Monday, 25 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Teletime News

‘Agora que a Telmex e a America Movil estão à toda no Brasil, é preciso estar atento a quem está mandando no grupo mexicano. Carlos Slim, com seus 64 anos, continua firme e dominante. Mas ele acaba de anunciar que o comando da sua operação wireless, a America Móvil (acionista controladora da Claro no Brasil), passa para as mãos de seu filho, Patrick Slim Domit. Slim Helu permanece como presidente honorário do conselho.

Essa mudança acontece três meses depois que o magnata, considerado o homem mais rico da América Latina (quase US$ 14 bilhões, segundo a Forbes), deixou a presidência da Telmex em favor de seu outro herdeiro, Carlos Slim Domit.

O porta-voz da America Movil disse que tudo isso é parte do processo de transição começado há alguns anos. Lembrou que Carlos Slim já havia renunciado ao cargo de diretor da norte-americana SBC Communications (SBC). Slim quer dedicar mais tempo em iniciativas de saúde, ambiente e educação da América Latina.

Carlos Slim Helú é acionista do Grupo Carso que por sua vez, detém 68,9% das ações da Telmex.

No Brasil, a Telmex é controladora da Embratel e AT&T Latin America e, ainda em processo de aprovação, da Net Serviços.’



CONTRA A BAIXARIA
Agência Câmara de Notícias

‘Campanha contra a baixaria vai fazer seminário com MP’, copyright Agência Câmara de Notícias, 13/07/04

‘O coordenador da campanha ‘Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania’, deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), anunciou a realização neste segundo semestre de um seminário sobre o impacto da campanha na sociedade. A campanha é promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, em parceria com entidades da sociedade.

Fantazzini já acertou os detalhes do evento com o procurador-geral da República, Cláudio Lemos Fonteles.

Segundo o parlamentar, o objetivo é reunir procuradores e promotores de Justiça federais e estaduais para discutir como o Ministério Público vai direcionar suas ações para coibir os atentados contra a dignidade humana em programas de TV.

Segundo Fantazzini, atualmente não existe uma linha oficial do Ministério Público contra os programas que exibem cenas impróprias para os horários em que são veiculados. Ele acredita que, durante o seminário, serão definidas normas que possibilitem uma ação conjunta do órgão em todos os seus níveis. ‘Esse evento será útil para buscar no diálogo a construção de procedimentos para atuar contra os exageros de programas nacionais e regionais’, afirmou.

O seminário ainda não tem data definida.

Debate em universidade

Dando continuidade à divulgação da campanha ‘Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania’, o deputado Orlando Fantazzini (PT-SP) apresenta a iniciativa amanhã, em Fortaleza (CE), aos participantes do XXVI Encontro Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecom). O evento será realizado na Universidade Federal do Ceará (UFC), a partir das 18h30.’



RETRATO BRASILEIRO
Livia Deodato

‘Na periferia, cinema é em casa mesmo’, copyright O Estado de S. Paulo, 15/07/04

‘Willia Amorim, de 13 anos, gostaria de ver o Homem-Aranha no cinema, personagem que já conhece da fita de Playstation que joga em casa. O garoto nunca foi ao cinema e só assistiu uma peça de teatro na escola. ‘Mas faz muito tempo, nem lembro como era’, conta ele. Além do videogame de última geração, o menino, que mora com os pais e um irmão mais novo na periferia de Guarulhos, tem acesso a três TVs (uma delas com videocassete) na sua casa de quatro cômodos. ‘Mas agora que eu estou de férias, eu gosto mesmo é de empinar pipa’, conta Willia.

Willia se encaixa naquilo que o relatório das Nações Unidas descreve como um ‘adolescente mundial’, que sofre os efeitos da chamada hegemonia cultural (a predominância de uma cultura sobre outra). Embora tenha condições de buscar alternativas de lazer, ele segue os padrões da ‘elite mundial’ da cultura, que tem mesmo estilo de consumo e habita um único ‘espaço’, usufruindo do mesmo tipo de cultura pop, a mesma música, os tênis, as camisetas e os jeans.

Sua mãe, Jucineide da Silva, de 34 anos, não sabe ler, nem escrever. Apesar disso, ela mostra duas enciclopédias e dois dicionários de português e inglês que comprou de vendedores ambulantes de rua para seus filhos, além de diversos CDs de músicas internacionais que adquiriu por meio de programa de televendas da televisão. ‘O que eu não tive, quero dar aos meus filhos’, diz ela. Jucineide conta que está à procura de um lugar que Willia possa jogar capoeira. ‘Os meninos passam muito tempo na rua, principalmente agora nas férias. Queria arrumar alguma atividade para eles’, diz a mãe.

