Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

The New York Times vai
deixar de publicar tabelas


Leia abaixo os textos de quinta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 16 de março de 2006


NY TIMES SEM TABELAS
Julie Bosman


‘NYT’ leva conteúdo para a internet


‘THE NEW YORK TIMES – A partir de 4 de abril, o The New York Times deixará de publicar listagens de ações diárias das terças-feiras aos sábados e oferecerá um novo pacote de ferramentas interativas e informações de mercado em seu website. O anúncio dessas mudanças foi feito esta semana.


Com a medida, o jornal junta-se a outros periódicos americanos que cortaram as listas de ações para reduzir os custos com papel, enquanto cada vez mais leitores monitoram investimentos pela internet.


O jornal vai substituir as tabelas com os desempenhos das ações por duas páginas com informações de mercado e economia, incluindo listas de performance das 100 principais ações do índice de 500 da Standard & Poor’s, análises de mercado, informações sobre fundos mútuos, gráficos de desempenho de companhias individuais e listas de taxas de câmbio.


O The New York Times informou que, entre os recursos a serem acrescentados ao seu site na internet estão ferramentas de investimento, notícias financeiras de última hora e informações sobre portfólios individuais. Os leitores também poderão expandir seus portfólios pessoais online e criar buscas de ações personalizadas que lhes permitirão receber mensagens de e-mail gratuitas com mudanças de ações ou notícias sobre companhias, explicou o jornal.


As informações expandidas no site nytimes.com incluirão ainda um gráfico interativo em várias partes, disse a companhia. As tabelas financeiras completas continuarão a ser publicadas na edição de domingo do jornal.


ECONOMIA


Recentemente, vários jornais condensaram ou eliminaram as listas de ações impressas, num esforço para compensar os aumentos no preço do papel, o principal insumo dos jornais. Eles direcionam os leitores para seus websites quando querem obter cotações de ações e outros dados financeiros.


Uma porta-voz do jornal, Diane McNulty, não quis informar quanto a companhia espera economizar em custos com papel.


Douglas M. Arthur, analista de jornais do banco Morgan Stanley, afirmou que, embora a medida possa incomodar alguns leitores, há razão para o abandono das listas de ações impressas.


‘Não estou nem um pouco surpreso’, disse Arthur. ‘Creio que é uma iniciativa bastante lógica, dado o fato de que eles tentam encorajar a migração online desse tipo de conteúdo. Acredito muito nos jornais impressos, mas não era lógico essas companhias incluírem páginas e páginas de dados financeiros quando tudo estava online.’ A Tribune Co., uma das maiores editoras de jornais dos Estados Unidos, reduziu as listagens de ações em vários de seus periódicos, entre eles The Chicago Tribune, Los Angeles Times, Newsday e The Orlando Sentinel.


Na segunda-feira, o jornal Los Angeles Times anunciou que condensaria suas tabelas numa listagem de uma página das 1,3 mil ações mais negociadas e uma lista de companhias baseadas no sul da Califórnia.


Em janeiro, o Chicago Tribune eliminou suas tabelas da terça à sexta-feira, substituindo-as por uma lista condensada de ações, fundos mútuos, ações mais negociadas e companhias de interesse local. O Atlanta Journal-Constitution também deixou de publicar suas tabelas de ações completas neste mês.’


INTERNET
O Estado de S. Paulo


Google permite explorar a superfície de Marte pela web


‘O Google já foi criticado por, supostamente, querer dominar o mundo. Seus planos, no entanto, vão além da Terra. A empresa lançou o Google Mars (www.google.com/mars), que permite explorar a superfície do planeta vermelho pela internet. As imagens foram obtidas pelas sondas Mars Odyssey e Mars Global Surveyor, da Nasa. O serviço vem se juntar ao Google Earth (Terra) e ao Google Moon (Lua).


O Google já foi criticado por, supostamente, querer dominar o mundo. Seus planos, no entanto, vão além da Terra. A empresa lançou o Google Mars (www.google.com/mars), que permite explorar a superfície do planeta vermelho pela internet. As imagens foram obtidas pelas sondas Mars Odyssey e Mars Global Surveyor, da Nasa. O serviço vem se juntar ao Google Earth (Terra) e ao Google Moon (Lua).


