PUBLICIDADE EM VEJA
Um muito obrigado!
‘Havia cinco anos VEJA não publicava uma edição regular com tanto apoio de seus anunciantes. São 100 páginas de publicidade, o que permitiu à redação dedicar outra centena delas a matérias jornalísticas. VEJA nunca publica menos do que 76 páginas editoriais em cada edição, mas esse número cresce quando o espaço ocupado pela publicidade é maior. Essa relação é muito saudável. A publicidade é de crucial importância para a manutenção da qualidade e da independência da imprensa.
VEJA se orgulha de chegar às últimas semanas de 2006 com base recorde de anunciantes. Muito nos honra termos sido escolhidos por essas empresas, integrantes do grupo de elite da economia brasileira e por suas agências de propaganda. A participação dos anunciantes em VEJA nos permite existir sem a preocupação de agradar ou de obter favores de quem quer que seja. São os anunciantes que nos dão as condições materiais de, a cada número, renovar nosso compromisso exclusivo com os leitores.
Com uma circulação de 1,2 milhão de exemplares, VEJA é lida por cerca de 8 milhões de pessoas em todo o Brasil. No decorrer de 2006, aumentou ainda mais sua participação relativa no mercado de revistas semanais de informação. O número de brasileiros que lêem VEJA atualmente é quase o dobro da soma dos leitores das concorrentes. Para nossa satisfação, a revista está conseguindo transferir para sua iniciativa na internet, www.veja.com.br, o mesmo espírito que há 38 anos faz o sucesso de sua operação impressa.
Em 2006, VEJA on-line teve um ano auspicioso. Aumentou 143% o número de unique visitors, unidade de audiência que mede a quantidade de pessoas que entram em um site mais de uma vez em determinado período de tempo.
Nossos leitores e freqüentadores do site são pessoas de elevado padrão sociocultural e grau de educação, dotadas de espírito crítico e com acesso às mais diversas fontes de informação no Brasil e no mundo. Merecer a atenção constante desses leitores e formar com eles e os anunciantes uma comunidade de interesses comuns é para nós motivo de gratidão e orgulho.’
MAINARDI vs. LULA
Fábula capital
‘Arrumem outro colunista. Passei o ano tentando derrotar o Lula. Fracassei. Eu e mais quatro ou cinco panfleteiros da grande imprensa. Primeiro espalhamos que os petistas roubavam. Ninguém acreditou em nossa mentira. Depois lançamos a candidatura de Geraldo Alckmin, em vez de José Serra, embora o segundo aparecesse nas pesquisas com o dobro dos votos do primeiro. Quem eles pensam que a gente é? Eles pensam que a gente acredita em pesquisas compradas?
Engabelar os ricos é moleza. É o que demonstra a história da humanidade. Muito mais difícil é engabelar os pobres. Forjamos reportagens e mais reportagens. O eleitorado rico logo se rendeu a nós. O eleitorado pobre, dotado de maior discernimento, aquele mesmo discernimento que sempre o levou a fazer as escolhas certas, percebeu o engano e continuou fiel a Lula. Os mais obstinados foram os analfabetos, sobretudo os nordestinos, que se recusaram terminantemente a ler minha coluna e a votar em Geraldo Alckmin, mesmo que de nariz tapado.
Quando percebemos que Lula venceria no primeiro turno, foi um corre-corre danado. Alguém sugeriu organizar um golpe. A proposta foi aceita unanimemente. Um de nós pensou em implicar o chefe da máfia dos sanguessugas. Passamos uns documentos falsos para os broncos do Palácio do Planalto e mobilizamos nossos agentes da Polícia Federal. Com o apoio do resto da imprensa, denunciamos os broncos do Palácio do Planalto e viramos o jogo na última semana de campanha eleitoral. O acidente da Gol, possivelmente engendrado pelo aparato petista, quase atrapalhou nossos planos, desviando o foco dos telespectadores. Mas reagimos a tempo e impedimos que o Jornal Nacional desse a notícia.
Lula ganhou mesmo assim. Apesar de nossas tramóias. Apesar de nosso golpismo. Luis Fernando Verissimo recriminou os ricos por se recusarem a ser governados pelos pobres. Eu sou o retrato disso. Jamais poderei me conformar à perda do poder, depois de 500 anos de supremacia incontrastada. Estou até respondendo judicialmente pelas calúnias que pronunciei contra os pobres membros da classe trabalhadora da Previ, da Petros e do Funcef. A Previ tem um patrimônio líquido de 100 bilhões de reais. O da Petros é de 30 bilhões. O do Funcef é de 25 bilhões. Fui acusado de ofender esses pobres trabalhadores de ‘forma covarde’.
