A um mês da Copa das Confederações e pouco mais de um ano da Copa do Mundo, em pelo menos um campo o Brasil já saiu perdendo: nos padrões de transparência na prestação de contas em relação a investimentos para os próximos eventos esportivos. “Começamos mal, mas a população deve exigir saber onde estão sendo empregados os recursos públicos”, disse o gerente executivo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Caio Magri, durante palestra no Seminário Internacional de Jornalismo Esportivo, Sociedade e Indústria, promovido em Brasília, nos dia 7 e 8 de maio, pelo Instituto Projor e o Observatório da Imprensa. Ele salientou que foi consolidada uma metodologia para checar a transparência dos órgãos públicos.
Desconectados do que se prevê para a democracia, estados e municípios agiram como nos tempos da ditadura militar e ignoraram questionamentos feitos pelo Instituto Ethos baseados na Lei de Acesso à Informação. Os gestores públicos contam com o fato de que a cobertura esportiva no Brasil não é majoritariamente crítica nem fiscalizadora.
Apenas o Paraná, entre 11 estados, respondeu dentro do prazo de 30 dias aos questionamentos sobre investimentos. “Entre os municípios, a transparência também foi considerada baixa, levando-se em conta dez cidades”, disse Magri. Cinco municípios enviaram as respostas dentro do período legal (Belo Horizonte, Curitiba. Manaus, Fortaleza e São Paulo). A gestão de informações dos órgãos governamentais foi avaliada levando-se em conta itens como a existência de canais de comunicação, se funcionam bem, se fornecem informações a contento e se promovem a participação da sociedade.
“Há estados e municípios que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014 que ainda não se adaptaram à Lei de Acesso à Informação”, apontou Magri. No caso dos estados, seis deles não responderam aos pedidos protocolados e quatro (Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) responderam fora do prazo de 30 dias. O Distrito Federal não está incluído nessa classificação, já que foi avaliado como município (Brasília).
Abaixo, a avaliação da transparência de Estados e municípios (fonte: site do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social).
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Luciano Villalba Neto é estudante de jornalismo e repórter da Agência de Notícias UniCEUB