Quem sustenta a família é o seu marido, José Maria de Souza, de 46 anos, que trabalha como motorista oficial do Ministério da Aeronáutica. Ele estudou até a 6.ª série, mas acredita que, atualmente, a educação é fundamental para uma boa colocação no mercado de trabalho. ‘O desemprego está assustador até mesmo para quem estudou bastante’, afirma ele.

Souza tem carro, recebe um salário que diz ser ‘suficiente’, mas disse não ter interesse e nem curiosidade para conhecer os pontos culturais e turísticos da sua cidade e da vizinha metrópole. A distância é o principal motivo que ele justifica para não querer sair de casa com sua família. ‘Pra quê sair de casa se nós podemos alugar uma fita e ter um cinema aqui mesmo?’, acrescenta Souza.

A comodidade, no caso da família Souza, os submete a uma das hegemonias mundiais, a cultural. Eles têm poucas escolhas, e todas apontam uma única direção. ‘Não existem regras fáceis, nem universais, sobre a melhor maneira de construir sociedades multiculturais’, aponta o relatório da ONU.’



TV DIGITAL
Carmen Lúcia Nery

‘Finep divulga hoje a lista de universidades habilitadas para o projeto de TV digital’, copyright Telecom Online, 13/07/04

‘A Finep deve divulgar hoje, 13, o resultado da habilitação das universidades e institutos de pesquisa que vão disputar os recursos do projeto de TV digital, segundo antecipou a Newsletter TI&Governo. O edital de convocação foi lançado em meados de maio e a agência recebeu inscrições até 11 de junho. Do total de 90 universidades e institutos de pesquisa de nove estados que se apresentaram 79 foram habilitados. Nos próximos dias a Finep deverá disparar RFP Requests for Proposal convidando as instituições habilitadas a apresentarem suas propostas e projetos de pesquisa. Neste primeiro lote serão seis RFPs (Request for Proposal) nos seguintes temas: aplicações e conteúdo, codificação de sinais fonte, middleware, transmissão e recepção/codificação e modulação. Na proposta elas deverão indicar o tempo e o custo para o desenvolvimento das pesquisas segundo os parâmetros definidos pelo Grupo Gestor de TV digital, que vai analisar e selecionar os projetos junto com consultores de mercado. A Finep vai liberar ainda cerca de outros dois lotes até o final do ano. Nesta segunda fase a expectativa da Finep é que as universidades e institutos formem consórcios com as indústrias ou instituições privadas que terão o papel de fornecer os equipamentos e laboratórios para o desenvolvimento das pesquisas. Todo o projeto está orçado em R$ 50 milhões, fora os R$ 15 milhões que o CPQD receberá pela integração dos projetos.’



HEGEMONIA CULTURAL
Jotabê Medeiros

‘´Subsídio é fundamental´’, copyright O Estado de S. Paulo, 15/07/04

‘Opinião é do ministro Gilberto Gil, que apóia a quebra da hegemonia cultural dos EUA

Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano, ‘no Brasil, apenas 2 dos 33 membros do governo são afro-brasileiros, ainda que estes representem quase metade da população’. Metade dessa representação afro-brasileira no governo é justamente o ministro da Cultura, Gilberto Gil, que tratou dos temas da diversidade cultural no Fórum Cultural Mundial, em São Paulo, no fim de junho.

Em entrevista ao Estado, falando por telefone da França, onde faria um show, ele comentou os dados do relatório sobre hegemonia cultural.

Estado – é possível reverter um quadro como a hegemonia cultural americana?

Gilberto Gil – Não sei se é possível reverter esse quadro, mas sei que os países têm de investir para isso. Especialmente os emergentes. No caso do cinema, produções como a argentina, a indiana, a coreana e a brasileira, que tentam se afirmar, precisam ser apoiadas. Quando virá a vitória, ninguém sabe. Países como Canadá e França também defendem essa quebra da hegemonia.

Há hoje grande coalização internacional. A próxima convenção da ONU vai contemplar todas essas visões alternativas.

Estado – Como o sr. vê a ênfase do relatório na cultura?

Gil – O relatório mostra que o mundo está se interessando cada vez mais pela cultura. Os indicadores todos vão passar a considerar mais essa questão.

