Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.
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Folha de S. Paulo
Quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
TRIBUNA
Endividado, jornal fundado por Lacerda deixa de circular no Rio
‘A ‘Tribuna da Imprensa’, jornal fundado por Carlos Lacerda em 1949, deixou de circular ontem no Rio. Em sua última edição, na segunda-feira, o diário anunciou a suspensão temporária com um artigo de primeira página repleto de críticas ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa.
O dono Hélio Fernandes acusa o magistrado de protelar o julgamento de uma ação contra a União no valor de R$ 10 milhões por conta de perseguições durante a ditadura. Fernandes conta com a indenização para tirar o jornal da crise.
Os 90 funcionários entraram em férias coletivas sem salários. A ‘Tribuna’ estava vendendo 800 exemplares por dia.
A ‘Tribuna’ teve seu grande momento nos anos 50, quando foi um dos principais instrumentos da oposição ao segundo governo Getúlio Vargas (1951-1954). Em 5 de agosto de 1954, Lacerda foi baleado no pé num atentado que custou a vida do major da Aeronáutica Rubens Vaz e aumentou a pressão sobre Vargas, acusado diariamente nas páginas do jornal de comandar um governo corrupto. O presidente se matou no dia 24 do mesmo mês.
O processo
O processo do jornal contra a União começou em 1979. O caso chegou ao STF, e a AGU (Advocacia Geral da União) entrou com um recurso em 2006. Responsável pelo processo, Barbosa ainda não emitiu a sentença.
No artigo de anteontem, Fernandes acusa Barbosa de ‘extrema boa vontade’ ao receber um recurso ‘inócuo’ da União. Ontem, na página do jornal na internet, reforçou as críticas.
‘Pelas manifestações que fomos recebendo durante todo o dia (…) o homem hoje mais citado se chama Joaquim Barbosa (…) Da decisão dele, imediata e final, depende a ressurreição de um jornal livre.’
A assessoria do Supremo disse que Barbosa está afastado, em licença médica, até a próxima quarta-feira.’
INTERNET
Nova babá eletrônica
‘RIO DE JANEIRO – Uma dona-de-casa americana, Lori Drew, 49, está sendo acusada de ter inventado um personagem no site MySpace para se corresponder com uma vizinha adolescente, Megan, 13. O trote teve fim trágico. O personagem seria um ‘rapaz de 16 anos’. Depois de se tornar amigo virtual de Megan, o ‘rapaz’ brigou com a garota e disse que o mundo ‘ficaria melhor sem ela’. Megan se matou.
No Rio, outro dia, um homem foi preso ao chantagear uma menina também de 13 anos, de quem se aproximou fazendo passar-se no Orkut por uma colega dela. Confiante na ‘amiga’, a garota deixava-se filmar. O homem adulterou as imagens, transformando-as em pornografia, e transmitiu-as para os colegas da menina quando esta se recusou a se encontrar com ele. Por sorte, ela contou tudo à mãe, que chamou a polícia.
Nos primeiros seis meses do ano, uma ONG que investiga denúncias do gênero flagrou 45.941 páginas com conteúdo de pedofilia no Orkut. Podem ter sido retiradas do ar, mas foram logo substituídas por outras, que, por algum tempo, continuaram ao alcance de qualquer menor armado de um mouse.
No passado, a babá eletrônica era a televisão. Hoje é a internet. Crianças de menos de dez anos passam o dia encafuadas em seus quartos, trocando mensagens e imagens com pessoas que seus pais não conhecem e que podem não ser suas coleguinhas de escola. Ao criar um precoce canal de comunicação com o mundo, a criança começa a correr todos os riscos inerentes.
O lar já não é garantia de proteção. O perigo vem pelo ciberespaço e passa por entre as pernas dos responsáveis (muitos pais nem sabem o que é o Orkut). Existem filtros para tentar controlar esse contágio, mas não seria má idéia se os computadores dos guris ficassem na sala, com as telas à vista dos adultos.’
Folha de S. Paulo
Jornalista é detido por comentário
‘O jornalista Vittorio de Filippis, que dirigiu o jornal francês ‘Libération’ entre junho e dezembro de 2006, foi detido por conta do comentário de um leitor postado no site do veículo. O comentário foi considerado ofensivo à honra de um empresário. O jornalista foi acusado de difamação -segundo uma lei francesa, o diretor de uma publicação é o responsável por qualquer delito dessa natureza que conste em seu produto. Ele foi liberado após depor.’
