Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

TV Brasil demite diretores

Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 29 de abril de 2009


 


TV PÚBLICA


TV Brasil demite mais 3 diretores


‘Mais dois gerentes e um coordenador da diretoria de Programação e Conteúdo da TV Brasil deixaram seus cargos ontem, no rastro da saída do diretor da área, Leopoldo Nunes, demitido na sexta-feira. Foram exonerados Reinaldo Volpato, Roderico Manso e Débora Peters. A EBC classificou como ‘natural’ a saída de pessoas ligadas ao ex-diretor, como parte do processo de reestruturação da área.’


 


 


ESCÂNDALOS
Denise Madueño e Luciana Nunes Leal


Temer deve ir à TV defender a Casa


‘O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), deverá ir à TV, exercendo o direito de convocar cadeia nacional, para defender a Casa das denúncias de abuso nos gastos de dinheiro público. Esse foi o resultado das queixas contra a imprensa que tomaram conta de parte da reunião de ontem com os líderes e integrantes da Mesa Diretora, na qual foi confirmado o ato administrativo que restringiu o uso de passagens pelos parlamentares.


Líderes partidários fizeram defesas enfáticas da necessidade de a Câmara reagir e responder às acusações. Eles reclamam, principalmente, do que chamam de generalização das denúncias pela imprensa. ‘A cobertura é desleal’, afirmou o líder do PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP). Segundo ele, a imprensa considera que todos fizeram a farra das passagens: ‘As regras vigoravam havia 49 anos. Quem está corrigindo, graças à pressão popular, somos nós.’


O líder do PSDB, José Aníbal (SP), defendeu a abertura de um diálogo com a sociedade para explicar as condições que o deputado deve ter para o exercício do mandato parlamentar.


‘A Câmara está se acovardando. Uma coisa é o salário e outra as condições de mandato’, disse. ‘Temos de comunicar. A Câmara parece uma instituição frouxa que não se defende’, pregou o líder tucano.


Na reunião, os líderes cobraram também a punição dos deputados que comercializaram suas passagens ou usaram a cota para obter lucros, de modo a responder ao desgaste político gerado pelos escândalos.


‘Se há venda de passagens, salta aos olhos que se trata de delito’, afirmou Temer, em entrevista após a reunião de líderes.


Uma comissão de sindicância administrativa está apurando o envolvimento de funcionários no desvio de passagens, mas, até agora, Temer não decidiu o que fazer com os deputados suspeitos de irregularidades. Ele pediu pareceres jurídicos sobre os casos.’


 


 


ASSINATURA


Net tem crescimento de 30% na receita


‘A crise financeira internacional não mudou os planos de expansão e nem afetou o resultado da Net, segundo o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, João Adalberto Elek Júnior. Os primeiros três meses do ano foram considerados o melhor primeiro trimestre da história da empresa. A receita líquida cresceu 30% em relação ao mesmo período do ano anterior e atingiu R$ 1 bilhão. O lucro líquido foi de R$ 82 milhões, um aumento de 140% sobre os R$ 34 milhões de 2008. ‘Continuamos a crescer de maneira acelerada e essa decisão se mostrou acertada’, comentou o executivo, que prevê um crescimento de 20% no faturamento neste ano.’


 


 


PUBLICIDADE
Marili Ribeiro


Gisele é estrela de campanha ‘secreta’


‘Foi uma operação de guerra manter o silêncio que envolveu a filmagem de um comercial de dois minutos para vender assinaturas de televisão paga para a operadora Sky, que irá ao ar na televisão aberta no próximo domingo. A razão para todo o sigilo desde a gravação, feita logo após o carnaval e só revelada ontem, era a garota-propaganda. A top model Gisele Bündchen mobiliza plateias e vira notícia. Por isso, cobra caro – sem revelar valores – para protagonizar qualquer campanha publicitária.


‘Mas vale cada centavo’, elogia o presidente e diretor de criação da Giovanni+ DraftFCB, Adilson Xavier, que a contratou por dois anos para anunciar as vantagens dos dez novos canais com imagens em alta definição que operadora Sky passa a oferecer.


‘O contrato da Gisele difere do de outras celebridades’, conta Xavier. ‘Ela cobra pelo tempo gasto no trabalho de filmagem e o período que sua imagem será utilizada. Há estrelas, até menos famosas, que restringem o uso do material produzido a no máximo três versões. No caso dela, além de podermos usar vários desdobramentos de material filmado, ainda convivemos com uma profissional irretocável: pontual, sem o tipo de frescuras que exige motorista e ainda se recusa a receber ordens em cena.’ O profissionalismo da gaúcha tem lhe valido rendimentos da ordem de US$ 35 milhões ao ano, conforme calcula a revista Forbes.


