Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

The New York Times
muda formato das páginas


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 8 de agosto de 2007


NYT REPAGINADO
O Estado de S. Paulo


‘New York Times’ reduz tamanho das páginas


‘AP, com REDAÇÃO – O jornal The New York Times reduziu o tamanho de suas páginas. Desde segunda-feira, o jornal circula com páginas 3,8 centímetros mais estreitas, chegando ao tamanho que se tornou padrão na indústria: 30,5 centímetros. A mudança, que tinha sido anunciada há um ano, deve resultar em economias de US$ 10 milhões anuais, segundo Diane McNulty, porta-voz do jornal. Vários outros grandes jornais americanos já haviam adotado esse formato, incluindo o Wall Street Journal, The Washington Post e Los Angeles Times.


Originalmente, a mudança do The New York Times estava prevista para ocorrer somente em meados de 2008, mas, segundo Diane, a companhia se tornou apta a adotar o novo formato mais cedo que o previsto. De acordo com ela, a mudança resulta numa redução de cerca de 10% no espaço para as notícias, mas o jornal vai compensar pelo menos metade dessa perda adicionando páginas.


A redução efetivada agora pelo The New York Times foi adotada pela maioria dos grandes jornais brasileiros, entre eles O Estado, em 1999. A mudança, além de gerar diminuição de custo do principal insumo, foi à época bem recebida pelos leitores, conforme indicaram pesquisas.’


CASO RENAN
Ana Paula Scinocca e Rosa Costa


Renan vê ‘ataque impiedoso da mídia’ e fala em inocência


‘Em resposta à pressão que vem sofrendo para que renuncie ao cargo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deixou ontem seu posto na Mesa e, pela primeira vez, foi defender-se na tribuna. Num discurso inflamado, garantiu que não tem ‘patrimônios clandestinos’ e fez duros ataques à mídia, que acusou de publicar denúncias contra ele sem apresentar provas. Em um forte embate com a oposição, atacou nominalmente seus adversários políticos no Estado de Alagoas – o ex-deputado João Lyra (PTB-AL) e a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL-AL).


Ao longo dos quase 20 minutos de discurso, Renan voltou a se dizer vítima de ‘um impiedoso e irresponsável ataque’ – tudo, segundo ele, fruto de uma ‘pseudodenúncia da revista Veja’. Afirmou que é ‘agredido diariamente por sistemáticas ignomínias, perfídias, insídias. Todas originadas da briga política paroquial, de interesse regional, e alimentada diariamente por derrotados rancorosos como João Lyra e a ex-senadora Heloísa Helena que, desesperadamente, tentam uma reinserção na vida política nacional’.


Renan voltou a negar enfaticamente todas as irregularidades de que vem sendo acusado – entre elas a de ter despesas pagas pelo lobista de uma grande empreiteira, a de divulgar notas frias para justificar operações de venda de gado e por fim a de comprar, com ajuda de laranjas, duas empresas de comunicação, sem nada declarar à Receita.


‘É puro delírio’, replicou o senador, ‘insuflado por ressentimentos da política local que encontram espaço fértil no mau jornalismo e pretendem contaminar parte deste plenário’. Adiantou, também, que está abrindo processo criminal e civil contra a Veja.


O senador se disse satisfeito com a investigação de que será objeto, a partir desta semana, pelo Supremo Tribunal Federal: ‘Só posso comemorar, porque teremos uma investigação profissional’. Em seguida, lançou um desafio: ‘Lá adiante, quando eu provar a minha inocência, espero que todos respondam pela sua precipitação, pela sanha acusatória e tentativas de subtrair o sagrado direito de defesa e fragilizar voluntariamente o cargo de presidente do Senado Federal.’


Frisando ‘não ter nada a temer’, o presidente do Senado comparou a obstrução planejada pela oposição na Casa com a que o então MDB fazia na ditadura militar. Tentou desqualificar a representação do PSOL que motivou o processo a que responde por quebra de decoro no Conselho de Ética.


‘Aqueles senhores senadores que, por irresponsabilidade e caráter rasteiro, queiram fazer novas representações rabiscadas em guardanapos, baseadas em ouvir dizer, em fofoca, em recorte de jornal, que o façam’, ironizou. O presidente do Senado anunciou que encaminharia ainda ontem para o Ministério Público Federal denúncia de que a Editora Abril ‘tem negócios ocultos e interesses secretos’. Para ele, é um ‘escândalo, esse sim de interesse nacional, a fraude que está sendo tentada com a venda da TVA, do Grupo Abril, para a Telefónica por quase R$ 1 bilhão’. A ilegalidade, segundo Renan, estaria no fato de a eventual compradora ser empresa estrangeira.


CONTRA AGRIPINO


A discussão mais tensa foi travada com o líder dos DEM, o senador José Agripino Maia (RN). ‘Eu me preocupo em ser presidido por um senador que é obrigado a apresentar justificativas a cada semana’, afirmou Agripino.


