O New York Times planeja ampliar a oferta de planos de assinatura para o acesso ao conteúdo digital. A empresa anunciou que três modelos estão sendo avaliados e devem ser implantados ainda este ano, com assinaturas mais baratas. A iniciativa faz parte de um plano estratégico que prevê ainda a expansão da presença internacional e o investimento na produção de reportagens em vídeo.
A assinatura digital, instituída em 2011, ganhará novas opções com diferentes valores. O primeiro deles dará acesso às principais notícias do dia por um preço mais em conta. O segundo permitirá ao leitor se aprofundar em editorias, como política e esportes, pagando menos que o valor total. O terceiro é mais caro. Ele funciona como o plano atual, com acesso a todo o conteúdo, mas oferece alguns extras, como convites para eventos e o compartilhamento do login. “É o projeto mais importante que estamos fazendo na companhia”, disse Mark Thompson, diretor-executivo do New York Times.
Modelo HBO e Netflix
Para o analista Kannan Venkateshwar, da Barclays, o anúncio mostra que o jornal está se movendo em direção a um modelo de negócio baseado na monetização do conteúdo, menos dependente das receitas publicitárias. “Thompson quer um modelo como da HBO ou da Netflix, com crescimento das receitas com conteúdo”, afirma.
A estratégia reflete os números da companhia. Ontem, a empresa também divulgou o balanço do primeiro trimestre. A receita com circulação cresceu 6,5% em relação aos primeiros três meses de 2012, impulsionada pelo aumento de 45% na base de assinantes digitais do NYT e do International Herald Tribune, que totalizaram 676 mil. Por outro lado, o faturamento com publicidade diminuiu 11,2%. “É uma caracterização justa, mas não significa que estamos abrindo mão da publicidade. Ela ainda é muito importante para nós”, disse Thompson, ao ser questionado sobre a mudança para um modelo de negócio baseado em assinaturas. O lucro líquido da companhia caiu 93% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2012, de US$ 42,1 milhões para US$ 3,1 milhões. A receita total foi de US$ 465,9 milhões, 2% a menos que no ano anterior. “Nossos resultados no primeiro trimestre refletem os esforços em reformular a empresa”, disse Thompson.
O planejamento estratégico do NYT prevê que o International Herald Tribune será renomeado como International New York Times, com o intuito de aumentar a presença internacional e fortalecer a principal marca da companhia. A venda do New England Media Group, que inclui o Boston Globe, também faz parte dos planos da empresa.
Além disso, o jornal investe na ampliação da produção de reportagens em vídeo, inclusive com transmissões de eventos ao vivo.