Como a Redação estava ocupada por censores, a saída foi publicar um boletim do tempo. Nele, afirmava-se: ‘Ar estava irrespirável’.


 


 


Ruy Castro


Último da turma


Em maio de 1959, o ‘Jornal do Brasil’ carregava o peso de seus 68 anos. Era um jornal caótico, feio e ultrapassado -alguns de seus colaboradores ainda usavam bigode encerado. Era, sobretudo, um jornal de classificados- os anúncios ocupavam quase toda a primeira página, e quem fosse visto lendo-o estava procurando emprego ou faxineira.


E, então, sem aviso nem fanfarra, na manhã de 2 de junho, diante de um quase irreconhecível ‘Jornal do Brasil’ nas bancas, todos os outros jornais é que pareceram caóticos, feios e ultrapassados. Ele ficara limpo, elegante e moderno, com os títulos parangonados, os textos e fotos dispostos geometricamente, as colunas separadas por espaços, e não fios. Mas o principal seria sua reforma jornalística, capitaneada pelo jovem Janio de Freitas, depois continuada por seus sucessores.


A partir daí, trabalhar no ‘JB’ tornou-se a aspiração de todo jornalista. Equivalia a um Ph.D. E mesmo os que, como eu, amavam o ‘Correio da Manhã’ flertavam com o ‘JB’. Bem, deu-se que, muito depois, em 1975, eu fosse levado para lá, para criar uma revista colorida dentro do jornal: ‘Domingo’, a primeira do gênero no país.


Fiquei dois anos no ‘JB’, numa redação estrelada por Elio Gaspari, Marcos Sá Corrêa, Zozimo, João Saldanha, João Máximo, Renato Machado, Norma Couri. Deu para sentir a diferença em relação a empregos anteriores: ao telefonar para alguém e me apresentar como ‘Fulano de Tal, do ‘Jornal do Brasil’, ninguém deixava de vir correndo ao aparelho.


A mística do ‘JB’ durou até 1990, quando uma sucessão de erros administrativos, financeiros e editoriais começou a destruir o jornal. Chega agora ao fim, aos 119 anos, com a decisão de limitar-se à versão internet. Parece incrível, acordar e não ter o ‘JB’ de papel para folhear. Mas há muito eu era o último de minha turma a ainda fazer isto.


 


 


CAMPANHA


TSE multa jornal por suposta propaganda eleitoral antecipada


A ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral Nancy Andrighi decidiu multar o ‘Estado de Minas’ em R$ 7.000, alegando que o jornal fez propaganda eleitoral antecipada em favor do candidato tucano José Serra. É a primeira vez nesta eleição que um jornal é multado pelo TSE por suposta promoção de um candidato à Presidência. O jornal pode recorrer ao plenário do TSE, composto por sete ministros. Andrighi julgou uma representação do Ministério Público Eleitoral contra reportagem publicada pelo jornal, no dia 10 de abril, que divulgou material publicitário produzido para o lançamento da pré-campanha de Serra.


Segundo a ação, além da mera divulgação do material, o jornal publicou, no centro da página, fotografia dos banners, ‘verdadeiros anúncios de propaganda eleitoral’, ‘em cores e formato próprios de propaganda paga’. Esses banners tinham os dizeres: ‘Somos Aécio. Todos por Serra e Anastasia’. ‘Aécio Neves aponta o caminho: Minas agora é Serra’.


‘Nas montanhas de Minas, o caminho agora é Serra’. No processo, o jornal argumentou que a reportagem era informativa, ‘amparada no direito de liberdade de informação e comunicação, garantido pela Constituição’.


O título foi ‘Caravana para confirmar apoio’, e o texto citava o fato de tucanos de Minas irem a Brasília para o lançamento da pré-candidatura. Nancy Andrighi entendeu que o jornal ultrapassou o limite da ‘simples manifestação de opinião’ e fez propaganda eleitoral antecipada. ‘Embora o ato de divulgação de matéria jornalística sobre questões políticas não configure, por si só, propaganda eleitoral, nota-se sua caracterização no caso em exame’, afirmou a ministra.