Renan rebateu: ‘Lastimo que seja tão precipitado porque sabe da devassa a que estou sendo submetido, da perseguição que sofro, coisas que muitos não agüentariam. Se V. Exa. mesmo estivesse nessa situação, com os negócios que tem, com as concessões que tem, com os financiamentos bancários e estatais que tem, talvez não agüentasse duas semanas de acusação como eu tenho agüentado.’


Agripino foi à tréplica: ‘A diferença entre nós é que V. Exa. leva esse caso como um caso pessoal e eu entendo como uma questão institucional.’ E se seguiu um bate-boca. ‘O senhor falou em débitos, que débito. Onde é que existe algum pecado? Se tem, V. Exa. tem a obrigação de dizê-lo.’ Renan tentou minimizar o ataque, argumentando que se referia à devassa a que estava sendo submetido. Indignado, Agripino avisou que as concessões que tem ‘são todas legítimas’.


A direção do Grupo Abril, informada das críticas que lhe fez novamente o presidente do Senado, disse nada ter a acrescentar à resposta de anteontem, quando informou que ‘Veja investiga, apura e denuncia tudo o que prejudica o Brasil e pretende continuar fazendo isso’.’


TELECOMUNICAÇÕES
Renato Cruz e Michelly Teixeira


Telefônica reage à tele nacional


‘O Brasil passou de 20,2 milhões de telefones fixos e 5,6 milhões de celulares em julho de 1998, quando foi privatizada a Telebrás, para 38,8 milhões de fixos e 106,7 milhões de móveis hoje. A evolução do mercado aconteceu com o investimento privado, sem fazer diferença entre capital nacional e estrangeiro.


Com o estudo sobre a ‘grande empresa nacional de telecomunicações’, que uniria a Oi (antiga Telemar) e a Brasil Telecom, o governo ameaça mudar as regras, discriminando o capital internacional. Isso preocupa o grupo espanhol Telefônica, que é, ao lado do mexicano Telmex/América Móvil, um dos dois grandes jogadores internacionais nas telecomunicações no Brasil.


‘O movimento de consolidação nas teles está acontecendo no mundo e vai acontecer no Brasil também’, disse ontem o presidente do Grupo Telefônica no Brasil, Antônio Carlos Valente, durante 2º Seminário Fiesp/Ciesp de Telecomunicações . ‘O governo brasileiro deverá estabelecer as regras que, no seu entendimento, sejam mais adequadas e que não desconsiderem o sucesso que houve no passado, quando o capital nacional e o estrangeiro foram tratados de forma igual e puderam produzir resultados palpáveis.’


Hoje, a regulamentação proíbe fusão entre as quatro concessionárias fixas, que são a Oi, Brasil Telecom, Telefônica e Embratel (que pertence à Telmex). O governo quer permitir a fusão entre a Oi e a Brasil Telecom, impedindo que a Telefônica e a Embratel participem da consolidação.


Valente reforçou o interesse da Telefônica em investir no Brasil. Ele citou como exemplo a compra, anunciada semana passada, da Telemig e da Amazônia Celular pela Vivo, joint venture dos espanhóis com a Portugal Telecom. Segundo o executivo, no caso de surgirem outras operações interessantes, a Telefônica ‘certamente vai avaliar’.


O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins, espera que os estudo do governo sobre a fusão entre Oi e Brasil Telecom dê algum resultado num prazo de 90 dias. Ele negou que a idéia de o governo ter uma golden share (ação com direitos especiais) na nova empresa seja uma forma de reestatização. ‘Quando o BNDES entrou na Telemar, falaram em privatização’, apontou Martins. ‘Por que mudou o governo vão falar em reestatização?’


Valente também afirmou ontem que, entre investir na TIM ou na Vivo, a prioridade da Telefônica é comprar a participação da Portugal Telecom na Vivo. ‘O projeto que tem sido claramente de interesse da Telefônica é a aquisição de 50% da PT na Vivo. Isso não depende de nós, e sim de uma série de questões. Mas essa seria obviamente a prioridade, como já foi manifestado pelo grupo.’


TV PAGA


O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Ronaldo Sardenberg, anunciou no evento ABTA 2007 que entrará em consulta pública, ainda este semestre, o regulamento do Serviço de Comunicação de Eletrônica de Massa (SCEMA).


O regulamento permitirá que as teles ofereçam TV a cabo em sua área de concessão, o que hoje é proibido. Também abrirá caminho para a televisão via protocolo de internet (IPTV), tecnologia que permite transmitir vídeo por linha telefônica para o televisor.’


TELEVISÃO
Leila Reis


Ele procura humor com inteligência


‘Depois de quatro anos, Miguel Falabella volta à TV como ator e roteirista na série Toma lá, Dá cá, que estreou ontem na Globo, para fazer ‘humor inteligente’. Seu tempo tem sido dividido entre Rio, onde grava a programa, e São Paulo, onde ensaia o musical Os Produtores. Falabella, que já escreveu 15 peças, duas novelas e estréia no cinema como diretor, conta nesta entrevista exclusiva ao Caderno 2 que ganhou muito dinheiro no teatro, mas teve fracassos que lhe custaram bem caro.


Como é voltar ao vídeo depois de quatro anos?


