O Facebook pode se transformar em um novo espaço para consumo de notícias em smartphones e tablets. Segundo reportagem do jornal “Wall Street Journal”, a rede social trabalha discretamente em um projeto chamado “Reader” (leitor, em inglês), que tem como objetivo redesenhar seus aplicativos para iOS e Android, fazendo da plataforma um agregador de conteúdo semelhante ao Flipboard. A iniciativa teria como objetivo aumentar o tempo de permanência dos usuários, incrementando a receita publicitária.
De acordo com fontes próximas ao assunto ouvidas pelo “WSJ”, o projeto “Reader” está sendo desenvolvido há pelo menos um ano. No entanto, ainda não há informações sobre quando o serviço será disponibilizado, nem mesmo uma confirmação se a ideia realmente se concretizará.
A notícia vem à tona na semana em que o Google Reader se despede — o serviço de leitura de feeds RSS será descontinuado no dia 1º de julho. No entanto, ao contrário de empresas como Feedly, Flipboard e, mais recentemente, a AOL, o Facebook não deve entrar na disputa direta pelo vácuo deixado pelo agregador de notícias da Google. De acordo com as fontes do “WSJ” e do site Techcrunch, o projeto da empresa de Mark Zuckerberg não é baseado em RSS, e sim na própria geração de conteúdo dos usuários e páginas do Facebook. A ideia é exibir o conteúdo de forma mais organizada e apropriada para as telas de smartphones e tablets.
Caso o projeto realmente saia da fase de testes, pode representar uma consolidação de mudança de identidade da rede. Se, em 2004, a ideia era apenas conectar pessoas, o posicionamento do Facebook caminha cada vez mais para perto de concorrentes como o Twitter e o Tumblr. Recentemente, a empresa lançou o suporte a hashtags, que permite o acompanhamento de determinados assuntos pelo feed de notícias, a partir de palavras sinalizadas com o símbolo “#”.
As medidas seriam também um esforço para agradar mais os investidores da empresa, uma vez que a presença do Facebook na bolsa de valores ainda não apresentou resultados favoráveis. Desde a oferta pública (IPO) de maio do ano passado, as ações da companhia perderam 35% de seu valor.