Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Vicente Vilardaga

‘A multi utiliza milhares de programadores na batalha contra o Linux. A Microsoft, maior fabricante de softwares do mundo, ampliou, nos últimos dois anos, o trabalho de fortalecimento de vínculos com sua comunidade de programadores e usuários. Trata-se de uma grande ofensiva de marketing de relacionamento, que tem como objetivos fortalecer a marca da empresa, melhorar a qualidade de seus produtos e envolver programadores de todo o mundo com sua plataforma.

É, também, uma iniciativa que se enquadra na luta da Microsoft para enfrentar o sistema operacional Linux e a comunidade de software livre, que se expande rapidamente e demonstra grande vitalidade. Com sua nova política, a Microsoft tenta criar um modelo corporativo de produção colaborativa.

‘Os programadores são considerados os nossos clientes mais importantes porque a Microsoft é uma empresa de plataformas. São eles que desenvolvem as aplicações que garantem o sucesso de nossos produtos’, afirma S.Somasegar, vice-presidente mundial da divisão de desenvolvimento da Microsoft. ‘Queremos formar uma comunidade vibrante e muito viva.’ Só no Brasil, cerca de 45 mil programadores dedicam-se à plataforma Microsoft.

Nesta semana, o Brasil abriga a etapa final de uma competição tecnológica criada pela Microsoft para identificar, entre estudantes, jovens talentos na área de desenvolvimento de softwares. A Imagine Cup, que está na sua segunda edição e foi iniciada há seis meses, com 10 mil estudantes de 90 países, é um evento sintonizado com os esforços da empresa para se aproximar de sua base de programadores.

Somasegar cita outras iniciativas recentes da Microsoft, que visam fortalecer a comunidade de programadores. Há dez dias, a empresa colocou em operação um novo web site que permite aos profissionais informarem à empresa e à comunidade sobre falhas em produtos. A Microsoft trata, também, de ampliar o número de versões preliminares de seus programas.’



André Machado

‘Esquadrão XP’, copyright O Globo, 12/7/04

‘A sociedade está reagindo cada vez mais fortemente contra a violência. E o mesmo se pode dizer do sistema operacional majoritariamente usado por ela. O SP2 (Service Pack 2) do Windows XP da Microsoft promete chegar por volta de setembro armado até os dentes contra hackers, crackers, spammers e outros ‘ers’ do ciberespaço. A estratégia é mais ou menos a mesma utilizada pelos países ameaçados pelo terrorismo: botar a segurança no aeroporto, para evitar dissabores depois.

Segundo Alexandre Toledo Leite, gerente de marketing de Windows Cliente da MS, as ameaças costumam ocorrer quando se reporta uma vulnerabilidade e um fix é solto. A partir daí, começa uma espécie de contagem regressiva para a chegada de uma nova ameaça, por engenharia reversa. E a cada fix essa contagem regressiva vem ficando menor.

Por isso, o SP2 do XP já virá por default com um monte de funções habilitadas ou desabilitadas para privilegiar a segurança do usuário, bloqueando os vírus e afins na porta de entrada.

Há quatro áreas de software que são prioritárias para a segurança no pacote: redes, anexos, memória e internet. Na parte de redes, o Windows Firewall passou por uma revisão e já vem automaticamente habilitado no Modo Ativado sem Exceções, que pode evitar os ataques via tráfego de dados não-solicitado. O firewall agora também fica de olho nos espertinhos que tentam acessar sua máquina nos momentos de boot e fechamento do sistema.

— A porta TCP 445 também é fechada pelo Windows Firewall, e ele evita conexões de entrada tanto via IPv4 quanto IPv6 — explica Rodrigo Valim, da equipe técnica do Windows Client. — O RPC (Remote Procedure Call) do sistema também restringe o acesso anônimo, aumentando a proteção.

A mesma filosofia é seguida pelo DCom (método orientado a objeto que permite a comunicação entre programas), que exerce maior controle de permissões para acesso remoto, bloqueia o acesso remoto anônimo, e só permite ativações à distância aos administradores.