O comercial estrelado por Gisele mereceu uma megaprodução, com gastos de R$ 4 milhões, fora o cachê dela, e direção do cineasta Fernando Meireles. ‘Não tenho notícia de outro comercial com esse padrão’, diz Xavier. O cenário escolhido foi o saguão de um aeroporto com as pessoas desavisadas circulando, o que exigiu autorização especial. ‘Queríamos aproveitar a espontaneidade de todos, por isso pedimos a Gisele que sentasse num sofá vermelho e apertasse o controle remoto. Cada vez que o fazia, algo acontecia no entorno, como se a TV estivesse transmitindo ao vivo’. O resultado, diz, é merecedor de prêmio em Cannes. ‘Por isso, vamos inscrever a peça no Festival.’


Ao todo, a Sky investe R$ 80 milhões nesse projeto. ‘Estamos apostando que vamos abrir vantagem sobre a concorrência, que está mais focada em internet e telefonia’, diz Agrício Neto, vice-presidente da Sky.’


 


 


LITERATURA
Ubiratan Brasil


A fascinante trajetória de cem livrarias


‘Os jesuítas foram os primeiros a comercializar livros no Brasil, entre os séculos 17 e 18. Eram apenas obras piedosas, vendidas no colégio da ordem, no Rio de Janeiro – qualquer outro título tinha de ser encomendado em Portugal. ‘É sabido que os livros já circulavam nas grandes cidades brasileiras até mesmo no século 16, mas é quase certa a inexistência de pontos de venda’, comenta o historiador Ubiratan Machado que, a partir de esforços próprios, fez inúmeras pesquisas para concluir o Pequeno Guia Histórico das Livrarias Brasileiras, recentemente lançado pela Ateliê Editorial (264 páginas, R$ 40).


Trata-se da seleção de cem livrarias que, ao longo dos anos, deixaram marcas profundas em diversas cidades nacionais. Assim, percorre um caminho iniciado pelas mais antigas (como a Loja de Livros de Manuel Ribeiro dos Santos, aberta em 1750, em Vila Rica) até chegar às mais modernas, aquelas que representam uma resposta às megastores, como a simpática Dantes, do Rio de Janeiro, em funcionamento desde 1994.


Em sua pesquisa, Machado tomou o cuidado de evitar armadilhas. ‘Os registros datados dos séculos 17 e 18 são vagos e imprecisos, o que impede dizer quando realmente surgiram as primeiras livrarias brasileiras’, afirma. ‘A semântica também é traiçoeira, pois, na época, o termo ?livreiro? incluía todos os que trabalhavam com livro – assim, o mais provável é que se tratasse de encadernadores.’


Havia, no entanto, pontos de vendas de livros. Na verdade, um comércio medíocre e restrito a livros usados, efetuado em empórios ou em lojas de encadernação, cuja existência precedeu as livrarias. ‘Era natural que alguém, desejoso de se desfazer de uma obra, deixasse-a aos cuidados de um encadernador. A afinidade do negócio facilitava a venda.’


Machado observou também que os imigrantes foram os principais incentivadores das lojas nacionais. ‘Em todo o século 19, até os anos 20 do seguinte, as livrarias fundadas por imigrantes europeus talvez superem, em número, as casas fundadas por brasileiros’, anota. Basta acompanhar a importância de espaços como a Laemmert (fundada em 1833), Garnier (1845), Lombaerts (1848) e Garraux (1850) – ponto de encontro de escritores, políticos e intelectuais, as livrarias fomentavam a ainda restrita cultura nacional.


A Garnier, por exemplo, que foi a mais importante do Rio de Janeiro no século 19 e início do seguinte – seu nome era um mito, atraindo visitantes de outras cidades, que a tomavam como um templo. ‘Ali, o jovem Machado de Assis mantinha longas conversas com José de Alencar, o maior romancista da época’, conta o pesquisador.


Machado de Assis, aliás, manteve íntimos contatos com livrarias. Foi na pequena lojinha chamada Paula Brito, por exemplo, fundada em 1850, que o autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas trabalhou como balconista.