O Google já foi criticado por, supostamente, querer dominar o mundo. Seus planos, no entanto, vão além da Terra. A empresa lançou o Google Mars (www.google.com/mars), que permite explorar a superfície do planeta vermelho pela internet. As imagens foram obtidas pelas sondas Mars Odyssey e Mars Global Surveyor, da Nasa. O serviço vem se juntar ao Google Earth (Terra) e ao Google Moon (Lua).’


TELEVISÃO
Keila Jimenez


SBT aposta em DOC


‘O SBT deve lançar neste semestre um concurso de documentários nacionais como parte das comemorações dos 25 anos do canal. O concurso – fruto de parceria que o canal está fechando com a Associação de Produtores de Cinema Independente, a Petrobrás e o Ministério da Cultura – terá como tema o Meio Ambiente.


Poderão participar da competição qualquer cineasta ou produtora independente. Batizado inicialmente de Documenta Brasil, o projeto segue fórmula semelhante ao do DOC.TV – que seleciona documentários de todo o Brasil para serem produzidos com patrocínio e exibidos nas TVs públicas.


Desde o seu lançamento, em 2004, o DOC.TV já produziu cerca de 150 documentários. E o projeto foi estendido a outros países. Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Panamá, Costa Rica, Porto Rico, Cuba, México, Portugal e Espanha irão participar do DOC. Ibero-América, evento semelhante internacional.


O concurso do SBT deve ter suas inscrições abertas em abril e os vencedores terão suas produções exibidas pela emissora.’


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 16 de março de 2006


TV DIGITAL
Humberto Medina


Europeus querem incentivo para fábrica


‘Na disputa com os japoneses pela adoção do padrão de TV digital, os europeus querem incentivo do governo brasileiro para instalar uma fábrica de semicondutores no país. A instalação da fábrica é a contrapartida que está sendo cobrada pelo governo em troca da escolha. Representantes dos dois padrões já mostraram interesse em estudar a viabilidade da fábrica. Os europeus usam o padrão DVB de TV digital e os japoneses, o padrão ISDB.


Ontem houve reunião de representantes da ST Microeletronics, fabricante franco-italiano de semicondutores, com os ministros que tratam do assunto pelo governo brasileiro.


‘Nós viemos discutir o que o governo poderia oferecer para nós como incentivo’, disse Ricardo Tortorella, representante da empresa no Brasil, ao sair da reunião. ‘Não estamos considerando ainda nenhuma montagem de fábrica. Existe um estudo, e o estudo vai dizer se a fábrica é viável ou não’, disse.


Segundo a Folha publicou na semana passada, o governo já optou pelo padrão japonês, preferido pelas emissoras de TV. A preferência das redes de TV é considerada importante pelo governo em um ano eleitoral. Os japoneses, assim como os europeus, também acenam com a construção de uma fábrica de semicondutores (componentes usados na produção de microprocessadores).


Questionado se acreditava que ainda havia tempo para que os europeus pudessem convencer o governo brasileiro antes do anúncio da escolha do padrão, Tortorella respondeu: ‘Sim mas nós temos que ser rápidos’.


Ele afirmou que nova reunião técnica com o governo, sem a presença dos ministros, acontece hoje. Tortorella não descartou a hipótese de a fábrica da ST Microeletronics ser instalada mesmo em caso de escolha do padrão japonês. ‘A gente continua discutindo, mas os níveis de investimento poderão ser diferentes’, disse Tortorella.


União Européia


A União Européia informou ontem à ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, que está sendo preparada uma ampla oferta de investimentos privados e financiamentos a ser oferecida ao Brasil como contrapartida para a escolha do padrão europeu de televisão digital.


A informação foi dada pelo embaixador da União Européia no Brasil, João Pacheco, por meio de carta. O texto faz referência a uma reunião com a ministra ocorrida na segunda-feira, quando embaixadores de vários países da Europa manifestaram a intenção de investir no Brasil, na eventualidade de o país escolher o padrão europeu para a TV digital brasileira.


Os europeus vêm fazendo uma ofensiva, nos últimos dias, para tentar reverter a decisão do governo pela escolha do sistema japonês. Como os japoneses se declararam dispostos a analisar a implantação de uma fábrica de semicondutores no país, os europeus apresentaram oferta semelhante.