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Tragédia em Santa Catarina é usada como isca por golpistas
‘A tragédia em Santa Catarina, que deixou mais de 110 mortos, já tem sido usada como isca por golpistas. Internautas têm recebido e-mails com várias contas de banco para ajudar os desabrigados. Mas é preciso ter cuidado. A Defesa Civil de Santa Catarina fez um site com indicações corretas. Acesse www.desastre.sc.gov.br. A tragédia também ganhou cobertura intensa na internet. Pelo Twitter (www.twitter.com), moradores das cidades atingidas relatam a situação. É possível ver o que foi dito usando o Twitter Search (search.twitter.com) -digite palavras como #enchente e #blumenau. O YouTube (br.youtube.com) reúne vídeos -muitos feitos por celular. Procure por ‘enchente’ e coloque Santa Catarina na localização. No Flickr (www.flickr.com), digitando ‘enchente’ e ‘santa catarina’, é possível encontrar várias fotos.
Relatos
No Orkut (www.orkut.com), comunidades servem para contar relatos ou indicar como ajudar as vítimas. Blogs também foram criados para informar, postar fotos e relatos. No Notícias de Blumenau (allesblau.net), há desde localização de abrigos da prefeitura até indicação de pontos interditados. O portal RBS montou o blog Emergência em Santa Catarina (tinyurl.com/57lke4), que reúne conteúdo de leitores. A sede do jornal ‘Diarinho’ criou um ‘canal de emergência’ (www.diarinhonachuva.blogspot.com) para informar sobre a situação. Já estilistas criaram o www.alles-gut.blogspot.com para reforçar, por meio de desenhos, a necessidade de ajudar as vítimas.’
TV DIGITAL
O primeiro ano da TV digital brasileira
‘AO COMPLETAR um ano de implantação no país, a TV digital brasileira deverá encerrar 2008 com cobertura capaz de alcançar cerca de 40 milhões de pessoas. A projeção faz parte do levantamento realizado pelo Fórum do Sistema Brasileiro da TV Digital Terrestre (SBTVD), com base no cronograma do Ministério das Comunicações e no Censo 2007 (IBGE).
Antecipando-se ao cronograma inicial, em seu primeiro ano, completado ontem, a transmissão digital já chegou a outras seis capitais (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre e Salvador). Neste mês, segundo dados do Fórum SBTVD, a TV em alta definição alcançou 645 mil telespectadores.
O novo sistema está pronto para ser disponibilizado em Florianópolis e Campinas (hoje) e, até o final de 2009, estará presente em todas as capitais do país e cidades com mais de 500 mil habitantes.
Já para o próximo ano, a expectativa é de crescimento exponencial no número de telespectadores. Há, pelo menos, três fatores que justificam essa previsão: a chegada da interatividade, a maior oferta de receptores -fixos, móveis e portáteis- e conseqüente queda de preço devido ao ganho de escala, e o aumento de cidades com sinal digital.
Estamos no caminho certo, e a avaliação desses primeiros 12 meses é positiva. Não há outra experiência no mundo de país que tenha iniciado as transmissões de seu sistema de TV digital com tanto comprometimento por parte do governo, da indústria e dos radiodifusores.
Como todo processo de mudança tecnológica, também a transição do sistema analógico para o digital de televisão acontecerá de forma gradativa até a sua popularização. Assim como aconteceu nos anos 50, com o surgimento da TV aberta no país, e a partir de 1972, com o padrão em cores. Entretanto, o sinal digital avança mais rapidamente.
A TV digital brasileira exigiu mais de uma década de estudos, debates, pesquisas e ações articuladas das emissoras, dos fabricantes de equipamentos de recepção e transmissão, da indústria de software, das instituições de ensino e pesquisa e do governo federal.
Esse esforço culminou no decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que definiu o Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre e as diretrizes para a transição tecnológica.
Baseado no sistema de modulação do padrão japonês, com componentes desenvolvidos no Brasil, o sistema brasileiro nasceu, para orgulho de todos nós, como o sistema mais moderno e robusto do mundo.
É preciso lembrar também que as negociações estão avançadas para a adoção em outros países da América Latina, em especial, na Argentina.
Mas, afinal, o que muda com a TV digital? O primeiro fato novo é a sensível melhora na qualidade de áudio e imagem. Outro avanço extraordinário é a possibilidade de receber o sinal de TV em aparelhos portáteis e celulares. Nas grandes cidades, onde há um grande volume de tráfego, isso será possível no carro, no ônibus ou no metrô nas cidades.
Mais um aspecto inovador é a interatividade. Em breve, esse recurso desenvolvido pelas universidades brasileiras estará disponível e possibilitará uma interação maior com o telespectador, com acesso a mais informações, diferentes opções de ângulos e, inclusive, meios para realizar compras pela televisão.
