O faturamento do mercado publicitário brasileiro se acelerou em 2013. No ano passado, a expansão da receita do setor foi de 6,8%, para um total de R$ 32,2 bilhões. Trata-se de um avanço maior do que o registrado em 2012, quando o “bolo” do setor aumentou pouco menos de 6%, de acordo com dados do projeto Inter-Meios, publicado pelo jornal Meio & Mensagem.
O vice-presidente executivo do Grupo Meio & Mensagem, Marcelo de Salles Gomes, diz que os números não levam em conta a inflação. “Na verdade, o mercado andou um pouco de lado no ano passado”, admite. Ele diz, no entanto, que a Copa do Mundo e as eleições devem mudar os ventos do segmento, que vai se descolar um pouco do desempenho fraco da economia. “Nossa expectativa é de um crescimento de 9% em 2014, que deve superar a inflação”, diz o executivo.
O que justifica essa recuperação, segundo Gomes, é a necessidade que grandes clientes terão de “ativar” os pesados investimentos que fizeram em patrocínios relativos ao mundial de futebol, com iniciativas publicitárias e de promoção. Por causa das eleições, a administração federal e os governos estaduais também devem acelerar investimentos, especialmente no primeiro semestre. A legislação eleitoral proíbe propagandas de obras públicas nos meses anteriores ao pleito.
No entanto, o presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap), Orlando Marques, ressalta que as eleições podem inibir um pouco a realização de campanhas institucionais de grandes empresas. Na visão de Marques, que também é presidente da rede francesa Publicis no País, o excesso de anúncios eleitorais obrigatórios acaba “poluindo” a mídia eletrônica.
Mídias
No que diz respeito à divisão da fatia do “bolo” publicitário, a TV aberta continua a reinar absoluta no mercado brasileiro. De 2012 para 2013, a participação relativa dos canais abertos no mercado publicitário aumentou, passando de 64,7% para 66,5%. Com o avanço da base de assinantes, a TV a cabo também ganhou espaço. Os investimentos nessa mídia cresceram 18% no ano passado e a participação nos investimentos já é de 4,9%.
Os dados do projeto Inter-Meios mostram uma queda de 5,6% do meio internet em 2013. No entanto, o projeto não inclui a participação de Google e Facebook, que, segundo as agências, vem crescendo fortemente. “Nas nossas contas, o Inter-Meios só consegue medir cerca de 30% da publicidade digital”, afirma Marcelo Lobianco, do Interactive Advertising Bureau (IAB) no Brasil.
O segmento revistas foi um dos mais afetados no ano passado, com queda de 7,6% em relação a 2012; a publicidade em jornais caiu 3,8%. A participação das revistas no bolo publicitário foi reduzida para 5,5%, enquanto a dos jornais ficou em 10,1%.
Com a definição de espaços publicitários em pontos de ônibus e relógios digitais em São Paulo, os gastos com mobiliário urbano saltaram 67% em 2013, embora a participação no bolo publicitário total tenha se mantido abaixo de 1%.
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Fernando Scheller, do Estado de S.Paulo