Facebook começou o ano com um lucro trimestral de 642 milhões de dólares (1,4 bilhão de reais), o triplo que há um ano no mesmo período. E isso apesar de ter anunciado, no primeiro trimestre, a compra do popular serviço de mensagens WhatsApp e dos óculos de realidade virtual Oculus. Os investidores se centraram em analisar seus resultados mais em sua base de usuários e nos rendimentos para valorizar o avanço do negócio, sobretudo no celular, que melhorou.
A companhia fundada por Mark Zuckerberg anunciou em fevereiro a aquisição do WhatsApp por 19 bilhões de dólares e, algumas semanas depois, a de Oculus por 2 bilhões. Uma parte se pagará em dinheiro. As duas operações são uma mostra ao mesmo tempo de até onde chega a ambição do jovem e de que ele está disposto a gastar o que for para proteger seu espaço.
Mas esses resultados trimestrais refletem também o estado de saúde de seu negócio. Facebook, cada vez mais uma plataforma multimídia, faturou 2,5 bilhões de dólares (5,6 bilhões de reais) no primeiro trimestre. Há um ano, teve rendimentos de 1,46 bilhão de dólares. Ao final de março, contava com 1,28 bilhões de usuários mensais ativos, 15% a mais, dos quais 1 bilhão são de celulares. Seis em cada dez acessam diariamente.
Isso é de grande importância porque permite que o Facebook coloque preços mais altos na publicidade para celulares do que nas dos computadores pessoais, porque é capaz de conseguir um maior envolvimento dos usuários do que seus rivais. Os anúncios também se adaptam melhor. O outro ponto de interesse de Wall Street está em como vai explodir o potencial de rendimentos do Instagram.
As ações do Facebook estão 13% mais caras que quando apresentou resultados há três meses. Chegaram a estar, inclusive, mais altas, em 72,6 dólares que alcançou em meados de março. Esse foi seu máximo, longe dos 22,6 dólares do mínimo anual. Seu valor sofreu durante as últimas semanas pela correção sofridas pelas companhias tecnológicas.
Antes de apresentar seus resultados, Facebook recebeu a luz verde do órgão regulatório da concorrência nos EUA para proceder a compra da Oculus. É a primeira vez que a plataforma social adquire um fabricante de dispositivos. A companhia aproveitou a apresentação dos resultados para anunciar que David Ebersman deixará o posto de diretor financeiro no próximo primeiro de junho.
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Sandro Pozzi, do El País