No seu telejornal matinal Bom Dia Brasil do dia 17 de setembro de 2014 (ver aqui), a Rede Globo de Televisão divulgou um mapa com a indicação de países africanos que apresentam casos de contaminação por vírus de Ebola. Trocaram “erroneamente” o nome da Guiné-Conacri por Guiné-Bissau, mantendo a localização correta daquele país no mapa. Acostumados que estamos a este tipo de erros por parte das TVs brasileiras sempre que tratam do continente africano, tentei ligar por três vezes para alertá-los do erro, na expectativa de que fosse corrigido ainda durante a edição, mas não tive sucesso. Eles me atendiam e quando eu começava a falar desligavam o telefone. Tive que fazer um extenso cadastro, no site deles, para acessar a página de reclamações e enviar a mensagem pedindo que corrigissem o erro. Recebi uma resposta por e-mail de que o caso seria levado à direção do programa. Nutri por três dias a esperança de que eles realmente iam corrigir e nada! Erros admitem-se, porquanto humanos e imperfeitos, somos… Mas neste caso está evidente a falta de profissionalismo, o descaso e em última instância a arrogância, não obstante a ignorância do ponto de vista de conhecimentos básicos da geografia. A Guiné-Bissau faz fronteira com a Guiné-Conacri e situa-se na zona de risco de propagação da doença maldita. Mas até o momento não apresentou nenhum caso graças a um intenso trabalho das novas autoridades eleitas e à colaboração da população. Tem inclusive prestado ajuda material e solidariedade à Guiné-Conacri e espera-se que o Ebola não cruze mais nenhuma fronteira da África. Esta postura está afetando de forma negativa a nós, bissau-guineenses residentes no Brasil, e contribuindo para o aumento do preconceito e estigma, pelo que manifesto aqui o meu veemente repúdio. O dever de qualquer órgão de informação é informar direito, e não desinformar (Orlando Cristiano Silva, geólogo, São Paulo, SP)
Jornal atua como panfleto
É incrível como até hoje não saiu nenhum artigo comentando a postura tendenciosa do jornal Estado de Minas nestas eleições. O principal diário de BH simplesmente noticia todos os dias em suas páginas matérias conclamando os eleitores a votarem em Aécio Neves (!). Não há nenhuma preocupação em esconder que se trata de um jornal totalmente vinculado a tal candidatura. Hoje (14/10/14) há pelo menos quatro matérias favoráveis a Aécio. Nenhuma menção favorável a Dilma. Uma delas diz: “Aécio está pronto para o ataque de Dilma”, referindo-se um debate marcado para o dia de hoje. Como assim? Dilma vai atacar e Aécio defender. Defender de que? Todas as campanhas fazem ataques porque há menção a corrupção em todos os dois partidos (PT e PSDB). Aécio não é uma vítima indefesa. Não é errado um veículo de comunicação demonstrar sua preferência por este ou aquele candidato. Há uns que o fazem em editorial (vide O Estado de SP e a revista CartaCapital). Mas o Estado de Minas coloca toda a sua credibilidade em xeque ao atuar apenas como um panfleto de propaganda. É por este tipo de comportamento que deve haver uma regulação da mídia. Jornais são concessões públicas e deveriam ter um compromisso com os seus leitores. Pobre imprensa mineira tão ridicularizada nacionalmente. Este é mais um fato que entrará para o anedotário nacional da mídia (Geraldo Maia, professor, Belo Horizonte, MG)