Os radiodifusores e o ministro das Comunicações, Hélio Costa, defendem o sistema japonês. A ofensiva dos europeus pretende levar o governo a reexaminar a decisão pelo padrão japonês.


Segundo o embaixador João Pacheco, a oferta será apresentada na próxima semana e incluirá investimentos privados e financiamentos do Banco Europeu de Investimentos e dos países-membros da União Européia.


A fábrica de semicondutores, que o governo gostaria de ver implantada no Brasil continua sendo tratada apenas como possibilidade. A carta diz que a União Européia gostaria de contribuir para o objetivo-chave do governo de fomentar a criação de uma indústria de condutores.


Colaborou Elvira Lobato, da Sucursal do Rio.’


Elvira Lobato


Empresário japonês nega preço alto e diz que padrão tem larga escala


‘O empresário Yasutoshi Miyoshi, representante do padrão japonês de TV digital, diz que o Japão acredita que os demais países da América do Sul seguirão o Brasil na escolha da tecnologia da TV digital. Por esse motivo, a conquista do mercado brasileiro é estratégica para os japoneses, afirma o empresário.


Enquanto as subsidiárias das indústrias européias estão numa ofensiva para tentar reverter a decisão do governo em favor do padrão japonês -opção dada como certa na semana passada-, os japoneses adotaram uma atitude ‘low profile’ e raramente vieram a público defender suas posições.


Com a defesa do padrão ISDB sendo feita pelas redes de televisão e pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, as empresas japonesas puderam fazer um lobby discreto.


Anteontem, Miyoshi concedeu entrevista à Folha para responder às críticas dos europeus.


Folha – As indústrias européias dizem que o sistema japonês foi rejeitado por todos os países que já escolheram o padrão de TV digital e que ele só é adotado pelo Japão.


Yasutoshi Miyoshi – Não é verdade que o ISDB tenha sido derrotado por 100% dos países. O que houve é que ele surgiu depois dos padrões norte-americano (ATSC) e europeu (DVB). Quando ele chegou ao mercado, os 78 países citados pela ‘Coalizão DVB’ já tinham feito sua escolha.


Folha – Outra afirmação é que o padrão japonês custará mais para o consumidor que o europeu, em razão de menor escala de produção.


Miyoshi -Também isso é contestável. O ganho de escala é limitado. A partir de um certo patamar de produção, a curva de preços não cai mais. O Japão já possui 8,5 milhões de televisores digitais instalados. A transmissão digital já acontece em 29 dos 47 Estados japoneses. É uma escala grande. Até dezembro, todo o país estará coberto por redes de distribuição de TV digital. Nenhum outro país teve crescimento tão rápido nesse setor quanto o Japão.


Folha – Qual o preço da caixa conversora de sinais [decodificador que permite que as TVs analógicas recebam a programação transmitida pelas emissoras de forma digital] no mercado japonês?


Miyoshi – Ele custa entre US$ 400 e US$ 500, mas é preciso levar em conta que a renda do japonês é superior à do brasileiro. O equipamento comercializado lá tem várias funções: recebe os sinais analógicos e digitais por via terrestre, recebe sinal via satélite, tem memória para armazenamento de informações. Ainda não sabemos que tipo de equipamento será produzido no Brasil, o que a população vai demandar.


Folha – O principal argumento usado pelo ministro das Comunicações em favor do sistema japonês é que ele será gratuito para o usuário. Isso acontece no Japão?


Miyoshi – A radiodifusão é gratuita, em casa, no celular ou no notebook, mas, quando o usuário quer mais informação sobre determinado programa (como comprar o modelo da roupa que a atriz usa), o canal de retorno é o telefone fixo ou o celular. Lá, há a sinergia entre o radiodifusor e o operador de telefonia. O usuário vê a TV, mas a interatividade se dá pela rede da telefonia, o que é tarifado. O acréscimo de receita para o radiodifusor está no ganho da exposição da programação. Quanto maior a exposição, maior a receita de publicidade.


Folha – Houve conflitos entre radiodifusores e telefônicas na implantação da TV digital no Japão?