Que fique claro: nunca fui rico. Que fique igualmente claro: nunca mandei em ninguém. Mas os petistas garantem que sou a voz do dono. E o dono é rico e manda num bocado de gente. Se Carlos Heitor Cony até hoje é conhecido como Manchetinha, por ser a voz de Adolpho Bloch, eu devo ser o Abrilzinho. Falei com o dono da Abril apenas uma vez na vida, num almoço. Os temas tratados foram etimologia e Tiazinha. Mesmo assim, os petistas dizem que tento interpretar seus desejos e editorializá-los em minha coluna.
Eu e os outros panfleteiros da grande imprensa ficamos baqueados com a vitória esmagadora de Lula. Aguardem: um dia a gente volta.’
INTERNET
Um rival para o YouTube
‘O YouTube revolucionou a maneira de assistir a vídeos na internet e se tornou um fenômeno de audiência. Mesmo com essas credenciais, o site deve grande parte de seu sucesso à velha-guarda do entretenimento – os estúdios de cinema, redes de TV e gravadoras. São os filmes, programas e clipes dessas indústrias – e não os vídeos amadores – que alimentam mais da metade do conteúdo do YouTube. Só que a maior parte das empresas, por enquanto, não recebe direitos autorais por isso. Gigantes americanas da comunicação como a News Corp Fox, a Viacom, a CBS e a NBC Universal se reuniram há duas semanas para decidir que providências tomar a respeito dessa situação. Resultado: elas querem unir forças para criar um site concorrente do YouTube. O novo site usaria o vasto material produzido pelas companhias e suas subsidiárias para roubar audiência do rival e faturar com publicidade.
Por enquanto, o YouTube opera no vermelho. O que o site arrecada com anúncios não é suficiente para bancar a operação. Mas isso certamente vai mudar, principalmente com a compra do site pelo Google, em outubro, por 1,65 bilhão de dólares. Segundo a consultoria PricewaterhouseCoopers, neste ano o mercado publicitário na internet movimentará 30 bilhões de dólares. Em 2010, esse valor deve pular para 52 bilhões de dólares. O YouTube, prevê-se, ficará com uma boa fatia desse bolo. As empresas de comunicação querem uma fatia ainda maior. Enquanto o projeto não sai do papel, as companhias estudam duas formas de diminuir o prejuízo em direitos autorais com seus produtos exibidos de graça no YouTube. A primeira alternativa seria celebrar acordos de uso de material com o site, como recentemente fizeram as gravadoras Sony BMG, Universal Music e Warner Music. Há informações não confirmadas de que o Google já está negociando um contrato de 140 milhões de dólares com a News Corp Fox. A segunda alternativa, mais radical, seria simplesmente processar o YouTube por violação de copyrights. Nesse caso, a conta a pendurar no YouTube seria bilionária. Os advogados das empresas estimam que as multas alcançariam 150.000 dólares por vídeo não autorizado.
A estratégia da Disney
Enquanto grandes empresas de comunicação planejam se unir para criar um site rival do YouTube, o grupo Disney optou por seguir um caminho próprio na exibição de vídeos na internet. Além de vários estúdios de cinema, o conglomerado que nasceu com o camundongo Mickey e com a Cinderela possui empresas como o canal de esportes ESPN e a rede de TV ABC. ‘A estratégia da Disney é reforçar suas marcas em vez de investir em novas. Eles não precisam copiar o que os outros estão fazendo’, diz David Joyce, analista da consultoria Miller Tabak & Co. Em setembro, a Disney surpreendeu ao fechar uma parceria com a Apple para vender vídeos através da loja virtual iTunes. Séries premiadas da ABC como Lost e Desperate Housewives estão disponíveis para os americanos um dia depois de sua exibição na TV. Os downloads são gratuitos, mas os vídeos são acompanhados de comerciais. Por enquanto, a estratégia para internet da Disney está dando certo. Só em setembro, 45 milhões de pessoas visitaram os sites da empresa. Os lucros com anúncios e downloads pagos chegarão a 500 milhões de dólares em 2006.’
