Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Tiago Dória

EXPERIÊNCIA

Tiago Dória

‘Realidade aumentada’ no Financial Times

‘Na edição impressa desta sexta-feira, o jornal Financial Times (FT) fez um experimento com a chamada tecnologia de ‘realidade aumentada’.

Ao colocar determinada página do jornal na frente de uma webcam, uma imagem tridimensional aparece na tela, semelhante a uma espécie de holograma.

Por enquanto, a integração da tecnologia com a mídia impressa não passa disso. Contudo, a tecnologia começa a ser usada de forma mais atraente em aplicativos para celular.

O metro de Paris a utiliza em seu aplicativo para facilitar a visualização de pontos comerciais e turísticos na cidade (confira o vídeo)

Vale lembrar que, no mês passado, a Revista Trip fez um experimento parecido com o do FT.’

 

CHAD HURLEY

Tiago Dória

Conteúdos diferentes exigem formatos publicitários diferentes

‘Em tempos em que sites de conteúdo entram em uma espiral de busca por uma fórmula mágica contra a constante queda ou falta de receita, durante a sua participação no Digital Age 2.0, Chad Hurley, co-fundador do YouTube, afirmou que ‘conteúdos diferentes exigem formatos publicitários diferentes’.

Apesar de meio jogada em sua fala, achei essa frase bem importante. Na visão do executivo, que esteve pela primeira vez no Brasil, o grande lance é diversificar as formas de rentabilizar o seu conteúdo. Não se prender a um único formato.

Quando Hurley falou isso lembrei imediatamente da estratégia digital do Wall Street Journal, que começou a cogitar de trabalhar num processo parecido, em que a receita não virá apenas de publicidade, ou de micropagamentos ou ainda de cobrança de assinaturas, mas de vários desses modelos trabalhando todos ao mesmo tempo. Não trabalhará com um, mas com diversos modelos de receita.

Da mesma forma, Hurley disse que o YouTube está pesquisando diversos formatos para rentabilizar o seu negócio e levando em conta a diferença de cada conteúdo. Não será nenhuma surpresa se, no futuro, o YouTube trabalhar apoiado em micropagamentos, assinaturas e diversos formatos publicitários. Tudo ao mesmo tempo.

Outro ponto que chamou a minha atenção em sua apresentação foi quando Hurley deu a entender que o YouTube não tem mais interesse em fazer experimentos com transmissões ao vivo de vídeos. Segundo ele, é algo que funciona muito bem, mas para eventos com grande público. Sinal de que o primeiro YouTube Live não foi lá essas coisas. A história do YouTube não é feita somente de hits.

Para mim, o ponto alto do Digital Age 2.0 foi a palestra/entrevista de Hurley. Mas uma frase dita no segundo dia também chamou a minha atenção. No meio de sua apresentação, Fábia Juliaz, do Ibope Nielsen Online, disse que esse papo de que tal mídia matou a outra está defasado.

É evidente que meios conviverão lado a lado e terão uso conjunto em diferentes horários do dia. A intensidade de uso de cada mídia é que varia e vai depender de cada pessoa, por qual fase da vida ela está passando. Ou seja, as rotuladas ‘velhas’ e ‘novas’ mídias conviverão só que com intensidades de uso diferentes.

No tempo livre, eu mesmo estou numa fase de passar mais tempo lendo livros do que online ou na frente da TV, no entanto não deixo de acessar a internet e assistir TV. Apenas a intensidade é que mudou.

Enfim, quando falamos de mídia, coexistência é uma palavra realista e que faz sentido hoje em dia.’

 

CULTURA DIGITAL

Tiago Dória

O fim da internet como a ‘Terra Prometida’

‘‘A Tirania do email’ será o próximo livro a entrar nas livrarias com críticas à chamada cultura digital. Faz parte de um nítido crescente movimento, ainda sem nome, de escritores e ‘media thinkers’ com uma postura mais crítica em relação às transformações causadas pela internet.