E muito bom fazer uma sitcom, que eu chamo comédia de confinamento. Afinal, é dentro das famílias que nascem todas as doenças e piadas.


As sitcoms não têm dado muito certo na TV brasileira…


Não dá para simplesmente copiar os americanos, tem de abrasileirar. E quando isso é feito, funciona. A Família Trapo foi uma espécie de sitcom que deu certo. Sai de Baixo era uma sitcom quase circence, com um repertório selvagem, que falava com a platéia. Mas acho que a gente ainda está aprendendo a fazer. Toma lá, Dá cá tem uma platéia que não aparece, como nas sitcoms americanas. Já gravamos oito programas e as pessoas têm se divertido bastante.


Por que Toma lá, Dá cá demorou tanto para emplacar?


É complicado abrir espaço na grade da Globo, há muitos talentos e muitos projetos para encaixar.


Como se consegue encaixar um programa?


Não sei, entreguei o projeto para o Roberto Talma (diretor de núcleo) e ele levou em frente. Aliás, é um prazer trabalhar com o Talma, porque ele é o responsável pela minha entrada na TV. Eu tinha voltado da Europa, estava triste porque não estava fazendo nada e todos meus amigos trabalhando. Fui a uma festa na casa de uma amiga, encontrei um homem no jardim e comecei a conversar, contar histórias da minha viagem. Ele me perguntou seu eu não queria trabalhar em uma novela. Era o Talma e a novela, Sol de Verão (1982).


Qual o diferença de Toma lá, Dá cá em relação ao humor que é feito na TV hoje?


Tem a preocupação de ter um texto engraçado e inteligente. É um programa de texto e não de performance.


Você acha que falta inteligência ao humor da TV?


Não, eu adoro o Casseta & Planeta, A Diarista tem personagens muito engraçados. Acho que na TV tem de haver humor para todos os gostos. Toma lá é programa popular que tem um grande cuidado com o texto. Mostra uma classe média cansada, com suas pequenas tragédias sociais, com sonho de ascensão, politicamente incorreta. Arlete Salles (Copélia) é uma avó alucinada, que só se dá bem com a neta. Criei Celinha, quase uma Marta Stewart (o modelo da dona de casa perfeita) para a Adriana Esteves. Diogo Vilela é um ator maravilhoso com quem sempre quis trabalhar.


Você estreou como diretor com o filme Polaróides Urbanas. Como foi fazer cinema?


Levei oito anos para conseguir captar o dinheiro. No Festival de Miami, ganhei o prêmio de melhor roteiro, Marília Pêra, o de atriz, e o filme ganhou o prêmio do júri popular. Mas, neste País maluco, não tenho como estrear. Ouvi falar em janeiro, mas o fato é que ficamos imprensados entre Shreks, Piratas do Caribe e Homens-Aranhas. Acho que é um filme que vai fazer o circuito dos festivais.


Essa é a mesma sorte de Cleópatra, em que você interpreta César?


Eu sei que ele vai para o Festival de Veneza, mas não tem previsão para estrear no Brasil. O cinema brasileiro tenta renascer, mas não tem uma produção expressiva porque não há espaço para exibição.


Qual é o seu grande projeto?


Estou tentando captar recursos para fazer Oliver Twist, de Charles Dickens, com crianças de rua.


Em que atividade você ganhou mais dinheiro?


Com teatro, mas também perdi muito também. A imprensa é muito generosa comigo e não fala dos meus fracassos.


Qual foi o seu pior prejuízo?


O maior fracasso foi A Pequena Mártir de Cristo Rei, perdi mais de R$ 100 mil com A Primeira Noite de Um Homem, com Vera Fischer. O Império, sobre a vinda da família real para o Brasil, também pus R$ 150 mil do meu bolso, mas esse eu sabia que ia ter de bancar, pois eram 22 atores e 16 músicos.


Você está dirigindo um novo musical…


É Os Produtores, do Mel Brooks, que vai estrear no Tom Brasil em 15 de setembro. Como é importado, vem tudo especificado. Assim, meu trabalho como diretor é como o de guarda de trânsito: é só não deixar as coisas desviarem do caminho.


O que você mais gostaria de ter feito na TV?


O primo Basílio, um personagem maravilhoso. Mas eu nunca fui a primeira opção para nada. As coisas acabaram caindo na minha mão depois que outros recusaram. Miro, da novela Selva de Pedra, foi oferecido para o Ney Latorraca. Só fiz o Caco Antibes, de Sai de Baixo, porque Luiz Fernando Guimarães não quis.


Como vê a qualidade da TV?


Acho que ela se encontra num impasse na dramaturgia. Novela é um gênero que tem de se reinventar. Não sei como, mas as pessoas estão pensando nisso. A Globo faz seminários para procurar essa saída.


Esse modelo desgastado é que tem dado audiência à Record. O que você acha das novelas feitas lá?


Nunca vi.’


Keila Jimenez


Record reduz esporte


‘Mudanças à vista no departamento esportivo da Record. A emissora, que no embate com a Globo acabou ficando sem campeonatos de futebol como o Brasileirão, deve rever os planos para o seu departamento de jornalismo esportivo.