A Folha entrou em contato com a secretária do diretor-presidente dos Diários Associados, grupo do qual o ‘Estado de Minas’ faz parte, Álvaro Teixeira da Costa, por volta das 19h40 de ontem. Ela disse que não conseguiu encontrar ninguém para comentar o caso. Ninguém atendeu o telefone do diretor jurídico Joaquim Tarcisio de Paula Freitas. O diretor de redação não foi localizado.


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Subindo morro


Sob o título ‘Em busca de Eldorado’, a ‘Economist’ foi à comunidade de Eldorado, ‘extremo distante de São Paulo’, sua ‘parte mais pobre’. E contou: dois supermercados, um desmonte de carros, 60 ‘internet cafés’, dois salões de cabeleireiro, três pizzarias, uma igreja pentecostal. ‘O banco fez toda a diferença’, diz a revista, relatando como o Bradesco decidiu abrir uma agência no ano passado. Por fim, ‘Lula visita a favela na semana que vem’.


Sob o título ‘Santander busca consumidores em favela’, o ‘Financial Times’ foi ao Complexo do Alemão, ‘uma das comunidades mais violentas do Rio’. Escreve que o ‘império bancário espanhol abriu sua primeira agência em favela atraído pela alta geral nos padrões de vida’. E que, ‘desde que Lula assumiu, 31 milhões entraram na classe média’. Na explicação do superintendente do banco, ‘nós não podemos deixar essas pessoas fora do mercado’.


FHC & LULA?


Em longa entrevista ao espanhol ‘El País’, sem tratar de eleição, só de descriminalização do consumo de drogas, FHC foi questionado sobre quais países estariam com ‘modelos adequados’. Citou Portugal e Brasil. E declarou:


‘Agora se colocou em prática um sistema de polícia pacificadora que está contribuindo muito para reconhecer e proteger os viciados. O Brasil está avançado. As pessoas do atual governo, que não é do meu partido, têm neste assunto uma posição muito mais próxima da minha.’


BILL & BRASIL


Em longa entrevista a Anderson Cooper no Haiti, anteontem na CNN, o ex-presidente Bill Clinton, enviado da ONU ao país, foi questionado sobre o descumprimento das promessas de recursos, feitas por diversas nações na ONU após o terremoto. Isentou só dois:


‘Basicamente… o Brasil deu dinheiro e os americanos estão dando dinheiro. Quase nenhum outro. O Brasil deu US$ 155 milhões. Os americanos gastaram US$ 100 milhões em habitação e outras coisas.’ O dinheiro dos EUA, pelo que ele deu a entender, não foi do governo Barack Obama, mas privado.


EURASIA VS. PRÉ-SAL O presidente da consultoria Eurasia, Ian Bremmer, postou na ‘Foreign Policy’ que a prospeção em água profunda avança no Brasil, apesar do vazamento nos EUA, por ‘orgulho nacional’


NO ATLÂNTICO SUL


Em meio a intenso noticiário externo sobre o pré-sal, ontem, o ‘Wall Street Journal’ deu que a ‘Petrobras anuncia descoberta de petróleo em Angola’, num campo predominantemente da italiana Eni.


No chinês ‘Global Times’, ‘Petrobras, gigante controlada pelo Estado, faz descoberta em águas angolanas’, sua segunda no país, neste ano.


TREM CÁ Nas manchetes da Folha.com, ‘Leilão do trem-bala será em dezembro’, ‘Trecho pode ficar pronto para Copa’, ‘BNDES estima 72 mil empregos’. Foi o post mais lido do Valor Online e ocupou o topo das buscas de Brasil no Yahoo News. No Google News, o destaque foi a resposta de Lula aos ‘críticos da Copa’, ao lançar o edital, por tratarem o Brasil como ‘idiotas’.


TREM LÁ ‘WSJ’ e ‘FT’ postaram que a Argentina, durante visita a Pequim da presidente Cristina Kirchner, assegurou US$ 10 bilhões em investimento chinês para as ferrovias argentinas.