É inegável, portanto, que estamos diante de mais um marco da história da televisão aberta brasileira. A implantação da TV digital significa, acima de tudo, a renovação de um patrimônio da sociedade: a televisão aberta e gratuita, que leva informação, cultura e entretenimento a toda a população, promove o desenvolvimento econômico e cumpre importante papel integrador num país de dimensões continentais.
DANIEL PIMENTEL SLAVIERO , 28, administrador de empresas, é presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão).’
TODA MÍDIA
Condenado
‘Na manchete do ‘Jornal Nacional’, ‘Operação Satiagraha. A Justiça condena Daniel Dantas e mais dois acusados de corrupção’.
Na manchete do portal UOL, início da noite, ‘Daniel Dantas é condenado a dez anos de prisão’. No Terra, antes, ‘Juiz condena Dantas, pede respeito e alfineta Supremo’. No G1, depois, ‘Ministério Público quer 12 anos para Dantas e defesa diz que o processo é nulo’. E no iG, início da noite, ‘Sentença contra Dantas é nula, diz defesa’.
No site da Reuters Brasil, em manchete ao longo de tarde e noite, ontem, ‘Justiça Federal condena Daniel Dantas a dez anos de prisão’.
NAS REVISTAS
Na manchete on-line da ‘Veja’, ‘Juiz de Sanctis condena Daniel Dantas a dez anos’. E da ‘Carta Capital’, ‘Daniel Dantas é condenado a dez anos de prisão’.
E NAS AGÊNCIAS
Na americana AP, ‘Banqueiro brasileiro é condenado por corrupção’. Na espanhola Efe, ‘Banqueiro é condenado a dez anos de prisão por tentativa de suborno’.
MÍDIA MELODRAMÁTICA
O ‘Financial Times’ adiantou ontem em reportagem e artigo que a CBI, a CNI britânica, avalia que a ‘mídia ajudou a aprofundar a crise’. A entidade cobrou a PCC, comissão de reclamos sobre imprensa, por não agir contra ‘manchetes descuidadas’ etc.
‘Rumores sem base foram espalhados sobre instituições’, usando ‘linguagem melodramática, declarações sem fonte definida e sugestões de que problemas de uma instituição estariam passando para outras’. Em suma, o ‘gerenciamento da crise ficou mais difícil por causa das mudanças no setor de mídia’.
DESMORONOU
No topo das buscas de Brasil pelo Google News, os despachos de Reuters e Bloomberg anunciando que a produção industrial brasileira ‘desmoronou com a crise’, pelos números de outubro. As agências financeiras abriam afirmando que o resultado levantou a ‘especulação’ de que o Banco Central corte os juros, na semana que vem, para salvar o crescimento.
OU NÃO
Já no site Market Watch, uma empresa européia divulgou pesquisa da consultoria Economist Intelligente Unit, ligada à ‘Economist’, que mostra como ‘a América Latina continua atraente às empresas’ multinacionais. A razão, responde a maioria, é a desaceleração nos mercados tradicionais. E para 69% o Brasil é ‘chave na sua expansão a médio prazo’.
EXXON, COSAN, SHELL
A agência Dow Jones noticiou ontem que o grupo brasileiro ‘Cosan completou a compra da Exxon no Brasil’ -que a Petrobras também tentou adquirir da companhia americana. E o jornal ‘Valor’ noticiou, ontem também, que a britânica ‘Shell estuda sociedade com a Cosan’. As conversas estão em fase ‘inicial’, reproduziu a Bloomberg, repercutindo o jornal.
Na mesma agência Bloomberg, fim do dia, o enunciado sobre as empresas que mais ‘movimentaram’ a Bovespa na alta de ontem abriu pela Cosan.
MAIS UM PLANO guardian.co.uk
Em vídeo, queimadas e Lula
Ecoou no exterior, até mais do que por aqui, o plano anunciado pelo Brasil para reduzir a destruição da Amazônia em 70%, em dez anos. O ‘New York Times’ publicou nota. O ‘Guardian’ postou vídeo, com o discurso de Lula, e na longa reportagem ouviu os ministros Carlos Minc e Mangabeira Unger. Já o correspondente do ‘FT’ se concentrou nas críticas de ONG do Rio, que questionou o plano como ‘tolerante’ com o desmatamento.
Dias antes, até na ‘New Scientist’, a notícia era o aumento no ritmo da destruição.
EUA DO MAL
Na cobertura do encontro de 190 países na Polônia, em busca de um novo acordo sobre o aquecimento global, a Associated Press destacou, por um lado, que ‘Ativistas atacam os EUA nas negociações sobre clima’.
