A BSkyB abriu caminho para a maior transformação em sua história de 25 anos, ao aceitar pagar até 7,4 bilhões de libras (US$ 12,6 bilhões) de libras para comprar suas empresas-irmãs europeias. Com a decisão, será criada uma das maiores provedoras de TV paga na Europa, com maior capacidade de investimento em tecnologia e força para comprar direitos sobre entretenimento esportivo no âmbito do continente inteiro.
“Fundamentalmente, trata-se de crescimento”, disse Jeremy Darroch, diretor executivo da BSkyB. “Isso nos leva de um mercado de, atualmente, 30 milhões de famílias, para 97 milhões de domicílios no futuro”.
O negócio também vai gerar US$ 7,2 bilhões para a 21st Century Fox, de Rupert Murdoch, que estuda melhorar a proposta para adquirir a Time Warner e fortalecer a presença no mercado de conteúdo dos Estados Unidos.
A BSkyB pagará 2,45 bilhões de libras pela Sky Italia, subsidiária de TV paga integralmente de propriedade da Fox que perdeu mais de 200 mil clientes desde 2011. A companhia também pagará 2,9 bilhões de libras por 57% da Fox na Sky Deutschland, operadora alemã deficitária, assumindo o compromisso de pagar € 6,75 por ação aos minoritários.
O Deutsche Bank e Lazard atuaram como consultores da Fox. O Barclays e o Morgan Stanley assessoraram a BSkyB.
Custos do futebol
Planos para integrar as operações da Sky no Reino Unido, Alemanha e Itália existem desde 2010, quando James Murdoch era presidente da BSkyB. Ele, que supervisionou o investimento inicial da empresa na Alemanha, e recentemente assumiu um papel executivo na Fox, foi mais ativo do que o pai nas conversações mais recentes, disseram pessoas próximas ao negócio.
O acordo exige aprovação por maioria de acionistas independentes da BSkyB, porque a Fox detém 39,1% do grupo no setor de TV paga no Reino Unido e é, portanto, considerada uma parte interessada. A aquisição poderá também ser submetida ao crivo de agências regulamentadoras europeias. O preço da Sky Italia representa 10 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, de € 312 milhões no ano até junho de 2014.
Analistas da Bernstein disseram que o preço é “aceitável”, Já o UBS apontou que ficou “abaixo do esperado”. A BSkyB afirmou que, em termos de custo por assinante, a aquisição foi compatível com a avaliação de outras empresas de TV por assinatura, como Canal+ e DirecTV.
A BSkyB disse que em dois anos, após a consolidação das operações, terá economizado 200 milhões de libras, principalmente devido a cortes de custos. Na Alemanha e na Itália, a penetração da TV paga é menor do que no Reino Unido, o que cria potencial de crescimento.
A BSkyB reportou receita ajustada 7,61 bilhões de libras nos 12 meses encerrados em junho de 2014. O lucro por ação foi de 55,4 pence no ano, queda de 8,7% em comparação com 2013, em parte devido ao aumento dos custos dos direitos para retransmissão de partidas de futebol. A empresa está lançando novas ações, no equivalente a 1,4 bilhão de libras, o que provocou uma queda de 5,5% no preço dos papéis, sexta-feira [25/7].
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Henry Mance, do Financial Times, em Londres