Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas. ************ O Estado de S. Paulo
Terça-feira, 5 de dezembro de 2006
TELECOMUNICAÇÕES
Gerusa Marques
Telefonia briga por banda larga
‘As concessionárias de telefonia fixa não pretendem desistir do direito de concorrer às freqüências para a prestação de serviço de banda larga sem fio na área onde já atuam na telefonia fixa. O presidente da Associação Brasileira das Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (Abrafix), José Fernandes Pauletti, disse ontem que empresas como Telefônica, Telemar e Brasil Telecom vão adotar as providências legais necessárias para que possam ter participação ampla na licitação promovida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
‘As operadoras vão tomar todas as medidas legais para não ficar fora da sua área de atuação, porque não é racional, não é legal e não é moral’, afirmou Pauletti no 1º Encontro Abrafix, realizado ontem.
Essa participação ampla das concessionárias está garantida atualmente por meio de quatro liminares obtidas na Justiça, mas a Anatel tenta reverter essas decisões. Um dos recursos da agência para derrubar a liminar da Abrafix será julgado pela sexta turma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, em Brasília, no dia 8 de janeiro. Este recurso foi apresentado no início de setembro com pedido de liminar, que foi negada pela desembargadora Maria Isabel Gallotti Rodrigues.
A Anatel não quer permitir que as concessionárias prestem serviço de banda larga sem fio onde já dominam os mercados de telefonia fixa e banda larga com fio, para incentivar a entrada de outras companhias no mercado. ‘A premissa da Anatel está errada’, disse Pauletti, para quem a proibição é um obstáculo à expansão da rede das operadoras.
As concessionárias entendem que a restrição pode afugentar investimentos relevantes para o setor e abre espaço para que empresas que atuam como ‘corretoras’ comprem licenças sem a intenção de prestar o serviço, mas sim obter lucro mais adiante. ‘Da forma como foi montada, a licitação é como lançamento de um prédio: alguém pode adquirir 10 apartamentos, mas não vai morar lá’, disse Pauletti.
Além da disputa na Justiça, a Anatel enfrenta ainda um problema no Tribunal de Contas da União (TCU), que suspendeu a licitação do WiMAX por ter detectado defasagem no preço mínimo das licenças. O assunto será discutido amanhã pelo plenário do Tribunal. A Abrafix têm acha que o TCU liberará a Anatel para dar continuidade à licitação. Para Pauletti, mesmo que seja necessário fazer um novo edital, as liminares na Justiça continuam em vigor porque o objeto da licitação, que são as freqüências, continua o mesmo.’
Gerusa Marques
Entidade cobra posição sobre TV da Telefônica
‘O presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), José Fernandes Pauletti, acha que enquanto o governo não preparar uma nova legislação para a área de televisão por assinatura via satélite (DTH), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve usar a regulamentação em vigor para decidir sobre a entrada das empresas de telefonia nesse mercado, como é o caso da Telefônica.
Pauletti reclamou da demora da Anatel em dar uma resposta ao pedido da Telefônica, que quer comprar uma licença para operar diretamente serviço de televisão por assinatura via satélite. ‘Não houve sequer uma resposta (da Anatel), isso é uma ofensa’, disse Pauletti no 1º Encontro Abrafix, realizado ontem. Além do pedido de licença, apresentado em junho, a Telefônica aguarda ainda a deliberação da Agência sobre a compra da TVA.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, chegou a dizer que todos os processos sobre o assunto estavam suspensos por 60 dias, até que as novas regras entrassem em vigor. Para isso, seria baixada uma portaria do ministério ou um decreto presidencial, criando um grupo de trabalho para elaborar o novo marco regulatório. Até ontem nenhuma medida havia sido tomada.
Pauletti avalia que há alguns anos a oferta de serviços seguia apenas o aspecto tecnológico, mas que hoje, com os avanços técnicos recentes, as empresas podem usar a mesma estrutura para prestar vários serviços, unindo telefonia, internet e televisão. ‘É uma questão de tempo. As empresas vão prestar todos os serviços possíveis’, afirmou.
Outra empresa de telefonia que está se lançando no mercado de TV por assinatura é a Telemar, que comprou a Way Brasil, operadora de TV a cabo em Minas Gerais. A Telemar também aguarda uma decisão da Anatel sobre o negócio. A agência não quis comentar as afirmações de Paulletti.’
