DROGA
Frase da semana
‘‘Para viciados em informação, o Twitter é crack’
Escritor George Packer em artigo publicado na revista New Yorker.
Segundo ele, o serviço de microblogging é tão viciante quanto crack.’
EXPERIMENTO
O mundo visto por meio do Twitter e do Facebook
‘Redes sociais facilitam o contato de jornalistas com fontes, mas, por outro lado, são um ambiente propício para a propagação de boatos e falsas informações, o que ajuda a destacar o papel de ‘curadoria’ que a mídia tradicional realiza.
Essas são, em resumo, as primeiras conclusões que se dá para tirar do relato do jornalista Janic Tremblay e respeito de um experimento que ele participou recentemente.
Durante 5 dias, Tremblay e outros 4 jornalistas viram o mundo por meio do Twitter e do Facebook. Os cinco ficaram hospedados, isolados, em uma fazenda no sul da França, apenas utilizando os dois sites como fonte de informação.
O objetivo era testar a veracidade e o valor das notícias trafegadas nas redes sociais.
O experimento chegou ao fim nesta semana e Tremblay deu uma entrevista para a BBC Radio com as suas impressões preliminares.
As conclusões vão bem ao encontro do que escuto quando converso com jornalistas profissionais. Redes sociais e de microblogs são uma faca de dois gumes para o jornalismo. Ao mesmo tempo que facilitam o trabalho dos jornalistas (no contato com fontes e informação em primeiro mão, por exemplo), tornam o ofício mais trabalhoso para os jornalistas.
O jornalista que retira informações ou participa dessas redes sociais precisa ter um senso de apuração muito bom para não propagar falsas informações ou cair, por exemplo, em pegadinha de perfil ‘falso’ no Twitter e, no final das contas, acabar entrevistando uma fonte falsa.
Por outro lado, essa conclusões preliminares mostram um dilema com qual a mídia (jornais, tvs e blogs profissionais) tem que lidar hoje em dia, que é manter os seus critérios de apuração e publicação e, ao mesmo tempo, competir com o ciclo de velocidade com que as informações são publicadas no Twitter e no Facebook. Informações frescas ou bem apuradas?’
MULTIPLATAFORMA
Transmídia pode ser aplicada ao jornalismo
‘Nesta sexta-feira, aconteceu no Projac, na Rede Globo, uma palestra com Jeff Gomez, um dos pesquisadores pioneiros de transmídia.
Transmídia é um modelo de narrativa em que várias plataformas são utilizadas ao mesmo tempo para contar uma história.
No entanto, as plataformas são utilizadas de ‘forma inteligente’, sincronizadas, sem cair na redundância de conteúdo e com alto índice de participação das pessoas.
Avatar, Lost e Harry Porter são alguns dos produtos feitos em cima desse conceito.
Participei da palestra de forma online e uma das dúvidas que sempre tive (e que acredito seja de outros profissionais que leem este blog) era se o modelo de narrativa transmídia poderia ser aplicado ao campo do jornalismo. Jeff respondeu à minha pergunta e disse que sim, é possível.
‘Sim, recentemente fui consultado pela Turner e muito do que disse foi especialmente para a CNN, com o tema jornalismo. A essência é a habilidade de converter histórias, de um jeito que fará você esperar o comercial para ver o que acontece e até tomar ações.
Mas acho que a principal coisa que pode ajudar é permitir um diálogo mais estreito entre o espectador e o jornalista, e a empresa de comunicação. Quando há diálogo, é mais fácil fazer mudanças’.’
MEMÓRIA
Governos liberam acervos digitais de jornais e fotos
‘Primeiro, o Governo do Estado de São Paulo disponibilizou 250 mil páginas de documentos na web. Em sua maioria jornais, revistas e anuários dos séculos 18 a 20.
Depois, o Arquivo Nacional dos EUA, ligado ao governo norte-americano, liberou parte de seu acervo fotográfico no Flickr. Os documentos estão sob uma licença que permite o seu uso sem a necessidade de pedir autorizações (citar a fonte é desejada).
São mais de 3.000 fotos divididas por temas. Entre as imagens, pessoas conhecidas que fizeram uma visita à Casa Branca.
O interessante é que liberaram o recurso para as pessoas colocarem anotações nas fotos, o que abre espaço para que elas descrevam as imagens.
Vale citar que há dois anos a Biblioteca do Congresso dos EUA tomou iniciativa parecida.
Tanto a liberação dos documentos do Arquivo Nacional quanto da Biblioteca do Congresso dos EUA fazem parte do The Commons, projeto criado em 2008 e que tem como premissa tornar realmente público o acervo de diversas bibliotecas.
Exemplos de como a digitalização e uma afrouxada nos direitos autorais podem ajudar a trazer à tona informações e documentos relevantes.’
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