Um punhado de curiosidades, aliás, pontua a obra de Ubiratan Machado. Ao folhear suas páginas, descobre-se que o português Manuel Antônio da Silva Serva, instalado em Salvador a partir de 1797 quando iniciou um negócio em que vendia, entre outros objetos, também livros, foi o primeiro livreiro a abrir uma filial em outro Estado – em 1811, fundou uma loja de livros no Rio de Janeiro.


Já o descendente de francês Paulo Martin Filho, que abriu seu estabelecimento também no Rio em 1808 por conta da vinda da Família Real, foi o primeiro livreiro-editor brasileiro, lançando traduções de obras francesas. E você sabia que a livraria do português Antônio José Coimbra, fundada em Salvador em 1821, apesar de precária, foi a primeira brasileira a utilizar etiquetas em livros?


A lista de curiosidades aponta ainda a carioca Casa do Livro Azul (1828) como o primeiro sebo do Brasil (em São Paulo, a primazia ficou com a Gazeau, em 1893); a paulistana Teixeira (1876) como pioneira das tardes de autógrafos; e, finalmente, a Ao Livro Verde, instalada na cidade fluminense de Campos em 1844, como a mais antiga em atividade no Brasil.


Em São Paulo, o comércio livreiro começou a aflorar com a industrialização do século 20. Foi aqui que se instalaram as hoje conhecidas Saraiva (1917), Siciliano (1942) e Cultura (1947). Todas pontos de encontro de intelectuais, como a Jaraguá, fundada por Alfredo Mesquita em 1942, que se inspirou nas livrarias universitárias inglesas.


Machado destaca ainda o espírito combativo da Civilização Brasileira (1933), no Rio, ponto de encontro de intelectuais de esquerda. E a gaúcha Livraria do Globo (1883), referência para Érico Veríssimo. ‘O Brasil teve, em sua história, cerca de 4 mil livrarias. Espaços vitais de reflexão e criação.’


O SUCESSO DAS VENDAS NA INTERNET


VIRTUAIS: Com a internet, a oferta de livros ganhou uma nova e poderosa ferramenta. Além dos sites de livrarias e editoras, o internauta dispõe ainda de endereços nos quais é possível encontrar praticamente qualquer edição – principalmente de títulos considerados esgotados. O portal Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br), por exemplo, reúne o acervo de mais de 1.415 sebos de todo o Brasil e já é chamado de ‘Google dos sebos’, tamanho o alcance de sua coleção e as possibilidades de busca. São mais de 4 milhões de obras disponíveis, entre raridades e livros que continuam em catálogo. A ideia partiu de André Garcia que, ao cursar pós-graduação em psicologia social no Rio de Janeiro, enfrentou diversas dificuldades para encontrar a bibliografia necessária. Surgiu, então, a possibilidade de montar um site para congregar sebos de todo o País. No começo, eram 31 cadastrados e agora, três anos depois, o número cresce rapidamente – nesta semana, por exemplo, o portal comemorou a cifra de 5 mil cidades brasileiras com leitores registrados. O sucesso despertou a atenção também de livrarias convencionais, que começaram a vender livros usados, especialmente de ponta de estoque. Com isso, elas solicitaram registro no site, no qual figuram ainda depoimentos de livreiros que fecharam as suas lojas físicas e passaram a funcionar apenas como sebo virtual.’


 


 


TELEVISÃO
Alline Dauroiz


Mais que cachinhos


‘Esqueça aquele simples banho de loja e cachinhos no cabelo que se desfazem na primeira lavada. Dia 9, às 14h15, Netinho de Paula volta à TV, no SBT, prometendo muito mais assistencialismo, ancorado pelo quadro Dia de Princesa. Mas a ideia no Show da Gente não é só fazer mudanças passageiras na moça.


‘Não gosto de aproveitar as pessoas só para dar audiência’, diz o apresentador e vereador pelo PC do B. ‘Vai depender do sonho de cada princesa. Se precisar colocar dente, fazer cirurgia do estômago, dar uma casa… faremos.’


Dirigido por Marlene Mattos, a atração concorrerá com Estrelas e Caldeirão do Huck (Globo), o Melhor do Brasil (Record), e o Programa do Raul Gil (Band). Para isso, vai apostar em quadros com o povo. Haverá doação de material escolar, computadores e cursos para alunos de escolas públicas, além de concurso de grupos de pagode e realização de sonhos da terceira idade.