INTERNET
Brasil quer internet internacional
‘Vinton Cerf, chamado de pai da internet, estava rouco ontem. ‘Temos uma agenda de discussão muito ambiciosa’, afirmou Cerf, criador do protocolo da internet, tecnologia que permite computadores diferentes se comunicarem entre si, vice-presidente do Google e presidente da diretoria da Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann), entidade que coordena a internet. A Icann iniciou um de seus três encontros anuais no sábado, em São Paulo. O evento vai até sexta.
Com a reunião do Brasil, a Icann busca mostrar maior abertura e internacionalização. ‘A Icann é uma organização internacional, com participantes múltiplos’, afirmou o australiano Paul Twomey, presidente da entidade, ligada ao Departamento de Comércio americano. Em setembro, a Icann assinou um memorando de entendimento com o departamento em que reduziu os mecanismos de controle, mas, mesmo assim, o governo americano continuou a ter poder de decisão sobre assuntos importantes. ‘O memorando de setembro faz parte de um movimento que começou com o governo Clinton, em 1998’, apontou Twomey.
‘A Icann precisa se tornar uma ONG internacional, e deixar de ser uma ONG californiana’, afirmou Rogério Santanna, secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e conselheiro do Comitê Gestor brasileiro. ‘Houve um retrocesso sob o governo Bush.’
Há pelo menos dois anos o Brasil briga, na Organização das Nações Unidas (ONU), por mudanças na governança da internet. O País defende um controle internacional, mas, mesmo dentro do governo, não existe consenso sobre qual seria a melhor saída.
Um grupo considera que o melhor seria se a União Internacional de Telecomunicações (UIT), da ONU, ficasse responsável por coordenar a rede mundial. O problema é que a UIT é uma entidade em que a decisão fica por conta dos governos, e não tem a característica de participantes múltiplos que busca a Icann, que também ouve a iniciativa privada e o terceiro setor. Além disso, a UIT é bem mais lenta e burocratizada que a Icann, podendo levar alguns anos para tomar decisões.
Outro grupo prefere o que chamam de uma ‘solução minimalista’, que seria desligar a Icann do Departamento de Comércio americano e torná-la mais internacional, como o Fórum de Governança da Internet (IGF, na sigla em inglês). ‘O conselho da Icann já é bastante independente’, afirmou Augusto César Vieira Gadelha, secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia. ‘O problema é que essa independência não está garantida, por escrito, em nenhum documento. A governança da internet precisa estar nas mãos de uma entidade com representantes do mundo inteiro.’
Em junho, havia 105 milhões de domínios registrados no mundo, sendo 50 milhões com final .com, segundo dados da VeriSign, responsável por administrar os finais .com e .net. O sufixo .br, usado no Brasil, ficou em décimo lugar entre os nomes de domínio de países. Em outubro, o total de endereços registrados com final .br chegou a 1 milhão. Existem mais de 1 bilhão de internautas no mundo. No Brasil, são 42,5 milhões.
Ken Silva, diretor de segurança da VeriSign, é o responsável por manter em operação os endereços .com e .net em todo o mundo. Neto de portugueses, Silva visitou o Brasil pela segunda vez, para participar do encontro do Icann. ‘Temos 25 servidores raiz em todo mundo, sendo dois em São Paulo’, afirmou o executivo, referindo-se aos computadores que armazenam a estrutura de endereços da internet.
Para garantir a segurança da internet, o executivo apontou que os governos devem incentivar as melhores práticas. Apesar de vários países estarem discutindo leis para identificação de usuário, Silva acredita que não é o momento de se impor uma exigências. ‘Muita regulamentação pode afastar as pessoas’, disse o executivo. O Senado brasileiro chegou a discutir no mês passado um projeto de lei que tornava obrigatória a identificação do internauta, mas acabou tirando-o de pauta devido à polêmica que gerou.
EM EXPANSÃO
105 milhões
é o total de endereços de internet registrados em todo o mundo.
50 milhões
de endereços têm final .com, sob a responsabilidade da VeriSign
1 milhão
têm final .br, sob a responsabilidade do Comitê da Internet no Brasil
1 bilhão
de pessoas têm acesso à internet em todo o mundo e 42,5 milhões no Brasil’
ECOS DA DITADURA
Dora Kramer
História
‘A Fundação Mário Covas e as TVs Cultura e Câmara lançam na próxima segunda-feira o documentário AI-5, o Dia que não Existiu, dirigido pelo jornalista Paulo Markun, com a reconstituição da sessão do Congresso do dia 12 de dezembro de 1968, quando foi negada a autorização para o governo militar processar o jornalista Márcio Moreira Alves.
