As agências de publicidade devem encerrar o ano com crescimento de 6% sobre 2013. A estimativa é de Orlando Marques, presidente da Abap, que reúne as empresas do setor no país, no último encontro da diretoria executiva da entidade, realizado hoje no Rio. O resultado é considerado positivo, depois de um segundo semestre extremamente ruim, afetado por eleições e freio na economia. A previsão é repetir o desempenho em 2015, apostando na força de consumo da nova classe média.
– Tradicionalmente, temos um segundo semestre melhor que o primeiro. Este foi um ano atípico. Janeiro a junho foi muito bom, com expansão de 18%. Esse desempenho salvou o resultado de todo 2014 – explicou Marques.
O crescimento registrado nos primeiros seis meses do ano foi puxado por um cenário de otimismo no país, o esfriamento das manifestações de rua, além da expectativa para a Copa do Mundo, citou o presidente da Abap. As eleições também influenciaram o aumento, continuou Marques, explicando que diversos anunciantes optam por antecipar ações, ficando fora da mídia durante o processo eleitoral.
Para o ano que vem, a previsão é de que ocorra o contrário de 2014:
– Em 2015, o setor de publicidade já espera um primeiro semestre fraco. Haverá ajustes na economia. E isso não pode ser feito sem cortes. Mas há oportunidades. Temos confiança no mercado consumidor brasileiro, e a nova classe média seguirá movimentando a economia – estima Marques.
Produtos com foco na nova classe média devem fomentar investimentos. Carros populares, alimentação fora de casa, novidades como os “food trucks”, os veículos para venda de comida na rua, estão entre as opções destacadas pelo executivo. Esta também é a aposta de Renato Meirelles, presidente do Data Popular, especializado em pesquisas sobre a nova classe média. Ele destacou a força de consumo da classe C, que já equivale a 56% da população do país, e movimentou R$ 1,21 trilhão neste ano.
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Glauce Cavalcanti, do Globo