Longe da TV desde 2004, a diretora, que pediu para Netinho iniciar faculdade de Sociologia e curso de inglês, avisa que só implementará o programa. ‘Minha prioridade é inaugurar uma casa de festas no Rio’, explica ela.’


 


 


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 29 de abril de 2009


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Preparem-se


‘‘Preparem-se para a pandemia, alerta a Organização Mundial de Saúde.’ Era a manchete do ‘Guardian’ ontem no final da tarde. Foi o enunciado ao redor do mundo, por vezes com atenuantes como ‘mas prevê que será leve’.


Relatos do México já diziam também que ‘baixa o ritmo de contágio’.


Ao fundo, ‘Escalada de tensões internacionais’, na home do ‘Financial Times’. São conflitos ‘entre governos nacionais e com organizações internacionais’. Na manchete do UOL, ontem à noite, ‘Anvisa critica alerta tardio’, em referência à OMS, mas também, em despacho de agência, ‘Brasil culpa México por atraso em informação sobre gripe suína’.


Em alerta nacional desde o fim de semana, o estatal ‘China Daily’ se voltou inteiramente à ‘Precaução’, manchete de ontem, e não parece atentar para culpados, por ora. Na submanchete de ontem, ‘Enviado diz que vírus não se originou no México’, mas na Eurásia. Na manchete on-line, no fim do dia, ‘Gripe suína se espalha pela região da Ásia-Pacífico’.


GLOBALIZAÇÃO VIRAL


O colunista conservador David Brooks escreveu no ‘New York Times’ que, da crise financeira à gripe suína, ‘a comunicação global instantânea e as viagens internacionais rápidas levam a choques universais, sistêmicos’.


Aconselha evitar, em reação, ‘erguer instituições globais’. Justifica que a estrutura ‘descentralizada tem funcionado razoavelmente bem’ e é mais rápida.


EUA E O PARTIDO ÚNICO


Na manchete on-line do ‘NYT’, nada de gripe. Barack Obama está perto de controlar o Senado, com a troca de legenda por um republicano moderado, se dizendo pouco à vontade com o radicalismo do partido.


A reação do líder da minoria republicana foi atacar o ‘regime de partido único’, na manchete do Huffington Post.


Até o liberal Paul Krugman postou no blog que a marginalização republicana, ‘no longo prazo, não é boa para a democracia’. Mas só faz questão de bipartidarismo após aprovado o ‘sistema universal de saúde’.


Por coincidência, estreou ontem o novo colunista conservador do ‘NYT’, Ross Douthat, dizendo que o candidato devia ter sido Dick Cheney, não John McCain. ‘Os americanos querem conservadorismo de verdade.’


VAI COMEÇAR


Em destaque nas buscas de Brasil pelo Yahoo News, a Bloomberg deu que a Petrobras trabalha com um preço de US$ 35/40 o barril como ‘confortável’ para ‘começar a produção de petróleo nos campos de pré-sal’. A estatal controla 31% da área. O governo federal, 62%.


Em destaque pelo Google News, o ‘Wall Street Journal’ e a mesma Bloomberg noticiaram que a Petrobras e a companhia portuguesa Galp ‘descobriram comprovação de petróleo num bloco potiguar’, em terra.


COMPRE


Mais da Bloomberg, ‘Goldman Sachs recomenda siderúrgicas brasileiras em vez de rivais asiáticas’. Recomenda ‘comprar’ Usiminas e CSN e ‘vender’ as concorrentes, argumentando que a ‘recuperação da demanda por aço no Brasil será mais rápida do que em outras regiões’.


INVISTA


Ainda ecoa no exterior reportagem da ‘Gazeta Mercantil’, na sexta-feira, sobre o plano da montadora chinesa Chery de se instalar no Brasil. E o ‘WSJ’ noticia, em meio ao esforço para salvar a GM, que a ‘GM Brasil não foi afetada pelos cortes em Detroit: vêm aí novos modelos’.


AQUECIMENTO


O ‘FT’ publicou no final da semana a reportagem ‘América do Sul: mudança climática faz doenças tropicais subiram a montanha’. Os Andes se aquecem em ‘ritmo inacreditável’ e países como Colômbia, Peru, Venezuela e Guiana estariam mais vulneráveis a doenças como malária e febre amarela, do Brasil.