Além da sessão, com o pronunciamento de Mário Covas que virou a votação, há depoimentos inéditos sobre o episódio gota d’água para a edição do AI-5.’
TELEVISÃO
Paixão rende ibope
‘O filme de Mel Gibson sobre Jesus Cristo rendeu à Record nobres 20 pontos de audiência na noite de anteontem. No horário, a Globo teve 27, o SBT, 10, e a RedeTV!, 5. E nos seus 10 minutos finais, já sem o Fantástico pela frente, o longa, exibido legendado, chegou a bater a Globo.
Mas a Record, escaldada que é por sua raiz religiosa na fé evangélica da Igreja Universal, soube se precaver nesse terreno de crenças. À tarde, ignorando o fim da vigência de seu acordo de parceria com a Globo no futebol, sacou da gaveta um filme pró-judeu (ao contrário da Paixão): A Vida É Bela obteve 6 pontos de média, ante 18 da Globo e 10 do SBT.
A Record já havia desprezado a bola da Globo no domingo anterior, quando exibiu Titanic (15 pontos no Ibope) e, à noite, Gladiador (13 pontos). Os números inflaram a média noturna da emissora, que fechou a faixa das 18h à 0h, com 13 pontos de média no domingo retrasado e com 14 pontos anteontem.
Durante os intervalos de Paixão de Cristo, a Record bombou chamadas de um documentário sobre o calvário de Jesus, produzido por sua equipe entre Israel, Itália e Estados Unidos. Vai ao ar em janeiro.
entre-linhas
Sob medida, a cobertura que o Pânico na TV! realizou do aniversário da apresentadora Angélica no programa de ontem. Diretamente da porta da festa – os comediantes não puderam entrar -, a trupe importunou convidados, ligou para o marido da loira, Luciano Huck, e sempre que podia brincava com a idade da aniversariante. Emílio Surita chegou a falar diversas vezes no ar que Angélica estava fazendo 40 anos.
Pelo menos duas produções, uma da Globo e outra da Record, não devem dar grandes folgas ao elenco para as festas de fim de ano. Tanto Páginas da Vida, da Globo, como Vidas Opostas, da Record, estão com as gravações atrasadas, com atores recebendo textos um dia antes de gravar as cenas. Já O Profeta e Pé na Jaca prometem liberar o elenco por pelo menos uma semana.
O AXN apresenta hoje o último episódio da primeira temporada da série de investigação Criminal Minds, às 21 horas.
O líder cubano Fidel Castro é tema de documentário no Discovery Channel. O Fidel Que Eu Conheço estréia amanhã, às 22 horas.
Para um personagem que corria o risco de virar gay no meio da trama, Silvio (Edson Celulari) está com um desempenho de dar inveja ao ‘pegador’ José Mayer. Depois de trair a mulher, personagem de Ana Paula Arósio, com Tônia (Sônia Braga), o militar terá um romance com a cunhada Márcia, vivida por Helena Ranaldi.’
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Folha de S. Paulo
Terça-feira, 5 de dezembro de 2006
TELES vs. TVs
Teles fixas criticam governo por restrição de acesso à TV paga
‘As concessionárias de telefonia fixa atacaram ontem a posição do governo de tentar restringir a participação dessas empresas no mercado de televisão por assinatura. Para as teles, a regra do jogo deve ser respeitada: ou seja, as empresas têm direito de oferecer TV por assinatura via satélite (sistema DTH, Direct to Home).
‘Enquanto não tiver a nova regulamentação, tem que ser respeitada a que existe’, disse José Fernandes Pauletti, presidente da Abrafix (Associação Brasileira de Concessionárias do Serviço Telefônico Fixo Comutado, entidade que reúne empresas como Telefônica, Telemar e Brasil Telecom). A legislação atual permite que empresas de capital estrangeiro, como a Telefônica, participem do mercado de TV por assinatura via satélite ou MMDS (microondas). Só há restrição para TV a cabo, que é concessão pública e tem de ser controlada por empresa nacional.
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, já se manifestou contra empresas de capital estrangeiro nesse setor e anunciou a criação de um grupo de trabalho para estudar mudanças na regulamentação.
