Temos a obrigação de compreender e julgar a conduta dos dirigentes políticos. Mas é complicadíssimo quando alguém que detém uma concessão pública de comunicação produz uma análise desinformada e preconceituosa. Esta é a característica do texto “Aldo Rebelo no Ministério da Ciência é o Rei Herodes no berçário…”, de Claudio Tognolli, publicado na página do Yahoo (ver aqui).
Desejando criticar a composição do governo Dilma, o autor o faz de forma pífia, demonstrando que desconhece o comunismo, desconhece a política e desconhece o contexto de onde retira a frase que atribui a Friedrich Engels. A característica do texto, a pretexto de crítica à escolha de Dilma para o Ministério de Ciência e Tecnologia, é propagar o preconceito e a raiva desinformada que em nada contribui para compreender o que se passa no Brasil. O eixo da comunicação é que o ministro seria contrário ao desenvolvimento das forças produtivas (e da ciência como tal) por defender (tal como Ariano Suassuna) a língua portuguesa e a cultura brasileira contra os estrangeirismos. Associa mecanicamente esta posição ao comunismo porque o partido ao qual pertence o ministro possui a palavra “comunista” na sigla. Parte, então, para o ataque a Engels colocando sob sua alcunha uma frase própria do empirismo inglês, que Engels, justamente, está criticando na obra Do socialismo utópico ao socialismo científico.
Seus argumentos são frágeis e borrachudos como pão francês velho e sem miolo. Em nada nutre, mas mata a fome de quem – vítima da concessão pública concedida a alguns jornalistas e de uma educação profundamente precarizada – não tem acesso aos mecanismos de seleção da informação. Mas o mais grave aqui é que o texto deste jornalista possui um status de formação de opinião que contribui para a deformação da opinião pública, pois não ajuda a entender o liberalismo, não ajuda a entender o comunismo, não ajuda a entender a configuração partidária no Brasil, não ajuda a entender a composição do governo Dilma, as diferenças e (a indiferença das diferenças) entre os partidos que compõem o governo. A que serve, então, a informação propagada pelo Yahoo? À desinformação, aos preconceitos, ao ódio… Tamanho é o seu êxito que os comentários que se somam ao texto chovem ossos quebrados e pele macerada em tons lilás e cáqui (próprios dos autoritarismos e da ignorância)… Resta-nos o pequeno espaço de combate nos comentários… Que ainda que sumam no meio dos milhares que o antecedem e sucedem, ao menos, nos permitem não ficar omissos aos preconceitos vomitados pelo autor. Resta-nos buscar no Observatório da Imprensa o fôlego da crítica inteligente e bem fundamentada a este falso jornalismo que tem tomado as comunicações rápidas pela internet (Elza Peixoto, professora, Salvador, BA)
Falta de grade de programação de TV
Para facilitar o aprendizado do casal de ucranianos que ajudo na adaptação ao Brasil, procurei nos jornais editados no Rio a grade de programação para indicar os programas jornalísticos locais e de rede. Qual não foi a minha decepção ao constatar que; a) alguns nem trazem a grade de programação das redes de TV aberta; b) outros trazem somente a programação de rede nacional; c) e uns poucos só enfatizam e trazem os horários da programação correta de uma determinada rede. Por isso, gostaria de deixar a sugestão do tema “a divulgação da TV nos jornais”. Onde poderia ser explicada esta esdrúxula situação, que, infelizmente, acredito se repetir em todo o Brasil? (Ricardo Novaes, gerente de condomínio, Rio de Janeiro, RJ)