As regiões urbanas do Brasil são o lugar do mundo em que mais leitores de notícias digitais aceitariam pagar por elas: são seis a cada 10 leitores online, de acordo com o Digital News Report 2014, lançado pelo Reuters Institute, da universidade de Oxford, no Reino Unido.
O Brasil urbano concentra o maior potencial de crescimento do público de notícias pagas. Segundo o relatório, 65% dos leitores que já pagaram por conteúdo têm assinaturas. No caso dos leitores que não têm assinatura, 61% dizem que estariam dispostos a pagar um dia.
A menor proporção está no Reino Unido, onde 7% aceitariam pagar por notícias.
O relatório parte de uma pesquisa feita em dez países. Em todos eles, dispositivos móveis ganham popularidade entre os jovens como meio para ler notícias, embora meios tradicionais, como o jornal e a TV, permaneçam populares.
As redes sociais, em que usuários de todas as idades passam boa parte do seu tempo on-line, aparecem como forte canal para a descoberta de notícias, dando origem até a novas formas de apresentação de informações.
Segundo o relatório, os leitores brasileiros gostam mais de compartilhar o que leem e dão mais peso à marca da publicação e à autoria de um texto do que os consumidores de outros países.
Esse peso se manifesta na polarização gerada por alguns colunistas e blogueiros, lidos com voracidade tanto por adoradores quanto por detratores. O Brasil tem, segundo a pesquisa, o menor índice de leitores que preferem pluralidade de pontos de vista a opiniões individuais.
Isso não significa que os jornais perderam público. Quase três a cada quatro brasileiros tiveram acesso a notícias publicadas por jornais, seja na versão online, seja na versão impressa.