Como o Pan já passou, a idéia da emissora agora é esvaziar o departamento e diminuir as atrações do gênero até pelo menos 2009 – ano em que vence o contrato da Globo com os clubes -, quando a Record pretende acertar a compra do Campeonato Brasileiro. Na seqüência, 2010, vem Copa, que também interessa ao canal.


A mudança atingirá programas como Terceiro Tempo, de Milton Neves. Comenta-se nos bastidores da rede que o contrato do apresentador vai até 2008 e pode não ser renovado. A Band, por sua vez, estaria interessada em Neves.


Boatos à parte, a Record comemora a conquista do segundo lugar em audiência, em todos os horários, no mês de julho. Segundo medição do Ibope na Grande São Paulo, no período, a rede teve um crescimento de share (participação no total de ligados) de 22% em relação a julho de 2006. Globo e SBT registraram queda de share.’


Etienne Jacintho


Vem aí o game show O Jogador


‘A Record, em parceria com a FremantleMedia, colocará no ar o game show O Jogador. A produção está sendo feita pela gerente da FremantleMedia, Flávia da Matta, e a direção será de Wanderley Villa Nova (ex-Roleta Russa). As gravações terão início na segunda quinzena de setembro e ainda não há previsão de estréia. O Jogador é um programa de perguntas e respostas sobre características pessoais de cada um dos seis participantes de cada edição. Há chances de blefes e jogadas que lembram o pôquer. A atração está em 11 países.


Entre-linhas


>A Rede Telecine já adquiriu os direitos de exibição de três grandes bilheterias deste ano: Shrek Terceiro, Os Simpsons – O Filme e Transformers.


>Robson Caetano estréia hoje, às 18h30, no SporTV com o Missão: Pequim 2008, que vai recordar momentos marcantes dos jogos olímpicos e mostrará as promessas brasileiras.


>Em julho, a cor usada no cabelo de Beatriz, em Sete Pecados, e o esmalte usado por Clarice foram os mais procurados pelas pessoas que ligaram para a Central de Atendimento ao Telespectador da Globo.’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 8 de agosto de 2007


CASO RENAN
Silvio Navarro e Fernanda Krakovics


No plenário, Renan discute com líder do DEM e ataca revista


‘No mais tenso embate com a oposição desde o estouro das denúncias que enfrenta, o senador Renan Calheiros discutiu e fez ameaças em plenário ao líder do DEM, José Agripino Maia (RN), e atacou adversários e o Grupo Abril, que publica a revista ‘Veja’.


Orientado por aliados, Renan fez um gesto simbólico ao descer da cadeira de presidente do Senado, pela primeira vez, para discursar da tribuna. De lá, replicou: ‘Não me envergonho, sabem por quê? Porque sei o que faço, sei o que fiz’.


O pronunciamento, mais uma vez, gerou manifestações da oposição para que ele se licenciasse da presidência. Mas a reação de Renan foi diferente. Após ouvir de Agripino que a oposição faria obstrução às votações enquanto ele não saísse do cargo, Renan retrucou.


‘Se estivesse nessa situação, com os negócios que tem, com as concessões que tem, com os financiamentos bancários e estatais, talvez não agüentasse duas semanas de acusação como tenho agüentado’, disse. Na prática, tornou públicas ameaças que vinha fazendo nos bastidores. Agripino reagiu com o dedo em riste: ‘Que débitos? Onde é que existe algum pecado? Se tem, Vossa Excelência tem a obrigação de dizer’.


Após a discussão, o clima no Senado ficou tenso. ‘A estratégia é exacerbar e o clima ficou incompatível com a Casa’, disse o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).


O pronunciamento de Renan, que precedeu o bate-boca, durou 18 minutos e foi acompanhado por 20 senadores. A fala começou com uma queixa: ‘Há mais de dois meses venho sendo vítima de um impiedoso e irresponsável ataque que já se transformou em campanha’.


Em seguida, o tom de desabafo deu lugar a ataques em série. O primeiro deles foi aos rivais alagoanos, a ex-senadora Heloísa Helena e o ex-deputado João Lyra (PTB). Heloísa é presidente do PSOL, autor da representação que deu origem ao processo no Conselho de Ética. Lyra foi o candidato derrotado, com o apoio de Renan, por Teotônio Vilela (PSDB) ao governo de Alagoas, na eleição de 2006.


‘Sou agredido diariamente por sistemáticas ignomínias, perfídias, insídias, originadas da briga política paroquial e alimentadas por derrotados rancorosos como João Lyra e Heloísa Helena, que, desesperadamente, tentam reinserção política nacional’, disse.


‘Imaginem o futuro deste Congresso se cada derrotado político conseguir transformar seu ressentimento em pseudo-escândalo, em representações?’, completou.


Renan criticou as duas representações -a do PSOL que está em curso, e a feita em parceria pelo DEM e pelo PSDB. Sobre a primeira, originada a partir das denúncias da jornalista Mônica Veloso, classificou como ‘tentativa de criar a falta de decoro familiar’. Da segunda, disse ser ‘rabiscada em guardanapos’.


