A trajetória de um dos jornalistas mais respeitados da TV brasileira, especialista em coberturas ligadas aos direitos humanos, virou tema de um livro, da In House, que será lançado em 19/11, na Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. Escrito pelo jornalista Sidney Barbalho de Souza, Marcelo Canellas, por um jornalismo humanista aborda, de forma linear, a carreira do repórter especial do Fantástico (Rede Globo), que possui mais de 40 prêmios nacionais internacionais por suas matérias focadas em problemas sociais do nosso país. A mais famosa delas é a série “Fome no Brasil”, exibida no Jornal Nacional de 18 a 22 de junho de 2001, considerada uma das mais premiadas séries do telejornalismo latino-americano (nela, Canellas mostra os rostos e as histórias das pessoas que engrossavam, naquele período, as estatísticas sobre a fome no Brasil, fazendo um verdadeiro mapeamento dos municípios do país que mais sofriam com o problema).
Fruto de um Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo, que Sidney apresentou em novembro de 2014 à FAPSP (Faculdade do Povo, de São Paulo), com o aval do Globo Universidade, a obra, que conta com o prefácio da também repórter especial da Rede Globo Sônia Bridi, aponta desde “os primeiros sintomas humanistas” do repórter,nas fases da infância e juventude (vividas por Canellas na cidade de Santa Maria da Boca do Monte, Rio Grande do Sul) até suas primeiras experiências na área jornalística, sua projeção no meio televisivo e a conquista do cargo de repórter especial da TV Globo. A biografia traz bastidores das principais reportagens do jornalista e tratada vertente “cronista” de Canellas (o jornalista escreve crônicas para o Diário de Santa Maria e para o jornal A Cidade, de Ribeirão Preto).
“Ao todo, realizei mais de 50 entrevistas com familiares, amigos e ex e atuais colegas de trabalho de Canellas. Estive em Santa Maria, Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Ribeiro Preto (SP), Brasília (DF), Recife (PE). Fui em busca de documentos da infância e da juventude do Marcelo e de sua vida profissional. Depois parti para a fase de cruzamento das informações passadas pelas fontes e, finalmente, para a redação do texto, respeitando a linguagem de um livro-reportagem. Foi um profundo trabalho de pesquisa e apuração”, conta Sidney. Segundo o autor, o maior desafio foi retratar um personagem sobre o qual havia pouco material à disposição, no aspecto biográfico: “O que existia sobre Canellas, antes deste livro, resumia-se a algumas entrevistas que fizeram com ele, mas nada muito encorpado e nada que falasse do início de sua carreira. Tive que fazer todo esse levantamento.”
O esmiuçar da condição humana
Para a jornalista e professora Patrícia Paixão, que foi orientadora do TCC de Sidney na FAPSP, a obra ainda se destaca por discutir, a partir de fontes renomadas na área dos direitos humanos, o conceito e a importância do jornalismo que se pauta nesse tipo de cobertura. “Trata-se de um debate fundamental, em especial num país como o nosso, que sofre com tantas mazelas sociais”, ressalta a docente.
Marcelo Canellas, que estará presente no lançamento do livro para um bate-papo com o autor e com o público, recomenda a obra: “Sidney Barbalho de Souza consegue a proeza de tomar a história banal de um repórter interiorano que vai trabalhar num veículo de massa como pretexto para discutir o jornalismo em sua perspectiva humanista. Nesses tempos bicudos, de crise e incertezas quanto ao futuro de uma profissão fascinante, o livro talvez possa interessar a professores, estudantes de jornalismo e a todos aqueles que buscam, nas narrativas de longo alcance da grande reportagem, o esmiuçar da condição humana.”
Serviço
Marcelo Canellas, por um jornalismo humanista será lançado a 19/11/2015 (quinta-feira);
Horário: das 19h às 21h30 (das 19h às 20h: bate-papo com Marcelo Canellas e Sidney Barbalho de Souza; das 20h às 21h30: sessão de autógrafos. (Obs.: É necessário retirar senha no local, a partir das 18h, para participar do bate-papo com o autor e Canellas)
Local: Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94, Centro, São Paulo, SP)
Mais informações podem ser obtidas com Patrícia Paixão: paixao.patricia@uol.com.br