Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Twitter mudou a comunicação na internet


Leia abaixo a seleção de quarta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 28 de outubro de 2009


 


REDE SOCIAL


Daniela Arrais


Twitter mudou a comunicação


‘À primeira vista, ter apenas 140 caracteres para dizer alguma coisa pareceu pouco, desnecessário. Mas o que foi visto com descrença por parte dos usuários de internet, em 2006, virou uma febre três anos depois. Com cerca de 50 milhões de usuários, o Twitter já é apontado como uma revolução na comunicação na internet.


‘Certamente, ainda há pessoas usando e-mail. Mas há mudanças que dizem respeito a se comunicar de forma mais ampla. Há valor nessa abertura’, afirmou à Folha Biz Stone, cofundador do serviço.


‘E-mail só fica chegando e, se você o ignora por um dia, terá uma caixa lotada. O mesmo ocorre com mensageiros instantâneos, principalmente se seus amigos sabem que você está on-line. E eles ficam dizendo ‘eu sei que você está aí, por que não me responde?’. Com o Twitter, a expectativa muda. Você pode ficar muito conectado, o tempo todo, mas você pode ignorá-lo por dois dias, pode não responder, porque não é rude não responder, você escolhe’, analisa.


Steve Johnson, especialista em tecnologia, afirmou que redes sociais são vulneráveis e sucumbem ao gosto inconstante dos usuários, mas que o Twitter já mudou a forma de comunicação na internet. ‘É perfeitamente possível que três ou quatro anos a partir de agora tenhamos um sucessor. Mas os elementos chave da plataforma Twitter -a estrutura de seguidores, o compartilhamento de links, a busca em tempo real- prosseguirão.’’


 


 


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Google e Microsoft passam a fazer pesquisa no microblog


‘Aos poucos, o Twitter começa a firmar parcerias que podem torná-lo lucrativo. Apesar da popularidade crescente, o serviço de microblog ainda não rende dinheiro para seus criadores.


Na semana passada, a Microsoft e o Google anunciaram que tornarão acessíveis em tempo real as atualizações do Twitter em seus mecanismos de busca.


A Microsoft anunciou também uma parceria com o Facebook para mostrar os resultados da rede no Bing. ‘Levamos o melhor do tempo real diretamente para os resultados das buscas’, disse Yusuf Mehdi, vice-presidente dos serviços de internet da Microsoft.


‘Estamos empolgados em anunciar que chegamos a um acordo com o Twitter para incluir suas atualizações em nossos resultados de busca’, disse o Google em seu blog oficial (googleblog.blogspot.com). ‘Nós acreditamos que nossos resultados de buscas e a experiência do usuário vão se beneficiar muito com a inclusão desses dados em tempo real.’


Confira a versão do Bing com Twitter em www.bing.com/twitter. Para acessá-lo, é preciso modificar a localização para Estados Unidos.


Usuários do Bing Twitter poderão ver mensagens que combinam com suas buscas em ordem cronológica. Terão a opção de ver os resultados em um modelo chamado ‘best match’, em que o Bing irá aplicar diversas técnicas de pesquisa e relevância para melhorar os resultados. Tweets populares e muito retwittados aparecerão primeiro; spam e resultados duplicados serão excluídos, disse o News.com.’


 


 


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Twitter funcionará como espírito do tempo, diz fundador


‘O Twitter está apenas em 1% da jornada que ainda vai enfrentar, afirmou Biz Stone cofundador do serviço de microblog, em sua passagem por São Paulo, na última quarta-feira. Ele afirma que o serviço deve crescer ainda mais, funcionando como uma espécie de ‘zeitgeist’ (espírito do tempo, em tradução livre) do mundo.


‘Pessoas de todo o mundo dizendo o que estão fazendo naquele momento é uma coisa muito valiosa’, disse Stone, que esteve no Brasil por ocasião do evento Agenda do Futuro, promovido pelo grupo TV1.


Em uma rápida conversa com jornalistas, seguida por uma apresentação para executivos e formadores de opinião, Stone falou sobre como surgiu a ferramenta, quais são os próximos passos e como o Twitter começará a gerar receita.


Um dos pontos mais importantes se referiu à questão de falhas no serviço -a baleia que indica que o Twitter está fora do ar tem aparecido constantemente para os usuários, que enfrentam, também, ataques em relação à segurança.