O próximo alvo foi o Grupo Abril, a quem acusou de ter feito ‘negócios ocultos’, de ‘interesses secretos’. ‘[É] um escândalo de interesse nacional e que estou mandando para o Ministério Público apurar.’


O senador acusou a editora de ‘fraude’ na negociação da TVA com a Telefônica. ‘A transação é uma fraude e fere o interesse nacional’, disse. ‘Isso, sim, deveria despertar o pendor investigativo do Senado, responsável pelas concessões. Deveria aguçar o papel fiscalizador de toda a mídia, da livre concorrência. É um escândalo de quem vive a apontar o dedo para os Poderes constituídos.’


Ele também prometeu entrar com processos na Justiça contra a revista ‘Veja’. ‘É a mesma Veja que vem enxovalhando a honra de pessoas sem comprovar suas falsas denúncias. Elas sempre carecem de prova […] que nunca aparece. Onde estão as provas dos dólares de Cuba? O envolvimento das Farc com o MST? A prova de que o presidente Lula seria o sujeito oculto de organizações criminosas?’, disse, citando algumas reportagens da revista.’


MÍDIA & POLÍTICA
Marcelo Coelho


A festa do ovo podre


‘JURO QUE não queria ser moralista. Essa coisa de lamentar a decadência dos costumes nunca adiantou muito. Mas é difícil não reagir com repugnância ao vídeo que circula no YouTube, mostrando grã-finos num embalo total, não sei se em Ipanema ou no Leblon.


A diversão da turma, aboletada no terraço de um apartamento à beira-mar, é atirar ovos nas pessoas e carros que passam pela rua. ‘Boninho’, diretor do programa ‘Big Brother Brasil’, dá a receita de como apodrecê-los: a tecnologia exige algum treino e paciência.


Ele injeta éter no ovo, espera três dias, e só então o produto adquire condições ideais para ser arremessado. Boninho diz que já acertou ‘muita vagabunda em São Paulo’ com os tais ovos.


Poderia incluí-los no próprio ‘Big Brother’, se é que isso já não faz parte do repertório habitual de baixarias do programa. No YouTube, há cenas de arremesso ao vivo. Senhoras de idade respeitável também são entrevistadas, dizendo-se adeptas dessa prática.


Narcisa Tamborindeguy declara que não joga ovos apenas; por vezes, atira flores de seu apartamento. O que mostra que, afinal, não devemos perder as esperanças na delicadeza humana.


Claro que não é a mesma coisa que espancar empregadas domésticas, como também acontece, mas a alegria desbragada dos entrevistados, a completa certeza de que são donos do mundo, lá das alturas de um prédio de luxo, causa repulsa imediata.


Fui então ler os comentários escritos pelos visitantes do site. Conseguem ser mais horríveis do que as cenas do filminho. Muitos insistem, aos palavrões, na circunstância de que os jogadores de ovos são cariocas. Como se elites paulistas, amazonenses, baianas ou gaúchas fossem melhores.


De resto, o termo ‘elites’ deveria passar por um bom período de férias, antes de voltar a ser utilizado. No discurso governista, os que reclamam da crise aérea ou de qualquer outra pertencem às ‘elites’, que são, por natureza, ‘conservadoras’ e ‘golpistas’.


Oposição não é golpismo, e aquilo que hoje em dia se qualifica como ‘moralismo pequeno-burguês’ foi um dos motores ideológicos do PT durante décadas. Falo isso, mas logo tenho de engolir também a notícia de que, numa passeata antilulista em São Paulo, houve quem gritasse ‘Acorda, milico!’ ao passar na frente do Comando Militar do Sudeste.


Tento não desanimar. Acho que há alguns paradoxos na situação. É banal dizer que o país está dividido. A oposição ao governo se torna mais inconformada uma vez que a popularidade inalterada de Lula nas pesquisas aparece como uma surpresa aberrante para quem, atrás das guaritas, tem contato mínimo com o ‘povão’.


Ah, sim, são as ‘elites brancas’…


Mas justamente aí o discurso lulista se atrapalha. Pois quando uma diretora da Anac é flagrada fumando charuto numa festa em plena crise aérea, quando uma ministra bem-vestida recomenda que o passageiro ‘relaxe e goze’, ou quando um assessor de gravata faz um solene ‘top, top’ no seu gabinete, o gestual, a pose e a soberba dessas atitudes nada mais são do que exemplos consumados do comportamento das ‘elites’.


O governo Lula revolta mais por seu ‘elitismo’ do que pelas verbas que destina ao Bolsa Família.


Do mesmo modo que paulistas e cariocas se engalfinham numa rivalidade deprimente, tucanos e petistas se acusam dos defeitos que, em sua esmagadora maioria, compartilham com orgiástica efusão.


E quem é que, na intimidade do escritório ou no tumulto de uma redação, já não fez fora de hora os gestos grosseiros de Marco Aurélio Garcia? Só espero que ninguém do governo jogue ovos pela janela. Verdade que há coisas piores a fazer, nem sempre fáceis de registrar em câmeras de vídeo.