EXPEDIÇÃO


Já o ‘Observer’ acompanhou a ‘expedição pela cura do câncer’ que Drauzio Varella e outros dois médicos realizam na Amazônia. Buscam ‘um novo tratamento em algum lugar nas profundezas da maior floresta tropical do planeta’, com um laboratório flutuante no rio Negro, próximo da Colômbia.’


 


 


ASSINATURA
Julio Wiziack


TVs pagam ‘embutem’ ponto extra em pacotes


‘Há dez meses, as operadoras de TV por assinatura vinham se preparando contra a decisão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que proibiu, há quase duas semanas, a cobrança pelo ponto extra dos assinantes de TV paga.


As operadoras já trabalham com um ‘plano B’, caso a agência não reconsidere a decisão. Na Sky, por exemplo, os pacotes já estão trazendo embutidos pelo menos dois pontos extras. ‘É como se fosse um combo do Mc Donald’s. Se você quer o sanduíche, o refrigerante mas não a batata frita, pagar o preço cheio de qualquer jeito,’ afirma Luiz Eduardo Baptista, presidente da Sky. Resultado: caso o assinante peça pontos adicionais, ele será incluído em um plano de categoria superior, que custa mais caro. ‘Vendemos uma solução.’


O presidente da NET Serviços, José Antonio Félix, anunciou ontem os resultados do primeiro trimestre da operadora no mesmo tom. Para ele, a operadora já vem oferecendo pacotes com pontos extras embutidos e, para muitos clientes, ele foi concedido como benefício. ‘Colocamos pontos extras sem custo em vários pacotes’, diz Félix. Isso acontece nos planos para condomínios.


A Anatel informa, por meio de sua assessoria, que o custo de cada serviço incluído no pacote tem de estar discriminado na conta enviada ao assinante e que a nova regra proibe a cobrança pelo ponto extra, esteja ou não embutido no pacote.


Para as operadoras, o ponto adicional representa custo e não há como absorvê-lo. Especialistas estimam que a NET perderia cerca de 20% de seu faturamento caso seja proibida de cobrar o ponto extra. No primeiro trimestre de 2009, isso representaria cerca de R$ 200 milhões. A NET possui 3,34 milhões de assinantes.


As operadoras são contrárias à decisão porque terão de repassar esses custos. Outro impacto negativo para o consumidor pode ser o aumento do preço de entrada dos pacotes. As próprias companhias estimam que ele pode subir entre 10% e 15%. ‘É uma política que penaliza quem tem está na base da pirâmide’, diz Baptista. ‘Para o consumidor que paga por dez pontos adicionais isso representa uma economia, mas não faz a menor diferença. Para quem está querendo ter acesso à TV paga, o preço será maior e pode inviabilizar o seu acesso.’


Polêmica


A disputa entre as operadoras de TV paga e a Anatel está parada na Justiça. Hoje elas ainda podem cobrar o ponto adicional porque a agência ainda não conseguiu derrubar a liminar concedida à ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura).


A agência informa que está reunindo toda a documentação necessária, entre votos dos conselheiros e pareceres técnicos, para levar ao juiz responsável pelo caso, em Brasília (DF) e que tentará derrubar a liminar nas próximas semanas.


As empresas que não fazem parte da ABTA são obrigadas a cumprir a medida imposta pela Anatel imediatamente. Elas representam menos de 10% do mercado.


As maiores operadoras aguardam os próximos passos da Anatel. Elas afirmam que ainda não conseguiram analisar as implicações impostas pela decisão aos seus negócios, mas devem tomar duas medidas. A primeira é entrar com um recurso na própria agência pedindo que a decisão seja revista. Também estudam entrar com uma nova ação judicial, caso a liminar seja cassada.’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Fox quer fazer série de Almodóvar no Brasil


‘A gigante do entretenimento Fox pretende gravar no Brasil a série baseada no filme ‘Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos’ (1988), do cineasta espanhol Pedro Almodóvar.


O projeto de seriado foi anunciado na última quinta-feira, quando a Fox e Almodóvar fecharam contrato. Um piloto será desenvolvido pelo cineasta e pela roteirista Mimi Shmir, de ‘Grey’s Anatomy’.


No mesmo dia, a Fox acionou a filial do Brasil (e de outros países também) para buscarem parceiros locais. A ideia da Fox é coproduzir ‘Mulheres’ com uma emissora ou grande produtora de algum país da América Latina ou da Espanha ou Itália. O modelo de negócio poderá seguir o já experimentado pelo estúdio no México, com a Televisa, e na Colômbia, com a série ‘Mental’.