CHINA DO BEM
Por outro lado, também em título da agência americana, a ‘China, que já foi ‘bad boy’ do clima, é elogiada’ na Polônia, inclusive por americanos. Sua imagem mudou ao aceitar que os emergentes também têm que reduzir emissão.
NEM CONSIDERA telegraph.co.uk
No ‘Telegraph’, de novo
Em mais um capítulo no inquérito do assassinato do brasileiro Jean Charles de Menezes, BBC e jornais londrinos destacavam ontem a decisão do investigador do caso -de que os policiais que o mataram com sete tiros no rosto ‘não cometeram crime’ e, portanto, o júri nem sequer vai poder ‘considerar um veredicto de morte ilegal’.’
TELEVISÃO
Daniel Castro
Fabricante da Coca libera anúncio a criança
‘Dono da Brasal Refrigerantes, fabricante de Coca-Cola no Distrito Federal, o deputado Osório Adriano (DEM-DF) apresentou, na última sexta, substitutivo em que modifica o teor do projeto de lei 5.921/01, cuja versão aprovada em julho na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados proibia toda publicidade endereçada a crianças, em qualquer horário, e qualquer tipo de propaganda nos programas infantis. Isso afetaria a publicidade da Coca-Cola.
Osório Adriano foi relator do projeto de lei na Comissão de Desenvolvimento Econômico. O projeto divide, de um lado, publicitários e anunciantes e, de outro, ONGs contrárias à publicidade para crianças.
Para Adriano, publicidade é ‘atividade virtuosa, e não viciosa’. Em seu parecer, a defendeu como ferramenta de informação sobre produtos.
O substitutivo prevê apenas que é ‘abusiva’, entre outras, a publicidade que ‘explore o medo ou a superstição, aproveite-se da deficiência de julgamento e experiência da criança’. A proposta ainda irá a votação.
Os defensores do veto à publicidade infantil afirmam que Adriano não poderia ser relator porque é parte interessada. A assessoria da Câmara diz que não há esse impedimento, porque o projeto não trata de refrigerante. ‘Eu estaria errado se estivesse administrando a fábrica, mas são meus filhos que fazem isso’, diz o deputado.
BAIXA
Não foi só a protagonista Juliana Silveira, por ter torcido o pé, que se afastou de ‘Chamas da Vida’. Andreia Horta também deixou a novela da Record, durante dez dias. Teve uma crise de depressão. Na ficção, sua personagem, dependente química, foi internada à força. A atriz já voltou a gravar.
BALANÇA COMERCIAL
A Record informa que recebeu, na última sexta, R$ 16 milhões da Televisa. O valor equivale a um terço do que a rede mexicana investirá na produção de ‘Betty, a Feia’.
AÇÃO
O Ministério Público Federal entrou com ação contra a Rede TV! por ter entrevistado, ao vivo, o seqüestrador de Eloá Pimentel. A emissora diz que isso é ‘forma velada de censura’.
GPS 1
Na semana passada, em ‘A Favorita’, Zé Bob (Carmo Della Vecchia) foi até Taboão da Serra (Grande SP) procurar o personagem Baiano. Apesar de Taboão ter mais de 220 mil habitantes (quase 40% de origem nordestina), foi tarefa fácil.
GPS 2
Numa cena, um figurante informa a Zé Bob que Baiano mora próximo de uma placa para Guararema. Ocorre que Taboão da Serra e Guararema ficam em pontos opostos da Grande São Paulo, a quase 100 km uma da outra. A primeira, na saída para o Sul. A segunda, no caminho para o Rio.
MAU GOSTO
A Record está exibindo uma chamada do seriado ‘A Lei e o Crime’ em que um personagem atira no telespectador.’
Bruna Bittencourt
Camelo toca seu disco no ‘Ensaio’
‘Marcelo Camelo começa o ‘Ensaio’, que a TV Cultura exibe hoje à noite, com ‘Teo e a Gaivota’, música que abre seu álbum solo, ‘Sou’.
Teo, ele conta em seguida, é um amigo de faculdade e autor de um curta-metragem para o qual Camelo deveria compor a trilha. Mas o ex-hermano não conseguia tirar música da cena de uma gaivota voando, até desenhar (ou dedilhar) uma em sua guitarra, o que o ajudou a criar o tema.
No programa, Camelo é acompanhado pelo Hurtmold, banda que toca na turnê de ‘Sou’, e apresenta ‘Tudo Passa’, ‘Vida Doce’, ‘Menina Bordada’, ‘Janta’, ‘Mais Tarde’ e ‘Doce Solidão’. Entre elas, conversa com o apresentador Fernando Faro.