Esse é outro complicador da situação. O todo e o pormenor, o detalhe debochado e o absurdo estrutural perdem as suas dimensões reais, à medida que uma foto de celular ou uma câmera secreta revelam, a cada dia, uma nova rodada de escândalos de conduta.


Não que não sejam revoltantes e significativos do quadro mais amplo de deboche público e privado. Mas consome-se tudo isso como pornografia, num misto de excitação, cumplicidade, repúdio e desejo. Estamos, quem sabe, exorcizando nossos próprios fantasmas. O cidadão reage ao vídeo do Boninho escrevendo uma série de podridões. Há quem se olhe no espelho e não se reconheça.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


‘America’s most wanted’


‘Foi, obviamente, a manchete no site do colombiano ‘El Tiempo’ e avançou por outras partes -com os despachos de agências como a AP, nas ferramentas de busca e nos sites de jornais americanos como ‘Miami Herald’ e ‘New York Times’, anunciando a prisão do ‘chefe’ (kingpin) ou ‘senhor das drogas’ (druglord).


No site do ‘Guardian’, do correspondente, ‘Preso no Brasil o mais procurado dos EUA’ (America’s most wanted). No espanhol ‘El País’, quase eco, ‘Preso no Brasil o narcotraficante mais procurado pelos EUA’. Até na cubana Prensa Latina, ‘duro golpe no tráfico’.


Na web colombiana, enquanto o ministro da defesa pedia para já a sua extradição para os Estados Unidos, o general que chefia da polícia do país dava ‘parabéns de maneira muito especial à Polícia Federal do Brasil, que fez um grande trabalho’, porque a americana DEA até apoiou, mas no caso ‘o mérito é da PF’ etc.


PLÁSTICA


No ‘El Tiempo’ e pelo mundo, inclusive Brasil, o contraste entre as fotos antes e depois das ‘cirurgias que realizou’


O SUCESSOR DE ESCOBAR


Nos portais e sites daqui, os enunciados das manchetes foram para ‘o sucessor de Pablo Escobar’, no Terra, e até para as cirurgias plásticas, na Folha Online e outros.


Na Globo, com César Tralli ‘em tempo real’ junto aos agentes federais, destaque para a mansão de ‘Chupeta’ em São Paulo, para ‘imagens gravadas pela Polícia Federal’ -e até as ‘diversas empresas’ que ele supostamente montou por aqui, da ‘blindagem de carros’ à venda de jet-skis. Mas nada de primeira manchete no ‘Jornal Nacional’, não desta vez.


SEM PLANO COLÔMBIA?


O ‘Miami Herald’, sempre atento à Colômbia, publicou ontem artigo de Carlos Alberto Montaner cobrando maior ‘solidariedade’ com o governo Álvaro Uribe, que pode perder a ‘ajuda militar dos EUA’. A começar do Brasil, ‘gigante com pés de barro e cabeça de futebol’ que está ‘indiferente’, sem resistir à eventual extinção do Plano Colômbia.


Um dia antes, o jornal havia destacado que o Departamento de Defesa dos EUA alertou o Congresso para não cortar a ajuda, pois seria ‘inteiramente negativo para a nossa política em todo o hemisfério’.


‘GENOCÍDIO’ SINDICAL


Já o ‘Financial Times’ deu ontem que a ‘Colômbia sofre ‘genocídio’ sindical’, no título. Os assassinatos seguidos de líderes sindicais e suas famílias são obstáculo à renovação da ajuda militar pelo Congresso -a ponto de o líder democrata Harry Reid ter reclamando que ‘a Colômbia é o lugar com o maior número de sindicalistas mortos no mundo’.


‘BRAZIL BOOM’


A Reuters despachou ontem uma série de reportagens sobre os investimentos externos na área financeira no Brasil. Entrevistou o ‘número 2’ do Morgan Stanley, que disse estar com investimentos não só ‘para o próximo ano, mas para os próximos cinco’ no país que seria sua ‘plataforma estratégica’. Investimentos e contratações de Citigroup, Credit Suisse, Morgan Stanley e demais, para a intermediação financeira por aqui, são destacados em dois outros textos sobre o ‘boom’ do país -em que, avalia um executivo, ‘é difícil achar área que não esteja crescendo’.


PUBLICIDADE BRIC


Já o ‘NYT’ sublinhou que a publicidade também avança pelo ‘mundo’ -e, segundo o presidente da Digitas, de agências como Saatchi & Saatchi e outras, ‘há uma oportunidade para investir agora na China, Índia, Rússia e Brasil, que vão dar grande retorno nos próximos anos’, pois ‘vivem um boom’.


LIDERANÇA GLOBAL


Tem mais. O francês ‘Le Figaro’ deu reportagem sobre ‘O grupo brasileiro CVRD a caminho da liderança global’ em minério. A Vale, ‘de nome poético, la vallée du rio sucré’, é perfilada como ‘presente em todas as frentes’, com ‘longa lista de aquisições’, ela que deve sua ‘expansão à riqueza do solo brasileiro’.’


