Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Terra Magazine

TELEVISÃO
Márcio Alemão

Olha a tortura aí, gente!, 12/02/07

‘Vai começar a folia Momesca. Na face da Terra encontro poucos eventos que me aborreçam tanto.

Varetas de bambu incandescentes sob as unhas. Extração de um nervo do canino sem anestesia. Nenhuma tortura se pode comparar às transmissões de bailes e desfiles. A Band está cheia de novas energias, idéias e inspirações. Vamos ver. Dentre todas, sempre foi, claro que na minha opinião, a pior em todos os quesitos na cobertura do Carnaval. Câmera fixa em algum ponto da cidade de Salvador. Vem trio, vai trio, vem gente, vai gente e sempre algum notável para dizer a máxima do carná: ‘Isso aqui está uma loucura, gente!’ A frase não mudará. A cobertura, com certeza. Ou não?

Mas acreditem, farei por vocês, leitores, o sacrifício de ver o que irá passar na TV. Aguardem pois.

Também começou a maratona do American Idol. Vale a pena ver essa primeira fase. Como em todo show de calouros, o mais divertido é ver para quem o Chacrinha vai buzinar. Depois fica quase tão aborrecido quanto o Carnaval.

E nessa etapa que já passou por duas cidades, estão deixando de lado a sutileza. Estão deixando claro que a armação existe. Imagine em um país como os Estados Unidos, um apresentador/jurado dizer ao candidato que ele se parece com um macaco, um lêmure. Simon o fez e não foi processado na terra onde um filho pode processar os pais por ter nascido feio. Ou seja, tratou-se de uma humilhação consensual, armação, humor fácil, chulo, estilo Pânico na TV.

Muito mais divertido é ver Carlos Alberto, o apresentador e diretor do programa Feiras e Negócios, em Madri. Em sua sensacional abertura ele mandou: ‘Madri é tudo. Madri é um misto de um monte de coisas’. E na frente de uma praça, fez o que ainda muitos fazem na TV: uma transmissão típica de rádio, descrevendo em detalhes tudo o que a câmera já estava mostrando, sem nada a acrescentar.

E situado em um nível bastante perigoso, o reality ‘Quem quer ser um super-herói?’. Apresentado pelo simpático e genial Stan Lee, o programa nos coloca em uma sinuca de bico. É divertido ver aquelas pessoas estranhas tentando viver a fantasia de ser um super-herói. Mas depois de um ou dois blocos você percebe que não se trata de um porgrama de humor e ele de fato perde a graça e se transforma em mais um reality com pitadas de constrangimento. Mas é um enorme sucesso.’

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Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.

Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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