E a ‘Time’ desta semana, com menção ao Brasil, publicou que ‘Obama está gastando bilhões em trens mais rápidos’, questionando se a ‘nação louca por carros’ vai abraçar as ferrovias.


 


 


TELEVISÃO


Audrey Furlaneto


‘Pânico’ se diz ‘amarrado’ para cobertura de eleições


Depois da Copa e como fazem os humorísticos semelhantes, o ‘Pânico na TV’ se volta agora para as eleições, certo? Talvez. Segundo o diretor Alan Rapp, o programa da Rede TV! está ‘muito amarrado pela legislação’.


‘Não consigo fazer quase nada. Sigo o que diz o [departamento] jurídico da emissora’, explica. E o jurídico teme, é claro, que o humorístico calcado no improviso não cumpra as restrições do Tribunal Superior Eleitoral quanto à programação.


Exemplos: não degradar ou ridicularizar o candidato, não usar trucagem ou montagem que degradem o candidato, não fazer manifestações que o ‘desqualifiquem’, entre outras.


O ‘Pânico’, que costuma levar Sabrina Sato em trajes diminutos ao Congresso, chegou a denunciar compra de votos em outras eleições, além de ter seus repórteres na cola de candidatos com boas ‘perguntas-surpresa’.


‘Não pode fazer brincadeira, porque o candidato pode ficar chateado. Além disso, é preciso cumprir a isonomia, dar o mesmo tempo a todos. E o resultado seria um programa maçante’, avalia o diretor do programa.


ANTES DA AÇÃO


A atriz Mayana Moura, a Milena de ‘Passione’, faz retoques na maquiagem com o maquiador Luiz Augusto, antes de gravar a novela das oito da Globo


Sem dedos O ‘CQC’ abriu a cobertura de eleições com Danilo Gentile atrás de Dilma Rousseff (PT). Ele passou por baixo de uma grade e perguntou: ‘Você acha que ela vai fazer o que o Lula fez, mas com dez dedos?’.


Com encanto Marcelo Tas diz que o ‘CQC’ tem ‘acompanhamento’ do jurídico da Band e ‘leva o debate a uma larga parcela do eleitorado, a maioria jovem, que já tinha se desencantado com política e voltou ao noticiário pela linguagem do ‘CQC’.


Hein? O locutor esportivo Silvio Luiz, que deixou a Band em junho, mandou recado para Milton Leite, do SporTV, via Twitter no fim da Copa: ‘Na TV, nada se cria, tudo se copia = recado p/ Milton Leite’.


TV Fama cult Katylene, a travesti criada por Daniel Carvalho na internet, vai surgir sentada em bancada ‘meio tosca’ de telejornal no programa da MTV. Sobre o criador interpretar a criatura, ele faz suspense: ‘Não sou Katylene, sou Daniel. É complexo’.


Eleição cult Os VJs do canal, aliás, gravaram vinhetas políticas para falar sobre problemas sociais e eleições em drops na programação. Músicos, como Pitty, também participam, e os jogadores Neymar e Ganso foram convidados.


Nostalgia O canal Viva, da Globosat, que reprisa sucessos da Globo, deixou passar publicidade antiga em ‘Sai de Baixo’. O cenário de fundo mostrava outdoor do Banco Real [hoje Santander Brasil].


 


 


Gustavo Villas Boas


Zéu Britto estreia programa com música e bate-papo hoje


Não há um mapa para o ‘Zéu de Estrelas’, programa com entrevista, música e ‘uma dramaturgiazinha, que eu adoro’, diz Zéu Britto, 33.


O ator e cantor pode receber um convidado ‘à beira da piscina, bem Amaury Jr.’ e outro durante um almoço que ‘a gente estava combinando faz tempo’.


Na piscina, ele conversou com a promoter Licia Fabio, À mesa, recebeu o diretor de teatro Fernando Guerreiro.


Também não há regras para escolher entrevistado. ‘O [ator] Wagner Moura eu conheço faz tempo, então foi uma coisa de matar saudades, lembramos piadas que fazíamos.’ ‘Ele contou da vida de astro do rock [com a banda Sua Mãe]’, ri.


