Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Moody’s eleva ‘rating’ da Globo Participações

A agência de classificação de risco Moody’s elevou o rating de emissor e de dívida sênior em moeda estrangeira sem garantias de ativos reais da Globo Comunicação e Participações para Baa1 de Baa2. A perspectiva é estável. Foram elevados os ratings para Baa1 os ratings de emissor; de US$ 200 milhões em notas seniores na escala global, com taxa de 5,307% e vencimento em 2022; de US$ 300 milhões em notas na escala global, com taxa de 4,875% e vencimento em 2022; e de US$ 325 milhões em notas perpétuas, com taxa de 9,375%. A perspectiva para todos os ratings é estável.

“A elevação dos ratings da Globo para Baa1 foi deflagrada pelo progresso demonstrado na maior diversificação da receita publicitária para o segmento de programação e de conteúdo que atingiu 27% das receitas líquidas nos primeiros nove meses de 2013”, diz, em nota, Soummo Mukherjee, vice-presidente da Moody’s.

Para Mukherjee, outro suporte para a elevação inclui a continuidade da forte geração de fluxo de caixa livre e indicadores muito fortes de crédito em relação aos pares com ratings semelhantes e continuidade do esperado forte desempenho das receitas de publicidade e conteúdo beneficiando-se da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos no Rio em 2016. “Além disso, a elevação da Globo para Baa1, que se posiciona um nível acima do rating dos títulos do governo brasileiro de Baa2/estável, foi concedida em bases excepcionais em decorrência de indicadores de crédito excepcionalmente fortes, ampla liquidez e uma exposição cambial que é administrada por meio de operações de proteção (hedge) e mitigada por receitas geradas fora do Brasil que são suficientes para o serviço das obrigações da dívida de curto prazo. Esses fatores superam os laços próximos da Globo com a economia brasileira”, disse Mukherjee.

Segundo a Moody’s, os principais fatores limitando os ratings da Globo são concentração de receitas no mercado cíclico de publicidade na TV brasileira (70%) com um grau de exposição cambial, bem como a elevada base fixa de custo da empresa, decorrente de sua estratégia de programação de alta qualidade e concorrência que pressionam suas margens. “A falta de membros independentes no conselho de administração da empresa, de comitê de auditoria e de política de dividendos estabelecida também limitam o rating da Globo”, diz a nota da Moody’s.

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Rafael Rosas, do Valor Econômico