Camelo fala sobre a separação dos Los Hermanos, que considera apenas ‘temporária’, desencadeada pelo excesso de shows que o grupo vinha fazendo, seguidos por férias que não deram fim ao cansaço do quarteto.
Conta também sobre o processo do disco, feito sem planejamento, para o qual fazia questão da opinião dos amigos.
Fala dos convidados -Hurtmold, Dominguinhos, a pianista Clara Sverner e a cantora e agora namorada Mallu Magalhães-, da infância em Jacarepaguá e da vida hoje em Copacabana.
ENSAIO – MARCELO CAMELO
Quando: hoje, às 22h10
Onde: na Cultura
Classificação indicativa: não informada’
TECNOLOGIA
Mercado de e-books começa a crescer
‘No final de outubro, a apresentadora americana Oprah Winfrey classificou o Kindle, o leitor de livros eletrônicos da Amazon, como seu novo aparelho favorito.
Naquele instante, ficou claro que, apesar de não ser o primeiro leitor de livros eletrônicos a existir, o Kindle poderá ser o responsável pela popularização desse tipo de aparelho. Mas ele vai ter muito trabalho.
No primeiro aniversário do Kindle, o mercado de livros eletrônicos se encontra em fase de crescimento, porém seu tamanho ainda é muito pequeno em comparação com o mundo livreiro tradicional.
Mesmo assim, quem quer comprá-lo tem de encarar uma espera de cerca de três meses. Ao anunciar os ganhos no terceiro trimestre do ano, um executivo da Amazon disse que os livros eletrônicos do Kindle já representam mais de 10% nas vendas totais de publicações -eletrônicas e tradicionais.
No geral, porém, estima-se que as vendas de livros eletrônicos sejam equivalentes a apenas 1% das vendas de publicações quando o mercado impresso é considerado.
Para piorar as coisas, encontrar aparelhos leitores de livros eletrônicos não é fácil. O Kindle só é vendido on-line, na Amazon, para pessoas que moram em território americano. Além disso, leitores de outras marcas, como a Sony, dificilmente são encontrados nas lojas.
No único estabelecimento em que um Sony PRS-505 -antecessor do recém-lançado PRS-700- foi encontrado pela reportagem, o vendedor dizia: ‘É claro que eu vendo mais iPods do que leitores de livros’.
De fato: enquanto a Apple deve atingir em 2009 a marca de 200 milhões de iPods vendidos, as vendas do Kindle, o mais popular de sua classe, são estimadas em 200 mil unidades.
Kindle e iPod
Apesar da grande diferença no número de unidades vendidas, o Kindle, juntamente com os outros leitores de livros eletrônicos, vai desenvolvendo uma relação de amor e ódio com as pessoas, que lembra a época do lançamento do iPod. Uns amam e enumeram os benefícios. Outros odeiam e apontam os defeitos. Blogs e fóruns na rede abrigam debates sobre os aparelhos.
Entre os benefícios apontados pelos usuários estão a capacidade de armazenar centenas de livros em apenas um aparelho, a tecnologia da tela, que evita o cansaço dos olhos, a leveza do produto e até mesmo a preservação do ambiente.
Já aqueles que se posicionam contra dizem que os preços dos livros e dos leitores são muito altos. Um título eletrônico custa em média US$ 12. O Kindle sai por US$ 359 -outros leitores têm custo que varia de US$ 300 a US$ 800.
Como a maioria dos leitores é vendida apenas on-line, algumas pessoas preferem não investir o dinheiro em um produto que não podem testar pessoalmente. Para os que não gostam do Kindle, o fato de o aparelho ler livros apenas comprados na Amazon também é fator que pesa contra ele.
JORNAL
A Plastic Logic planeja lançar, na primeira metade de 2009, um leitor de jornais eletrônico com E Ink; com pequena espessura, ele tem 21,6×28 cm’
Reuters
Livro de anedotas mais antigo do mundo é lançado como e-book
‘‘Eu vou lhe dizer o que há de errado com ele. Ele está morto, é isso o que há de errado.’
Para aqueles que acreditam que os gregos antigos pensaram em tudo primeiro, a prova foi encontrada em um livro de piadas do século 4 d.C. que contém um antepassado da piada do papagaio morto, apresentada em um esquete do grupo inglês de humor Monty Python.
O livro de 1.600 anos, intitulado ‘Philogelos: The Laugh Addict’ (Philogelos: o viciado em risada), contém uma piada em que um homem reclama que o escravo que acabara de comprar está morto.
