Não é difícil enxergarmos a participação massiva e ativa de grande parte da população, em especial brasileira, nas redes sociais. O que começou como algo ingênuo, onde somente fotografias e frases bonitas seriam compartilhadas, evoluiu para um espaço de opiniões – e o mais forte, para um espaço de organização de manifestações.
Hoje, entrar noFacebook ou no Twitter é estar a par do que o público pensa sobre grande parte dos assuntos cotidianos e políticos. Não precisamos mais ligar a televisão ou escutar programas de rádio que se limitem ao “fala povo” (manipulado pelo editor) para escutar o que pensa a população sobre determinado assunto.
A internet é livre em grande parte do tempo e a cultura da internet não é de censura, já diria Manuel Castells. E isso é um fator muito forte para a comunicação. A opinião não será manipulada. Fala o que se quer, e as opiniões fortes se espalham em uma avalanche de compartilhamentos.
As recentes manifestações ativas no Brasil demonstram muito bem isso. Primeiro, começamos com os protestos do Passe Livre, que tinham como objetivo principal reduzir a tarifa que o governo aumentou, mesmo com a péssima qualidade do transporte público.
Espaço possibilita a opinião pública
O protesto tomou não só São Paulo, mas outras grandes capitais brasileiras, e arrastou multidões às ruas, mostrando a força do povo e a força da era da internet. Isso tudo porque grande parte das manifestações foi organizada pelas redes sociais.
Enquanto alguns meios de comunicação ficaram assustados com as manifestações e mostraram de início aquilo que seria o “terror na cidade”, as redes sociais traziam uma avalanche de depoimentos de quem participava do protesto e o via como absolutamente positivo. A força que isso teve? Prontamente as emissoras, com medo de uma queda na temível audiência, mudaram a imagem e o discurso: “Há conflitos, porém em pontos isolados; a maioria dos manifestantes é pacífica.”
Não há de se negar que as redes sociais tiveram grande participação nesta mudança de opinião e que, também, manipular um evento fica muito mais difícil com a força da internet. E não é preciso ser um grande estudioso da comunicação para de fato apreciar e dizer que cada dia mais os meios massivos terão que dar espaço para a opinião do público, do contrário há um grande espaço que possibilita que essa opinião se manifeste: as redes sociais.
******
Aline Rodrigues Imercio é estudante de Jornalismo, São Paulo, SP