Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Tiago Dória

CURSO
Tiago Dória

YouTube dá aulas de jornalismo

‘Simplesmente fornecer espaço para a audiência enviar conteúdo e participar da produção de conteúdo de nada adianta muito. É necessário melhorar a qualidade dessa participação.

Neste sentido, o YouTube lançou um canal (YouTube Reporters’ Center), que agrega vídeos nos quais jornalistas de renome dão dicas de como aproveitar melhor as mídias digitais e apurar informações.

Katie Couric, da rede de TV CBS, dá dicas de como conduzir uma boa entrevista; Nicholas Kristof, colunista do NYTimes, fala como se portar em coberturas de conflitos e a Ariana Huffington, fundadora do agregador de notícias e opinião The Huffington Post, comenta sobre jornalismo.

As dicas servem para qualquer pessoa, profissional ou não, que trabalha com a produção de conteúdo.’

 

NADA DEMOCRÁTICO
Tiago Dória

O lado B da internet

‘Aquele pensamento inquestionável de que a internet e as mídias digitais, por si só, são ferramentas democratizantes está cada vez mais caduco.

Durante o Seminário sobre Liberdade de Expressão promovido pela Revista Imprensa, em maio, em São Paulo, comentei que quem pesquisa ou acompanha essa área precisa ter em mente que essas ferramentas são neutras. Tanto podem ser usadas para restringir como para incentivar a liberdade de expressão.

Citei o caso recente da Moldávia, onde forças locais de segurança foram acusadas de criar falsos perfis no Twitter com informações inverídicas para gerar um ambiente de instabilidade e desinformação não somente interno como internacional.

Neste final de semana, no caderno Aliás, do Estadão, saiu um artigo interessante, traduzido do Washington Post, que toca um pouco nesse assunto, do lado B da internet, sobre o quanto regimes autoritários começam a aprender a usar essas mídias em seu favor.

Hoje soube da existência do site Gerdab, onde autoridades iranianas ou simpatizantes do governo de Mahmoud Ahmadinejad postam fotos dos recentes protestos nas ruas do Irã. O site pede que os usuários ajudem a identificar as pessoas que estão nas fotos para depois facilitar a sua entrega às autoridades de repressão. É o crowdsourcing a favor do governo nada democrático de Ahmadinejad.’

 

MICHAEL JACKSON
Tiago Dória

TMZ se destaca mais uma vez na cobertura

‘Apenas algumas linhas de texto no blog TMZ, indicando que Michael Jackson tinha sido levado às pressas para o hospital e a sua posterior morte, foram suficientes para mobilizar a imprensa e deixar as redes sociais cheias de mensagens. O blog foi o primeiro a noticiar a morte de Michael Jackson. A fonte? Ou as fontes que passaram a informação?

O jornalista Harvey Levin, editor do blog, não revela, mas diz que nesta quinta-feira ele e pelo menos cada integrante de sua equipe fizeram e receberam 100 ligações de telefone. ‘Não teríamos publicado isso se não fosse verdade’, disse em entrevista ao Los Angeles Times.

A cobertura sobre a morte de Michael Jackson está sendo vista como um momento de ruptura para o TMZ, assim como em 1991 a cobertura in loco da Guerra do Golfo, no Iraque, fez a CNN ficar em outro patamar de relevância para o público e a concorrência.

O TMZ surgiu em 2005. O nome vem de ‘Thirty mile zone’, região onde estão os principais estúdios de Hollywood. É um projeto resultante da junção da America Online com a Time Warner, mesma empresa que controla a emissora CNN.

Quem o coordena é Levin, experiente jornalista e produtor de televisão, que trabalhou durante muito tempo na cobertura do mundo das celebridades em Los Angeles, cidade onde o TMZ é bem influente. Muito do sucesso do TMZ é atribuído ao próprio profissionalismo de Levin. Ele é o que tem a melhor rede de fontes, que está presente em bares badalados, restaurantes, delegacias e hospitais.

