A Praça Vladimir Herzog, em São Paulo, ganhou no último sábado (06.04) — véspera do dia do jornalista — uma escultura do artista plástico Elifas Andreato inspirada no troféu do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. A praça é vizinha à Câmara Municipal de São Paulo, ao Terminal Bandeira, a diversas estações de metrô e importantes vias de acesso da cidade.
Inaugurada em 2013, em meio às iniciativas ligadas à Comissão Municipal da Verdade, que também levou o nome de Vladimir Herzog, a praça já conta com duas obras de Elifas Andreato: uma versão ampliada da estátua Vlado Vitorioso, criada pelo artista em 2008; um mosaico, feito por crianças do Projeto Âncora, que reproduz a obra “25 de outubro”, criada em 1981. Além disso, a praça também abriga a Banca dos Jornalistas – Vladimir Herzog.
O jornalista que dá nome à praça foi assassinado em 1975 após se apresentar voluntariamente às autoridades do DOI-CODI, centro de inteligência e repressão da ditadura civil-militar (1964-1985). À época, integrantes do Exército alteraram a cena do crime e divulgaram uma fotografia para reforçar a versão de que Herzog teria cometido suicídio. Após o fim do regime, a hipótese foi descartada e o comunicador entrou para a lista oficial de mortos pela ditadura.
A obra inaugurada no sábado foi construída a partir de emenda parlamentar da vereadora Soninha Francine (PPS). Trata-se de uma reprodução do troféu do Prêmio Vladimir Herzog, que desde 1979 é entregue aos profissionais da imprensa que mais se destacam com matérias e reportagens sobre a Anistia e os Direitos Humanos. Atualmente, 13 entidades compõem a comissão organizadora do prêmio.
São elas: Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI); Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio); Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom); Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; coletivo Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e Instituto Vladimir Herzog. A curadoria é da Oboré.