Para evitar que isso se repita e atrapalhe tanto os usuários quanto os negócios, Stone afirma que são feitos aprimoramentos na área. ‘Spam, ataques, malware, todas essas coisas que afetam as empresas de internet têm impacto negativo nos negócios. Temos que construir ferramentas e formar times para combater isso. Toda vez que somos atacados, aprendemos uma nova técnica.’


Apesar do crescimento vertiginoso, o Twitter ainda não gera receita, segundo seu cofundador. Mas isso deve mudar ainda neste ano. ‘Não necessariamente teremos lucro’, disse, acrescentando que será posto em prática um modelo de negócios que planeja cobrar de usuários que quiserem saber estatísticas de suas contas, por exemplo. ‘Queremos fornecer às empresas um meio de elas medirem seu sucesso no Twitter. Assim elas poderão ter mais eficiência.’


Stone falou sobre a parceria com o buscador Bing, da Microsoft. ‘Pesquisa é muito importante para o Twitter. Queremos tornar as informações a que temos acesso as mais abertas possíveis.’’


 


 


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Adolescente prefere rede social a e-mail


‘Quando quer conversar com amigos, resolver algum problema, tirar uma dúvida ou contar uma novidade, Luísa Jubilut, 15, gosta de rapidez. Por isso, deixa o e-mail de lado e opta por usar o Orkut, o Facebook ou o MSN Messenger.


‘Pergunto alguma coisa, aperto o Enter e, no mesmo segundo, a pessoa responde’, diz a aluna do primeiro ano no ensino médio. E-mail, para ela, só serve para enviar arquivos mais pesados, como fotografias. ‘Não é automático, então demoro muito para ter resposta.’


Assim como Luísa, diversos adolescentes preferem atualizar seus status no Twitter ou compartilhar no Facebook para onde vão ou o que acharam da última prova da escola.


Pesquisa do Pew Internet & American Life Project aponta que o e-mail vem perdendo espaço para mensageiros instantâneos e SMS como forma de comunicação com os amigos.


‘Os adolescentes estão bem menos enamorados com o e-mail e preferem se comunicar com os amigos por mensagem de texto e redes sociais. O e-mail é visto como uma ferramenta usada para se comunicar com ‘gente velha’, como pais e professores’, afirma em entrevista à Folha Mary Madden, pesquisadora do Pew Internet.


Para Madden, os adolescentes se valem da tecnologia para passar por uma fase bastante sociável de suas vidas. ‘É muito importante para eles se sentirem no circuito e não se desconectarem em nenhum momento. Mesmo quando não estão juntos, eles querem saber o que está acontecendo na vida de seus amigos.’


Ela ressalta, ainda, que a internet funciona como um terceiro espaço para os adolescentes -sendo o primeiro a casa e o segundo, a escola. ‘A rede funciona como um lugar além, em que eles podem conversar, socializar e explorar suas identidades e relações, que estão em constante mudança.’


O uso de e-mail entre adultos, no entanto, alcança uma porcentagem alta. Pesquisa feita pelo instituto em setembro aponta que 89% dos adultos enviam ou leem e-mail -e 58% fazem isso em um dia comum.


A estudante de relações públicas Fernanda Daprá, 21, é uma exceção. Ela só usa e-mail no trabalho. ‘E-mail pessoal eu abro de vez em nunca. Não gosto. É muito confuso, as pessoas mandam umas coisas que não têm nada a ver’, diz. Ela prefere usar o Orkut, o Facebook e o Twitter. ‘Nas redes sociais, ninguém me manda corrente. É direto, mais rápido. Todo mundo é curioso. Chega um scrap, você vai olhar. E e-mail nem sempre você abre na hora’, diz a estudante, que mantém seu perfil acessível apenas para amigos.


Segundo o Ibope Nielsen Online, adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos abrem 87 páginas de sites de e-mail por mês. Na faixa de 18 a 34 anos, cada usuário de e-mail abre no mês uma média de 514 páginas, o que mostra como o correio eletrônico recebe bem mais atenção entre os mais velhos.


No que diz respeito a redes sociais, a diferença é menor. Os adolescentes acessaram, em setembro, 877 páginas de redes sociais, enquanto os adultos fizeram isso 819 vezes.’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


Esqueça a China?


‘A ‘Fortune’ publicou a análise ‘Esqueça a China, o Brasil é mais barato’, destacando que ‘a movimentada economia sobreviveu ao tombo global com estilo’, citando os Jogos e ‘muitas razões para festejar’ e, por fim, listando em quais ações investir.


