A disponibilização de informação é um direito do cidadão e uma condição para o desenvolvimento, diretamente relacionada ao ambiente democrático. O mundo vive em constantes mudanças e neste século 21, o processo de “metanóia” se torna “horário”. Isso se deve as mídias sociais, afinal, presenciamos e ao mesmo tempo vivemos em uma sociedade que passou a ser mais crítica onde os receptores também se tornam emissores. O Brasil acompanhou, no final da década de 1980, o início de um novo processo: o da redemocratização manifestada legalmente pela Constituição de 1988, possibilitando assim uma nova perspectiva entre a comunicação governamental e consequentemente à sociedade.
Este novo paradigma nos trouxe um novo ardor que se concretizou com a chegada das redes sociais, que nos propõe uma mudança social e cultural, criando novas formas de agir e pensar, novos estilos de vida e, consequentemente, novas técnicas de comunicação que buscaram e buscam atingir um público cada vez mais complexo. Hoje, assistimos gradativa e velozmente a um processo de inovação tecnológica que vem impactando profundamente o campo da comunicação em todas as esferas de atuação, (a governamental não seria diferente).
Levy afirma que o virtual, constituído no ambiente midiático digital, não é uma oposição ao real, e sim é um espaço intangível que dialoga com o real, ou seja, o ciberespaço é um espaço intangível e ao mesmo tempo um espaço que é praticado. Este novo tempo da comunicação governamental se inclui nesta ambiência digital, o traçar desta nova comunicação faz com que haja um importante papel no estreitamento das relações entre o povo e a gestão pública como uma ferramenta de democratização da informação através das novas ferramentas que surgem diariamente.
Os novos atores sociais
Tal surgimento abre um debate entre a essência da comunicação pública e governamental que muitas vezes, se confundem. De acordo com Matos (2010), o conceito de comunicação pública tem sido invocado como um sinônimo de comunicação governamental no que se refere às normas e rotinas de determinada comunicação social de um governo que de certo modo regulamentam o interno e o externo do serviço público.
Neste contexto, a democracia nas redes sociais pode também ser caracterizada como um conglomerado de movimentos sociais, no sentido de reagir ao consenso, criando assim um padrão de mobilização que atualmente vão do virtual ao real interferindo assim na forma de como a comunicação governamental vem sendo dirigida. Com a adesão da institucionalidade às novas mídias, as estruturas de comunicação se reorganizaram em função da evolução dos conceitos e de novas demandas sociais, que envolvem o dinamismo, agilidade e mobilidade norteando assim, o fundamento desta nova estrutura comunicacional que trata de buscar a democratização dos mais diversos espaços políticos e sociais de formas ad extra e ad intra.
O fato é que a participação da população nas decisões governamentais é uma decisão política e que gera representações diferenciadas quanto à postura do poder público perante a sociedade que por sua vez está inerente a uma postura mais participativa. Com o uso “institucional” das redes sociais há um incentivo à participação da população e que consequentemente traz vários benefícios para a esfera pública, que passa a se aproximar do cidadão e ao mesmo tempo atende demandas pontuais, ampliando e consolidando o processo democrático. De acordo com Silva (2012), a internet configura-se, assim, a mídia mais democrática e inovadora da modernidade, por ter várias ferramentas de interação e permitindo ao cidadão captar informações. Ou seja, as mídias sociais são ferramentas que possibilitam a abertura de um amplo leque de oportunidades para que os cidadãos possam receber as informações do governo, e por que não, se tornar parte de suas decisões ao opinar e fiscalizar suas ações.
Finalizando, a comunicação através das mídias sociais se revela uma importante ferramenta de dinamização e versatilidade para a comunicação como um todo, estabelecendo assim, inúmeros processos de interatividade com o público. Por isso, não se trata apenas de participar e lançar informações a todo tempo, como notícias ou eventos, mas, saber qual o impacto e alcance que essas informações vão gerar nos internautas que também passam a ser atores sociais.