Friday, 27 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Turner, da Time Warner, compra canal brasileiro

Um ano e meio depois de comprar uma participação no canal brasileiro Esporte Interativo, a Turner Broadcasting, braço de TV do grupo de mídia americano Time Warner, fechou a compra da fatia restante e passou ser a única proprietária da rede. O negócio foi assinado na noite de anteontem [quarta, 28/1] no Rio.

O valor da operação não foi divulgado. Em 2013, a Turner pagou R$ 80 milhões por cerca de 30% do canal, segundo o Valor apurou. O Esporte Interativo tinha como sócios o fundo Corcovado Capital, investidores pessoa física e a BNDESPar, que comprou 15% de participação por R$ 14 milhões em 2009.

Com a aquisição do controle, a Turner terá pela primeira vez em seu portfólio um canal dedicado exclusivamente ao esporte. Com direitos de transmissão de modalidades como basquete e beisebol, a companhia usa faixas de horários da programação de canais como TNT e Space para a exibição de partidas. De acordo com Juan Carlos Urdaneta, presidente da Turner para América Latina e co-gerente da operação brasileira, o país é o mais importante para a companhia depois dos Estados Unidos, por isso a decisão de fazer o investimento aqui. O objetivo agora, segundo ele, é promover a integração com o restante do portfólio da companhia – que inclui os canais CNN, Cartoon Network, Adult Swin, TBS, TCM, entre outros.

Aposta principal

Fundado em 2007, o Esporte Interativo tem 350 pessoas e escritórios no Rio e em São Paulo. Nos últimos dois anos, sua receita teve um crescimento na faixa de 30% ao ano, segundo Edgar Diniz, presidente e cofundador do canal. No ano passado, a audiência aumentou 37%, chegando a 45 milhões de pessoas. Os programas são exibidos na TV paga, na internet e na TV aberta. Neste último caso, os programas são exibidos em 27 canais de todo o país mediante contratos de fornecimento de conteúdo.

Segundo Diniz, a companhia não é dona de nenhuma concessão de TV. A lei brasileira veda que empresas de comunicação com mais de 30% de capital estrangeiro sejam donas desse tipo de autorização. “O licenciamento de conteúdo é uma prática legal que vamos continuar adotando”, disse Diniz.

De acordo com os executivos, não há planos para mudar o nome do canal. A gestão da companhia também permanecerá inalterada. Eles não quiseram dizer quanto será investido no país nos próximos anos. De acordo com Diniz, no curto prazo, a principal aposta será o recém­adquirido direito de transmissão da Champions League, o campeonato de futebol mais prestigiado do mundo. No fim do ano passado o canal – em parceria com a Turner – bateu a ESPN e a Fox e conquistou os direitos de transmissão da competição até 2018. “Queremos que todo mundo saiba que o Esporte Interativo é o lugar para assistir a Champions League”, disse Diniz.

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Gustavo Brigatto, do Valor Econômico