TELECOMUNICAÇÕES
Elvira Lobato


Anatel estuda dar a teles licença para TV


‘A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) estuda a criação de uma licença única para os serviços de TV por assinatura, telefonia e acesso à internet, segundo informação dada ontem, em São Paulo, pelo presidente do órgão regulador, Ronaldo Sardenberg.


Na abertura do 15º Congresso da ABTA (encontro anual da televisão por assinatura), Sardenberg anunciou que foi constituído um grupo de trabalho para apresentar uma proposta de regulamentação, a ser submetida com a sociedade em consulta pública. Por enquanto, a Anatel não sabe se a criação da licença única exigirá mudança na lei da TV a cabo. A nova licença recebeu o nome de Scema (Serviço de Comunicação Eletrônica de Massa).


O entendimento do órgão é que a regulamentação foi superada pelo avanço tecnológico. Desde o ano passado, as operadoras pressionam para poder oferecer pacotes de serviços de voz, dados e imagem (chamados de ‘triple play’) a seus clientes. Mas cada serviço tem uma regulamentação diferente. A TV a cabo tem lei própria, enquanto as demais tecnologias de televisão paga são regulamentadas pela Anatel.


A licença única esbarra nos conflitos de interesses entre os setores de radiodifusão, televisão por assinatura e telecomunicações. A Câmara dos Deputados costura um acordo entre os setores empresariais para propor um projeto de lei que regulamente a convergência dos serviços.


No entanto, o presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação do Senado, Wellington Salgado (PMDB-MG), defende a aprovação de duas leis, uma das quais específica para proteger a produção de conteúdo nacional contra a concorrência estrangeira.


Salgado tem apoio do Ministério das Comunicações e dos radiodifusores. ‘Conteúdo é ouro’, afirmou o consultor jurídico do ministério, Marcelo Bechara, no Congresso da ABTA.


O presidente da Anatel disse que o sinal verde do Cade para que a Telefônica adquira parte do capital do grupo TVA (controlado pela Editora Abril), somado à aprovação, pelo mesmo órgão, da entrada do grupo mexicano Telmex no capital da Net Serviços é indicador de que o país precisa regulamentar a convergência entre os setores de telefonia, internet e televisão por assinatura.


Devolução de freqüências


Sardenberg informou que a Anatel já começou a examinar a renovação de 11 licenças do serviço de MMDS (modalidade de TV paga com transmissão pelo ar) que vencerão em janeiro de 2009. Disse que as operadoras terão de devolver à União as freqüências ociosas. Estariam na situação ao menos duas licenças de MMDS pertencentes à TVA (Porto Alegre e Curitiba) e também alguns do grupo Net.


A Telefônica comprou 100% das operações de MMDS da TVA em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre; e, ainda, 49% do capital das TVs a cabo do grupo localizadas em Florianópolis, Curitiba e Foz do Iguaçu e 19,9% do capital da operadora de TV a cabo da TVA em São Paulo. Segundo dado divulgado pela Anatel, a Telefônica desembolsou R$ 950 milhões no negócio.


A diretora da TVA Leila Lória disse que o grupo está criando serviços para ocupar todo o espectro de freqüências de MMDS que possui, antes da renovação das licenças.


Sardenberg afirmou ainda que o governo prometeu liberar mais R$ 100 milhões para a Anatel neste ano.’


Janaína Leite


Telefônica defende tratamento isonômico para estrangeiros


‘A chance de o país reestatizar as telecomunicações é inexistente, mas o governo deve lembrar que o Brasil foi muito beneficiado, num passado recente, ao tratar investidores estrangeiros e nacionais de forma isonômica. A opinião é do presidente da Telefônica, empresa responsável pela rede fixa paulista, Antônio Carlos Valente. Ele participou ontem do 2º Seminário Fiesp/Ciesp de Telecomunicações, em São Paulo.


‘Não vejo risco de reestatização. O que existe é uma discussão sobre a consolidação do setor. Certamente, dentro de um tempo, depois de todo o debate, vamos encontrar uma solução comum à sociedade’, afirmou.


Segundo ele, ‘não cabe à Telefônica se importar ou não’ com a criação de um grupo para a análise da criação de uma tele brasileira ou lusófona.


O presidente da Telefônica referia-se à possibilidade de fusão entre a BrT (Brasil Telecom, operadora de telefonia fixa das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte) e da Oi (ex-Telemar, maior fixa do país).


A idéia é defendida abertamente pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, e pelos acionistas da BrT e da Oi. Em grande parte eles são coincidentes, como é o caso dos fundos de pensão ligados a estatais.


O governo também vê com bons olhos a entrada da Portugal Telecom na companhia resultante dessa união. A Portugal Telecom é sócia do grupo Folha no UOL e dona de 50% da Vivo, maior operadora de telefonia móvel do país.


Os outros 50% da Vivo pertencem à espanhola Telefónica, controladora da empresa dirigida por Valente. No exterior, a Telefónica é a principal acionista da Portugal Telecom.