Lançado como e-book multimídia, que pode ser comprado on-line (www.yudu.com/oldestjokebook; 5,95 libras), ele é estrelado pelo veterano comediante britânico Jim Bowen, 71, que interpreta as piadas para uma platéia do século 21.
‘Pelos deuses’, responde o vendedor do escravo, ‘quando ele estava comigo, ele nunca havia feito algo assim!’
Muitas das 265 anedotas do livro vão parecer familiares, sugerindo que sexo, pessoas burras, esposas resmungonas e flatulência provocam gargalhadas há séculos.’
Folha de S. Paulo
Domínio público, Projeto Gutenberg e Google reúnem livros
‘Em diversos endereços na internet, é possível ler livros na íntegra -alguns permitem que você faça o download e imprima o conteúdo. O Domínio Público (www.dominiopublico.gov.br) traz obras de Machado de Assis e Fernando Pessoa. O Projeto Gutenberg (www.gutenberg.org), que se intitula o primeiro produtor de livros eletrônicos, agrega títulos em diversas línguas. Já o Google Book Search (books.google.com.br) funciona para pesquisa, mas também disponibiliza livros que não são protegidos por direitos autorais.’
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O Estado de S. Paulo
Quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
TV BRASIL
Para que serve essa TV?
‘Depois de um ano de funcionamento e ao volumoso custo inicial de R$ 350 milhões – arcado inteiramente com dinheiro do contribuinte -, a TV Brasil atinge menos de 1% da audiência do País e apenas 52 dos 5.564 municípios brasileiros. A esse valor inicial deve somar-se outro igual em 2009, acrescido de cerca de R$ 20 milhões de patrocínios e prováveis R$ 80 milhões da Contribuição para a Comunicação Social, deduzida do Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel), a ser regulamentado. Na TV Brasil trabalham 250 dos 1.440 funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). E, apesar do investimento de R$ 100 milhões só em equipamentos e de a presidente da EBC, jornalista Tereza Cruvinel, ter dito que ‘não gosta da palavra traço’, é com audiência traço – isto é, que não atinge nem 1 ponto de audiência – que sua TV já se acostumou a operar, tais como as muitas TVs comunitárias espalhadas pelo País (que têm a vantagem, em relação à TV Brasil, de não custarem nada aos cofres públicos).
É claro que não se exige que uma televisão pública mantenha as mesmas grandes audiências – arregimentadas graças a programas de forte apelo popular – das redes de TV comerciais, de canal aberto. As TVs educativas têm por missão precípua a elevação do nível educacional e cultural da população, o ensino e o estímulo à apreciação da arte e, como resultado de tudo isso, a formação da consciência crítica dos cidadãos. Aí, de fato, a qualidade importa bem mais do que a quantidade. Mas há que se considerar o mínimo de audiência desejável, sob pena de as programações das emissoras de televisão estatal se tornarem um serviço inócuo de comunicação social – quando não, apenas um eletrônico cabide de empregos.
A razão alegada para que se criasse a logo batizada ‘TV Lula’ seria, justamente, a necessidade de oferecer à população de todo o território nacional programações não atreladas a interesses comerciais de patrocinadores, nisso servindo à sociedade com maior independência e melhor nível do que as outras emissoras de televisão. Desde que foi criada, porém, não se percebeu no que foi levado ao ar pela emissora estatal federal de televisão nada que mostrasse qualidade melhor ou mesmo equivalente aos programas de melhor nível das outras emissoras, de canal aberto ou por assinatura. O que houve, nesse período, foram divergências internas relacionadas ao viés do oficialismo da comunicação – que, segundo a experiência histórica, não costuma dar certo. Saíram diretores divergentes, um editor que denunciou a prática de censura e houve greve de funcionários.
Criada com a fusão da estatal Radiobrás – egressa do sistema militar – com a TV Educativa, que tinha canais no Rio e no Maranhão, a nova emissora começou transmitindo para essas praças em VHF, UHF e emissoras a cabo. Levou um ano para montar uma estrutura que lhe permitisse colocar no ar seu sinal aberto em São Paulo. No começo, preencheu sua grade mantendo muitos programas de suas antecessoras. ‘Tivemos resultados bastante críticos no primeiro semestre’ – reconheceu a diretora Tereza Cruvinel. Não apenas pela parca audiência – acrescentaríamos. É que, depois da incorporação, divergências levaram à saída de Orlando Senna do cargo de diretor-geral e de Mário Borgneth, da diretoria de Relacionamento e Rede. Além disso o jornalista Luiz Lobo, então editor-chefe do Repórter Brasil, foi demitido e denunciou pressões vindas do Palácio do Planalto para censurar matérias sobre temas que desagradavam ao governo.