Já a entrevista que vai ao ar hoje, com o cantor baiano Luiz Caldas, um ‘ídolo de menino’, foi meticulosa.


‘Aproveitei para perguntar o que sempre quis saber. Luiz expressa a liberdade no cantar, no dançar.’


Na parte musical, Zéu Britto interpreta o sucesso ‘Haja Amor’, do próprio Luiz. ‘É tudo uma homenagem: a música, o bate-papo, quando a gente sai na rua para o povo falar do convidado’, diz Zéu.


NA TV


Zéu de Estrelas


QUANDO Estreia hoje, às 21h, no Canal Brasil


CLASSIFICAÇÃO Não informada


 


 


PUBLICIDADE


Mariana Barbosa


Conar tira comercial ‘verde’ da Bombril do ar


O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) suspendeu a campanha ‘verde’ da Bombril, na qual a lã de aço aparece como um produto ambientalmente correto. O conselho acolheu recurso da 3M e da Bettanin, que disseram que tiveram a imagem afetada. A campanha ‘Bombril dá de 1001 a zero nos inimigos da natureza’, da W/ McCann, custou R$ 30 milhões.


Na campanha, o garoto-propaganda Carlos Moreno compara a lã de aço às esponjas sintéticas: diz que a lã vira ferrugem e desaparece na natureza, enquanto a esponja dura anos para se decompor.


A decisão do Conar não entra no mérito se o Bombril é ecológico ou não. Ela está diretamente ligada ao tratamento dispensado aos concorrentes.


O diretor de marketing da Bombril, Marcos Scaldelai, diz que vai recorrer e defende o caráter verde do produto.


Em nota, a 3M afirma que decidiu recorrer ao Conar por achar que a campanha da Bombril ‘pode denegrir e afetar a reputação e os negócios dos fabricantes de esponjas para limpeza doméstica, atingindo a credibilidade do produto no mercado com informações de caráter subjetivo, sem qualquer comprovação’.


Veja o comercial da Bombril


folha.com.br/me766501


 


 


Cristina Fibe


Anúncios ‘sentimentais’ divulgam função do iPhone4


Há algum problema em noticiar uma gravidez ao pai da criança pelo telefone? Para a Apple, não. Tampouco será um drama se o pai não acompanhar a ultrassonografia ou se o avô não estiver perto para conhecer o bebê.


Em anúncios do recém-lançado iPhone 4, a empresa apela a esses e outros momentos de ‘emoção’ para propagandear uma das novas funções do aparelho, a câmera que permite ver e ser visto durante a conversa.


Assim, a Apple tenta comprovar que a tecnologia, batizada de ‘FaceTime’, é capaz de revolucionar as relações -desde que todas as partes interessadas possuam o aparelho e uma conexão Wi-Fi.


A primeira peça publicitária, divulgada no fim do mês passado, chegou a ser erroneamente atribuída ao diretor Sam Mendes, de ‘Beleza Americana’, e rapidamente se espalhou pela internet.


O anúncio teve 1,8 milhão de visualizações na primeira semana e ganhou críticas positivas na imprensa dos EUA. No domingo, a Apple estreou mais quatro propagandas curtas, inclusive aquela em que a grávida dá a notícia ao pai do bebê.


‘Sabe aquela coisa que estamos tentando há algum tempo?’, diz a mãe, com sorriso largo. A frase ‘você será pai’ é acompanhada apenas da imagem do logo da empresa e do nome do aparelho.


Para a ‘Fortune’, a campanha ‘parte o coração’ e deixa a concorrência sem resposta. Muitos internautas notaram, porém, que parte dos anúncios mostra os atores segurando o iPhone 4 da maneira considerada errada pelo próprio executivo-chefe da Apple, Steve Jobs.


O problema na antena do novo iPhone, que prejudica a recepção, fez a revista ‘Consumer Reports’ publicar avaliação negativa do aparelho, o que derrubou ontem em 2,13% as ações da Apple.


