Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Tereza Novaes

‘O investimento que os canais de TV estrangeiros, como Fox, National Geographic e Nickelodeon, fizeram em produções nacionais cresceu neste ano. O dinheiro não veio diretamente do bolso das empresas, mas foi arrecadado por meio de incentivo fiscal.

Mais de R$ 18 milhões foram recolhidos em 2004 por 19 emissoras por meio do artigo 39. O valor só pode ser usado para financiar programas brasileiros. Em 2003, o montante foi de R$ 14,3 milhões.

O dispositivo permite que, em vez de pagar 11% de tributos de suas remessas para o exterior, as empresas recolham 3% sobre a mesma importância para aplicação em produções realizadas por produtoras independentes nacionais. A Ancine (Agência Nacional do Cinema) controla a operação.

Dessa forma, foram obtidos os recursos para ‘Tartarugas Marinhas’, sobre o projeto Tamar. Desenvolvido pela produtora Canal Azul para a National Geographic, que investiu R$ 438 mil, o programa foi o primeiro documentário brasileiro exibido pelo canal, no final de novembro.

O grupo Fox Latin America centralizou os recursos levantados pelo artigo 39, um total de R$ 1,4 milhão, de seus três canais (Fox, Fox News e National Geographic) para realizar programas para a National Geographic.

Outros produtos foram viabilizados graças a verba: ‘Antártica -°O Continente Gelado com Amyr Klink’ e ‘Animais do Brasil’, que estão quase prontos para serem veiculados, além de dois que estão em fase de criação.

Todos eles devem ser exibidos pela emissora também em outros países. O valor arrecadado pela Fox é o quarto maior entre todas as empresas que podem fazer uso da legislação.

A DirecTV foi a que obteve o maior valor, R$ 7,57 milhões. Com esse montante, ela patrocina uma série sobre Chico Buarque e outra sobre a bossa nova.

A Discovery Networks conseguiu R$ 1,2 milhão, dividido em três programas: ‘Enquanto Você Não Vem’, ‘Doutores da Alegria’ e ‘Zoológico Digital’.

A MTV Networks, que responde pelo canal infantil Nickelodeon, somou R$ 373 mil, quantia suficiente, segundo o canal, para pagar apenas quatro episódios dos 24 da temporada de seis meses do ‘Patrulha Nick’.’



Keila Jimenez

‘Vendas em pay-per-view aumentam em 2004’, copyright O Estado de S. Paulo, 29/12/04

‘A venda em pay-per-view dos campeonatos de futebol surpreendeu a Globosat este ano. A operadora fecha 2004 com um saldo de 310 mil pacotes do Campeonato Brasileiro vendidos, 30 mil a mais do que eles previam no início do ano. Números bem animadores em um cenário de crise financeira que atinge a maioria dos times de futebol no País.

‘Nossa expectativa era de vender 280 mil do Brasileirão, 30 mil a mais do que no ano passado, quando vendemos 250 mil pacotes. Mas conseguimos muito mais do que isso. Em 2005 queremos vender 360 mil pacotes’, fala o diretor dos canais pay-per-view da Globosat, Elton Simões.

Esse crescimento também se reflete em outros campeonatos vendidos em pay-per-view, como a série B do Brasileirão. Mesmo sem a participação de grandes times como Palmeiras e Botafogo, que disputaram a série B em 2003, este ano a operadora vendeu 3 mi pacotes da disputa a mais do que o ano passado.

‘Chegamos a 52 mil pacotes vendidos, em 2005 queremos vender 80 mil’, diz Simões. O diretor deve essa demanda do pay-per-view a alguns fatores, entre eles, o aumento da cobertura dos jogos pelo sistema em todo País.

‘Quando começamos, transmitíamos poucos menos de 45% dos jogos do Brasileirão, hoje beiramos os 100%’, garante ele. Outro fator que impulsionou as vendas, diz, é mudança na formato do Brasileirão, hoje disputado ponto a ponto, até a última rodada. ‘Até o final os times ainda estavam embolados. As pessoas queriam acompanhar todos os jogos’, fala ele.

Simões garante que o crescimento do pay-per-view em nada tem a ver com a queda de freqüência nos estádios e que o negócio é muito lucrativo para os times, pois eles recebem um porcentual por cada jogo vendido.

‘Temos uma pesquisa que deixa claro que o cara que compra pay-per-view não é o mesmo que vai ao campo ver o time. Dos nossos consumidores, 15% ia ao campo uma vez por ano e 3% iam mais de vez, o resto nunca ia’, ele diz. ‘O que observamos também é que o público do pay-per-view é um pouco mais velho, já tem família, 85% dos nossos consumidores assistem aos jogos acompanhados. É o caro que arrasta os filhos, a mulher e o cunhado para frente da televisão.’’



Etienne Jacintho

‘Cartoon começa o ano com mudanças’, copyright O Estado de S. Paulo, 31/12/04

‘Depois de fazer As Meninas Superpoderosas – O Filme, o ilustrador e diretor Craig McCracken quis dar um tempo àquela velha fórmula do vilão e do mocinho que salva o mundo. Foi então que nasceu A Mansão Foster para Amigos Imaginários, animação que o Cartoon Network estréia no dia 7, com pré-estréias hoje, à meia-noite, e amanhã, às 18 horas.

