O quarto poder. É com esse rótulo que o jornalismo em si se faz presente. Conseguir contar histórias através de um papel ou de uma tela é uma das grandes invenções do ser humano. O jornalismo é assim, uma infinidade de adjetivos; É poder desfrutar do habitual de forma lúdica através de objetivos ao nosso alcance. Já o cinema, sempre conseguiu se apropriar bem do cotidiano, seja representando histórias do dia a dia, seja trazendo narrativas sobre perspectivas específicas da sociedade.
O jornalismo é reciclável, palpável e imaginável. É respirar e inspirar às vezes a verdade propriamente dita. De todas as coisas criadas, a fantasia está em primeiro lugar como forma de expressão. Um bom exemplo disso foi o filme O Poder da Imprensa(The Power of the Press, EUA, 1909), dirigido por Van Dyke Brooke, que retrata a história de um prefeito corrupto que tenta coagir um jornalista em prol de sua carreira. A partir desse prisma, o jornalista lança guerra ao político alertando a população contra o tal.
Tendo os Estados Unidos como pano de fundo em relação ao subgênero, essa categoria teve uma boa evidência nos últimos tempos. O jornalista leva uma vida agitada e interessante. E com esse viés vários papéis ganharam força nas telas. No filme Cidadão Kane (Citizen Kane, EUA, 1940) essa relação é bem listada pelo fato de um repórter explorar a vida de um magnata de mídia. O filme, que por muitos anos foi considerado o melhor da história, é uma peça rara na sétima arte por ser um clássico de encher os olhos.
Dirigido por Billy Wilder, outro clássico também que aborda essa fusão é A montanha dos sete abutres (Ace in the Hole, 1951) com um olhar ácido sobre a exploração da mídia, um jornalista excluído da grande imprensa vê sua chance de voltar ao mercado com uma matéria sobre um homem preso em velhas ruínas indígenas no Novo México; Baseado nesse enredo o espectador pode esperar grandes emoções.
Características que se equivalem
A ética é um dos pilares que sustentam as faces do cinema e jornalismo. Há uma diversidade de filmes em que os jornalistas aparecem como heróis e vilões. Há realizações extravagantes que fazem uma exposição da figura dos jornalistas por meio dos recursos sensacionais e espetaculares, em que a imprensa televisiva torna o público cúmplice de um repórter que tenta manipular de todas as formas a mídia, tais como O Quarto Poder (Mad City, EUA, 1997).
O cinema é uma poderosa ferramenta para entender que tipo de representações são expostas às plateias acerca do jornalista. É possível constatar que a proximidade entre as duas áreas se reflete em aspectos técnicos e do modo de vida da sociedade, traçando paralelos entre o panorama histórico da profissão e da arte cinematográfica, nos períodos em que cada filme foi produzido; os anseios, a tecnologia, movimentos sociais e a forma de pensar da sociedade, espelhada pela própria comunicação.
O jornalismo é uma luta diária. O profissional da área vive grandes emoções com base em suas pautas enviadas pelo editor. Todo dia é único. A rotina não é um artigo que se carrega nas costas. Assim como o cinema, as histórias são contadas de forma descontraída atraindo o público cada vez mais para um plano correspondente. Relacionar ambos é deleitar em histórias e fatos relevantes. O jornalismo está para o cinema, assim como o cinema está para o jornalismo. Elas se conectam e transmitem mensagens subjetivas que dependem da interpretação da massa.
Cinema e jornalismo. Arte e profissão que evoluíram lado a lado ao longo do século passado, e possuem características que se completam e se equivalem. Através da película é preciso observar todo o contexto que envolve a história que está sendo retratada e abordada para interpretar paradigmas que muitas vezes não são explorados devidamente pelo público.
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Luana Rego é estudante de Jornalismo