No fim de outubro funcionários da EBC (principalmente ex-integrantes da Radiobrás) fizeram greve de um dia, mas permaneceu o problema que a gerou: a diferença salarial entre os empregados de carreira da antiga estatal e os contratados já pela nova empresa, com ganho três vezes maior. Uma comissão de empregados ainda discute a questão com a direção da EBC. Mas, problemas trabalhistas à parte, pelo que já mostrou – e gastou – a nova rede de comunicação eletrônica oficial, cabe inteiramente a simples questão: para que serve, mesmo, essa dispendiosa TV?’
SATIAGRAHA
Carvalho vira alvo em inquérito de vazamento
‘A procuradora da República Ana Carolina Roman transformou em inquérito procedimento investigatório aberto há 180 dias para apurar suspeitas de que o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, teria ligação com o vazamento de dados sigilosos da Operação Satiagraha.
De acordo com portaria assinada pela procuradora em 25 de novembro, o objetivo do procedimento é apurar se Carvalho usou de sua função para obter informações privilegiadas para o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh perante a chefia da Abin.
‘Há necessidade de analisar o áudio e a transcrição da interceptação telefônica procedida nos autos da chamada Operação Satiagraha, que ainda não foram remetidos pela 6ª Vara Criminal de São Paulo’, argumenta ela para justificar a decisão.’
LITERATURA
Passados que se rebelam contra apatia do presente O Filho
‘O que une Tatiana Salem Levy, de 29 anos, ao escritor Cristovão Tezza, de 56, é a vontade de sacudir os leitores com a ficção. Ambos atacam uma apatia geral, mostrando personagens de algum modo paralisados. A narradora de A Chave de Casa, de Tatiana, é uma mulher numa cadeira de rodas, que usa a imaginação para visitar o passado. O narrador de O Filho Eterno fala de um homem que leva um paralisante soco no estômago, ao saber que o filho é portador da síndrome de Down. Mais uma vez, a literatura exorciza fantasmas.
Anunciados na noite de segunda, Tatiana e Tezza são os ganhadores do Prêmio São Paulo de Literatura 2008 (leia mais ao lado) na categoria Autor Estreante e Melhor Livro do Ano, respectivamente. Com o valor do prêmio, R$ 200 mil para cada autor, Tezza anunciou o fim de sua carreira acadêmica – há 22 anos é professor universitário – para entregar-se, a partir do segundo semestre do ano que vem, exclusivamente à literatura.
Tezza viu sua vida virar de cabeça para baixo neste ano. Literatura precisa de ócio, tudo o que ele não teve após lançar O Filho Eterno. Antes do Prêmio São Paulo de Literatura, seu romance já tinha faturado outros quatro: o da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA); melhor romance do Prêmio Jabuti; Prêmio Bravo!; e o Portugal Telecom, que dá R$ 100 mil ao primeiro colocado. Antes de saber que receberia mais um prêmio, Tezza comparava-se a um personagem de apólogo do Machado de Assis. ‘Tem algum sentido que preciso decifrar’, afirmava. Depois de premiado, tentava explicar-se com a velha história: quando tudo vai tão bem, deve haver algo à espreita.
‘A tendência de uma literatura confessional existe, mas acho que não é a única’, diz Tezza, pai de Felipe, nascido em 1980 também com síndrome de Down. Embora se diga personagem de O Filho Eterno, Tezza só conseguiu escreveu o romance após adotar o narrador em terceira pessoa. O estalo foi dado por três livros – Uma Questão Pessoal, do japonês Kenzaburo Oe, Nascer Duas Vezes, do italiano Giuseppe Pontiggia, e Juventude, do sul-africano J.M. Coetzee.
Para o escritor catarinense, radicado em Curitiba, o impacto de O Filho Eterno (Record, 224 págs., R$ 34) na crítica deve-se a três motivos – a intensidade emocional, o retrospecto de geração e a crueldade do relato. Ao falar da relação com o filho, Tezza falou dele mesmo – um aspirante a escritor no começo dos anos 80, vendo a agonia da ditadura militar. Rebelando-se contra a vida burguesa, Tezza viu no menino uma esperança de renascimento. O que encontrou foi um garoto de traços mongóis – àquela época, portadores de síndrome de Down eram chamados de mongolóides – e sentiu imensa vergonha de si mesmo.
Cristovão Tezza, aquele jovem de 28 anos que queria mudar o mundo, confundindo projetos literários com existenciais, precisou amadurecer à força. O confronto com o passado foi inevitável. Para fazê-lo, uma narrativa tão cruel quanto essa visita. A literatura pode não oferecer um sentido pleno para a vida, mas pode torná-la bem melhor, quando aceitas as imperfeições.