‘Há um movimento de consolidação de todas as empresas que atuam no setor de telecomunicações, e isso vai acontecer aqui no Brasil também’, disse Valente. Para ele, o governo deve estabelecer as regras ‘que no seu entendimento sejam as mais adequadas’ e ‘que não desconsiderem todo o sucesso que houve no passado, quando capital nacional e estrangeiro foram tratados de forma igual e puderam produzir resultados palpáveis’.


Investimento


Desde 1998, quando o governo FHC dividiu e privatizou o Sistema Telebrás, a Telefónica investiu US$ 18 bilhões no Brasil. Outros R$ 15 bilhões estão programados para a modernização da rede até 2010.


Na semana passada, os espanhóis anunciaram a compra da Telemig Celular. A falta de cobertura em Minas, disse Valente, era um ‘problema histórico’ para a Vivo.


O executivo reiterou o interesse de crescer no Brasil -pela oferta de novos serviços ou, se houver ofertas atraentes, por meio de novas aquisições.


Questionado sobre qual investimento considerava melhor para a Telefônica, se a compra dos 50% que Portugal Telecom tem na Vivo ou a TIM, Valente afirmou que levaria a fatia dos portugueses.


‘Não depende de nós, e sim de uma série de outras questões, mas essa seria obviamente a prioridade.’


A TIM é a segunda maior tele móvel do país, braço da Telecom Italia. Na Europa, a Telefónica tenta comprar 10% da Telecom Italia. No Brasil, a operação tem de passar pelo crivo dos órgãos reguladores. Valente disse não saber em que ponto está o processo na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).


O presidente da Telefônica avaliou o Scema (Serviço de Comunicação Eletrônica de Massa), que unifica a regulação do setor, ‘como uma boa iniciativa’. ‘A solução pode vir por regulamento, instrumento legal ou uma combinação dos dois.’ Valente defendeu ainda a modernização do marco regulatório e o corte de impostos.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Record acusa SBT de plágio e vai à Justiça


‘A Record protocola até sexta-feira na Justiça uma ação indenizatória contra o SBT. A rede de Edir Macedo acusará a de Silvio Santos de plagiar o formato de ‘Simple Life – Mudando de Vida’ e pedirá a proibição de quadro do ‘Domingo Legal’.


A Record não gostou de ver no programa de Gugu Liberato do último domingo o promoter David Brazil e o consultor de etiqueta Fábio Arruda fazerem as mesmas coisas que Karina Bacchi e Ticiane Pinheiro fazem em ‘Simple Life’, maior audiência da emissora.


No quadro, ‘Trocando as Bolas’, Brazil e Arruda experimentavam a rotina de uma fazenda, como tirar leite de vaca, matar frango e cortar cana.


O que mais irritou os executivos da Record foi o fato de o SBT ter exibido o quadro bem no horário em que Tom Cavalcante estreava. O suposto plágio ajudou Gugu a vencer Cavalcante por 15 pontos a 13.


A ação é revanchista. Em 2005, o SBT impediu na Justiça que Cavalcante imitasse Silvio Santos. A Record também deve processar o SBT pela exibição de mágica de Mister M.


O SBT nega que ‘Trocando as Bolas’ seja plágio de ‘Simple Life’. Diz que o quadro é antigo e lembra que, recentemente, Brazil e Arruda mostraram os contrastes de um casamento chique com um pobre. Afirma também que as imagens de Mister M reprisadas no ‘Domingo Legal’ não são as mesmas que a Record comprou.


DONA DO JOGO Motivo de ciumeiras em ‘A Diarista’, seriado que a Globo acaba de tirar do ar, Dira Paes já está confirmada no elenco de ‘Beleza Pura’, próxima novela das sete da emissora. A escalação confirma que Dira não volta a ‘A Diarista’ _se ‘A Diarista’ realmente voltar.


ESTRELAS Além de Dira Paes e do protagonista Edson Celulari, estão fechados com ‘Beleza Pura’ Christiane Torloni, Carolina Ferraz, Maria Zilda (que vai deixar ‘Sete Pecados’), Leopoldo Pacheco, Antonio Calloni e Reginaldo e Marcelo Faria.


SUMIÇO A direção da TV Cultura está possessa com a Sky. A segunda maior operadora de TV paga do país tirou a emissora do canal 29 e o ‘escondeu’ no 114.


REVÉS O retorno de Adriane Galisteu às tardes do SBT, anteontem, foi um fiasco. Seu ‘Charme’, agora às 16h para faturar mais, deu apenas 2,2 pontos no Ibope da Grande SP e ficou em quarto no Ibope _perdeu para os desenhos da Cultura e até para a Rede TV!. De madrugada, ela marcava três.


ESPERANÇA A estréia de ‘Amigas & Rivais’, nova novela do SBT, também não empolgou: 5,1 pontos.


DIDATISMO As emissoras aprovaram na semana passada a linha criativa da campanha publicitária de lançamento da TV digital, em dezembro. A idéia é começar explicando o que é a TV digital e como deverá ser feita a implantação do novo sistema. A campanha será nacional.’


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