O Universal Music Group, da Vivendi, e o grupo de publicidade Havas uniram forças na esperança de elevar a receita gerada pelos intérpretes via “mineração de dados” [cruzamento de informações de determinada base para fazer uma oferta personalizada a um cliente, por exemplo], numa época de queda das vendas de discos e de gravações digitais.
A parceria, batizada de Global Music Data Alliance, pretende associar o know how da Havas, sediada em Paris, em comportamento do consumidor online ao enorme catálogo de intérpretes de gravações fonográficas da Universal Music para comercializálas de maneira mais eficiente.
As vendas de downloads de gravações caíram no Reino Unido e nos Estados Unidos em 2014, uma vez que os consumidores trocaram a compra de canções online pelo uso de serviços de streaming, como o Spotify. Os músicos reclamam que os serviços de streaming não pagam o suficiente para compensar a facilidade e rapidez pela qual os consumidores adquirem suas canções preferidas.
A parceria, anunciada ontem em Las Vegas, tem todos os traços principais da participação de Vincent Bolloré, o bilionário industrial francês e ocasional articulador de tomadas de controle agressivas de empresas que se tornou, em 2014, presidente do conselho de administração da Vivendi. Em outubro, Bolloré, o maior acionista da Vivendi, lançou uma oferta de troca de ações por meio de seu Bolloré Group para conquistar o controle majoritário da Havas, na qual ele já era o maior investidor. Na época, a medida foi vista como uma forma de aproximar mais as participações de Bolloré no grupo de mídia Vivendi e na Havas, onde Yannick Bolloré, seu filho, é o principal executivo.
A Universal Music e a Havas afirmaram que a parceria associa os dados proprietários da Universal sobre seus intérpretes a informações comportamentais do consumidor “para dar margem a uma maior compreensão da correlação entre intérpretes, aficionados de músicas e bandas”.
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Adam Thomson, do Financial Times, em Paris