O firewall guaribado grava ainda logs de pacotes perdidos e de conexões bem-sucedidas, o que pode dar uma boa base para uma inspeção na hora de resolver eventuais problemas. E ele poderá ser configurado especificamente por interface (LAN, rede wireless, e assim por diante). Não por acaso isso contempla as redes sem fio, porque o SP2 vira com um ícone para dispositivos Bluetooth inserido no Painel de Controle.’



O Globo

‘Microsoft: empregado é acusado de roubar código’, copyright O Globo, 10/7/04

‘Um empregado da Microsoft foi preso semana passada acusado de ter roubado o código-fonte do site de busca AltaVista, informou ontem o FBI (polícia federal americana).

Laurent Chavet trabalhou na AltaVista antes de entrar na Microsoft. Ele foi acusado de acessar os computadores da AltaVista mesmo depois de não ter mais vínculo empregatício e antes de entrar para a Microsoft.

A Microsoft está investindo em tecnologia de busca para fazer frente à concorrente Google, o maior provedor de busca da internet. Para isso, montou uma equipe de pesquisadores na sua divisão MSN. Segundo um jornal de Seattle, Chavet, que é francês, estava trabalhando na unidade MSN.

O porta-voz da Microsoft, Tami Begasse, confirmou que Chavet trabalhava na companhia, mas não especificou em que divisão e se já havia uma investigação interna em andamento.

— Temos confiança nas políticas de segurança que desenvolvemos para proteger a integridade do código — afirmou Begasse.’



BLOG DO BILL GATES
EFE – Gazeta Mercantil

‘Bill Gates pode lançar diário na internet’, copyright EFE – Gazeta Mercantil, 7/7/04

‘O principal comentário nos weblogs, os diários pessoais que se proliferaram na internet, é que Bill Gates, o fundador da Microsoft, em breve pode se juntar à ‘blogmania’ e criar seu próprio blog para compartilhar em primeira mão suas opiniões sobre Internet e tecnologia. O rumor espalhado por jornais de Seattle, no estado de Washington, onde fica a sede da companhia norte-americana, começou no final de maio, quando o homem mais rico do mundo se referiu indiretamente ao assunto.

A jornalista Mary Jo Foley publicou o comentário algumas semanas depois no boletim oficial da empresa ‘Microsoft Watch’, dando origem a rumores entre os executivos e programadores da empresa, que especulam sobre o assunto em seus próprios blogs. Se a notícia se confirmar, Gates entraria oficialmente para a comunidade blogueira, mas não seria o primeiro alto executivo de uma companhia de informática a ter um blog.

O presidente e principal executivo de operações (COO) da Sun Microsystems, Jonathan Schwartz, tomou a dianteira do dono da Microsoft, talvez alertado sobre os possíveis planos do rival, e lançou seu próprio diário on-line na semana passada. Em seu primeiro texto, o executivo da Sun não fez nenhuma referência a Gates e assinalou que começou o projeto para ‘abrir novas frentes de comunicação com a comunidade Sun’, servindo como uma forma mais direta de comunicação do que as versões editadas de suas palavras publicadas na imprensa.

Schwartz declarou que adoraria ler o blog de Gates, e disse que os métodos tradicionais de comunicação ‘estão de pernas para o ar’. ‘A sociologia e a tecnologia estão se misturando para criar novas oportunidades’, disse o presidente da Sun, que adiantou que tiraria tempo para escrever durante suas viagens. Talvez esse seja também o plano de Gates, mas por enquanto a questão já virou motivo de piadas.

O fenômeno blogueiro atraiu também muitas empresas que usam os diários com finalidades de propaganda. É o caso da Nike, que foi uma das primeiras companhias a lançar um blog comercial, na tentativa de atrair a audiência jovem, um público que passa cada vez mais tempo na internet e menos assistindo televisão ou lendo os meios impressos tradicionais. Os diários virtuais começaram a se proliferar há cerca de dois ou três anos, e agora já são estudados em universidades como a de Berkeley, em São Francisco, na Califórnia. Enquanto alguns se resumem a páginas de desabafos pessoais, outros sonham em se tornarem concorrentes dos principais nomes do mundo da mídia, como o jornal The New York Times.’