O grupo New York Times anunciou na segunda-feira (25/2) que seu jornal International Herald Tribune será renomeado e passará a se chamar International New York Times, eliminando assim uma marca tradicional da mídia impressa mundial que teve origem em 1887. O novo título vai estrear ainda este ano, afirmou a New York Times Corporation, em comunicado. A publicação será editada em Hong Kong, Paris, Londres e Nova York, de acordo com a empresa, que prometeu divulgar mais detalhes nas próximas semanas.
“Há um potencial significativo para ampliarmos o número de assinantes do New York Times fora dos Estados Unidos”, disse o presidente da New York Times Co., Mark Thompson, em nota. “É o momento de renomearmos o International Herald Tribune, que passará a se chamar International New York Times, com o objetivo de criar uma marca unificada e global de mídia.”
O jornal, que começou como uma edição europeia do New York Herald, é de propriedade da companhia que edita o New York Times desde 2003. A mudança elimina uma marca apreciada por americanos que vivem na Europa – especialmente em Paris, capital escolhida para ser a sede da publicação. O International Herald Tribune ganhou fama no filme Acossado, de Jean-Luc Godard, em que uma personagem vende o Herald Tribune nas ruas da cidade. Nos anos 80, o IHT passou a transmitir suas páginas para Hong Kong via satélite, tornando-se o único jornal a estar disponível em várias regiões do mundo ao mesmo tempo.
Provedor de notícias
Com a mudança, Larry Ingrassia, um dos principais editores do NYT, passará a coordenar a cobertura internacional da publicação, segundo Eileen Murphy, porta-voz da companhia. Um editor sênior continuará a trabalhar de Paris, ajudando na cobertura feita diretamente pelo futuro International New York Times.
A Times Co. adquiriu a totalidade do IHT há uma década, ao comprar os 50% que pertenciam ao Washington Post. O jornal hoje já carrega o subtítulo “Edição global do New York Times”. O presidente do conglomerado de mídia está apostando no aumento das assinaturas digitais para compensar a redução dos anúncios impressos. O faturamento da empresa com publicidade caiu 10%, considerando o resultado de janeiro a setembro de 2012 em todos os jornais da companhia, na comparação com igual período do ano anterior, de acordo com a Associação Americana de Jornais.
Agora, o objetivo do New York Times é fazer mais dinheiro cobrando mais de leitores do que de anunciantes, com a ajuda de seu programa de assinaturas por internet, hoje com 640 mil clientes pagantes. Assim como o NYT, o Herald Tribune também tem uma ferramenta que exige que os leitores paguem caso queiram ler todo o conteúdo oferecido. “Com a revolução digital, o New York Times deixou de ser um grande jornal americano para se tornar um dos mais conhecidos provedores de notícias do mundo”, disse Mark Thompson. “Nós queremos explorar a oportunidade de atrair a audiência internacional, tanto de assinaturas digitais quanto de anunciantes” (Bloomberg News).