Na avaliação de Pauletti, há tratamento diferenciado para as concessionárias quando o assunto é o mercado de TV por assinatura, porque o grupo Telmex/Embratel/Net (Globo) já está nos mercados de voz, dados e vídeo. ‘Hoje, só há um grupo econômico que atua no Brasil e que pode participar de todos os segmentos. Qualquer outro grupo tem restrições. Isso pode ser só uma coincidência’, disse o executivo.
A Abrafix também criticou a posição da Anatel de não deliberar sobre o pedido da Telefônica para ter uma autorização própria para prestar serviço de TV por assinatura via satélite. ‘A Telefônica tem direito líquido e certo. Fez o pedido, e não houve nem sequer resposta.’
Na prática, a Telefônica já oferece TV por assinatura em Ribeirão Preto (SP). Para fazer isso, no entanto, associou-se a uma operadora de TV por assinatura que já tinha autorização de DHT – a DTHi Interactive.
Governo
A assessoria de Costa informou que ele mantém a posição que defendeu semana passada. Na ocasião, o ministro afirmou não ser contra a entrada de ninguém no mercado, que o governo não queria atrapalhar e que os concessionários tinham que ser respeitados. Na semana anterior, no entanto, ele havia dito que a Telefônica poderia até ser forçada a tirar seu serviço do ar caso insistisse em entrar no mercado sem autorização.
Procurada ontem, a Anatel não comentou a declaração do executivo da Abrafix.’
SP SEM PROPAGANDA
Cicarelli e a poluição visual
‘Cicarelli que me perdoe, mas São Paulo tende a melhorar um pouco o seu, digamos, sex appeal se der certo o intento do prefeito Gilberto Kassab de acabar com a ‘poluição visual’ da cidade a partir do próximo mês -o que inclui aqueles painéis imensos da modelo em trajes sumaríssimos.
Nada contra os tais trajes, claro, nem acho que a definição ‘poluição visual’ caiba na referida situação, mas São Paulo precisa mesmo de um banho de loja -no caso, melhor dizendo, ‘banho de não loja’.
A cidade, que já não foi lá muito favorecida pela natureza e cresceu de forma atabalhoada e predatória, virou um imenso shopping com tantos outdoors, painéis eletrônicos e afins -é anúncio de calcinha, e cueca de um lado da rua; sanduíche e chinelo do outro. Um horror.
Por princípio, não gosto de medidas radicais e ilimitadas, como é o caso dessa ‘lei-vitrine’ de Kassab, que proíbe a publicidade externa em toda São Paulo (a única possibilidade são as placas indicativas com o nome das empresas em seus locais de funcionamento, ainda assim em tamanhos reduzidos).
Até porque sempre suspeito de suas motivações -prefeito por herança e carismático como um figurante de novela, o pefelista precisa de uma boa polêmica para se firmar, tornar-se mais conhecido e, bingo, ter chances de reeleição.
Feitas as ressalvas, acho que, se emplacar de fato (já estamos em dezembro e não vi ninguém retirando nada ainda), a nova lei poderá ser salutar. Para o bem ou para o mal, a cidade ficará mais exposta e menos confusa. Vejo vantagens mesmo para os lugares nos quais a publicidade serve de disfarce para horrores urbanos -pichações, abandono, destruição, favelas. São Paulo ficará mais autêntica, ao menos.
Ademais, o desnudamento poderá ter -aqui e ali- efeito provocador. Demandará um esforço público e privado pela qualidade, pela arrumação estética e social. Acarretará, quem sabe, comprometimentos. Acredito nisso, romanticamente.’
MEMÓRIA / JECE VALADÃO
Jece Valadão
‘Como John Wayne ou Jean Gabin, ele se fixaria num tipo: o do brasileiro gingado, com muitos macetes e nenhum caráter.
Um tipo que persegue Jece desde os seus primeiros filmes, quando foi dirigido por Nelson Pereira dos Santos e Ruy Guerra, inscrevendo seu nome na história de nosso cinema com ‘Rio 40 Graus’ e com ‘Os Cafajestes’.
Bastavam essas duas obras para definir o personagem que se apoderou da tela como veículo seu.
À frente das câmeras, contudo, surge a imagem mais constante de nosso cinema. Wilson Grey, único ator que apareceu em mais filmes do que ele, foi coadjuvante. Jece sempre apareceu em primeiro plano, mesmo quando fez uma ponta. Tem aquela qualidade de ator que é a de chupar o campo visual da cena. Mesmo quando nada faz.
