Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Bertelsmann planeja fazer aquisições no Brasil

O grupo alemão de mídia Bertelsmann pretende reforçar sua presença no Brasil com a compra de participações minoritárias em companhias locais. O interesse recai, principalmente, em empresas de educação e mídia digital, áreas nas quais a Bertelsmann tem investido no exterior, como parte de uma estratégia global. “Estamos conversando com três empresas e acredito que vamos anunciar algo concreto dentro de dois meses. Essa é a prioridade em curto prazo”, afirmou Matthias Wulff, porta-voz da companhia, ao Valor. No segundo semestre a expectativa é fazer aquisições de maior porte, disse o executivo, sem revelar o montante de investimentos previsto.

Com cerca de 1,2 mil funcionários no Brasil, os negócios da Bertelsmann incluem a Freemantle Media, responsável pela produção de programas de TV como Ídolos e O Aprendiz; a editora Motor Press Brasil, que publica revistas do setor automotivo; a Arvato, de serviços de comércio eletrônico entre empresas; e a Random House Mondadori, editora com forte catálogo de livros em espanhol. Os planos para o Brasil seguem uma estratégia global recente da companhia, de expandir a presença internacional e reduzir a dependência dos negócios na Alemanha.

A Bertelsmann atua no Brasil desde a década de 60, por meio de subsidiárias. Em agosto do ano passado, o grupo decidiu instalar um centro de operações no país, para acompanhar mais de perto a evolução do mercado digital brasileiro. O pano de fundo desse movimento é a adaptação dos negócios de mídia à era digital, um esforço que praticamente todos os grandes grupos do setor têm de fazer, e que na Bertelsmann tornou-se uma prioridade.

Números incipientes

No Brasil, a Bertelsmann também fez aportes, de valores não revelados, em fundos de investimentos, como o Monashees Capital.

Além de apontar boas perspectivas de crescimento para o segmento de conteúdo para TV no Brasil, Wulff disse que a companhia prevê um grande potencial de expansão dos negócios de direitos autorais na área musical com a BMG Rights Management. No início de janeiro, a Bertelsmann assumiu o controle da empresa, ao adquirir a participação da Kohlberg Kravis Roberts & Co (KKR) na operação. O catálogo inclui artistas como Duran Duran, Bruno Mars e will.i.am.

Wulff disse que a subsidiária brasileira tem uma receita local de “três dígitos de milhões de euros”, sem revelar números específicos. A Bertelsmann fechou 2012 com uma receita global de € 16,1 bilhões, equivalente a um crescimento de 4,5% sobre 2011. “Quando comparados à receita global, os números do Brasil ainda são incipientes, mas queremos ampliar essa participação significativamente nos próximos três anos”, afirmou.

******

Moacir Drska, do Valor Econômico