Miyoshi – No início, sim, mas pouco depois elas entraram em entendimento, e definiram o modelo de negócios e a participação de cada um. Em seis meses, as partes sentaram e se entenderam. O governo foi mediador na definição do modelo regulatório. Lá, as duas partes estão ganhando.


Folha – A principal crítica que os europeus fazem ao sistema japonês é a de que ele dá monopólio às empresas de radiodifusão sobre o espectro e não permite que programadores independentes ofereçam novos serviços.


Miyoshi – Até onde conheço, os programadores independentes vendem os programas para as grandes redes de televisão, e cada TV tem sua própria rede de transmissão e administra o espectro de freqüência.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Guerra de desgaste


‘Foi manchete desde o Google Notícias até os portais UOL, Terra e iG -e daí para os telejornais.


No enunciado do portal Globo.com, em submanchete, ‘Lula dispara’. Na manchete do site de ‘O Estado de S.Paulo’, ‘Lula dispara e Alckmin emperra, diz Ibope’. E no enunciado da Folha Online, em submanchete, ‘Lula venceria Alckmin, diz CNI/Ibope’.


Na Band News, outros destaques, ‘aprovação de Lula sobe de 42% para 55%’, ‘avaliação positiva do governo sobe de 29% para 38%’ etc.


De bate-pronto no blog de Josias de Souza, na Folha Online, ‘contra Alckmin, Lula vence no primeiro turno’.


Daí para Lula na Globo News, ele que ‘reagiu aos adversários’ e cobrou, ontem num palanque do Nordeste:


– O Brasil quer que os governantes façam aquilo que precisa ser feito. Deixem de xingatório, deixem de acusações falsas que depois não se provam.


Não é, obviamente, o que o pefelista Cesar Maia, em seu ‘ex-blog’ agora divulgado em outros blogs, cobrava ontem da oposição:


– O adversário [de Lula] terá que fazer uma campanha de grande contundência, nunca de confronto de programas. Será uma guerra de desgaste, de desmonte do presidente. Os escândalos de 2005 abrem caminho para isso.


Mais à frente:


– E isso tem que ser feito já.


Ontem mesmo avançou a ‘guerra’. Em meio aos destaques ligados à pesquisa CNI/ Ibope, a Band News trazia outros, da CPI do Fim do Mundo chefiada pelo PFL:


– CPI dos Bingos aprova convocação de Delúbio… CPI dos Bingos aprova acareação de Okamotto… Aprova convocação de Francenildo.


E na Globo News, que evitou Francenildo:


– CPI dos Bingos aprovou acareação de Okamotto… CPI dos Bingos também aprovou convocação de Delúbio.


E tem a CPI mista dos Correios, em seu estertor.


A última sessão antes de partir para o relatório final, ontem, ocupou os canais de notícias com um espetáculo ‘patético e inútil’, no dizer do blog de Fernando Rodrigues.


O (não) depoimento de Duda Mendonça ‘seria totalmente fechado’, mas questionaram, votaram e parte da sessão foi aberta para os microfones e câmeras, como ironizou o blog de Ricardo Noblat:


– Que beleza! Vale para cada um aparecer na TV.


E para o tucano Álvaro Dias exigir o indiciamento de Lula pelo depoimento de Duda -só que aquele outro, mais de sete meses atrás. É guerra.


ESQUERDA E DIREITA


De Geraldo Alckmin, ontem no ‘SBT Brasil’, ele que até reforma agrária defendeu:


– Esta história que me coloca mais ao centro, mais à direita, mais conservador, eu vejo com enorme bom humor. Vão levar um susto.


Pode ser, mas Lula mal consegue disfarçar a alegria com o conflito que se desenha. Dele, segundo o blog da Agência Nordeste:


– A gente sabe quem é o adversário comum, quem a gente quer vencer. Temos pontos de vista diferentes de muitos companheiros, mas sabemos trabalhar isso.


No site Carta Maior, de esquerda e vinculado aos movimentos sociais, a manchete bradava:


– Agenda de Alckmin prevê retomar Alca e as privatizações.


E no texto do sociólogo Emir Sader, quase um editorial do site:


– Depois de três meses de disputa, o PSDB optou por uma face sem maquiagem. Sem despistes ou fantasia. Ao anunciar Alckmin, a legenda indica que escolheu concorrer com uma cara que expressa, sem devaneios, seu conservadorismo neoliberal.