Diferentemente das superpoderosas, no novo cartum de McCracken ninguém tem atos tão heróicos, mas simples atitudes que podem transformar valores e pessoas – ou melhor, seres estranhos. ‘Há muitos programas agressivos, com luta’, diz McCracken. ‘Percebi a falta de atrações que são simplesmente sobre personagens que se encontram e contam histórias.’

Mansão Foster para Amigos Imaginários brinca com um personagem comum na vida de todas as crianças: o amigo imaginário. Na animação, o garoto Mac leva uma bronca da mãe porque já está muito velho para ter um amigo imaginário. Como solução, ele precisa livrar-se de Blu – o amigo em questão.

Em busca de um novo lar para Blu, o menino bate à porta da Mansão Foster, local que abriga todos os amigos imaginários que foram abandonados. Lá moram seres estranhos e muito divertidos. ‘O conceito é ter os amigos imaginários interagindo com pessoas reais’, explica McCracken. ‘Criar personagens bizarros com pessoas normais e depois colocá-los em situações do dia-a-dia como, por exemplo, um jantar.’

NOVA CASA

Com a estréia da animação de McCracken, o Cartoon Network também coloca no ar um novo visual gráfico, que transformará o canal em uma verdadeira cidade para acolher todos os personagens que habitam sua programação. Vinhetas e chamadas apresentarão diversas vizinhanças e ambientes recriados em 3D, cenas em 360º geradas por computador combinadas com os personagens animados em 2D. A criação em 3D foi realizada pela produtora Animal Logic, responsável pelos efeitos especiais de filmes como Matrix e O Senhor dos Anéis.

O novo layout entra em cartaz também à meia-noite, com o especial sobre Mansão Foster para Amigos Imaginários. O novo logotipo do Cartoon Network traz dois cubos nas iniciais C e N.’



TV BANDEIRANTES
Leila Reis

‘TV Bandeirantes está de olho no público feminino’, copyright O Estado de S. Paulo, 30/12/04

‘Este foi um ano bom para a Bandeirantes. O próximo será melhor, acredita Marcelo Parada, vice-presidente da emissora e responsável pela escolha da novela Floriscienta (título argentino), um investimento de US$ 5 milhões para atrair o público feminino. Nesta entrevista, Parada conta que a passagem de Marlene Mattos pela Band deixou de herança um ‘apuro com o visual’ e que o concurso Miss Brasil, que trouxe audiência e receita este ano, vai ter transmissões locais nos 27 Estados.

Por que a Band resolveu voltar a investir em novelas?

Desde que deixou de ser o canal do esporte, em 1999, a Band quer atrair o público feminino. Há quatro, cinco anos, produzimos Serras Azuis e Meu Pé de Laranja Lima, mas o resultado não foi o esperado. Agora estamos maduros para investir a médio e longo prazo.

Por que se optou por uma novela argentina?

Em setembro fui a Buenos Aires e conheci Floriscienta, um fenômeno de audiência. Fizemos testes com milhares de jovens para montar o elenco de apoio e vamos definir o elenco principal em janeiro. As gravações serão no Rio.

Por que o Rio?

Queremos diversificar porque a Band tem uma imagem paulista.

De quem a novela vai tirar lugar na programação?

A novela será exibida no fim da tarde e o Departamento de Programação está quebrando a cabeça para acomodar todos os programas.

Qual é a grande estrela da programação da Band?

Temos alguns carros-chefes. Gilberto Barros está conseguindo cinco, seis pontos no Ibope. Márcia Goldschmidt também conseguiu dar cinco pontos no domingo. O jornalismo também é nosso carro-chefe, com Carlos Nascimento, Roberto Cabrini e José Luiz Datena.

Por que você acha que Marlene Mattos não deu certo na Band?

Ela é muito feliz na execução de projetos, mas não é da natureza dela conceber e planejar. Aqui ela tinha que ser gestora, olhar orçamento, planejar muito. Não estava feliz na função de diretora artística, por isso decidiu sair.

Que marca ela deixou na programação?

Com a Marlene a Band tomou um cuidado com o visual que não tinha. Acerto de luz, cenários, enquadramentos.

Por quanto tempo você acha que as fofocas vão preencher a programação da tarde?

Todo veículo tem uma tendência de falar da vida alheia. O colunismo social continua fazendo sucesso no Brasil em jornais importantes. Todo mundo gosta de conhecer a intimidade dos artistas. Então, vai durar muito ainda.

Quais as novidades para 2005?

Vamos lançar o horário de novelas, reforçar o Gilberto Barros, transformando cada edição do Boa Noite Brasil em um programa diferente. Queria ter a Márcia Goldschmidt todos os dias. Vamos investir no Miss Brasil, porque gerou audiência e receita. Este ano cobrimos a disputa em 14 Estados, em 2005, transmitiremos nos 27 Estados da federação.’