Veja os anúncios da Apple


folha.com.br/te766345


 


 


INTERNET


Jenna Wortham, NYT


Império do humor reúne quase 50 sites


Há três anos, Ben Huh visitou um blog de fotos de gatos fofinhos e viu ali um enorme potencial. Huh, um empresário de 32 anos, conheceu o I Can Has Cheezburger, que traz fotos de gatos com legendas engraçadas e uma ortografia propositalmente errada, porque o site colocou no ar um link para seu blog sobre animais de estimação. O site de Huh imediatamente recebeu uma avalanche de visitas.


Percebendo ali um fenômeno de internet, Huh conseguiu um empréstimo de investidores e pegou mais US$ 10 mil de suas próprias economias para comprar o site dos dois blogueiros havaianos que o fundaram. ‘Essa foi uma decisão difícil’, disse ele. ‘Eu sabia que o primeiro site era divertido, mas será que conseguiríamos repetir o sucesso?’


MULTIPLICAÇÃO DE SITES


Ele descobriu que o apetite da internet por humor excêntrico é insaciável. O número de visitantes do blog Cheezburger se multiplicou nos últimos três anos, encorajando Huh a expandir o seu improvável império virtual, que agora conta com 48 sites, todos alimentados por colaborações de leitores.


Em maio último, o que agora se conhece por Cheezburger Network atraiu um recorde de 16 milhões de visitantes únicos, de acordo com a empresa de análises de internet Quantcast. Outro sucesso da empresa é o site chamado Fail Blog, que traz fotos e vídeos de atitudes desastrosas ou exemplos de estupidez humana. Dentre os sites menores da empresa estão o Daily Squee, com fotos de animais fofinhos, e o There I Fixed It, com imagens de reparos mal feitos.


Huh disse que a sua empresa, com receita gerada principalmente por meio de anúncios na web, vem sendo lucrativa desde o seu primeiro dia de vida. ‘Só para lembrar, no começo éramos apenas eu e a Emily’, disse ele referindo-se à sua mulher, que também trabalha na empresa.


O Cheezburger atualmente conta com mais de 40 funcionários e ainda não precisou recorrer a investimentos adicionais. Conforme cresce a empresa, crescem também as oportunidades de ganhar dinheiro, disse Todd Sawicki, diretor financeiro da empresa. ‘Somente 1% do conteúdo que recebemos vai para o site. O restante nós podemos transformar em camisetas, livros e outros conteúdos que o público adora’, disse ele. Sawicki afirmou que, neste ano, a empresa terá um faturamento na casa dos sete dígitos proveniente de anúncios, taxas de licenciamento e vendas de produtos.


LIVROS DE SUCESSO


A empresa publicou cinco livros baseados em seu blog. Um deles -uma coleção de imagens de gatos com legendas escritas com uma ortografia estranha, conhecida como Lolcats- manteve-se por 13 semanas na lista dos livros mais vendidos do ‘New York Times’. Outros três livros estão sendo produzidos, juntamente com uma linha de cartões de felicitações e calendários de mesa.


A empresa busca pistas do que as pessoas têm achado engraçado monitorando a rede à procura de temas mais presentes em fóruns de comunidades on-line, blogs e sites de vídeos. Em seguida, lança novos sites dedicados às últimas tendências do humor virtual.


‘O Cheezburger descobre o que está começando a se popularizar e então colhe o humor diretamente da raiz’, disse Kenyatta Cheese, um dos criadores de uma série muito popular de vídeos chamada Know your Meme, que documenta fenômenos virais on-line conhecidos como memes.


‘Coisas como o Lolcats e o Fail são fáceis de fazer, fáceis de espalhar e atingem um nível emocional capaz de atravessar várias barreiras tradicionais’, disse ele. Grande parte do material postado pela empresa é criada pelos leitores, que podem usar o Photoshop para incluir uma legenda engraçada em uma imagem ou remixar um vídeo famoso em minutos e submetê-lo aos sites Cheezburger para análise.