Jece permanece instintivo, animal cinematográfico bem acabado e assumido. Instinto que o levou a colocar Nelson Rodrigues no cinema. O ‘Boca de Ouro’ é ainda o melhor Nelson fora do teatro e do jornal.
Sua atuação como ator atravessou as últimas décadas. Um ator tão de cinema, tão exclusivamente do cinema, que suas atuações no teatro e na TV parecem marginais, uma pontuação, não um discurso.
Seu tipo é compreendido, temido e imitado: raro o filme que não tem um papel que Jece poderia fazer -e todos sabem que ele faria com eficiência, senhor de todos os truques, inclusive o de ser ele mesmo em diversas peles e encarnações.
Jece Valadão é um acontecimento que, mais cedo ou mais tarde, com a poeira das contingências baixada, marcará o nosso tempo na história do cinema nacional.
(Trecho do prefácio que fiz a pedido de Jece Valadão para seu livro ‘Memórias de um cafajeste’, 1996)’
FSP
PREMIADAFolha de S. Paulo
Folha recebe prêmio na área de direitos humanos
‘A Folha venceu o 23º Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo, na categoria reportagem, com o trabalho ‘Exército recupera armas após fazer acordo com facção de traficantes’, dos repórteres Raphael Gomide e Sérgio Torres, da Sucursal do Rio, de 15 de março.
O jornal obteve também o 2º lugar na mesma categoria, com ‘Militar vira réu em processo por tortura durante a ditadura’, publicada em 10 de setembro, de autoria do repórter especial Mário Magalhães.
O Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo foi criado em 1984 pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos e pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Rio Grande do Sul. A cerimônia de entrega será na sexta-feira no Auditório da OAB/RS, em Porto Alegre.
O prêmio de televisão foi concedido a Eduardo Faustini, da TV Globo, pela reportagem ‘Horário Eleitoral’, exibida pelo ‘Fantástico’. Alexandre Brum, do jornal fluminense ‘O Dia’, ganhou o prêmio de fotografia.’
TODA MÍDIA
‘Continente da esquerda’
‘No editorial ‘Continente da esquerda’, o britânico ‘Guardian’ nem esperou a apuração na Venezuela e, contrapondo Fidel Castro a Pinochet, avaliou que ‘não se discute qual legado prevaleceu’. As ditaduras militares terminaram e a ‘onda vermelha’ avança; Cuba estende a mão aos EUA e estes se moderam -acenando até para a Venezuela, como indicou o Departamento de Estado no ‘El País’. O ‘Guardian’ põe em dúvida até a divisão da esquerda regional em moderados e populistas e fecha dizendo:
– É difícil ver uma alternativa ao regime de centro-esquerda na região e, embora algumas ansiedades quanto à democracia sejam razoáveis, é difícil não ver esperança nas vitórias contínuas de movimentos que levaram povos marginalizados e excluídos à política.
Folha Online e outros noticiaram que Lula recebe Chávez amanhã e depois eles vão à Argentina, para a Comunidade Sul-Americana. Pelo porta-voz André Singer, Lula saudou a ‘normalidade’ da eleição, que ‘consolida a democracia na região sul-americana’.
Chávez falou ao Terra e celebrou ‘um ponto a mais num conjunto de vitórias, num caminho que o povo da América do Sul decidiu tomar’. E da visita a Lula:
– Vamos conversar sobre o significado das vitórias, aprofundar as nossas linhas, conversar sobre tudo, o gasoduto, a refinaria… mas não apenas. É encontro de trabalho duro. Vamos estabelecer objetivos, planejar.
BRASIL E BRIC 1
Na Folha Online e outros, ‘Brasil é o último no ranking de competitividade dos BRICs’. É obra da Câmara Americana de Comércio, que inclui o México no grupo, empatado com o Brasil, e cobra menos ‘custos fiscais’ para melhorar a classificação.
Em artigo no ‘Financial Times’, dois consultores vão além e dizem que só Índia e China são BRICs. E cobram, eles também, ‘mudanças estruturais’. As mesmas.
BRASIL E BRIC 2
O texto no ‘FT’ é resposta ao criador do acrônimo, Jim O’Neill, da Goldman Sachs, que semanas atrás sugeria aos investidores priorizar China e Brasil, este ‘especialmente interessante’, do final de 2006 até meados de 2007.