Já o ‘Wall Street Journal’, sob o título ‘Tudo por causa do dólar’, postou que o Citigroup já alerta para ‘o maior risco de correção’ da Bovespa: uma recuperação ‘significativa’ do dólar, como se especula para 2010 com a elevação dos juros pelo Fed.


Fechando o dia por UOL e outros, a Bolsa terminou ‘em baixa de 3%’, acompanhando outros emergentes com a ‘piora geral no humor’.


QUASE US$ 5


A Bloomberg segue a ‘Economist’ e anota que o Big Mac foi a US$ 4,62 em SP, contra US$ 3,99 em NY e US$ 3,74 em Londres.


OBAMA, O CASAMENTO


O site do ‘New York Times’ ainda não postou, mas a próxima revista de domingo do jornal já ecoa on-line, com a entrevista em que Michelle e Barack Obama comentam como a presidência afetou o casal.


‘Os pontos fortes e os desafios do nosso casamento não mudaram’, declara ela, ‘enquanto o presidente estudava o carpete conforme ela respondia’, em um dos trechos da reportagem que vazaram, no site Politico. ‘Os solavancos acontecem com todo mundo.’


NOS EUA


Em nota no ‘NYT’ e no alto home do Huffington Post, com foto, o Departamento de Justiça dos EUA negou asilo a ‘gay brasileiro’ casado com americano e deportado em 2007.


Ele argumentava, para a volta, com estupro sofrido no Brasil. Sites gays americanos já questionam as promessas de Obama. ‘Vai proteger como? Deportando?’


NA ITÁLIA


Nas manchetes on-line dos italianos ‘La Reppublica’ e ‘Corriere Della Sera’, ontem, com fotos, o ‘sofrimento extremo’ do governador da região de Lazio, ao se demitir após a divulgação na semana passada de vídeo em que acaricia um transexual brasileiro, China. Quatro policiais, que estavam com o vídeo, chantageavam o político.


POLÍCIA CRIMINOSA


A BBC Brasil relatou e foi até manchete por sites e portais brasileiros, ontem pela manhã, ‘Caso AfroReggae expõe gangrena em polícia do Rio, diz ‘Le Monde’.


No título original do jornal francês, ‘No Rio de Janeiro, uma polícia com comportamento criminoso’. Ecoou também por sites e portais o artigo postado pelo ‘Guardian’, assinado por Conor Foley, intitulado ‘Brasil precisa acabar com a matança’ no Rio.


TRANSBORDAMENTO


Abrindo a escalada de manchetes, o ‘Jornal Nacional’ destacou ontem o transbordamento de uma barragem e até os ‘buracos’ de rua em São Paulo. A cobertura começou no meio do dia, quando o apresentador Chico Pinheiro, do ‘SPTV’, destacou as ‘imagens impressionantes de uma barragem da Sabesp’.


Foi depois manchete do G1, da Globo, ‘Represa transborda e inunda 50 casas’, e seguiu o dia todo nos destaques da rede, inclusive os esforços da estatal paulista para dizer que o fato ‘não teve nada a ver com a barragem’, responsabilizando moradias ilegais e a chuva.


ANTIGA FEBEM


Também em destaque na Globo, na web e na TV, ‘rebelião com reféns na Fundação Casa’, ‘fogo em colchões, móveis e cobertores’, ‘prédio da antiga Febem está cercado pela tropa de choque’ e por aí vai


PT-PSDB? NÃO


Na nova ‘Interesse Nacional’, editada por Rubens Barbosa, destaque para ensaio de Renato Janine Ribeiro intitulado ‘PT-PSDB: É possível uma coalizão?’. Pós-Lula e FHC, ‘Terminar o que começamos ou saltar para o futuro?’. Por ele, ‘para o futuro’’


 


 


TELEVISÃO


Rodrigo Russo


Ibope das TVs no domingo à noite passa por pulverização


‘Desde a estreia do ‘Programa do Gugu’ na Record, em 30 de agosto, a disputa pela audiência nos domingos à noite está cada vez mais acirrada entre as redes de TV. Com isso, todas têm média abaixo de 20 pontos no Ibope do período, em horário aproximado entre as 20 h e 24 h.