Nos próximos dias, executivos da Fox brasileira tratarão do assunto com a Globo. A Fox elegeu a Globo como parceiro potencial por causa de sua infraestrutura (tem estúdios equipados com tecnologia de ponta) e elenco. Atores como Rodrigo Santoro e Sonia Braga poderiam integrar o elenco da série, que será falada em inglês e voltada, prioritariamente, para o mercado americano.


A Fox já discute uma coprodução com a Globo há dois anos, mas ainda não tinha um projeto definido, como ‘Mulheres À Beira de um Ataque de Nervos’. A Globo, por enquanto, é apenas uma possibilidade.


CHORO


A eterna garota de Ipanema Helô Pinheiro não assimilou a eliminação do quadro ‘Dança dos Famosos’, no último ‘Domingão do Faustão’. Nos bastidores, estava inconsolável e chorava sem parar. Até ameaçou não voltar ao programa, para disputar uma repescagem.


FRAQUEZA


‘Dona Beija’, a ‘arma secreta’ do SBT, é uma grande decepção. Tem dado menos audiência do que ‘Revelação’. Anteontem, marcou 5,4 pontos. Na emissora, há quem aposte que não chegará ao final.


FORTALEZA


Um novo reality show é a carta que Silvio Santos guarda na manga para tentar alavancar a audiência do SBT caso os programas de Ratinho e Netinho de Paula não deem certo.


SEM ACORDO


Globosat e Sky ainda não chegaram a um acordo pelo Telecine HD (alta definição). A Sky anunciou ontem a distribuição de dez canais HD, entre eles o HBO. A operadora não cobrará pelos equipamentos. Mas os pacotes HD custarão de R$ 229,90 a R$ 253,90.


RECUPERAÇÃO


Nova novela das sete, ‘Caras & Bocas’ ainda não tem a audiência desejada pela Globo. Mas a trama, ao contrário de ‘Três Irmãs’, não derruba a audiência da rede, ou seja, não dá menos audiência do que os telejornais regionais. Dá mais.


BOLA CHEIA


A Band comemora alta de quase 50% no ibope do ‘Terceiro Tempo’, depois que o programa passou para as 18h. Domingo, deu pico de 13 pontos.’


 


 


José Flávio Júnior


Programa de TV mostra abismo separando Legião e Paralamas


‘Muitos fãs da Legião Urbana cresceram com a certeza de que o especial exibido pela Rede Globo em 3 de setembro de 1988, reunindo a trupe de Renato Russo e Os Paralamas do Sucesso, era uma espécie de pedido de desculpa.


Em 18 de junho do mesmo ano, a Legião protagonizara um concerto catastrófico em Brasília, sua cidade natal. Dos 50 mil presentes no estádio Mané Garrincha, 60 terminaram presos e mais de 200, feridos. Renato foi incapaz de controlar a turba. Na cobertura da Globo, aliás, apareceu como o principal responsável pelo caos.


Mas essa era a visão dos fãs. O certo é que, na data de exibição do programa, a revoltada ‘Que País É Este?’ era um dos rocks mais cantados pela juventude. E que os conterrâneos Paralamas viviam talvez a fase mais brilhante de sua carreira, com cinco LPs lançados e a pecha de clone do Police diluída pela influência de música brasileira na equação sonora.


Exibido apenas uma vez na TV, ‘Legião Urbana e Paralamas Juntos’, com direção de Jodele Larcher, chega ao formato DVD na íntegra, com depoimentos de Fernando Gabeira, Bussunda e Tony Ramos intercalando as performances dos dois grupos.


De bônus, apresentações de Legião e Paralamas fazendo playback no ‘Globo de Ouro’, o extinto programa musical da emissora, bem como o videoclipe de ‘Que País É Este?’ feito para o ‘Fantástico’. Um CD do especial acompanha o luxuoso pacote.


A apresentação evidencia a grosseria dos músicos da Legião Urbana -as atravessadas do baterista Marcelo Bonfá são especialmente constrangedoras, seja em ‘Será’, ‘Tempo Perdido’ ou ‘Tédio (Com um T Bem Grande pra Você)’.


Renato Russo, com voz claudicante e um cachecol em volta do pescoço, também não ajuda. O que acaba ilustrando bem o que costumava ser uma apresentação da Legião: algo sempre à beira do fiasco total.