Essa é uma das crenças de Tatiana, que não tem pretensão de chegar a uma verdade quando escreve. Ela sabe que a ficção é uma grande mentira, mas é uma mentira que instaura novos mundos. Escrito ‘mais com intuição do que com racionalidade’, A Chave de Casa (Record, 208 págs., R$ 32) ‘fala do Brasil, pois fala de imigração’. Baseia-se numa tradição: a do povo judeu que carregava uma chave para o exílio, como símbolo da possibilidade do regresso. ‘Minha família não é ortodoxa, por isso a herança judaica aparece fragmentada na ficção, me interessa o vestígio’, ela diz.
Descendente de turcos e moradora no Rio, Tatiana nasceu em Portugal, em 1979, mas, aos 9 meses, estava de volta ao País – seus pais brasileiros eram exilados e foram beneficiados pela Anistia. A Chave de Casa explora esses traços ancestrais, ao contar a história de um avô, saído da Turquia, que pede à neta que procure uma casa em Esmirna. Essa viagem, nunca se sabe se é real ou sonhada, é o diálogo com o passado. Não por acaso, a narradora do romance diz que nunca fala sozinha, fala ‘sempre na companhia desse sopro que me segue desde o primeiro dia’.’
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Caju e Castanha, Cazé e os R$ 200 mil foram destaque
‘HUMOR: A primeira edição do Prêmio São Paulo de Literatura, criado pela Secretaria de Estado da Cultura este ano, teve a marca do humor. Cazé foi o apresentador que, a todo instante, fazia piadas para enfatizar o valor da premiação – R$ 200 mil para cada autor. É o mais alto do País. Antes do anúncio dos premiados, os repentistas Caju e Castanha improvisaram, com pandeiros, um show de 15 minutos ininterruptos sobre literatura. O prêmio recebeu a inscrição de 146 romances. Indicado por uma curadoria de 5 pessoas e um júri inicial de 10, o júri final – Bernardo Ajzenberg, Fabio de Souza Andrade, Marisa Lajolo, José Castello e Samuel Seibel – indicou 10 finalistas. Na categoria autor estreante concorreram Cecilia Gianetti, Eduardo Baszczyn, Tatiana Salem Levy, Tiago Novaes e Wesley Peres e, na categoria melhor livro, Beatriz Bracher, Bernardo Carvalho, Cristovão Tezza, Menalton Braff e Wilson Bueno.’
INTERNET
João Luiz Sampaio
YouTube cria sua orquestra sinfônica virtual
‘O YouTube, comunidade online de compartilhamento de vídeos, anuncia hoje em todo o mundo a criação da YouTube Symphony Orchestra, mistura de orquestra virtual e concurso público dedicado aos fãs e artistas da música clássica. A idéia é, segundo Ed Sanders, gerente de marketing do YouTube, mostrar como a internet e um universo tido como tradicional como a música clássica ‘podem se combinar de maneiras inventivas’.
O projeto, que conta com parceria de instituições como o Carnegie Hall, de Nova York, e artistas como o compositor Tan Dun e o maestro Michael Tilson Thomas, funciona da seguinte forma. De hoje a 28 de janeiro, músicos interessados em participar devem fazer o upload de dois vídeos: em um deles, podem demonstrar livremente suas habilidades técnicas e de interpretação; no outro, precisam executar uma composição feita por Tan Dun especialmente para o projeto (basta fazer o download da partitura e interpretar qualquer parte dele, com o instrumento de sua escolha). Os vídeos serão julgados por uma comissão formada por especialistas de orquestras como as filarmônicas de Berlim e Nova York e a Sinfônica de São Francisco. Os vencedores serão levados aos EUA em abril do ano que vem para participar de um encontro de três dias dedicado à música clássica, ao fim do qual vão executar, sob regência de Tilson Thomas, a obra de Tan Dun. ‘A internet é uma estrada invisível, unindo pessoas por todo o mundo. O You Tube é o maior palco do mundo e quero ver que gênios da música poderão ser descobertos pelo site’, diz o compositor.
‘É impressionante como temos percebido que tanto o público como os artistas do gênero entendem a tecnologia como um caminho interessante para a inovação’, diz Sanders em entrevista exclusiva ao Estado. ‘Ficamos contentes com a reação do mundo musical, o que nos permitiu envolver 23 países no projeto, além de uma série de importantes instituições. Esperamos, com esse projeto, alimentar mais colaborações e novas idéias de como usar a internet de maneira criativa. A música clássica tem chegado com força ao mundo virtual.’ O regulamento pode ser acessado no site.’
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