Atualmente, Globo, Record, SBT e RedeTV!, cada uma com uma grande aposta, concorrem pela preferência do telespectador. A Globo, que exibe o ‘Fantástico’ nesse horário, lidera o Ibope, com média de 19,6 pontos nos últimos nove domingos. A Record, como ‘Programa do Gugu’, tem o segundo lugar, com 13,1 pontos.


Em seguida, a disputa fica mais concorrida entre SBT e RedeTV!: como ‘Programa Silvio Santos’ como carro-chefe, o SBT tem média de 9,8 pontos no horário. A RedeTV!, com o ‘Pânico na TV’, alcança média de 8,6 pontos.


Se considerado apenas o horário em que o humorístico é exibido (entre 20h 50 e 23h 30), os números são mais favoráveis à RedeTV!, que fica com média de 11 pontos, geralmente à frente do SBT. Nos últimos seis programas, alcançou por alguns minutos a liderança de seu horário.


Alan Rapp, diretor do ‘Pânico na TV’, credita o sucesso da atração a uma nova formatação, trocando duplas tradicionais (como Vesgo e Silvio) por novas formações, e a maior diversificação dos quadros. O diretor do ‘Programa do Gugu’, Homero Salles, vê um fenômeno de pulverização da audiência, e destaca: ‘Poucos falam que o ‘Fantástico’ está caindo porque outros sobem’.


CRACK NO JORNAL


Depois de reportagem de mais de cinco minutos na semana passada sobre o vício em crack, o ‘Jornal Nacional’de anteontem dedicou dez minutos de sua edição ao tema – embora a Globo negue que haja uma série de reportagens ou um especial sobre o assunto em vista. No programa, um especialista e um representante do Ministério da Saúde discutiram as razões do vício e as regras de internação no país.


COMANDO NOVO


O ‘Programa Novo’, atração diária da TV Cultura voltada aos jovens, está de comando novo. Carlos Kober, que já dirigiu o ‘Domingão do Faustão’, assumiu com o substituto de Paulo Marchetti no programa.


TUDO IGUAL 1


O ‘Programa do Gugu’deste domingo investiu em formato similar ao ‘Pânico na TV’. Depois de exibir matérias da dupla de humoristas Vinicius e Carlinhos, que começaram a carreira no rival, mostrou um personagem rea lparecido com Zina: o pedreiro Piu-Piu. Na tela, até a frase colocada pela Record durante a matéria era similar a um dos bordões do concorrente: ‘Piu-Piu brilha muito no palco do Gugu’.


TUDO IGUAL 2


Piu-Piu já foi exibido na TV em 2008, durante o programa ‘Astros’, do SBT. Na disputa de cantores, foi eleito pelo público como o pior participante do mês e levou uma moto nova como prêmio.’


 


 


Pedro Butcher


Série expõe repetição de erros do cinema nacional


‘A tese de Karl Marx sobre a inevitabilidade da repetição da história se confirma quando o assunto é a política cinematográfica brasileira. A dificuldade de aprender com os erros e o retorno sistemático a mecanismos já testados são elementos constantes na turbulenta trajetória da relação cinema e Estado no país. É esse o tema de ‘Abre as Asas Sobre Nós’, série em seis capítulos que estreia no Canal Brasil em 10/11.


Ao conferir uma perspectiva histórica ao tema, a série mostra como mecanismos essenciais para a recuperação da produção de cinema, a partir dos anos 90, são remanescentes de antigos modelos. É o caso do artigo 3º da Lei do Audiovisual, que permite às distribuidoras descontar os valores investidos em produções nacionais do imposto sobre a remessa de ‘royalties’ para o exterior -e que tem origem na Lei da Remessa de Lucros, de 1962.


Um dos pontos fortes é o farto uso do material de arquivo, revelador do discurso de cineastas e produtores atribuindo à força do cinema americano a difícil sustentação econômica das produções nacionais. Discurso que, como aponta o atual secretário de Cultura de São Paulo e ex-diretor da Embrafilme, Carlos Augusto Calil, surgiu na década de 30, quando, diante do caráter efêmero dos ciclos regionais de produção, os profissionais se organizaram e pediram ajuda ao Estado.