Pelo mundo, prossegue a repercussão da nova face ‘do principal partido de oposição, os social-democratas de centro-direita’, na expressão do ‘Washington Times’, vinculado aos falcões republicanos.


Sob o título ‘Opositor de presidente tem batalha de subida de montanha no Brasil’, o ‘Wall Street Journal’ noticiou à pág. A8 que o PSDB escolheu ‘o Alckmin amigo-das-empresas contra o carismático Da Silva’. O tucano ‘deixou sua marca cortando tributos, estimulando investimento e levando adiante a privatização’.


Já o novo correspondente do ‘Financial Times’ elogiou como ‘Mr. Alckmin, antes visto como um ‘terno cinza’ com pouco apelo fora da comunidade empresarial de São Paulo, mostrou surpreendente determinação’. Ele seria ‘mais voltado ao mercado do que Serra, que muitos consideram um intervencionista’.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


‘Sinhá Moça’ parece cinema, mas é software


‘A Globo surpreendeu seu telespectador nesta semana com uma qualidade de imagem na nova novela das seis, ‘Sinhá Moça’, que parece de cinema ou TV digital de alta definição, mas não é. O inédito efeito película se deve, principalmente, a três novos softwares usados na pós-produção.


Todas as cenas externas estão sendo captadas em câmeras de alta definição. As de estúdio são gravadas com câmeras digitais comuns. Depois, as imagens são tratadas em computadores com três softwares _um deles é o Basic Light. Isso reduz diferenças entre as imagens de alta definição e as de definição standard. A textura, a cor e a luz ficam uniformes.


‘O gol não são as máquinas, são as pessoas. O segredo não é a Ferrari, mas o [Michael] Schumacher. A grande dificuldade é ter pessoas treinadas’, diz Ricardo Waddington, diretor de núcleo responsável por ‘Sinhá Moça’.


Waddington diz que o processo é resultado de quatro anos de testes e pesquisas. ‘A gente penou para chegar a isso. No ano passado, fomos a uma feira em Las Vegas só para achar as máquinas. Testamos mais de 30’, conta.


Segundo Waddington, ‘Sinhá Moça’ não terá esse tratamento apenas nos primeiros capítulos. ‘A novela será toda assim’, afirma. O ‘know-how’, que pode ser visto como uma transição da TV analógica para a digital, deverá ser adotado pela próxima novela das oito, ‘Páginas da Vida’.


OUTRO CANAL


Astúcia O SBT e uma editora do Rio negociam uma parceria para trazer Roberto Gomez Bolaños, astro do seriado ‘Chaves’, ao Brasil. A viagem servirá para divulgar o livro ‘Diário de Chaves’, de ficção, que deve chegar às livrarias neste final de semana.


Sensação Há um clima de fim de feira na produção do ‘Domingo Legal’. Mesmo que Gugu Liberato fique no SBT (e não vá para a Record), já se sabe que haverá mudanças na equipe. Nessa hipótese, Roberto Manzoni, o Magrão, deve voltar a comandar o programa.


Fissura Numa estratégia de marketing, a Record vem se esforçando para vender a idéia de que suas novelas são comparáveis às da Globo. Mas ainda terá que torrar muito dízimo para convencer o telespectador disso. A maquiagem de ‘Cidadão Brasileiro’, por exemplo, está mais para SBT do que para Globo _Paloma Duarte está pálida e com marcas de espinhas no rosto. O segundo capítulo da novela, aliás, deu 13 pontos _dois a menos do que o de estréia.


Erótico A Band estréia em abril o ‘reality show’ ‘Jogo da Sedução’. Será um quadro de meia hora no ‘A Noite É uma Criança’. Seis mulheres selecionadas pela revista ‘Sexy’, acompanhadas de seis ‘treinadores de sedução’, terão de seduzir o telespectador em provas como lavar carro de camiseta molhada e fazer um ‘quase strip-tease’.’


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O Globo


Quinta-feira, 16 de março de 2006


ELEIÇÕES 2006
Editorial


Pelo debate


‘A escolha do candidato tucano à disputa pelo Planalto começa a definir o cenário das eleições de 2006, onde já trafega em campanha não-declarada o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se o PMDB fizer como promete as prévias no fim de semana, mais definições estarão a caminho – embora, tratando-se do PMDB, nada garanta que o ungido nas primárias de domingo sobreviva. Nem se haverá mesmo prévias.


