O mundo dos quadrinhos ganhou uma espécie de Liga da Justiça que vai lutar para preservar a memória das HQs e os direitos daqueles que fazem realmente o quadrinho acontecer, que são os artistas. Para isso, nasceu a Academia Brasileira de Histórias em Quadrinhos, lançada no último 30 de janeiro, em Botafogo (Zona/Sul do Rio de Janeiro) mas, como o próprio nome diz, terá abrangência Nacional.
Composta por 20 membros efetivos, entre desenhistas e cartunistas, colecionadores, escritores, historiadores, roteiristas, e instituições de HQ como o fundador do Museu dos Gibis (Ranieri Andrade), a Academia, chamada de ABRAHQ, tem estatuto bem definido, diretoria e conselheiros como os grandes e experientes mestres de HQ Júlio Shimamoto e Walmir Amaral, que nesta fase inicial têm sido de grande ajuda. Desde o lançamento, a presidente da ABRAHQ, Ágata Desmond (membro da Confraria do Gibi- RJ e curadora da obra dos artistas Edmundo Rodrigues e Flavio Colin) tem se preocupado com três alicerces: comunicação, comunhão e direção.
Durante muito tempo, as histórias em quadrinhos ficaram longe das pautas das grandes redações. Não falamos de um artista ou um gibi, mas da história em quadrinhos como um todo. Por isso, a ABRAHQ tem em sua estrutura dois departamentos: Comunicação e Projetos/capitalização de recursos. Esses dois aliados ao alicerce da comunhão, pretendem revitalizar e inserir as HQs na sociedade.
“Precisamos lutar por maiores espaços, buscar patrocínio e para isso precisamos estar focados e com direção. É preciso valorizar o artista já experiente, que hoje não tem mais espaço nas editoras, que não tem aposentadoria por não ter profissão regulamentada e termina a vida esquecido ou em necessidades. Precisamos valorizar o jovem talento também. Porque quando os expoentes atuais das histórias em quadrinhos morrerem, é preciso que haja a renovação, não podemos deixar as HQs morrerem. Precisamos botar o assunto História em Quadrinhos na mídia, mostrar a nossa força, reunir todos os artistas desse brasilzão numa única casa e juntos seguirmos no foco da valorização, preservação das HQs e regulamentação dos artistas do pincel”, deixa claro a presidente da ABRAHQ, Ágata Desmond.
Primeira reunião, depois do Carnaval
Já colocando esses alicerces em prática, Ágata tem colocado a Assessoria de Imprensa da Academia para trabalhar e ganhou espaço na Globo News, CBN, O Globo, em blogs especializados em HQs, em jornais até de outros estados. Especificamente na entrevista à âncora Carolina Morand (do CBN Total), Ágata praticamente colocou a presidente Dilma contra a parede, mandou recado diretamente a ela e falou da realidade dos artistas nacionais que, mesmo vivendo muitas vezes no sufoco, fazem Histórias de mocinhos e de cinderela.
Ágata Desmond participou neste último final de semana do Troféu Ângelo Agostini onde a Confraria do Gibi (da qual Ágata é considerada a dama e faz um trabalho de relações públicas) recebeu o prêmio Jayme Cortez (por contribuição ao Quadrinho Nacional). Na oportunidade, ela palestrou sobre a ABRAHQ, a convite do Jal, recebendo apoio de muitos artistas e empossando para a Academia o renomado cartunista Bira Dantas e o curador da obra de Jayme Cortez, Fabio Moraes. Além, é claro, de conseguir apoio da AQC/SP – Associação de Quadrinistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo.
No Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Histórias em Quadrinhos segue semeando frutos que devem brotar em vários estados e buscando parcerias como a já firmada com o Sindicato dos Professores e com o Sindicato dos Artistas. É do grande Polo Art, artista de Minas Gerais toda a arte da Academia Brasileira de Histórias em Quadrinhos.
Então é isso, guarde esse nome que você ainda vai ouvir muito dele: Academia Brasileira de Histórias em Quadrinhos, que no Rio homenageou com diploma os profissionais: Francisco Ferreth; Johnny Simões Fonseca; Carlos Felipe de Souza Oliveira ; Hélio Guerra; Fernando Resky; Sérgio Pereira Lima; Ágata Desmond; Flávio Colin Filho; Rodrigo Soncini Gonzalez; Ranieri Andrade; Lincoln Augusto Nery de Holanda Oliveira; Carlos Eugênio Baptista; Fabio Moraes; André Aurnheimer; Carlos Alberto de Carvalho; Fernando Jorge Silva; Wladimir Weltman; Marcus Moraes; Bira Dantas Carlos Amorim.
Todos esses ocuparam cadeira simbólica homenageando os mestres imortais nas artes: Ângelo Agostini; Antonino Homobono; Alex Reymond; André Leblanc; Carlos Arthur Thiré; Eugênio Colonesse; Edmundo Rodrigues Flavio Colin; Gedeone Malagola; Gutemberg Monteiro; Ivan Whast Rodrigues; J. Carlos; Jayme Cortez; Jerônimo Monteiro; Luiz Sá; Miguel Falcone Penteado; Moisés Weltman; Sérgio Lima; Nico Rosso e Pericles Maranhão. Na oportunidade, foram conferidos diplomas de Menção Honrosa aos artistas Walmir Amaral e Julio Shimamoto.
Passando a época de Carnaval, a Academia Brasileira de Histórias em Quadrinhos vai fazer a primeira reunião com os acadêmicos, diretores e conselheiros para discutir assuntos importantes, como projetos, linhas de ação e a feitura da Revista da ABRAHQ.
******
Daniela Rodrigues, da ABRAHQ