Fabiano Accorsi
VoIP a sucessora do telefone
‘O desafio que ainda impede o crescimento da tecnologia de voz sobre a internet, ou VoIP, é o número restrito de brasileiros que possuem internet rápida: 4,5 milhões entre 21 milhões de pessoas que acessam a rede. Possuir banda larga é um pré-requisito para que a conversa se dê pela rede sem falhas.
A principal vantagem da tecnologia VoIP é ser barata. As pessoas que dão preferência ao telefone virtual economizam em média 90% em chamadas internacionais, 40% em chamadas de longa distância e 30% em chamadas locais. A associação das operadoras de telefonia fixa estima que um terço das chamadas do Brasil para o exterior já seja feito pela internet.
O software de VoIP mais conhecido é o Skype. Existem outras 47 empresas autorizadas pela Anatel nesse mercado. Os serviços de VoIP diferenciam-se pelo tipo de interface utilizado: softphone, ATA, telefone IP e wi-fi (veja informações comparativas abaixo). Também variam na forma como as chamadas são cobradas: por meio de créditos pré-pagos ou mensalidades. Há ainda outras diferenças, conforme notou a economista paulista Beatriz Leitão, de 42 anos. A pedido de VEJA ela testou quatro alternativas VoIP e encantou-se com o aparelho wi-fi. Beatriz utilizou números para teste cedidos por quatro das cinco maiores operadoras VoIP do Brasil, de acordo com ranking da consultoria Teleco*.
O que é: um software que permite efetuar ligações para qualquer número de telefone fixo, celular ou outro VoIP. Há serviços que somente efetuam as ligações, como o UOL Fone ou o Terra VoIP, e outros que também recebem chamadas, entre os quais o mais popular é o Skype.
O que é preciso para instalar: fazer o download do software, plugar no computador o microfone e, se desejável, a webcam. Comprar créditos para fazer chamadas para telefones fixos ou celulares. As ligações entre computadores costumam ser gratuitas.
Principal vantagem: entre os serviços de VolP oferecidos no Brasil, o softphone é o único que permite empregar uma câmera na conversa.
Serviço testado por Beatriz: SKYPE
Sua avaliação: ‘Eu uso diariamente esse serviço para economizar na conta de telefone. Em algumas ocasiões, as ligações feitas para telefones fixos dão eco, especialmente em interurbanos. Há outros dois problemas: o computador deve ficar ligado para fazer ou receber ligações e a cobrança do cartão de crédito se dá em euros. Às vezes a fatura vem mais alta do que eu espero por causa do câmbio’.
Tipo de interface VoIP: ATA (Adaptador de Telefone Analógico)
O que é: um adaptador que faz a conexão de um telefone comum à rede, transformando-o em telefone VoIP.
O que é preciso para instalar: basta conectar o ATA aos cabos da internet e do telefone. Não é preciso ter um computador no ambiente (basta ter o ponto de rede).
Principal vantagem: pode ser conectado a um telefone sem fio, o que amplia sua mobilidade.
Serviço testado por Beatriz: NET FONE via EMBRATEL
Sua avaliação: ‘Financeiramente compensa ter um pacote de internet, televisão a cabo e VoIP. Como eu uso os três serviços em casa, unificar o fornecedor me traria descontos. Mas fiquei desapontada porque o som saiu abafado e as pessoas tiveram dificuldade para me ouvir. Reclamei e os técnicos da Embratel conseguiram atenuar o problema com facilidade’.
Tipo de interface VoIP: TELEFONE IP
O que é: um telefone com fio e visor, pelo qual se podem identificar as chamadas.
O que é preciso para instalar: ligar os cabos às entradas na parte de trás do aparelho para que receba energia elétrica e acesso à internet. Assim como o ATA, o telefone IP dispensa a intermediação de um computador.
Principais vantagens: display de chamadas e agenda com memória para até 100 números.
Serviço testado por Beatriz: GVT-VONO
Sua avaliação: ‘Funcionou bem, mas tanto o aparelho quanto o serviço são caros. Pela GVT-Vono o preço da ligação local é igual ao preço do DDD e do DDI para os Estados Unidos: 25 centavos por minuto. Há operadoras mais baratas. O aparelho custa cerca de 800 reais. Em minha opinião os preços não compensam’.
Tipo de interface VoIP: TELEFONE WI-FI
O que é: o telefone se conecta à internet por redes sem fio presentes em aeroportos, faculdades, hotéis e casas com ambiente wi-fi. Vem com um modem.
O que é preciso para instalar: basta conectar a saída da rede de banda larga ao modem que faz a conversão do sinal. Para dar maior segurança e impedir que vizinhos utilizem sua internet, é recomendável a ajuda técnica para programar uma senha de acesso.