Um passo à frente


Os Paralamas do Sucesso, por seu turno, são matadores quando entram em cena. Na execução de ‘O Beco’, dá para ver bem a audiência do teatro Fênix (no Rio), composta por algumas celebridades globais, ‘soltando a franga’.


Pouco depois de ‘Alagados’, a atriz Cláudia Abreu pinta no vídeo comentando a alquimia musical da banda de Herbert Vianna. Ela aponta, com precisão, que há levadas de lambada no som -e ‘Alagados’ é basicamente isso: uma adaptação de fraseados do guitarrista paraense Mestre Vieira, que inventou a lambada nos anos 70.


Outro sinal de que os Paralamas estavam um passo adiante de seus colegas de rock é a versão de ‘Depois que o Ilê Passar’, do bloco afro baiano Ilê Aiyê. Pena que a edição do programa tenha mutilado o número, deixando apenas 50 segundos para apreciação.


Juntas, as bandas tocam ‘Ainda É Cedo’ e ‘Nada por Mim’. Mas isso é praticamente no fim do especial, quando já está mais do que nítido o abismo entre os dois grupos.


LEGIÃO URBANA E PARALAMAS JUNTOS


Artista: Legião Urbana e Os Paralamas do Sucesso


Gravadora: EMI


Quanto: R$ 50, em média


Avaliação: regular’


 


 


Fernanda Ezabella


Zé do Caixão encarna Zé Bonitinho


‘Zé Bonitinho encontra Zé do Caixão no primeiro episódio da nova temporada do programa de entrevistas do cineasta José Mojica Marins, que vai ao ar na madrugada de hoje para amanhã, no Canal Brasil. Apesar do cenário pouco tradicional, com velas vermelhas, poltronas gastas e um pássaro empalhado ao fundo, o bate-papo com o ator Jorge Loredo segue bem normalzinho, com perguntas bem básicas sobre infância, carreira e humor.


‘Oscarito disse para mim, ‘Você leva jeito pra coisa, mas vou te dizer […], o dia em que você se achar engraçado, você acabou’, conta Loredo. Esquisito mesmo é quando, no penúltimo bloco, os dois decidem trocar de persona, com Zé do Caixão vestido de Zé Bonitinho e vice-versa.


Mojica tira a capa negra e veste o terno amarelo brilhante do colega, com direito a peruca, gravata e trejeitos de sedutor. E Loredo, de preto e cartola, aprende a rogar pragas. No segundo episódio, que vai ao ar na madrugada de sexta para sábado, o entrevistado é o ator Selton Mello. Os dois falam sobre cinema independente e trocam experiências, abordando o filme de estreia na direção de Mello, ‘Feliz Natal’. Também sobra tempo para falar de religião, superstições e macumba.


O ESTRANHO MUNDO DE ZÉ DO CAIXÃO


Quando: hoje, às 4h; segundo episódio, sexta, 0h


Onde: Canal Brasil


Classificação: livre’


 


 


INTERNET


Número de blogueiros pagos é igual ao de advogados nos EUA


‘Há quase tantas pessoas ganhando dinheiro como blogueiras quanto como advogadas nos Estados Unidos, segundo o site do ‘Wall Street Journal’. A renda de parte dos americanos tem vindo mais da postagem de suas opiniões na internet do que do trabalho como programadores ou bombeiros.


Há mais de 20 milhões de blogueiros no país -cerca de 1,7 milhão lucra com seu trabalho e 452 mil fazem do blog sua principal fonte de renda.


A era da informação deu espaço para o surgimento de várias novas profissões, mas a de blogueiro pode ser uma das que terá maior efeito na cultura. O texto chega a dizer que, se jornalistas são o quarto poder, os blogueiros estão de tornando o quinto poder.


E os assuntos que eles abordam, antes restritos a política e novas tecnologias, agora chegam à maternidade, cuidados com a saúde, moda, arte e várias outras áreas.


Essa mudança reflete um interesse maior não por uma enorme quantidade de informação, mas por uma opinião pessoal sobre diversos fatos.


Raio-X


Segundo o jornal, três em cada quatro blogueiros têm formação universitária. É preciso ter 100 mil visitantes únicos por mês para conseguir uma renda de US$ 75 mil por ano.


Os blogueiros podem ganhar entre US$ 75 e US$ 200 por um bom post -e alguns são pagos para falar sobre algum produto.


Apesar de todo o crescimento e euforia, o texto questiona se tanta gente pode viver sem proteções trabalhistas, código de ética e treinamento formal.’


 


 


 


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