Segundo a empresa, diariamente são recebidas mais de 18 mil colaborações de leitores. Conteúdo considerado engraçado mas que não se encaixa em nenhum dos temas atuais dos blogs pode inspirar a criação de novos blogs. Por exemplo, depois de notar um fluxo de fotos de brinquedos e outros produtos pirateados de má qualidade, a empresa decidiu que esse material seria suficiente para criar um novo site.


A parte complicada, disse Kiki Kane, 36, que supervisiona o desenvolvimento de novos sites para a rede, é avaliar se uma tendência de internet tem potencial para se ramificar. Ela procura lançar um novo blog a cada semana. Nem todo novo site é garantia de sucesso. O Pandaganda, que reunia imagens de ursos panda com aparência comicamente malvada e sinistra, fracassou depois de poucas semanas. ‘Acabamos com cerca de 20% dos sites que criamos’, disse Huh.


Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 14 de julho de 2010


 


CUBA


Aparição de Fidel na TV divide opinião de cubanos


Os cubanos foram pegos de surpresa pela repentina aparição do ex-presidente Fidel Castro ? ‘saudável’, ‘recuperado’ e ‘lúcido’, segundo comentários ? na TV estatal da ilha. Agora, a grande pergunta é se Fidel voltará aos programas televisivos com frequência, como fazia quando ocupava o poder.


Falando pausadamente no programa Mesa Redonda, Fidel alertou para os riscos de um confronto nuclear e acusou os EUA de tramarem o afundamento de uma embarcação militar sul-coreana, episódio que elevou a tensão no Extremo Oriente.


‘Fidel é um gênio, não existe um estadista com sua capacidade. Ninguém é mais inteligente que ele, nem (Karl) Marx, nem (Albert) Einstein’, disse um trabalhador comunitário que se identificou como ‘Ivan’. ‘Ninguém esperava (a presença de Fidel no programa). Ele está muito velhinho, mas ao mesmo tempo está muito bem’, disse Ileana, dona de casa de 51 anos.


Em Miami, porém, a opinião era diferente. Para organizações de cubanos exiladas nos EUA, a aparição foi uma mensagem direta à cúpula do poder em Havana, uma forma de Fidel assegurar seu poder na ilha. ‘Fidel vive a tragédia dos hiper-narcisistas’, disse o escritor Carlos Alberto Montaner. ‘Seu entorno servil reforça a percepção totalmente distorcida de que todo o planeta depende de seus pensamentos e opiniões.’


 


 


INTERNET


Designer reivindica 84% do Facebook na Justiça


O web designer Paul Ceglia apresentou à Suprema Corte do Estado de Nova York uma ação na qual reivindica 84% de participação da rede social Facebook. O mérito da ação ainda não foi julgado, mas o juiz Thomas Brown, responsável pelo caso, já concedeu ao reclamante uma liminar que restringe temporariamente a possibilidade de o Facebook realizar transferências de bens com outras empresas.


O Facebook, que atualmente tem um valor de mercado calculado entre US$ 12 bilhões e US$ 22 bilhões, solicitou que o caso seja transferido para um tribunal federal. Além disso, afirma publicamente que não existe mérito na ação.


Em comunicado, os dirigentes do Facebook, que tem mais de 500 milhões de usuários em todo o mundo, qualificaram a reivindicação de ‘completamente frívola’, ao mesmo tempo em que asseguraram que ‘brigarão com firmeza’ com seu autor.


Victor P. Goldberg, professor de contratos na Universidade de Columbia, diz que o caso de Ceglia pode ser prejudicado pelo prazo para reclamações relativas a contratos em Nova York, que é de seis anos.


Teor. A demanda de Paul Ceglia foi apresentada no dia 30 de junho ao Tribunal. Ele pede compensações monetárias à popular rede social, alegando que, em 28 de abril de 2003, assinou contrato com o fundador e diretor executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, que lhe garantiria sociedade no projeto.


Uma reportagem publicada pelo The Wall Street Journal afirma que, segundo o contrato apresentado pelo reclamante, o fundador do Facebook lhe pediu o desenvolvimento de um site. Ceglia teria investido US$ 1 mil no projeto. Em troca, receberia 50% das ações do produto que dele resultaria.