Foi num concorrido bate-papo no site do mesmo ‘FT’, em que ele apontou ‘um Lula comprometido com maior crescimento’ como a razão para indicar o país para a ‘estratégia dos investidores’.
‘GO WEST’, O BALANÇO
O ‘Los Angeles Times’ publicou a longa reportagem ‘Plantando a si mesmos no Brasil’, sobre os fazendeiros americanos que se mudaram para o Centro-Oeste do país -a exemplo dos colonos do faroeste. Relata incontáveis dificuldades, da solidão aos ‘ladrões e golpistas’, sem falar do ‘trabalho escravo’ e da reação dos ‘fazendeiros locais, por pagar demais aos trabalhadores’. E sem falar do real valorizado. ‘Aqui não é para os fracos de coração’, diz um dos entrevistados, declarando que não vai desistir.
NAS ÚLTIMAS
Ecoaram em Londres, do ‘Independent’ à BBC, as reservas criadas pelo governo do Pará, em fim de mandato. A imagem mais repisada foi de que a área é maior do que a da Inglaterra.
Foi notícia também no ‘JN’, mas com o registro de que abre caminho para exploração controlada por madeireiras e se contrapõe à proposta do Movimento dos Sem-Terra.’
INTERNET
Reuters e Yahoo! usarão vídeos de internauta em site de notícia
‘Reuters e Yahoo! põem no ar hoje um site em que o internauta poderá colocar fotos e vídeos de assuntos que achar interessante. A iniciativa é uma tentativa de conseguir mais conteúdo por meio das milhões de pessoas que têm câmeras digitais ou celulares com câmera.
Pelo news.yahoo.com/page/youwitnessnews, o material pode ser colocado no ar. Editores da Reuters e do Yahoo! analisarão as fotos e os vídeos e escolherão alguns para colocar na página principal do site de notícias do Yahoo!, entre as principais reportagens do dia.
Antes de ser colocada no site do Yahoo! ou distribuída pela Reuters, o material será analisado para tentar eliminar casos de fraude.
Nenhum usuário será pago por colocar o material no site. A exceção é se a foto ou o vídeo forem distribuídos para os clientes da Reuters. Segundo a agência de notícias, esse valor deverá ser pequeno, salvo se a informação for exclusiva.
O projeto não é novidade, já é utilizado por grandes empresas como CNN e BBC. O próprio Yahoo! já usou imagens de fotógrafos amadores, como no caso do tsunami que atingiu a Ásia no final de 2004.
Recentemente, uma câmera de telefone celular flagrou o ator Michael Richards, o Kramer da série ‘Seinfeld’, usando termos racistas durante uma apresentação em um clube de comédia em Los Angeles. Ele usou expressões como ‘nigger’ (considera ofensiva) para espectadores que conversavam durante seu show.
O vídeo caiu na internet, gerando grande controvérsia nos EUA. Richards já pediu desculpas pelo ocorrido.’
TELEVISÃO
Canal entra na onda dos esportes radicais
‘Durante três anos, uma equipe de filmagem acompanhou competições esportivas nacionais e estrangeiras em busca de imagens fortes de esportes radicais. O resultado é a série ‘Adrenalina’, que o canal pago Futura exibe a partir de hoje, às 16h30.
Gravado no Rio Grande do Sul, o programa mostra toda sorte de dificuldades a que os atletas desses tipos de esportes se submetem em busca de fortes emoções. Ao longo de 15 episódios, podemos acompanhar surfistas que encaram os mares gelados do Sul e motoristas experientes que disputam um ‘racha’ que acontece há oito anos e cujo maior prêmio é a segurança do piloto.
A série passeia pelas diferentes modalidades radicais como pára-quedismo, escalada, paraglider (espécie de pára-quedas que faz com que a pessoa desça do topo de uma montanha quase planando), corrida de aventura e arvorismo -esporte criado para que os praticantes se locomovam em florestas na altura da copa das árvores, que é até recomendado por psicólogos em empresas.
O primeiro episódio mostra o Ecomotion Pro, a maior corrida de aventura da América Latina, que foi realizada na Serra Gaúcha. Os competidores percorrem cerca de 444 quilômetros de percurso, alternando modalidades como canoagem, rafting e trecking.
ADRENALINA
Quando: hoje, às, 16h30
Onde: Futura’
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