Muita coisa vai depender da definição do STF sobre a verticalização, a ser mantida como decidido pela Justiça eleitoral – espera-se. Nesse caso, os caciques regionais peemedebistas, os donos da legenda, deverão cristianizar o vitorioso no escrutínio interno para fazerem aquilo em que se especializaram durante tantos anos: barganhar a alto preço o apoio ao vitorioso nas urnas.


A definição tucana sobre quem enfrentará Lula é mais um passo para que se construa uma agenda pertinente de temas a serem discutidos até outubro. A vitória do governador de São Paulo Geraldo Alckmin na corrida travada com o prefeito paulistano José Serra pela primazia de enfrentar o presidente nas urnas em outubro deverá garantir um certo tom ao discurso tucano, diferente daquele que assumiria o prefeito. Sem entrar no mérito de qual a melhor estratégia, aposta-se, com Alckmin, numa campanha tucana mais centrada nas críticas à indiscutível incapacidade administrativa do governo Lula, deixando em plano inferior aspectos da polícia econômica, como câmbio e juros, que teriam mais destaque e ênfase se no palanque tucano subisse o prefeito de São Paulo.


Só no andamento da campanha se saberá qual a arma mais efetiva. O PSDB, agora, precisa se dedicar à formulação de propostas concretas para tratar dos grandes problemas nacionais. Entre eles, o crescimento desmesurado e fiscalmente suicida dos gastos correntes, questão ligada ao desequilíbrio estrutural do sistema previdenciário.


A campanha será relativamente curta. Por isso, todos os partidos devem se concentrar nos assuntos estratégicos, para que os debates sejam produtivos e o eleitorado possa votar com o conhecimento mais claro possível do que os candidatos pensam sobre questões-chave. A ética na política será tema inevitável e necessário dos debates e na campanha. Mas não pode ser o único.’


TV DIGITAL
Mônica Tavares


TV digital: europeus prometem ‘ampla oferta’


‘Um dia depois de os representantes do padrão japonês de TV digital confirmarem um estudo para implantar uma fábrica de semicondutores no país, a União Européia (UE) contra-atacou. Enquanto uma empresa franco-italiana, ST Microeletronics (STM), reunia-se com o conselho interministerial que trata do tema para discutir a possibilidade de construir uma unidade, a UE enviava carta à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, dizendo que apresentará na semana que vem uma oferta concreta para ‘fomentar a criação de uma indústria de semicondutores no Brasil’.


A proposta está sendo discutida com a indústria e os países europeus e foi confirmada pelo embaixador-chefe da Delegação da Comissão Européia no Brasil, João Pacheco. Ministros têm repetido que o Brasil quer uma negociação entre governos. Na carta, Pacheco garante que os europeus estão preparando ‘uma ampla oferta’. A contrapartida incluiria recursos privados, financiamentos do Banco Europeu de Investimentos e apoio a parcerias de pesquisa e desenvolvimento. A discussão, disse o representante da STM, Ricardo Tortorella, é se a instalação da fábrica está condicionada à escolha do padrão europeu.’


INTERNET
O Globo


AOL lança rede de TV online nos Estados Unidos


‘NOVA YORK. A America Online, divisão de internet da Time Warner Inc., lançou uma rede de TV online para exibir seriados de televisão da Warner Bros., como ‘Growing Pains’ e ‘Chico and The Man’ (ambos sem tradução para o português), para atrair usuários de banda larga. O canal In2TV, do site AOL.com, que havia sido anunciado em novembro do ano passado, começa a operar hoje com 30 seriados, entre os quais ‘Eight is Enough’ (também sem tradução), disseram em comunicado a AOL e a Warner Bros., que também é uma divisão da Time Warner.


A AOL, sediada em Dulles, Virgínia, quer tirar proveito do mercado de anúncios que acompanham vídeos online – que movimenta US$ 1 bilhão e apresenta crescimento acelerado – ao atrair espectadores por meio de conteúdos exclusivos capazes de diferenciar a empresa de concorrentes como a Yahoo! Inc. (Da Bloomberg News)’


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