Principal vantagem: é o que permite a maior mobilidade, pois funciona em qualquer lugar que tenha rede wi-fi.
Serviço testado por Beatriz: TMAIS
Sua avaliação: ‘Os aparelhos wi-fi têm a melhor relação custo-benefício (preço médio de 600 reais). Quem viaja muito pode aproveitar a rede de banda larga dos aeroportos e falar de seu telefone wi-fi sem conectar fio algum, pagando preço de ligação local. Também vale a pena para uso doméstico, porque além da mobilidade o telefone tem funções de celular, como agenda. Testei-o em casa e num supermercado que tem rede wi-fi. Funcionou superbem’.
Celular ou VolP? Os dois
Está em teste nos Estados Unidos um telefone que trabalha com as tecnologias VoIP e GSM e passa de uma para a outra sem que a ligação seja interrompida. O aparelho GF210, da fabricante americana UTStarcom, reúne as qualidades fundamentais do celular e do VoIP. Seu lançamento no Brasil está previsto para 2007, mas depende de definições regulatórias.
Funciona como um VoIP…
…quando está em conexão com uma rede de internet sem fio (wi-fi). É sob esse sistema que opera com as melhores tarifas
Funciona como um celular…
…quando o telefone não está ao alcance de uma rede sem fio de internet. Semelhante ao telefone móvel, ele comporta um chip GSM, tem capacidade para 500 contatos, 40 campainhas e pode enviar ou receber torpedos SMS
*A TVA decidiu não pôr seu produto VoIP a teste por motivos estratégicos’
TELEVISÃO
A versão de cada um
‘Na semana passada, a França fincou sua bandeira num nicho até então dominado pelos países anglo-saxões: os canais internacionais de notícias. A emissora France 24 entrou em operação com o objetivo de fazer frente à influência da rede inglesa BBC e, especialmente, da americana CNN nessa seara. Quatro anos atrás, às vésperas da Guerra do Iraque, o presidente Jacques Chirac tornou público o desejo de que seu país ganhasse mais peso na ‘batalha das imagens’. A melhor saída, constatou ele, era criar uma CNN à francesa – e com transmissão em inglês, para horror de seus compatriotas. A França não está sozinha nesse tipo de iniciativa. Vários países estão lançando ou se preparam para estrear seus próprios canais internacionais. Como no caso francês, todos querem vender seus pontos de vista sobre as questões mundiais. Há um ano, a Rússia colocou no ar um canal estatal de notícias em inglês, o Russia Today. No mês passado, a rede árabe Al Jazira também inaugurou um canal em inglês. Em 2007, deverá entrar em funcionamento um serviço de notícias pan-africano. A China e o Irã se preparam para seguir a mesma trilha.
Para o espectador, a diversidade de abordagens não deixa de ser interessante. Mas há problemas à vista. Alain de Pouzilhac, presidente do France 24, já fez críticas à cobertura da Guerra do Iraque pela CNN. Segundo ele, as reportagens da rede corroboram as teses do governo Bush. Mas a verdade é que a CNN é uma emissora privada, com autonomia para defender as opiniões que bem entenda, enquanto os novos canais têm em comum o fato de ser ligados aos governos de seus países. O France 24 receberá do Estado uma ‘ajuda de custo’ equivalente a mais de 200 milhões de reais por ano. A Al Jazira pertence à família real do Catar. Sua versão em inglês, que tem um jornalista veterano da BBC como um dos âncoras, é mais ‘light’ que a original, mas ainda assim tem uma visão simpática aos movimentos radicais islâmicos. O Russia Today, por sua vez, é tão chapa-branca que o presidente Vladimir Putin parece ter lugar cativo entre os entrevistados. Não por acaso, ainda não emplacou em nenhum lugar. ‘Esse mercado cresce como uma bola de neve. Mas a credibilidade será fundamental para vencer nele’, diz Chris Cramer, diretor da CNN Internacional.
Há ainda uma questão de ordem técnica. Como os custos de distribuição são altos, será difícil para a maioria deles conquistar seu lugar ao sol no mercado internacional. É possível que, em alguns países, sua inclusão na programação das redes pagas tenha um efeito adverso: a conta ficará mais salgada para o espectador. No Brasil, nenhuma das novas emissoras consta dos pacotes das operadoras de TV paga – e nem deve constar num futuro próximo.’
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