Pela primeira vez na história, os anunciantes investiram mais na internet do que na TV dos EUA. Os números foram divulgados ontem pelo IAB (Internet Advertising Bureau): em 2013 os investimentos em publicidade digital no país foram de US$ 42,8 bilhões, contra US$ 40,1 bilhões na televisão. O anúncio é um marco histórico, e deve acelerar ainda mais o processo de erosão do faturamento dos meios de comunicação tradicionais em todo o mundo.
Há anos especialistas questionam por que, a despeito da crescente presença dos meios digitais no cotidiano das pessoas, o investimento publicitário das empresas não reflete o mesmo movimento. Ano após ano, a fatia digital no bolo de investimento publicitário vem crescendo e superando segmentos como o de jornais e revistas. Até aqui, entretanto, a TV parecia resistir ao avanço da internet.
Participação crescente
Os números divulgados ontem [quinta, 10/4] mostram que o jogo virou de vez. E, como o mercado de comunicação norte-americano é sempre um indicador de tendências que depois se globalizam, começa a contagem regressiva para a virada do mercado em outros países. O levantamento, elaborado pela consultoria PwC, mostra que, entre 2012 e 2013, o investimento em mídia digital nos EUA cresceu 17%.
O Brasil, por ora, ainda anda na contramão da história. Segundo dados do projeto Inter-Meios, entre 2012 e 2013, a fatia dos canais de TV abertos no bolo publicitário cresceu, passando de 64,7% para 66,5%. Fontes do mercado de mídia atribuem essa tendência à pressão da Rede Globo sobre agências e anunciantes. Mais surpreendente ainda, no mesmo período a internet sofreu queda de 5,6% no Brasil. Mas esses números não contabilizam a participação do Google e do Facebook, que vem crescendo fortemente. “O Inter-Meios só consegue medir cerca de 30% da publicidade digital”, diz Marcelo Lobianco, do IAB (Interactive Advertising Bureau) no Brasil.
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Ricardo Anderáos, do Brasil Post