O blog se destaca não apenas em ter boas fontes, mas por conseguir sustentar um asssunto por bastante tempo. Tem o costume de fazer várias ‘suítes’ a um mesmo assunto, em questão de minutos mobiliza uma rede de colaboradores que trabalha, de forma móvel, com laptops e celulares nas ruas. Ou seja, o TMZ trabalha em rede com colaboradores.

Outra marca é trabalhar muito com livestreaming, transmissão ao vivo de vídeo pela internet. Talvez reflexo da experiência de Levin como repórter de TV. Mais recentemente, o TMZ se destacou na cobertura da morte de outra celebridade, o ator Heath Ledger.

A morte de Michael Jackson dobrou a frequência de atualizações de mensagens do Twitter e triplicou a da rede social Facebook. Para ter uma noção melhor, 15% de todas as mensagens no serviço de microblog era sobre o artista (dificilmente um assunto chega a 5% de todas as mensagens), segundo registra o NYTimes.

O site do Los Angeles Times, principal jornal da cidade, saiu do ar por alguns minutos. Teve em uma hora mais de 2 milhões de pageviews. E o programa de troca de mensagens da AOL também ficou indisponível por alguns instantes. Não foi nenhum 11 de setembro, mas deu para perceber que muitos sites de notícias ainda não aguentam muito bem o aumento repentino da audiência. O próprio blog TMZ enfrentou dificuldades para continuar no ar.’

 

ASSOCIATED PRESS
Tiago Dória

Guia polêmico de conduta na web

‘Desta vez foi a agência de notícias Associated Press (AP) que distribuiu aos seus funcionários um guia interno de conduta sobre como utilizar as chamadas ‘mídias sociais’ – blogs, microblogs, plataformas de redes sociais.

É um dos primeiros guias que admite que esses sites são importantes ferramentas de apuração e contato com a audiência e fontes das matérias. Mas, por outro lado, ele exige que todos os funcionários deletem de seus perfis na Facebook material que infringe os padrões da Associated Press. Isso inclui até mensagens que um amigo enviou a você por meio da rede social.

Percebe-se que é mais uma decisão tomada de cima para baixo. Tanto que vai haver uma reunião com os funcionários da AP para ver como vai ficar essa questão. Ou seja, primeiro toma-se a decisão (de cima para baixo) e depois é que vai conversar com as pessoas que serão mais afetadas pelas regras. Reflexo de como a gestão interna dessas empresas ainda é fechada.

Antes, outros veículos já tinham divulgado guias de condutas sobre a utilização dessas ferramentas:

1) O Wall Street Journal que praticamente restringe o uso de qualquer desses sites para fins jornalísticos.

2) A Bloomberg que não permite que os seus funcionários façam links para conteúdo externo nos blogs, menos ainda no Twitter e na rede Facebook.

Engraçado que, em sua maioria, essas regras internas, esses guias de condutas internos, nunca são feitos para potencializar ou incentivar a utilização dessas ferramentas, fazer com que a empresa, os jornalistas se beneficiem desses serviços. São sempre para controlar ou restringir o uso.

O MediaShift publicou um texto bem completo (em inglês) sobre o assunto. Há desde redações que restringem o uso pleno desses sites, outras que não limitam simplesmente por não saberem que eles existem, até algumas que fazem treinamento sobre como utilizá-los de forma mais produtiva.’

 

NOTÍCIAS
Tiago Dória

Busca por jornalista no Google News

‘Google News, buscador e agregador de notícias, lançou em sua versão em inglês um recurso que permite buscar apenas pelo nome do jornalista, pela pessoa que produz a matéria. O foco é um pouco diferente. Normalmente, a busca é feita por temas, editorias, títulos ou jornais.

Uma mudança pequena, mas que promete agradar aos que defendem que as ‘marcas individuais jornalísticas’ caminham para ser mais fortes que as ‘marcas das empresas jornalísticas’.’

 

 

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