O contrato estipulava, acrescenta o jornal, que Ceglia obteria uma parcela adicional sobre o negócio de 1% por cada dia que passasse de 1.º de janeiro de 2004 – como o designer afirma que o site só foi ao ar depois disso, agora pede 84% de participação na rede social.


Segundo notícias já divulgadas sobre a história da rede social, a ideia da criação do Facebook seria posterior ao contrato assinado com Paul Ceglia. O domínio ‘TheFacebook.com’, conforme informações do The Wall Street Journal, só foi registrado em janeiro de 2004. A demanda de Ceglia seria, portanto, referente a um projeto chamado ‘Facemash’, espécie de antecedente do Facebook.


Problemas judiciais. Conforme o jornal, Ceglia tem seu próprio histórico de problemas judiciais. Em 2009, o advogado-geral de Nova York, Andrew M. Cuomo, acusou o designer de enganar consumidores em um negócio que mantinha no setor de combustíveis. Ele teria recebido cerca de US$ 200 mil de clientes, sem posteriormente entregar o produto ou devolver o dinheiro.


Segundo o The Wall Street Journal, Paul Ceglia e seu advogado, Paul Argentieri, não foram encontrados para falar do caso.


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Dawson’s Creek terá versão nacional


Desligada da Band, a ex-executiva da emissora Elisabetta Zenatti volta à TV com o seu maior trunfo: novelas infanto-juvenis. Criadora de sucessos como Floribella, Elisabetta, dona da produtora Floresta, é a nova parceira da Sony no Brasil – representando os formatos do grupo no País- e pretende abrir o negócio com duas produções teen. A primeira trata-se de uma novelinha jovem com a mesma equipe de autores de Isa TKM. A outra, já em negociação com a Band, é uma versão nacional da série adolescente Dawson’s Creek, sucesso no canal pago Sony. ‘Coloco fé nesses projetos e acredito que pelo menos um deles estará no ar até abril de 2011’, diz Elisabetta.


4 pontos de audiência renderam as reprises de Pérola Negra e Esmeralda, que voltaram ao ar no SBT anteontem, exibidas quase sem intervalo comercial


‘Falei bom-dia de várias maneiras para um vizinho só para ver como ele reagia’, Mateus Solano revela neurose pela reação das pessoas no Marília Gabriela Entrevista


Topa ou Não Topa, novo programa de Roberto Justus no SBT, tem estreia prevista para setembro. A nova versão do game, que já foi ao ar anos atrás sob o comando de Silvio Santos, será exibida às quartas-feiras, no lugar do 1 X 100, que tem edições inéditas até o fim de agosto.


Justus passa este mês em Miami, com a família, e levou na bagagem DVDs com as edições de outro países do Topa ou Não Topa, que será todo gravado no SBT. 1 X 100, por conta do cenário muito alto, era gravado fora da emissora, em um estúdio na produtora Casablanca.


Depois de Os Encolhidos, que terá mais três edições, o Domingão do Faustão voltará a apostar nas gincanas Maratoma, Sufoco e De Cara no Muro. Todos com novas provas e esquema de rodízio de curtas temporadas.


Raul Gil no domingo no SBT? Já há corrente na emissora defendendo essa mudança.


Pop Corn, novo programa de vídeos da web e pegadinhas da Band, estreou anteontem com apenas 0,7 ponto de audiência, a mesma média do horário antes da Copa.


Pegou mal o comentário de Rafinha Bastos, anteontem, no CQC, sobre a localização da cidade de Analândia. ‘Analândia é no c… do mundo.’


Depoimentos de Lima Duarte, Regina Duarte, José Wilker e de outros atores importantes de Roque Santeiro abrem cada um dos 16 DVDs que compõem o box da novela, que será lançado em agosto.


Roque Santeiro traz também em o DVD os dois finais que foram gravados na época em que a novela foi ao ar na Globo. Na versão exibida na TV, Porcina terminou com Sinhozinho Malta, mas no DVD está também a cena em que ela escolhe ficar com Roque.


 


 


 


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