No livro, John Freeman faz um manifesto contra a comunicação ‘em tempo real’. Num pensamento parecido ao do movimento ‘slow food’, Freeman argumenta a favor de uma comunicação mais interpessoal e menos fascinada pela velocidade. Para o Wall Street Journal, recentemente, o escritor produziu um artigo com alguns pontos que serão abordados no livro.

Freeman argumenta até contra o uso em excesso do smartphone BlackBerry. Antes uma ferramenta libertadora (posso trabalhar de qualquer lugar) se tornou um instrumento de controle (a empresa está em contato comigo 24 horas e pode me encontrar em qualquer lugar).

Portanto, em outubro, quando o livro será lançado, Freeman entra para o ‘clube’ de escritores que têm uma visão menos romântica em relação à internet, do qual já fazem parte Andrew Keen, Nicholas Carr e Lee Siegel, que, no ano passado, lançou Against the Machine, livro em que faz um julgamento negativo em relação à digitalização. Uma espécie de versão mais embasada do ‘Culto ao Amador’, de Keen.

Dois aspectos ficam evidentes com esses lançamentos:

Um deles. O vazio em relação a esse assunto por aqui. Enquanto que, pelo que percebo, no Brasil, acadêmicos e ‘media thinkers’, em geral, têm uma visão mais evangelizadora do que científica em relação a esses fenônemos, lá fora a postura já começa a mudar um pouco. Por aqui, é muito comum você ler posts e textos incensando o jornalismo cidadão e as mídias sociais, mas pouquíssimos fazendo uma crítica mais contundente a esses fenômenos.

O que de nenhuma forma é uma postura absurda ou anormal. Sempre quando uma tecnologia surge é comum que, no início, ela seja repleta de teorias otimistas, de profecias positivas e por que não utópicas demais. Normalmente, no início, essas teorias funcionam como uma eficiente ferramenta para vender uma tecnologia como a ‘terra prometida’. Depois, descobre-se que tal tecnologia trouxe muitas vantagens, mas também pouco do esperado e prometido.

Portanto, dentro do contexto da ‘história das tecnologias’, é normal estarmos passando por uma fase otimista em relação às transformações que a internet está proporcionando. Da mesma forma, no início, as teorias mais otimistas em relação à energia elétrica e à invenção do carro não cogitaram que a eletricidade seria utilizada também para torturar pessoas e nem que os carros causariam tanta poluição e engarrafamentos.

Outro aspecto evidente com o lançamento desses livros, como o de Freeman, é que ele abre espaço para uma espécie de novo ludismo, meio capenga, e que trata as tecnologias como um contraponto natural ao homem, como se tecnologia e humanismo nunca tivessem andado juntos, como se garfos, facas e o papel também não fossem tecnologias.

O que acho uma visão totalmente incompleta por tratar apenas como tecnologia computadores e outros apetrechos tecnológicos mais recentes.

Mas, por outro lado, é mais do que necessária a leitura desses livros. Até por que você não vai formar nenhuma visão crítica ou ter uma postura mais científica apenas lendo textos e livros que incensam as mídias sociais, os blogs e o jornalismo cidadão (para pegar 3 exemplos mais em voga).

Conforme comentei em outro texto, acredito que a verdade sobre essas transformações que a internet está proporcionando esteja no meio termo.’

 

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Terceira idade está cada vez mais digital

‘Pesquisa do Ibope mostra que o acesso à internet de brasileiros com mais de 65 anos de idade foi o que mais cresceu no mês de julho. O crescimento foi 32% em relação ao mês anterior. Emails, messenger e redes sociais estão entre os sites mais acessados.

Lá fora, nos chamados países desenvolvidos, as pessoas acima de 70 anos já são o principal grupo responsável pelo crescimento do uso da web.

Para ajudar a entender um pouco esse crescimento, em maio, a Digital Unite, organização dedicada à inclusão digital da terceira idade, publicou um artigo sobre Por que a internet é importante para as pessoas idosas?. Possibilidade de se comunicar com parentes distantes, economia e acesso 24 horas a informações sobre saúde, são alguns dos motivos.’

 

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