Depois da corrida para adaptar as redações e integrar a produção de notícias para plataformas digitais com aquela do meio impresso, os grandes jornais brasileiros estão diante de um novo desafio agora: adequar a distribuição de seus conteúdos a dispositivos móveis, especialmente os smartphones. Isso porque, das diferentes plataformas digitais em que já atuam (desktops, notebooks, tablets e smartphones), os acessos via celular aos portais de notícias são os que mais crescem atualmente.
A necessidade de buscar formatos atraentes e rentáveis para os milhões de usuários de smartphones foi um dos pontos discutidos no Seminário Internacional 2014 da International News Media Association (Inma), que começou nesta quarta-feira [1/10] se encerra nesta quinta [2] em São Paulo.
– Hoje, mais de 20% dos acessos digitais dos principais portais de notícias vêm do mobile, e nossos produtos e estratégias para dispositivos móveis são ruins. Temos que estar preparados. Ou corremos agora, ou perdemos essa corrida – disse Marta Gleich, editora-executiva do Grupo Zero Hora.
Audiência cresce 200%
Roberto Gazzi, diretor de Desenvolvimento Editorial de “O Estado de S.Paulo”, disse que 37% da audiência digital do jornal já são via dispositivos móveis e que, por isso, essa plataforma é sua principal preocupação.
– É claramente uma coisa de comportamento e, hoje, o nosso grande desafio. Já fizemos parcerias com o Google e lançamos produtos específicos para essa plataforma – afirmou o diretor do Estadão.
No GLOBO, atualmente 25% da audiência das plataformas digitais vêm do mobile, sendo que 18%, especificamente, de smartphones. E, segundo Ascânio Seleme, diretor de Redação do GLOBO, os acessos ao site do jornal via smartphone são os que mais crescem.
– A audiência do GLOBO no celular cresceu mais de 200% nos últimos 12 meses. E, com a reformulação da redação, que integrou as plataformas digitais, desde março o site para celular passou a ter um editor próprio – afirmou Seleme. – É inexorável, o mundo é cada vez mais móvel.
Para Sérgio Dávila, editor-executivo da “Folha de S.Paulo”, está claro que o desktop “é decadente”. Por isso, o jornal discute estratégias de produtos específicos para plataformas móveis.
– É o próximo desafio nosso – resumiu Dávila.