Estado – A indústria cultural de um país tem de ser subsidiada pelo Estado para vingar?

Gil – Agora mesmo, na criação da Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual), uma das questões que discutimos com os setores da cadeia produtiva do cinema foi a manutenção do artigo 3 e de outros dispositivos da Lei do Audiovisual, que garantem subsídios e renúncia fiscal para o cinema.

Todos serão garantidos. O subsídio estatal ainda é fundamental. é isso que inspira a Lei Rouanet, as leis estaduais e federais.

Estado – O sr. defende mudanças na visão da Organização Mundial do Comércio em relação à cultura?

Gil – A gente quer tratamento especial para a cultura. Os EUA defendem a livre circulação de bens culturais, querem que eles sejam tratados como commodity. Os países ditos emergentes, como o Brasil, defendem que eles têm de ser tratados de maneiras diferenciadas.’



EXCLUSÃO CULTURAL
Tribuna da Imprensa

‘Exclusão cultural: desafio a ser combatido’, copyright Tribuna da Imprensa, 15/07/04

A exclusão cultural – a dificuldade de acesso das populações aos produtos culturais – deve ser combatida, mas sem posições ‘xenófobas e conservadoras’. A defesa das culturas nacionais e das tradições não pode ser um pretexto para o fechamento às influências externas, mas somente a defesa da liberdade.

O relatório das Nações Unidas dá grande ênfase às questões culturais. ‘Para que o mundo atinja os objetivos de desenvolvimento do milênio e acabe por erradicar a pobreza, tem de enfrentar primeiro, com êxito, o desafio da construção de sociedades culturalmente diversificadas e inclusivas’, diz Mark Maloch Brown, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Os argumentos são fortes e de natureza também econômica. De acordo com o Pnud, o comércio mundial de bens culturais (cinema, fotografia, rádio e televisão, revistas, música, literatura e artes visuais) quadruplicou em uma década, passando de US$ 95 bilhões em 1980 para mais de US$ 380 bilhões em 1998. Entretanto, cerca de quatro quintos desses recursos têm origem em apenas 13 países. As produções de cinema dos Estados Unidos representam 85% das platéias de cinema no mundo todo e o país domina todas as maiores bilheterias internacionais .

Todos esses números apontam para uma discussão premente sobre a natureza do expansionismo cultural. ‘O desenvolvimento não pode ser pensado apenas em seus aspectos econômicos’, diz o diplomata Edgard Telles Ribeiro, responsável pela política cultural do Itamaraty. ‘é preciso combater a concentração de conteúdos, a homogeneização das culturas, que vêm apagando e ameaçando singularidades’, afirma.

Na luta contra a hegemonia cultural, o relatório não recomenda barreiras comerciais, mas apoio às indústrias criativas. O relatório cita os casos de Brasil e Argentina, que têm tido êxito, segundo a ONU, na concessão de subsídios à produção e de reduções fiscais para a indústria cultural – isso sem interromper os fluxos de produtos artísticos do exterior para mercados locais.

Para Edgard Telles Ribeiro, a cultura deve ser também defendida como um eficaz instrumento de relações internacionais. ‘Ao projetar seus valores culturais, um país contribui para tornar o desconhecido familiar. Abre portas sem forçá-las. Há países que venceram guerras e foram dominados culturalmente pelos vencidos. O que seria de Roma sem o legado cultural da Grécia?’, ele pergunta.

Emilio Kalil, diretor da empresa Brasil Connects, organizadora das mostras de maior sucesso de público em São Paulo nos últimos tempos, Os Guerreiros de X´ian (817 mil espectadores) e Picasso na Oca (905 mil visitantes), diz que a ampliação do público de produtos culturais tem um segredo.

‘é preciso investir na formação do espectador’, diz. Segundo Kalil, pesquisas realizadas nas megaexposições da Brasil Connects mostraram que um dos principais chamarizes dos adultos para a exposição foram crianças de escolas públicas e privadas. Levadas por programas de arte-educação, as crianças gostaram e voltaram às mostras com os pais e a família.’



ABERT
Revista Imprensa

‘ABERT terá nova presidência em agosto’, copyright Revista Imprensa, 15/07/04

‘Em agosto ainda deste ano, o empresário José Inácio Pizani assumirá a presidência da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT). A nova direção tem dois anos de mandato a cumprir e seu maior desafio, será trazer para a entidade as redes de Tv aberta Bandeirantes, SBT e ômega (ex-Manchete).’