O Yahoo anunciou, ontem, um plano para desmembrar, em uma companhia independente, a participação que detém na empresa de internet chinesa Alibaba. Com valor de US$ 40 bilhões, a fatia de 15% era considerada um problema no processo de reestruturação da empresa americana.
A avaliação era que uma venda das ações pelo Yahoo poderia levála a pagar muitos impostos, atrapalhando sua capacidade de investimento. O grupo americano chegou a deter mais de 20% do Alibaba, mas vendeu US$ 10 bilhões em papéis na oferta pública inicial de ações da empresa chinesa, em setembro. Com a operação, pagou US$ 3 bilhões em impostos. A expectativa é concluir o processo de criação das ações da nova empresa, batizada de SpinCo, até o fim do ano. Os papéis serão distribuídos aos acionistas atuais como uma companhia separada com ações em bolsa. Ontem [terça, 27/1], as ações do Yahoo aumentaram cerca de 10% depois do fechamento do pregão.
A decisão é vista como uma reação de Marissa Mayer, diretorapresidente do Yahoo, frente à pressão de investidores para que a companhia dê retorno aos acionistas, encontre maneiras de evitar o pagamento de impostos e se afaste de grandes aquisições.
Os ativos do Yahoo na Ásia, que incluem uma participação no Yahoo Japan e são calculados em aproximadamente US$ 45 bilhões, têm ajudado a manter seu valor de mercado nos últimos dois anos.
Para Marissa, que assumiu o comando em 2012, a participação tem funcionado como um escudo contra a pressão dos acionistas, o que lhe dá tempo para trabalhar na recuperação do Yahoo. Agora, com a apresentação do plano, o foco voltará a ser sua capacidade de reavivar a receita, que se manteve estagnada nos últimos cinco anos.
Marissa tem investido em produtos, parcerias e serviços relacionados à publicidade para expandir o alcance do Yahoo e restaurar o crescimento da empresa (com Bloomberg, de San Francisco).
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Gustavo Brigatto, do Valor Econômico