Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

A tecnologia na Copa do Mundo

Desde a primeira Copa do Mundo, em 1930, a tecnologia vem evoluindo a um ritmo cada vez mais frenético. Os aficionados pelo esporte que não puderam assistir às pelejas da primeira Copa nos estádios acompanharam as partidas pelo rádio. Mas o rádio daqueles tempos era um verdadeiro móvel, geralmente adornando a sala de estar dos mais abastados. Os modelos mais avançados eram uma caixa com design apurado, com um dial e dois botões: volume e sintonia. Todos os aparelhos eram equipados com válvulas eletrônicas que exigiam, para começar a ouvir qualquer som, aguardar alguns segundos logo depois de ligar o monstrengo, para esquentar as válvulas.

Com a invenção do transístor em 1947, os circuitos eletrônicos ficaram bem menores, mas só em 1954 foi criado o primeiro rádio transistorizado, o Regency TR-1. Seis anos depois, em 1960, a Sony lançou seu radinho de pilha de bolso, aparelho que se tornou universal. As baterias eram pequenas, e o aparelho era bem durável, graças à “avançada” eletrônica japonesa.

A primeira transmissão comercial de TV foi feita pela americana CBS, em 1931, mas a Copa só teve cobertura pela televisão em 1954, em preto e branco, e ainda para poucos países. Na seguinte, em 1958, deu-se a primeira transmissão televisiva em escala considerada mundial. E em 1966, foram introduzidos equipamentos para replay, e o vídeo tape estreava.

Em 1953, começaram oficialmente as transmissões de TV a cores, pela NBC, mas só 17 anos depois, em 1970 no México, aconteceu a primeira transmissão colorida da competição, que também marcou o primeiro uso de replays em câmera lenta e a primeira transmissão realmente mundial do evento via satélite.

“Com a chegada da cor, a natureza dos esportes como entretenimento mudou para sempre. A imagem tinha mais informação, liberando os comentaristas e narradores de serem tão radialistas, podendo focar em outros aspectos, tais como o desempenho de jogadores”, disse Iain Logie Baird, curador de TV no Museu Nacional de Mídia, no Reino Unido.

Principais momentos de todas as finais

A primeira transmissão de TV via satélite foi feita da Europa para os EUA em 1962, por meio do satélite Telstar. E, a Copa de 2010, na África do Sul, marcou a História por ter sido a primeira a ser transmitida pela TV em Full HD e também, em baixa resolução, via dispositivos móveis, como smartphones e os primeiros tablets, já que o iPad fora lançado em abril.

Infelizmente, a promessa da nova tecnologia 4K TV para a Copa não se concretizou. A TV Globo transmitirá os jogos em 4K em telões urbanos no Rio. Mas não haverá qualquer transmissão ou streaming doméstico dessas partidas em 4K TV.

Dentro de campo, a tecnologia marca importante presença nesta edição da Copa. Será a estreia da GLT (Goal-Line Technology), anos depois de já ter sido introduzida em esportes como tênis e depois de uma experiência de sucesso na Copa das Confederações. Com a GLT, o juiz usa um relógio de pulso que informa inequivocamente se foi ou não gol, graças a 14 câmeras que enviam imagens digitalizadas para uma sala de controle localizada no topo do estádio.

Segundo Tony Shelton, da compilação “Science and Soccer”, avanços tecnológicos foram essenciais em venda de ingressos, organização de logística e de pessoal, gerenciamento de transportes e acomodações, credenciamento e controle de acesso aos estádios.

Em tempo, graças à tecnologia atual, você pode ver de graça no seu computador os principais momentos de todas as finais da Copa, desde a vitória do Uruguai, em 1930, até a vitória da Espanha, em 2010. Basta acessar http://youtu.be/wdd-PEE5UNE.

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Carlos Alberto Teixeira, do Globo