São entrevistados especialistas (os pesquisadores Fernão Ramos e Anita Simis) e vários protagonistas da história da política cinematográfica brasileira, entre eles produtores e cineastas (como Luiz Carlos Barreto, Gustavo Dahl e Roberto Farias), representantes da distribuição, da exibição e da política cultural. No material de arquivo, há depoimentos de Arnaldo Jabor, Joaquim Pedro de Andrade, Glauber Rocha e dos críticos Alex Viany e Paulo Emílio Salles Gomes.


O desejo de um cinema industrial e a vontade de comunicação com o público se impõem como forças motrizes. ‘O cinema brasileiro só existe porque existe um público interessado’, diz Roberto Farias, ex-diretor da Embrafilme na época em que o cinema nacional teve as melhores bilheterias.


A era Embrafilme, aliás, responde por um dos trechos mais interessantes da série -emblema do poço de contradições que é o cinema brasileiro e também do grande potencial de comunicação, que se realizou com força plena nos anos 70 com sucessos de público como ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’ e ‘A Dama do Lotação’.


ABRE AS ASAS SOBRE NÓS


Quando: a partir de 10/11; terças, às 24h; reprises quartas, às 10h, e domingos, às 13h


Onde: no Canal Brasil (livre)’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 28 de outubro de 2009


 


LIBERDADE DE IMPRENSA


Moacir Assunção


Promotor quer nova lei para coibir mordaça à imprensa


‘Para o promotor de Justiça Alexander Martins Matias, presidente do Ministério Público Democrático (MPD), a censura ao Estado, em vigor desde 31 de julho, demonstra que falta ao País uma legislação exclusiva para os crimes de imprensa. A Lei de Imprensa, editada durante o regime militar, foi extinta em abril pelo Supremo Tribunal Federal (STF).


‘Precisamos de uma legislação moderna e eficiente, que regulamente as relações entre a imprensa e a sociedade. Enquanto isso não ocorrer, ficaremos à mercê da subjetividade dos juízes’, alertou Matias.


Essa nova legislação, propôs, deve contemplar o direito de resposta e a reafirmação da preponderância do direito à informação sobre o direito à privacidade individual, no caso de figuras públicas.


‘Não restam dúvidas e é constitucional que, entre os dois direitos em choque, prevaleça a obrigação da ampla publicidade de todos os atos dos servidores públicos, em qualquer nível’, afirmou o promotor.


PRIVACIDADE


Matias disse temer a censura como um retorno a tempos sombrios da história – referência à ditadura militar. O jornal está proibido de publicar reportagens sobre a Operação Boi Barrica, da Polícia Federal, que investigou o empresário Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).


Matias salientou que a família Sarney, por historicamente ocupar cargos públicos, tem o dever de prestar contas. ‘São pessoas públicas, para as quais não cabe a proteção total da privacidade, principalmente quando gerenciam recursos.’


Há outros meios de punir desvios, destacou. ‘Se houver algum abuso da imprensa, cabe ao ofendido buscar nos tribunais o direito de resposta ou eventuais indenizações. O que não pode é haver censura prévia, como no caso do Estado.’


Liminar do Tribunal de Justiça do DF em ação movida por Fernando Sarney proíbe o jornal de publicar dados sobre a investigação da PF acerca de negócios do empresário, evitando assim que o ‘Estado’ divulgue reportagens já apuradas sobre o caso’


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Longe da faixa nobre


‘Novela brasileira em horário nobre, é coisa nossa. Só nossa. Sucesso de vendas internacionais, as tramas da Globo estão perdendo o posto, aos poucos, para as produções locais no prime time das redes que as compram.


Segundo levantamento realizado pelo Estado, até nos países latino-americanos, onde a cultura da telenovela é forte, os folhetins globais estão relegados à faixa vespertina, o que já acontecia em canais da Europa, com menos hábitos noveleiros. Uma prova disso é o horário de exibição do sucesso da vez da Globo lá fora: A Favorita. A trama de João Emanuel Carneiro é exibida atualmente às 14 horas na Wapa TV, canal porto-riquenho. Na Argentina, o folhetim vai ao ar às 15 horas, na Telefe. No canal hispânico Telemundo, A Favorita vai ao ar às 14 horas, e no canal UC 13, do Chile, às 14h30.


Já no Equador, Portugal – com a SIC – e em alguns países de língua portuguesa as tramas brasileiras seguem no prime time.


De olho nessa preferência pela produção local é que a Globo está investindo na venda internacional de formatos, parcerias para a produção de textos e atrações, assim como fez com O Clone, que terá versão hispânica.’


 


 


 


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